sexta-feira, 29 de maio de 2009












Um homem poderá carregar uma carga sobre sua cabeça, e , ao sentir que ela está muito pesada, descansará sua cabeça, colocando a carga no ombro. Dessa maneira, ele tentará aliviar-se da carga. Contudo, qualquer processo que ele invente para anular a carga não fará nada mais que mudar a mesma carga de um lugar para outro.

verso – 34
Narada prosseguiu : Ó tu que estás livre de toda a ativividade pecaminosa! Ninguém pode anular os efeitos de atividades fruitivas simplesmente inventando uma atividade diferente, desprovida de consciência de Krsna. Todas essas atividades devem-se à nossa ignorância. Quando temos um sonho imcômodo, não podemos livrar-nos dele com uma alucinação incômoda. Só é possível anular um sonho despertando. Do mesmo modo, nossa existência material deve-se a nossa ignorância e ilusão. A menos que despertemos para a consciência de Krsna. não podemos livrar-nos desses sonhos. Para dar a solução última de todos os problemas, devemos despertar para a consciência de Krsna.
verso – 35
Às vezes sofremos porque vemos um tigre num sonho ou uma serpente numa visão, mas, de fat, não existe nem tigre nem serpente. Assim, criamos uma situação em forma sutil e sofremos as conseqüências. Não podemos mitigar esses sofrimentos a menos que despertemos de nosso sonho.
verso -- 36 - 37
O verdadeiro interesse da entidade viva é escapar da ignorância que faz com que ela sofra repetidos nascimentos e mortes. O único remédio é render-se à Suprema Personalidade de Deus através de Seu representante. A menos que prestemos serviço devocional à Suprema Personalidade de Deus, Vasudeva, não temos possibilidade de desapegar-nos por completo deste mundo material, nem nos é possível manifestar verdadeiro conhecimento.
verso – 38
Ó melhor dos reis, alguém que é fiel, que está sempre ouvindo as glórias da Suprema Personalidade de Deus, que está sempre ocupado no cultivo de consciência de Krsna e em ouvir a respeito das atividades do Senhor, mui brevemente torna-se candidato a ver a Suprema Personalidade de Deus face a face.


Srimad-Bhagavatam 4. 29. 33

domingo, 24 de maio de 2009

A Ciência do Conhecer Deus 7

De fato, alguém poderia argumentar que este processo é até mesmo mais científico do que a ciência convencional, mas, afinal, por que tantas pessoas escolhem a ciência ao invés de, digamos, religião como um meio para a aquisição de conhecimento? Suponho que assim o é porque, se terão de depender de informações oriundas de uma fonte externa, em detrimento de alguma sorte de figura de autoridade, eles preferem seus próprios sentidos (que são uma fonte externa no senso que sou diferente de meus olhos, os quais podem me enganar – e de fato me enganam). Ao menos, eles estão envolvidos, assim, no processo, e não se encontram meramente como recipientes passivos. A literatura Védica, entretanto, declara fortemente que você não tem que depender de alguma fonte externa – você pode conhecer pessoalmente. O conhecimento não necessita ser externamente dependente, seja de uma figura de autoridade seja de nossos próprios sentidos, mas pode tornar-se algo genuinamente interno. O que poderia ser mais satisfatório a pessoas que querem ver por si mesmas?
Desta maneira, o método Védico nos permite transcender as restrições da falsificação e adquirir conhecimento positivo verdadeiro, mas de um modo harmonioso com idéias científicas, como observação independente e verificação.
É claro que começamos pela aceitação da versão das escrituras com base em fé, mas, novamente, será isto algo tão imensamente não-científico? Toda pesquisa investigativa convencional começa com uma hipótese, uma formulação do que o pesquisador espera encontrar. Esse pressentimento pode advir de teoria, observação, pesquisa pretérita, experiência de vida, intuição – de qualquer fonte. Enquanto os métodos usados na investigação das hipóteses forem rigorosos, sua fonte é irrelevante. Assim, por que não começar pelas escrituras?
Portanto, mesmo antes de começarmos a nossa investigação, as escrituras têm sim um importante papel. A fim de que não tenhamos problemas imaginando como é ter tal conhecimento positivo, as escrituras usam analogias para nos inspirar. O Senhor Krsna explica na abertura do capítulo mais confidencial do Bhagavad-gita (Capítulo 9) que o conhecimento que Ele está prestes a descrever concede “experiência direta” (pratyaksa). Muito embora a temática sendo discutida seja claramente espiritual, a palavra sânscrita utilizada é a mesma usada em sensações físicas. E, caso isto não baste para nos transmitir a idéia, o Srimad-Bhagavatam (11.2.42) nos assegura:
Devoção, experiência direta do Senhor Supremo e desapego das outras coisas – estes três ocorrem simultaneamente para aquele que se refugia na Suprema Personalidade de Deus, da mesma forma que prazer, nutrição e alívio da fome manifestam-se simultânea e crescentemente a cada mordida para uma pessoa ocupada em comer.
Seguindo fielmente os procedimentos dados por Deus na literatura Védica, podemos esperar experimentá-lO de um modo tão tangível como experimentamos uma refeição. E isto não se restringe a uma experiência interior. Ao contrário, tanto o Gita (6.30) quanto o Bhagavatam (11.2.45) nos informam que, em certo estágio de avanço, veremos Deus em tudo e em todos.
Neste ponto, deve estar claro que o que é oferecido pela literatura Védica é um meio genuinamente científico para se conhecer Deus. Ao invés de invocar mero sentimentalismo ou fé cega, ele apresenta um processo coerente que incorpora tanto razão como empenho individual, e então convida as almas desejosas a fazerem sua própria investigação. Então, para aqueles de nós que realmente querem pesquisar a existência de Deus, a dificuldade é clara: Correndo sobre os dois trilhos do naturalismo e da falsificação, a locomotiva da ciência convencional pode nos levar até certa distância na direção correta. Cedo ou tarde, entretanto, temos que embarcar no aeroplano da ciência Védica para alcançarmos o nosso destino desejado. Por que, então, esperar até o fim dos trilhos?
The Science of Knowing God
por Navin Jani

