sexta-feira, 30 de maio de 2008

Varnasrama



"Todas as entidades vivas são como centelhas do fogo supremo, e, deste modo, não sei se eu, uma centelha minúscula serei capaz de me ocupar no transcendental serviço amoroso a este fogo supremo, o Senhor Krishna".

"Estes são os princípios gerais a serem seguidos por todos os seres humanos: veracidade, misericórdia, austeridade (observar jejum em certos dias do mês), banhar-se duas vezes por dia, tolerância, distinguir entre o certo e o errado, controle da mente, controle dos sentidos, não-violência, celibato, caridade, leitura das escrituras, simplicidade, satisfação, prestar serviço às pessoas santas, deixar gradualmente as ocupações desnecessárias, perceber quão fúteis são as actividades desnecessárias da sociedade humana, permanecer silencioso e grave e evitar conversas inúteis, analisar se a pessoa é o corpo ou a alma, distribuição equânime de alimentos para todas as entidades vivas (tanto para os homens como para os animais), ver toda alma (especialmente sob a forma humana) como parte do Senhor Supremo, ouvir sobre as actividades e instrucões da Suprema Personalidade de Deus (que é o refúgio das pessoas santas), glorificar estas actividades e instrucções, sempre lembrar-se destas actividades e instrucções, procurar prestar serviço, executar adoração, oferecer reverências, tornar-se servo, tornar-se amigo e render-se completamente. Ó rei Yudhisthira, estas trinta qualificações devem ser adquiridas na forma de vida humana. Pelo simples facto de adquiri-las, a pessoa pode satisfazer a Suprema Personalidade de Deus."