A Ciência do Conhecer Deus 6

Mais uma vez, um pouco de discussão preliminar se faz necessário antes que possamos responder tais questões. A ciência convencional e a ciência Védica possuem perspectivas dramaticamente divergentes acerca do conhecimento. A primeira defende que os seres humanos não podem conhecer algo positiva e independentemente. Ao contrário, com base em dados empíricos, que coletamos observando e interagindo com o mundo físico, nós constantemente refinamos o que nós consideramos a verdade. Nossa base de conhecimento é, portanto, relativa e sempre em mutação.
Em última instância, o significado disso é que, em verdade, não conhecemos nada. Eu talvez possa dizer que o sol irá nascer amanhã ou que há um país chamado China do outro lado do mundo, mas o meu pretenso conhecimento é baseado apenas em minha experiência. Se, amanhã, o sol não nascer ou se pego um avião para a China e descubro que ela não existe, eu certamente revisaria a minha consideração de verdade. O conhecimento dependente de hoje é a mitologia de amanhã. À luz de tal compreensão de conhecimento, a doutrina da falsificação tem sentido. Nós não podemos saber verdadeiramente o que é a verdade, então usemos o nosso tempo simplesmente expondo o que definitivamente não é verdade e aceitemos o que sobrar como bom o suficiente por ora.
As escrituras Védicas apresentam uma visão de conhecimento diferente. Elas clamam podermos conhecer as coisas de modo certo, intrínseco e independente. Este conhecimento absoluto não é sujeito aos fluxos de nosso mundo sempre a mudar. De forma nada surpreendente, este princípio acomoda da forma mais poderosa e gloriosa a pergunta cuja resposta mais deveríamos querer: existe um Deus? Soa excelente, talvez digamos, mas este conhecimento propostamente absoluto é científico? Certamente ele o parece ser. Conquanto apresentado em escrituras reveladas, a pessoa não precisa aceitá-lo cegamente, baseado unicamente nas palavras e experiências de outra pessoa. Em verdade ao espírito de indagação científica, ele pode ser verificado por empenho individual.

A Ciência do Conhecer Deus 5

Consideremos o princípio de isomorfismo, que dita que o instrumento usado para mensurar certo fenômeno deve ser apropriadamente compatível ao fenômeno. Depender unicamente dos cinco sentidos e de suas extensões mecânicas em nossa busca por Deus viola este princípio, visto que eles são capazes de perceber apenas matéria e visto que o nosso assunto é espiritual. Considerando esta limitação, é simplesmente razoável substituí-los por uma ferramenta de mensuração mais apropriada. Dogmaticamente ater-se somente aos instrumentos com os quais se está familiarizado ou com os quais se sente confortável – em face de sua óbvia impropriedade – é o sinal de um pesquisador destituído de razão, e não de um bom cientista. Como escrito décadas atrás pelo famoso químico John Platt no periódico Science:
Esteja atento ao homem de um método ou de um instrumento, seja experimental ou teorético. Ele tende a se tornar orientado pelo método ao invés de orientado pelo problema. O homem orientado pelo método está algemado; o homem orientado pelo problema está, pelo menos, ascendendo livremente em direção ao que é mais importante.
Caso queiramos pesquisar com sucesso a existência de Deus; como bons cientistas, devemos nos valer de qualquer método que melhor se adéqüe ao problema em mãos. A literatura Védica nos informa que, a fim de compreender o espírito supremo, a consciência suprema, o eu supremo, o único instrumento adequado é o nosso próprio espírito, nossa própria consciência, o nosso próprio eu. Na verdade, apenas em nossa capacidade como porções de Sua divindade podemos nos conectar com Deus.
O Uso da Consciência para a Investigação acerca de Deus
Tendo sagaciosamente escolhido a consciência como o nosso instrumento, como devemos aplicá-la? É neste ponto que a orientação das escrituras reveladas se torna crucial. Seguir as escrituras significa estudar Deus em Seus próprios termos, pois Ele é a fonte última das escrituras.
Adaptações às necessidades e demandas de um tema não é algo alheio à pesquisa sócio-científica convencional. Consentimento e acesso são da maior importância visto que os seres humanos não podem ser manipulados contra a vontade deles como se fossem meras vias de elementos químicos ou chimpanzés de laboratório. Se tais considerações são críticas para o estudo de pessoas ordinárias, não devemos nos surpreender com a constatação de que são importantes no estudo de Deus. Se queremos ser bem-sucedidos, precisamos que Ele consinta com o nosso estudo e nos permita ter acesso a Ele. Nós talvez consideremos esse posicionamento subordinado como intragável, mas devemos aceitar que estamos tentando nos encontrar com a pessoa mais ocupada, mais rica, mais poderosa e mais famosa na existência.
Pesquisadores de ciências sociais frequentemente falam de pessoas criticamente posicionadas que podem ajudá-los a fazer importantes contatos como “guarda-cancelas”. Como resultado, Deus tem seus próprios guarda-cancelas, e precisamos trabalhar com eles para obtermos uma audiência com Deus, da mesma forma com que trabalharíamos com uma hierarquia corporativa para arranjarmos um encontro com um CEO.
Para a nossa fortuna; no Bhagavad-gita, Deus apresenta elaboradamente os procedimentos pelos quais podemos ganhar acesso a Ele. Dentre esses, o mais fundamental é a necessidade de se aceitar um guru. Tal movimentação é não-científica? De forma alguma. Assim como qualquer doutorando aprende a arte de pesquisar com um orientador, o aspirante espiritual também deve receber instruções de um especialista. Qualquer pesquisador experiente, seja do espírito ou da matéria, pode transmitir técnicas e práticas melhores.
A abordagem Védica para o conhecimento de Deus viola, deste modo, a doutrina do naturalismo em sua aceitação de métodos sobrenaturais; ela é, no entanto, surpreendentemente consistente com o espírito científico, e mesmo com muitos de seus princípios essenciais. Trata-se de uma ciência aprimorada, dado que permite acesso a uma dimensão de realidade inteiramente diferente, mas de modo sistemático e passível de repetição.
E quanto ao outro impedimento do conhecimento científico convencional para o acesso a Deus, a doutrina da falsificação? Como a ciência da literatura Védica aborda essa limitação?

A Ciência do Conhecer Deus 4

A primeira adaptação – que, em virtude de sua natureza óbvia, é quase indigna de menção – é a realização de que Deus é uma pessoa com a qual se deve lidar de acordo, não como um substratum inerte do universo que podemos escavar e colocar no microscópio. Assim, se vamos olhar para a ciência como um modelo, devemos olhar para as ciências sociais, e não tanto para as ciências naturais.
Certamente, muitos cientistas “rígidos” fazem escárnio da idéia de disciplinas como psicologia, sociologia e economia serem consideradas ciências, mas isto não impediu legiões de homens pensadores a tentarem aplicar o método científico para estudar os seres humanos e suas sociedades. Tais cientistas sociais são forçados simplesmente a levar em conta em suas áreas qualidades como a autoconsciência e a autodeterminação, o que os cientistas naturais, que pesquisam matéria inerte e espécies subumanas, geralmente se dão a liberdade de ignorar. Uma vez que mesmo o estudo de humanos como agentes conscientes é uma temática para a ciência social, por que usaríamos os métodos das ciências naturais para estudar Deus? Se ainda há dúvidas, Ele é sobre-humano.
Como, então, poderíamos definir a ciência sócio-espiritual da literatura Védica? Podemos definir a ciência social convencional ou similar como “a observação objetiva do reino natural através dos sentidos e de suas extensões”. Dado, todavia, que Deus é conhecido na literatura Védica como Adhoksaja (aquele além do alcance dos sentidos) e Acintya (inconcebível), a necessidade de se adaptar tal definição ao estudo da transcendência revela-se óbvia. Uma definição para a ciência transcendental que leva em conta a natureza transcendental de Deus poderia ser “a experiência subjetiva do reino transcendental através da consciência e de acordo com a direção das escrituras reveladas”.
Tal definição deixou de ser científica? Srila Prabhupada parece acreditar que não; ele se referia à prática da vida espiritual como a ciência da auto-realização. Revisemos os componentes dessa ciência e vejamos se tal perspectiva é justificada.
Para começarmos, a nossa nova definição de ciência envolve subjetividade ao invés de objetividade. A ciência moderna, no entanto, – através do princípio da incerteza de Heisenberg e da física quântica – trouxe o observador para dentro das equações físicas e o impediu de permanecer seguro na lateral do campo. Assim, a presença e as percepções da pessoa no ato de mensurar tingem sob todos os aspectos a mensuração, e não existe tal realidade expressa como conhecimento independente do conhecedor. Sim, tais verdades operam na escala quântica infinitesimal, mas o ponto é que a ciência convencional mostrou essencialmente que a objetividade é ilusória; de forma prática, portanto, não podemos ser criticados por falar em ciência com base em experiências subjetivas.
O próximo componente de nossa definição de ciência espiritual é o uso da consciência, ao invés de nossos sentidos físicos, como nosso instrumento primário de pesquisa. Isto obviamente viola a doutrina do naturalismo metodológico, a qual restringe as mensurações a instrumentos que expandem os sentidos; mas nossa definição ainda é científica em termos significativos?

A Ciência do Conhecer Deus 3

Para apreciarmos o valor do que a literatura Védica oferece, devemos, primeiramente, compreender que o estabelecimento científico estima o naturalismo e a falsificação em virtude desses ajudarem na distinção entre ciência e pseudociência. Os pesquisadores atuais são descendentes intelectuais do Iluminismo, um movimento na Europa oitocentista que mudou a visão da humanidade dos céus para a terra e cujos proponentes estimam a razão e o progresso sobre o dogma e a tradição. Deste modo, os membros da comunidade científica constantemente buscam delimitar a ciência de sorte a explorar o mundo através da razão e do intelecto, um caminho que é aberto ao empenho e à iniciativa individuais. Em contraste, eles vigilantemente expulsam ao reino da pseudociência qualquer abordagem que vejam como dependente de emoções subjetivas ou de recepção passiva, o que, para eles, comumente inclui religiões de todo tipo. Tanto o naturalismo como a falsificação auxiliam em tal separação, daí os pesquisadores do mainstream terem aceito-os como doutrinas.
Reconhecendo que a motivação fundamentadora de sua aceitação é bona fide – distinguindo indagações disciplinadas de alegações caprichosas – uma questão crítica é se tais doutrinas são o único meio para a obtenção desse fim, inobitenível pela aplicação da sabedoria Védica. Enquanto evitando as armadilhas que o naturalismo e a falsificação apresentam, a literatura Védica nos dá um meio para obtermos o conhecimento, meio este, no entanto, rigoroso, sistemático e verificável. Na verdade, o método Védico tradicional para se conhecer a Deus – como apresentado em escrituras como o Bhagavad-gita e o Srimad-Bhagavatam – é um modelo de boa ciência, embora uma ciência adaptada de maneiras inevitáveis para o estudo do espírito.
The Science of Knowing God
por Navin Jani

A Ciência do Conhecer Deus 2

Por que essas doutrinas gêmeas da ciência convencional, o naturalismo e a falsificação, tornam-se tão problemáticas quando aplicadas ao estudo do divino? Porque são injustificadamente cegantes. Realizemos um experimento mental para descobrirmos como. Suponha que os teístas veementes e talentosos, inigualáveis em sua execução de investigação científica convencional e consumados em sua dedicação a um ser divino onipotente, repentinamente tomam posse de todas as grandes universidades e grandes institutos de pesquisa. Passadas décadas de tempo, quão longe tais gênios tementes a Deus poderiam ir? Eles certamente poderiam descreditar toda teoria científica alguma vez proposta que não incluísse uma rigorosa concepção de Deus. Eles também poderiam propor elaborados modelos de composição própria tanto centrados em Deus como perfeitamente de acordo com todo dato empírico já observado. Mas a pergunta de um milhão de dólares é: Eles provariam a existência de Deus?
A resposta é não. Eles certamente tornariam o ateísmo uma postura irrazoável e que nenhuma pessoa inteligente teria a esperança de justificar. E eles elaborariam uma visão abrangente do mundo como dependente de Deus em todos os aspectos. Mas eles não provariam que Deus existe. O naturalismo os impediria de apresentarem dados e evidências transcendentais aos cinco sentidos, e a falsificação os impediria de estabelecerem qualquer espécie de verdade conclusiva. Presos por tais algemas ideológicas da ciência convencional que limita toda investigação a desprovar teorias por meio de dados naturais, eles jamais seriam capazes de produzir evidências positivas de uma entidade sobrenatural.
Então, onde ficamos nós, os racionalistas espiritualmente indagadores? Se, mesmo em tal cenário ideal, a ciência convencional não poderia nos dar a satisfação de saber que Deus existe, resta-nos apenas a fé cega no que as autoridades nos dizem? Não há nenhuma forma de se empregarem métodos racionais de observação e experimentação a fim de se compreender o Supremo? As escrituras Védicas da antiga Índia disponibilizam-nos precisamente tal alternativa.
The Science of Knowing God
por Navin Jani