Srimad Bhagavatam 7.11.8-12

terça-feira, 27 de maio de 2008

Aparecimento do Senhor Jagannatha



Há muitos milhares de anos atrás, em Bharatavarsa, o rei Indradyumna, da dinastia Surya Vamsa, governava a província de Utkal, atualmente Orissa. Seu grande desejo era realizar alguma obra maravilhosa que superasse o que outros homens haviam feito.
Como era um devoto de Vishnu, foi inspirado pelo senhor a que construísse o maior templo do mundo. Mas para construir este templo, Primeiro, pensou o rei, devo ter a deidade mais bela deste planeta. Mas, onde consegui-la?
Nesta noite, o rei teve um sonho revelador. Viu uma colina muito bonita, rodeada de bosques muito verdes, flores e arbustos. Uma voz disse-lhe que a colina chamava-se Nilacala e que possuía uma caverna, dentro da qual se encontrava a Deidade de Nilamadhava, uma forma do senhor Krishna de cor azul. Quando acordou o rei pensou em sair imediatamente à procura da Deidade, mas nem ele, tampouco nenhum de seus conselheiros sabiam onde ficava Nilacala. Após instruir seus mensageiros, os enviou a procura da colina. Um deles era um jovem de aspecto muito nobre, cujo nome era Vidyapati, o qual estava determinado a encontrar a colina.
Depois de muitos dias de buscas inúteis, e através de várias florestas, sua comida e água haviam acabado, e ao procurar uma aldeia onde reabastecesse suas provisões, ele se perdeu. Seu cavalo estava exausto. Assim, ele desmontou e prosseguiu caminhando durante vários dias. Finalmente, cansado e faminto ele sentou-se embaixo de uma árvore. Pouco depois ouviu um som de cascavel e alguém cantando. Ele pensou estar delirando quando viu aparecer um menino vaqueiro e muitas vacas.
Ao notar o estado de Vidyapati, o menino ordenhou uma das vacas e deu-lhe leite fresco para beber, com o qual Vidyapati se revigorou. O menino perguntou-lhe o que fazia um jovem de aparência palaciana naquele lugar e Vidyapati explicou-lhe sua missão e perguntou se o menino conhecia a colina Nilacala. O vaqueirinho disse-lhe que conhecia a colina, mas que não podia dizer-lhe onde estava que deveria procurá-la pessoalmente com fé e sinceridade, que assim a encontraria.
Vidyapati viu que o menino desapareceu e se deu conta que o Senhor manifestou-se para ajudá-lo. Continuando seu caminho chegou a um rio, onde várias jovens pegavam água; elas se assustaram ao vê-lo, mas como notaram que ele não tinha más intenções, uma delas aproximou-se: seu nome era Lalita, filha de Visvavasu, chefe de uma aldeia tribal situada a pouca distância. Ela o apresentou ao seu pai, que o recebeu como a um convidado. Devido a seu pressentimento Vidyapati não mencionou sua missão; passou muitos dias neste lugar recuperando- se e gostou tanto da hospitalidade desse povo que desejou ficar e viver ali. Lalita, com sua beleza e atenções roubou-lhe o coração, e depois de algum, tempo casaram-se. Vidyapati notou algo estranho no comportamento do seu sogro: a cada amanhecer Visvavasu saia para algum lugar fora da aldeia e voltava ao anoitecer. Isto o intrigou e ele perguntou a Lalita se sabia algo sobre o comportamento de seu pai. Lalita disse que não podia dizer-lhe nada porque seu pai se zangaria com ela, e que, por outro lado, não era nada importante que o preocupasse. Vidyapati disse-lhe, que não era bom haver segredos entre esposo e esposa. Então, Lalita contou-lhe que seu pai ia à caverna de uma colina para adorar o Senhor Nilamadhava, uma deidade que apenas ele sabia onde estava.
No dia seguinte, Vidyapati pediu a Visvavasu que lhe mostrasse sua deidade, e obteve uma resposta negativa. Visvavasu queria manter segredo da existência da deidade e, para isso, apenas ele deveria conhecer onde Ela se encontrava.
Finalmente, diante dos apelos de sua filha, Visvavasu aceitou levar Vidyapati à colina, mas com uma condição: ele cobriria seus olhos até a caverna, pois assim Vidyapati não saberia como chegar por seus próprios meios. Vidyapati concordou.
Nessa noite, Vidyapati foi à cozinha e pegou um punhado de sementes de mostarda, pôs em uma bolsa e escondeu dentro de suas roupas. Pela manhã, puseram-se a caminho, Visvavasu na frente e Vidyapati vendado atrás. À medida que avançavam ia deixando cair às sementes de mostarda no chão. Embora se sentisse muito triste em enganar o sogro, sabia que tinha um dever a cumprir com o rei. Quando chegaram à colina, Visvavasu conduziu Vidyapati à caverna e descobriu seus olhos. Então, diante dele, apareceu a mais bela forma que ele jamais havia visto: o todo atrativo Krishna, com Seu rosto de lótus sorrindo bondosamente, Sua maravilhosa cor azul, Sua forma sempre jovem estava ali. Realmente era a deidade digna para o templo que o rei queria construir. Enquanto estava assim encantado olhando o Senhor, Visvavasu voltou a cobrir seus olhos. Isto desgostou o jovem, o qual protestou pedindo-lhe que o deixasse olhar um pouco mais, mas Visvavasu disse que esta era a sua caverna, sua deidade e que ele deveria estar agradecido por haver podido vê-la uma vez. Visyavasu foi conduzido novamente com seus olhos cobertos de volta à aldeia. Ele então esperou a estação das chuvas pacientemente e alguns dias depois que estas chegaram, saiu procurando as plantas de mostarda que haviam brotado das sementes que ele espalhou.