A Ciência de Conhecer Deus 1

Aparentemente, escrever sobre Deus é a última moda entre os cientistas, tanto teístas como ateístas. Muitos de tais autores também foram convidados a palestrar a multidões em faculdades, e eles causam considerável alvoroço. Seria esta, contudo, a melhor maneira de se abordar a questão acerca da existência de Deus? A ciência convencional, particularmente suas formas “rígidas”, como a Física e a Biologia, não parece oferecer a instrumentária e técnicas apropriadas com as quais se chegar a uma resposta definitiva. Por outro lado, muitas abordagens religiosas parecem impedir a aplicação rigorosa da razão e a oportunidade para experimentação individual. Entre essas duas alternativas menos do que satisfatórias, a literatura Védica da Índia antiga oferece o que poderia ser uma promissora terceira opção. Para nos convencer de que tal opção é de fato promissora, teremos, primeiramente, de analisar por que a ciência convencional não dá conta do serviço; seguiremos, então, em frente para compreender como a ciência espiritual da literatura Védica é bem-sucedida em tal tarefa sem comprometer o que as pessoas modernas gostam na ciência.
Duas doutrinas cardinais apresentam grandes obstáculos para a ciência convencional como um meio para se conhecer Deus. A primeira é a doutrina do naturalismo, a suposição de que todo fenômeno natural possui causas naturais. (Natural, neste contexto, significa empiricamente observável, ou perceptível através dos cinco sentidos). Esta é uma suposição fundamental da pesquisa científica, e sua aceitação descarta efetivamente qualquer realidade além do alcance dos sentidos.
Tendo dito isto, há interpretações, de certa forma, mais leves dessa doutrina. Alguns cientistas distinguem entre naturalismo metafísico e metodológico. Naturalismo metafísico é a visão descrita acima de que, por trás de tudo no mundo, há uma causa empírica. De acordo com essa visão, o sol nasce em virtude da rotação da Terra, e certamente não em conseqüência de ser puxado por uma entidade imperceptível conduzindo uma quadriga dourada. O naturalismo metodológico, contudo, apenas limita o modo com que estudamos o mundo a observações empíricas (o que podemos tocar, ver, sentir e assim por diante), sem necessariamente desconsiderar explicações sobrenaturais para essas observações. Segundo essa visão, uma quadriga poderia possivelmente puxar o sol, mas o único modo para testar essa proposição seria usar telescópios e instrumentos similares. Assim, fenômenos sobrenaturais talvez existam, mas meios sobrenaturais não são permitidos como forma de verificá-los. Embora essa perspectiva seja mais acomodatícia, veremos a seguir que ainda é desnecessariamente restritiva para uma pessoa seriamente comprometida com a investigação da existência de Deus.
O segundo obstáculo é a doutrina da falsificação. Popularizada pelo filósofo da ciência Karl Popper, esta doutrina defende que, para uma declaração ser considerada científica, alguém deve ser capaz de provar que ela é falsa. Em outras palavras, se o cientista A faz alguma alegação, mas não há como o cientista B demonstrar que tal alegação é falsa, então a alegação é considerada não-científica. Se ela não pode ser testada, ela é desconsiderada. Uma conseqüência interessante de se aceitar tal critério para a ciência, conseqüência esta que exploraremos de modo mais completo posteriormente, é que se torna impossível provar algo. A pessoa pode apenas desprovar. Este é, no entanto, o funcionamento da ciência sob a doutrina da falsificação. A ciência aceita uma teoria se ela pode ser usada de forma a explicar e previr fidedignamente um fenômeno natural e se nenhum dado a contradiga. Se a teoria é refutada em algum ponto, então outra teoria é aceita, e, assim, o ciclo continua. Embora o conhecimento mercurial produzido de tal abordagem possa ser aceito para outros propósitos, ele não é uma base apropriada para a compreensão de Deus.
The Science of Knowing God
por Navin Jani

quinta-feira, 21 de maio de 2009


Com nossos atuais sentidos materializados não podemos perceber nada do Senhor trancendental. Nossos sentidos atuais têm de ser retificado pelo processo de serviço devocional, e então o Senhor em pessoa revelar-se-nos-á . Bhagavad-gita está confirmado que o Senhor transcendental só pode ser percebido através do serviço devocional puro. Desta forma, confirma-se nos Vedas que somente o serviço devocional pode aproximar alguém do Senhor, e que somente o serviço devocional pode revelá-lO. No Brahma-Samhita também está dito que o Senhor é sempre visível aos devotos cujos olhos foram ungidos com ungüento do serviço devocional. Assim, temos que nos informar sobre a forma transcendental do Senhor com pessoas que realmente O vêem com olhos perfeitos, ungidos com serviço devocional. No mundo material nem sempre podemos ver coisas com nossos próprios olhos; às vezes vemo-las através da experiência daqueles que realmente viram ou fizeram essas coisas. Se este é o processo para se experimentar um objeto mundano, ele é mais perfeitamente aplicável a temas transcendentais. Apenas com paciência e perseverança é que podemos compreender o tema transcendental referente à Verdade Absoluta e suas diferentes formas. Ele é amorfo para os neófitos, mas Se apresenta sob transcendental para o servo experiente.
Srimad Bhagavatam 1.3.4 sig

21 de Maio - Aparecimento de Vrindavana Dasa Thakura


Vrindavana Dasa Thakura foi o autor do Sri Caitanya Bhagavata, uma grande biografia do Senhor Caitanya Mahaprabhu. Ele é considerado a manifestação de Vyasadeva dos passatempos do Senhor Caitanya. Nasceu logo após o desaparecimento de Sri Caitanya Mahaprabhu. Na idade de vinte anos, aceitou iniciação formal do Senhor Nityananda. Sob a ordem do Senhor Nityananda escreveu o Sri Caitanya Bhagavata.

quarta-feira, 20 de maio de 2009


"Portanto, nós prescrevemos na nossa Sociedade que todos os nossos alunos devem cantar, pelo menos, dezesseis voltas diárias. Esse cantar deve ser sem ofensas para ser de elevada qualidade. O cantar mecânico não é tão poderoso como o cantar do Santo Nome sem ofensas." (SB 6.3.24):

"O cantar do Mantra Hare Krishna é recomendado até mesmo para as pessoas que cometem ofensas, porque se continuarem a cantar vão gradualmente cantar sem cometer ofensas. Ao cantar o Mantra Hare Krishna sem ofensas, um pessoa aumenta o seu amor por Krishna. " (Sri Hari Nama Cintamani, Namacarya Srila Haridasa Thakura):

"As dez ofensas ao Nome de Krsna somente poderão ser anuladas através de um cantar contínuo do Maha Mantra Hare Krishna de dia e de noite. Pelo constante cantar do Nome de Krsna as dez ofensas não serão capazes de envolver novamente aquele que está a cantar."

Significado de Srila Bhaktivinoda Thakura: "O cantar contínuo (Avisranta Nama), significa que só quem canta o Maha Mantra Hare Krsna com grande sentimento durante todo tempo de dia e de noite, excepto durante o tempo necessário para cumprir as necessidades básicas como dormir, etc, é capaz de destruir com sucesso a dez ofensas. As dez ofensas aos cantar não podem ser apagadas por qualquer outro tipo de actividade ou de expiação piedosa ".(SB 7.5.23):

"Enquanto canta o Santo Nome do Senhor, uma pessoa deve ter o cuidado de evitar estas dez ofensas. Não há como anular estas ofensas. Assim, recomenda-se que um ofensor aos pés de lótus do Santo Nome cante vinte e quatro horas por dia. O canto constante do Santo Nome fará com que a pessoa fique livre das ofensas e será gradualmente elevada à plataforma transcedental na qual pode cantar o Santo Nome puro e tornar-se um devoto que ama a Suprema Personalidade de Deus."
(Caitanya Bhagavata Adi 14.140):

"Os Vedas são totalmente incapazes de descrever plenamente as glórias de quem canta o Maha Mantra Hare Krsna constantemente de dia e de noite e até mesmo enquanto come e dorme."
(Cc Antya 20.18):

"Independentemente do tempo ou lugar ou quaisquer regras e regulamentos, uma pessoa que canta o Maha Mantra Hare Krsna, mesmo enquanto come ou dorme, atinge toda a perfeição".

(Cc Madhya 22.113):

Existem muitos princípios regulativos nos Sastras e instruções dadas pelo Mestre Espiritual. Estes princípios regulativos devem agir como agentes dum princípio básico, ou seja, devemos sempre nos lembrar de Sri Krishna e nunca nos esquecermos dEle. Isto é possível quando cantamos o Mantra Hare Krsna. Portanto, deve-se cantar Hare Krsna estritamente vinte e quatro horas por dia".

Oração ao Santo Nome


"Caro Santo Nome, por favor, permita-me provar o Néctar que traz consigo, permita-me experimentar plenamente Sua presença, permita-me sentir prazer e entusiasmo ao me encontrar consigo. Por favor, permita que eu me atraia por Si, que eu sempre deseje arduamente sua associação, e que eu nunca fique cansado de passar meu tempo consigo. E, por favor, revele-me como Você não é diferente de Sua forma, qualidades e passatempos – como Você está plenamente presente em Seu nome.Eu espero um dia ter tanta atração pelo Seu nome quanto tenho hoje por coisas materiais. E espero que, em um glorioso dia, esta atracção seja tão grande que outros queiram cantar e provar Seu nome simplesmente por estarem em minha presença.E tenho, por fim, dois últimos pedidos:Permita-me, por favor, sentir amor pelo Senhor enquanto canto Seu nome.Permita, por favor, que meu coração se derreta (ao menos uma vez em minha vida) enquanto canto Seu nome."
Mahatma Prabhu