Uma vez encontradas as primeiras, foi fácil seguir o caminho marcado por elas. Assim, chegou até a colina e sua caverna. Entrou na caverna e ali estava o Senhor! Agora podia olhá-la o quanto quisesse: ninguém o impediria. Havendo encontrado o que o rei tinha lhe encomendado, Vidyapati decidiu partir. Voltou à aldeia e pediu autorização a Visvavasu para voltar ao seu reino junto com Lalita. Visvavasu concordou e deu-lhe suas bênçãos.
Uma vez no palácio, Vidyapati relatou o sucedido ao rei Indradyumna, o qual, com grande êxtase, organizou rapidamente uma caravana, protegida por um grande exército e partiu para pegar a deidade de Nilamadhava.
Encabeçando a caravana ia Vidyapati, atrás, em um grande elefante ia o rei acompanhado de sua esposa Gundicha.
O rei comentou com sua esposa, que tiraria a deidade do egoísta Visvavasu e que Ela seria só sua dali em diante.
Gundicha ficou desgostosa ao escutar a bobagem do rei e o repreendeu, dizendo-lhe que o Senhor pertence a todos os Seus devotos e que Sua aparição na forma da deidade é para beneficiar a todas as entidades vivas e que ninguém pode dizer-se o dono do Senhor. Mas o dano já estava feito. O Senhor Nilamadhava não gostou do comportamento do rei e nesse mesmo momento um vento muito forte começou a levantar-se na colina de Nilacala, convertendo- se em um furacão de areia e terra que fortemente se abateu sobre a colina. Depois de um momento o vento parou. Nilacala já não existia, nem os bosques. Apenas o deserto se via agora ali. O Senhor se escondera dos olhos dos homens.
Quando, dias depois Yndradyumna chegou, só encontrou um deserto. Vidyapati estava desorientado, e não entendia o que havia acontecido. Nesse momento os guardas viram um homem escondendo-se atrás de umas poucas árvores que ficaram. O homem foi preso e conduzido até o rei. Vidyapati se deu conta que era seu sogro, Visvavasu e contou ao rei. O rei interrogou acerca do paradeiro da deidade e Visvavasu contou-lhe como a tempestade havia coberto toda a colina de Nilacala. Mas o rei não acreditou na estória e o manteve preso pensando que tudo isso era um plano para esconder Nilamadhava. Yndradyumna estava frustrado e devido a sua tristeza lágrimas rolavam de seus olhos.
Nessa noite o rei teve um sonho onde o Senhor apareceu e disse-lhe que suas lágrimas haviam-no comovido! O Senhor disse: “Eu não posso aparecer mais como Nilamadhava, esta Minha forma deixou o mundo para sempre, mas, aparecerei na forma de um Daru (tronco de madeira) flutuando no mar. Vá à praia amanha e Eu aparecerei”.
Na manha seguinte o rei foi com seus homens à praia e começaram a procurar. Depois de uma intensa busca, um grupo de guerreiros viu um grande tronco de árvore flutuando perto da beira-mar. Os sacerdotes a analisaram e viram que possuía os quatro símbolos de Vishhnu desenvolvidos naturalmente. Logo trataram de tirá-la da água com um elefante, mas o tronco de madeira nem se moveu. O rei mandou que todos os elefantes, cavalos e homens presentes o retirassem, mas tampouco conseguiram. Yndradyumna se deu conta que o Senhor havia colocado um novo obstáculo em seu caminho. Começou a orar à Vishnu e pouco depois uma voz o fez saber que deveria libertar Visvavasu, o qual era um devoto muito querido do Senhor e que junto com ele poderiam mover o tronco de árvore para tirá-la do mar.
O rei foi imediatamente libertar Visvavasu. Logo após fazê-lo o rei ofereceu suas reverências e implorou seu perdão por todas as ofensas cometidas. Continuando o rei lhe contou tudo sobre a manifestação do Senhor como um Daru. Ambos foram ao mar, entraram e muito facilmente e sem ajuda de ninguém levantaram o Daru e o retiraram. Com o consentimento de Visvavasu, Yndradyumna começou a fazer arranjos para colocar o Daru no templo, da maneira como o haviam encontrado.
Entretanto Gundica, a esposa do rei, propôs mandar talhar uma Murti de Nilamadhava no Daru. O rei gostou da idéia e convocou os melhores artistas do planeta para que fizessem à obra, mas eles não conseguiram fazer nem uma marca na madeira. Suas ferramentas se quebravam. Assim, um novo obstáculo apareceu. Quando o rei estava conversando com Gundica sobre o que fazer, um ancião apareceu diante deles dizendo que podia fazê-lo.
Yndradyumna entendeu que esta pessoa devia ser Visvakarma, o arquiteto dos planetas celestiais, que havia se disfarçado para passar despercebido. O rei começou a explicar-lhe o que queria, mas o ancião disse que lhe talharia uma Murti de acordo com o seu gosto, e que necessitava de uma residência por quinze dias para trabalhar sem ser perturbado. Ninguém deveria ousar abrir a porta neste período, pois se o fizesse, ele desapareceria deixando o trabalho incompleto. O rei concordou e o Daru foi colocado em um quarto onde o ancião se trancou.