HARE KRSNA HARE KRSNA KRSNA KRSNA HARE HARE
HARE RAMA HARE RAMA RAMA RAMA HARE HARE

sexta-feira, 15 de maio de 2009

PEQUENO DICIONÁRIO DE TERMOS VAISNAVAS



Atma - O "eu". Pode referir-se ao corpo, à mente ou à alma.
Acharya - Mestre espiritual que ensina através do exemplo.
Arati - Cerimônia de adoração para o prazer de Sri Krishna.
Ashrama - (1) Domicílio para aquele que se ocupa estritamente na execução da vida espiritual, (2) designação para as quatro divisões de desenvolvimento do ciclo da vida humana.
Ashtanga-yoga - O caminho óctuplo da yoga.
Asura - O oposto de uma pessoa divina (sura). Uma pessoa demoníaca.
Avatara - Alguém que descende do mundo espiritual. Uma encarnação do Senhor.
Bhagavad-gita - A canção de Deus (bhagavan - Deus; gita - canção).
Bhaktivedanta - A meta (antah) de todo o conhecimento (veda) é o serviço devocional à Krishna (bhakti) ou "a conclusão dos vedas é bhakti ".
Bhajan - Adoração a Krishna por meio de uma canção, normalmente realizada sentado.
Bhakta - Um devoto.
Bhaktin - Uma devota.
Bhoga - Alimento ou comida preparada, antes de oferecê-la para o prazer de Krishna.
Brahmachari - Estudante celibatário ou monge (usa roupa cor açafrão).
Brahman - A irradiação espiritual da Suprema Personalidade de Deus, Krishna.
Brahmana - Um professor sacerdotal da vida espriritual.
Brahma-muhurta - Período auspicioso de aproximadamente 1 hora e meia antes do amanhecer, que é muito favorável para as práticas espirituais.
Charanamrita - O líquido nectáreo com o qual se banha as Deidades.
Dandavat - Reverências prostradas. Cair como uma vara (danda) no chão.
Darshan - (literalmente: "ver"). Quando o devoto está na frente do guru ou das Deidades e é visto por eles e abençoado com compreensão e avanço espiritual.
Dashavatara - As dez encarnações de passatempos do Senhor Krishna.
Deva - Semideus ou pessoa divina (literal " div "- brilhar, por isso " deva ", "iluminado") .
Dharma - Religião. O que faz a índole de uma coisa ou de uma pessoa. Sanatana-dharma se refere ao dharma eterno da entidade viva, ou seja, o eterno servo de Deus.
Dhoti - A roupa inferior do corpo de um devoto.
Diksha - "Iniciação". A cerimônia formal da aceitação de um mestre espriritual como amigo e mestre vitalício. Nesta ocasião promete-se seguir até o fim da vida os 4 princípios regulativos e cantar pelo menos 16 voltas.
Ekadashi - Um dia especial para incrementar a lembrança em Krishna, e que acontece duas vezes ao mês (11 dias após a lua nova e 11 dias após a lua cheia). Neste dia jejuamos de todos os grãos e leguminosas.
Gayatri-mantra - O mantra que o devoto medita mentalmente após sua segunda iniciação.
Ghee - Manteiga purificada ou clarificada.
Gopi - A transcendental vaqueirinha que dá um exemplo máximo de devoção à Krishna.
Gopa - Amigo vaqueiro transcendental de Krishna.
Grihastha - Devoto casado (usa roupa branca).
Gunas - Os 3 modos do mundo material: sattva - bondade; rajas - paixão e tamas - ignorância.
Guru - Um mestre espiritual autêntico (literalmente guru significa "pesado", carregado com conhecimento espiritual.
Guru-kula - A "casa do guru " ou uma escola.
Hari nama - Canto congregacional dos santos nomes num lugar público em sankirtana em favor de todos os participantes.
Ista-goshthi - (Literalmente "falar sobre Krishna") Uma discussão entre devotos cuja meta é ajudar-se mutuamente no caminho da compreensão espiritual.
Jagad-guru - Guru de todo o mundo. Usado somente para Srila Prabhupada.
Japa - Recitação constante dos santos nomes do Senhor.
Jaya - "Todas as glórias!"
Jñana - Conhecimento.
Kala - Tempo eterno.
Kali - Deusa da energia material.
Kali-yuga - A era de desavenças.
Karma - (1) Atividade material baseada na regulamentação das escrituras. (2) Atividade para manutenção do corpo material. (3) Toda atividade material que provoca uma reação, e (4) reação material baseada em atividades fruitivas.
Karmi - Pessoa ocupada no processo acima na atividade fruitiva.
Karatalas - Pequenos címbalos de metal de sino (literalmente " kara " - mão, " tal " - sino).
Kirtana - Cantar o santo nome do Senhor.
Kurta - Camisa usada por devotos.
Lakshmi - A deusa da fortuna; ou dinheiro quando usado para Krishna.
Lila - Passatempos do Senhor e dos Seus devotos puros.
Mahaprabhu - Um nome de Sri Chaitanya, o mestre (prabhu) supremo (maha - grande).
Maha-prasadam - Prasadam oferecida diretamente às Deidades no altar.
Mangala - Auspicioso.
Mantra - Um hino ou som transcendental, que liberta a mente (" manah ") de (" trayate ") encobrimento material.
Maha-mantra - O mantra supremo, o mantra Hare Krishna.
Maya - A energia ilusória de Krishna, que leva as entidades vivas a esquecer o Senhor Supremo.
Mayapur - O lar transcendental (" dhama "), onde Sri Chaitanya apareceu e permanece eternamente.
Mayavadi - Impersonalistas ou nihilistas que crêm que Deus não tem forma e personalidade.
Mridanga - Tambor de dois lados com som muito doce e usado em kirtanas.
Mukti - Liberação.
Narayana - Um nome de Krishna na sua forma de quatro braços a qual preside o mundo espiritual.
Omkara - A sílaba sagrada " om " que representa Krishna e é recitado pelos transcendentalistas para atingir o Supremo ao executar sacrifícios, beneficiências e penitências.
Pandavas - Os cinco filhos do rei Pandu: Yudhishthira, Bhima, Arjuna, Nakula e Sahadeva.
Pañcatattva - As cinco verdades (Sri Chaitanya, Sri Nityananda, Sri Advaita, Sri Gadadhara e Srivasa)
Param Brahman - O Brahman Supremo, Krishna, a Suprema Personalidade de Deus.
Paramatma - A Superalma (param - o Supremo, atma - alma) o aspecto localizado do Senhor no coração de todos os seres vivos.
Parampara - Sucessão discipular, pela qual se transmite conhecimento espiritual.
Prabhu - "Mestre". Um devoto representa o mestre Supremo, Mahaprabhu e por isso responde pelo nome de prabhu, apesar dele se considerar o humilde servo dos outros. Os devotos referem-se entre si respeitosamente como " prabhus " e estão sempre prontos em trocar gentilizas entre si.
Prabhupada - (1) O mestre (prabhu), a cujos pés (pada) refugiam-se todos os outros mestres. (2) O mestre espiritual que assume a posição (pada) de representante do Senhor Supremo, e (3) Prabhu também significa "mestre dos sentidos" tal como svami.
Prajalpa - Conversa fútil e mundana, inútil para todos.
Prasadam - "Misericórdia" , ou um conceito usado para comida ou qualquer objeto, oferecido primeiramente ao Senhor.
Prema - Amor verdadeiro por Deus.
Puja - Uma cerimônia para adoração do guru ou das Deidades, o executante chama-se pujari.
Radharani - Radharani é a potência interna de prazer de Krishna. Ela é a energia pessoal de Krishna e portanto não difere dEle. Seu nome deriva da palavra aradhana, "prestar adoração" - Ela é a melhor adoradora e devota de Krishna.
Rama - (1) O nome da Verdade Absoluta como fonte de prazer espiritual. (2) Encarnação do Senhor como um rei perfeito (Sri Ramacandra) e (3) Uma abreviação de "Balarama", um dos nomes do Senhor.
Rasa - Sabor, relação entre o Senhor Supremo e as entidades vivas.
Sadbuja - a forma de seis braços do Senhor Chaitanya.
Sadhu - Santo, devoto.
Samadhi - Absorção em consciência de Krishna.
Sankirtana - A glorificação congregacional do Senhor pelo canto, dança ou outro tipo, difundindo as górias do Senhor.
Sannyasi - Um mestre na ordem de vida renunciada, chamado reispeitosamente de "Maharaja".
Sari - A roupa das devotas.
Shastra - Escritura revelada.
Shikha - Um tradicional tufo de cabelo atrás da cabeça, que diferencia um vaishnava (adepto do personaliamo) de um adepto do impersonalismo (como por exemplo as cabeças raspadas dos monges budistas).
Shloka - Uma unidade de verso sânscrito.
Srimad-Bhagavatam - O livro que descreve as belas histórias da Suprema Personalidade de Deus.
Tapasya - Aceitar por vontade própria condições que talvez não sejam muito confortáveis para o corpo, mas favorecem a vida espiritual.
Tilaka - Uma argila especial de rios sagrados (como Yamuna e Ganges), que marca o corpo de um devoto como um templo de Deus.
Tridanda - A vara (danda) usada por um sannyasi, feita de três varas de bambú amarradas, caracterizando que o corpo, a mente e as palavras são dedicadas exclusivamente ao serviço do Senhor. A pequena ponta superior curvada da danda mostra que sua alma também é rendida à Sri Krishna.
Tridandi Sannyasi - um devoto que tomou a iniciação sannyasa dos vaishnavas.
Vasudeva - pai de Krishna.
Vasudeva - Sri Krishna, o filho de Vasudeva.
Vaishnava - Devoto de Vishnu (Deus).
Vedas - Escrituras que se originam de Deus (literalmente "veda" significa conhecimento) .
Vijñana - A ciência do serviço devocional pela qual a gente se reconhece como eterno servo de Krishna (conhecimento realizado).
Vishnu - Um nome de Krishna como mantenedor dos mundos materiais.
Vrindavana - O local dos passatempos transcendentais de Sri Krishna, manifestados quando Ele estava presente na terra há cerca de 5.000 anos. Literalmente "floresta" (vana) de arbustres de Tulasi (vrinda).
Vyasasana - O assento (asana) de Vyasa ou do seu represenante.
Vyasadeva - O maior filósofo dos tempos antigos, que como encarnação autorizada do Senhor compilou as escrituras védicas.
Yajña - Sacrifício.
Yoga - União com o Senhor

Tecnologia não é liberdade. Na verdade, é um caminho livre pro inferno. Isso não é liberdade. Todos devem estar engajados em trabalho de acordo com sua habilidade. Se você tem uma inteligência boa, você pode fazer o trabalho de um brahmana – estudando as escrituras e escrevendo livros, dando conhecimento aos outros. Esse é o trabalho do brahmana. Você não precisa se incomodar com sua subsistência. A sociedade irá suprir isso. Na civilização Védica os brahmanas não trabalhavam por um salário. Eles eram ocupados estudando a literatura Védica e ensinando outros, e a sociedade lhes dava comida. Assim para os kshatriyas, eles devem dar proteção aos outros membros da sociedade. Lá haverá perigo, haverá ataque, e os kshatriyas devem proteger as pessoas. Por essa razão eles devem coletar impostos. Então, aqueles que são menos inteligentes do que os kshatriyas são vaishyas, a comunidade mercantil, que estão engajados em produzir comida e dar proteção às vacas. Essas coisas são requeridas. E finalmente há os shudras, que ajudam as três classes superiores. Essa é a divisão natural da sociedade, e é muito bom, porque foi criada pelo próprio Krishna (catur-varnyam maya srstam). Todos estão empregados. A classe inteligente está empregada, a classe marcial está empregada, a classe mercantil está empregada, e o resto, os shudras, também estão empregados. Não há necessidade de formar partidos políticos e brigas. Nos tempos Védicos não existia tal tipo de coisa. O rei era o supervisor que via se todos estavam engajados em suas respectivas ocupações. Então as pessoas não tinham tempo de formar falsos partidos políticos e fazer agitações e brigar uns com os outros. Não havia nenhuma chance. Mas o início de tudo é compreender, “eu não sou este corpo”, e isso é enfatizado de novo e de novo por Krishna no Bhagavad-gita.
Originalmente publicado na revista Back to Godhead,
Maio/junho 2009

A prática de se deixar dirigir


É muito fácil se perder nos momentos de confusão e deixar o carro do corpo agir descontroladamente. Nesses momentos deve-se ter a lucidez de ouvir o que se chama de intuição, ou melhor, a voz do coração, ou ainda, Paramatma ( o aspecto de Deus localizado no coração de toda entidade viva). Ele é o eu superior e serve de motorista para nossas vidas. Quando temos que tomar decisões, não adianta ficar desesperado ou esperar milagres. Temos o poder dentro de nós de captar a voz do eu superior. Ela poderá vir de inúmeras formas, seja como intuição interna, seja na forma de conselhos, instruções e recomendações. Esteja atento!
Eneas Guerriero em "Levante-se e Lute"

quinta-feira, 14 de maio de 2009




Todos têm desejos, mesmo aqueles entre os espiritualistas. Os jnanis desejam a liberação, e os yogis querem os siddhis místicos. Contudo, enquanto alguém deseja algo para si mesmo além de Krsna, ele ou ela não pode estar em paz. Quando um devoto deseja ir de volta ao Supremo, não apenas para se livrar das dificuldades do mundo material, mas para se tornar puro e servir Radha e Krsna, então isto não é um desejo egoísta, senão que é a natureza pura da alma desejar desfrutar com Krsna servindo-O.
À proporção que o nosso relacionamento com Krsna é revivido e se torna cada vez mais forte, o serviço a Krsna se torna mais importante do que ir para a morada de Krsna, pois é através do serviço devocional que estamos conectados com Krsna. O devoto puro de Krsna sente verdadeiramente a presença de Krsna em toda parte.
Sua Santidade Romapada Svami

14 de Maio - Desaparecimento de Ramananda Raya


RAMANANDA RAYA foi um dos associados mais íntimos do Senhor Caitanya Mahaprabhu. O Senhor Caitanya Mahaprabhu discutia com ele os tópicos mais confidenciais da consciência de Krishna, e, na companhia dele, o Senhor Caitanya apreciava os sentimentos mais profundos do serviço devocional.

Neste mundo material as pessoas recebem denominações ou classificações, mas, afinal de contas, este mundo não é um lugar onde se possa viver feliz. Este mundo é temporário e cheio de misérias, e não serve para ser habitado por um cavalheiro sensato....
Ninguém deve ficar neste mundo temporário, que é cheio de misérias. Todos devem refugiar-se no âmago da Suprema Personalidade de Deus para poderem ser eternamente felizes. O serviço devocional ao Senhor é o único processo pelo qual se podem resolver todos os problemas de todas as classes de homens. Todos devem, portanto, adotar a consciência de Krishna (Deus) e tornar sua vida perfeita.

Srila Prabhupada (BG 9.33)

quarta-feira, 13 de maio de 2009


Tenha auto-estima e reconheça o valor em si mesmo, entendendo que você é parte do todo. Se você desenvolve amor ao todo, também vai ter amor a si próprio, reconhecendo seu eu interior.

Tudo na natureza tem seu ritmo, ou seu fluxo A água flui rio abaixo até o oceano, e, assim como ela, tudo tem seu ritmo, funcionando de maneira natural, fácil e sempre certa. As dificuldades surgem quando queremos fazer algo contra a natureza.

É sempre bom analisar e ver se estamos agindo corretamente ou querendo forçar algo que naturalmente não somos. A ação ou o trabalho devem ser feitos prazerosamente e não como uma obrigação imposta. Quando encontramos a fórmula de trabalhar de acordo com nossa naturez, tudo flui automaticamente e nos sentimos iluminados.

Iswara Prabhu

Não se acaba com um desejo, muito menos se consegue dominá-lo de maneira grosseira. Desejo é o impulso de se querer algo, ou melhor, relacionar-se ou unir-se a algo. Em seu estado mais elevado, o desejo é o impulso de se relacionar com o ser superior. Isso é a sublimação do desejo.

Assim, faz-se necessário um processo gradual de se elevar os desejos grosseiros, cegos e ardentes, até os desejos mais puros do ser. E como aplicar isso na vida? Seja honesto consigo e analise os seus desejos. Veja quais são os mais fortes, os que ainda faltam ser satisfeitos, os que serão benéficos e aqueles que vão atrapalhar. Com o bom senso, pondere quais valem a pena serem satisfeitos e quais devem ser mantidos em quarentena.

Iswara Prabhu

terça-feira, 12 de maio de 2009


Compreender o Bhagavad-gita é um fenômeno tão transcendental que qualquer um que se torne versado nos tópicos comentados por Arjuna e Krishna se torna virtuoso e não consegue se esquecer dessa conversa. Esta posição transcendental é vida espiritual. Em outras palavras, quem ouve o Gita ser transmitido pela fonte correta, ou seja, diretamente por Krishna, atinge plena consciência de Krishna. O resultado da consciência de Krishna é que o devoto se ilumina cada vez mais, e desfruta a vida com emoção, não só por algum tempo, mas a cada momento.

A.C. Bhaktivedanta Srila Prabhupada (BG18.76)

domingo, 10 de maio de 2009


Em bhakti fazemos o que podemos, nunca é uma questão de pegar ou largar. Se pronunciar uma única vez o nome de Krishna em sua vida, já teve uma vida bem-sucedida. Se pronunciar uma única vez o nome de Krishna em sua vida, já está muito bem situado em bhakti. Agora se puder fazer tudo que está recomendado nas escrituras, então nem imagina o que lhe aguarda. O simples fato é que quanto mais se dedicar, mais vai se beneficiar. O retorno é milhares de vezes superior ao seu esforço. É dito que para cada passo que você dá em direção a krishna, Ele dá dez em sua direção. E olhe que Deus tem um passo grande!

Consciência de Krishna não é algo barato, nem fácil de atingir. Tudo que é bom na vida requer entusiasmo, dedicação, paciência, esforço, etc. Tenha isso em mente e seja determinado e fixo em suas práticas de bhakti.

O importante é manter-se humilde e tolerante, sempre fazendo seu possível, esforçando-se ao máximo, mas sempre dependendo e suplicando pela misericórdia e ajuda de Krishna. Afinal, Ele é nosso pai, nosso melhor amigo. Ele é o Todo poderoso e a tudo controla. Bhakti é, no fundo, um processo de realizarmos apenas isso, de novamente nos abrigar, nos render, a essa pessoa maravilhosa, a Suprema Personalidade de Deus, deixando assim nosso amor natural por Ele se manifestar e então agir sob a inspiração desse crescente e ilimitado amor. Deixando que esse amor guie nossas vidas, nossãs ações, nossas palavras, nossos desejos. Isso é bhakti-yoga.
Gustavo Dauster

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dia 2 de Maio, aparecimento de Sita Devi


Srimati Sita Devi é uma manifestação da Deusa da Fortuna, Lakshmi Devi, é a consorte eterna do Senhor Ramachandra. Quando o Senhor Ramachandra foi banido para a floresta de Dandakaranya, Sita Devi deixou os confortos do palácio real para se unir a Ele. Enquanto na floresta, ela foi raptada pelo rei demoníaco Ravana, contudo, apesar de seus esforços para desfrutar de Sua beleza, ela permaneceu sempre dedicada ao Senhor Ramachandra.