Depois de dez dias, Gundicha começou a alarmar-se, pois já não se escutava nada. Ela disse ao rei que talvez o homem houvesse morrido de fome ou sede, e que seria melhor abrir a porta. Apesar das advertências feitas por Visvakarma, também o rei começou a duvidar se não havia acontecido algo anormal dentro do quarto. Então decidiram entrar e ver por si mesmo.
Quando a porta se abriu, não encontraram o ancião e sobre a mesa de trabalho apenas viam-se três formas muito estranhas talhadas na madeira. Eles pensaram que ao quebrarem sua promessa, Visvakarma havia ido embora deixando assim sua obra incompleta.
O rei caiu em um estado de profunda tristeza, enquanto Gundica culpava-se do que havia acontecido. Ambos estavam chorando, quando nesse momento apareceu Narada Muni. Depois de ser adorado apropriadamente, Narada informou-lhes que estava regressando de Vaikunta e que o Senhor Vishnu lhe havia pedido que informasse que era Seu desejo aparecer naquelas formas neste planeta, tal como estava sobre a mesa de trabalho de Visvakarma. As formas de Jagannatha (o Senhor Krishna) e as de Baladeva e Subadra (Suas expansões com Seu irmão e irmã).
Isto causou muita felicidade ao rei o qual decidiu começar imediatamente a construção do templo mais belo e opulento da face da terra. Milhares de artistas e operários utilizando suas energias ao máximo trabalharam durante meses.
O gigantesco templo foi tomando forma, enquanto isso o rei reuniu milhares de vacas em um curral próximo ao templo em construção, com a finalidade de doá-las aos brahmanas, aos pobres e aos operários no dia em que o templo estivesse pronto.
Por fim templo ficou pronto; como havia prometido o rei deu as vacas. Quando estas saíram do curral onde haviam permanecido durante tanto tempo viram que havia se formado um profundo poço devido às pegadas das vacas. Uma corrente subterrânea surgiu criando-se assim um lago de águas claras e doces. Rapidamente este se povoou de pássaros, peixes e tartarugas. Narada o batizou de “Lago Yndradyumna”. Narada estava tão feliz de ver o templo terminado que propôs ao rei irem juntos convidar o senhor Brahma para vir á terra para que esse visse o templo. O rei concordou e despediu-se de Gundica. Ela sentiu-se mal, pois compreendeu que não varia mais a seu esposo; Yndradyumna porém não se deu conta do que ela queria dizer e despediu-se como se regressasse logo.
Ao chegar a Brahmaloka, o senhor Brahma estava meditando, assim tiveram que esperar algumas horas. Quando Brahma terminou sua meditação e abriu seus olhos, Narada lhe ofereceu respeitosas reverências e o convidou a visitar o templo de Vishnu tão bonito e opulento que Yndradyumna havia construído. O senhor Brahma concordou e pediu-lhes que fossem na frente para fazer os preparativos.
Eles passaram apenas um dia em Brahmaloka, o planeta mais elevado do universo, mas isso na terra significa que milhares de dinastias haviam surgido e desaparecido. Diferentes reis haviam governado Utkal enquanto Yndradyumna visitava Brahmaloka por um dia.
Um deles, chamado Gala Madhava, encontrava-se um dia percorrendo a costa a cavalo, enquanto pensavam na grande dinastia que, segundo a história havia existido neste lugar, a milhares de anos atrás. Nesse momento seu cavalo tropeçou e ambos caíram no chão. O rei procurou a causa da queda do cavalo e viu algo parecido com a ponta da torre de um templo enterrado na areia. Curioso com o achado ordenou a escavação e logo viu surgir entre as areias um fabuloso templo: o templo que Yndradyumna havia construído! Depois de muitas gerações, o templo havia sido abandonado e coberto pela areia. O rei não sabia quem o havia construído, nem a história da deidade, mas ele estava satisfeito por sua descoberta e decidiu restaurá-lo e instalou suas deidades nele.
Um tempo depois Narada e Yndradyumna desceram a terra, Yndradyumna notou que as coisas estavam diferentes, isto não era o que ele havia deixado antes de acontecido, explicou ao rei que devido à sua alegria por ver o templo terminado e desejando convidar ao senhor Brahma para que o visse, não havia levado em conta as diferenças de tempo. Ele pediu que o rei o perdoasse. O rei estava desesperado. Sua esposa Gundica, seus filhos, seu reinado! Tudo perdido!
Narada o consolou, pregando-lhe sobre a transcendência e lhe aconselhou que dedicasse sua vida ao templo como sacerdote. O rei aceitou os conselhos e ambos dirigiram-se ao templo. Quando entraram viram Gala Madhava adorando suas deidades, ele perguntou-lhes como ousavam entrar tão ruidosamente e interromper a cerimônia. Indradyumna apresentou-se e reclamou a posse do templo, sendo respaldado por Narada, mais Gala Madhava pensava que eles eram loucos: “Um rei que governou a milhares de anos atrás e ainda assim estava vivo?”
Ele pediu provas a Yndradyumna de que o templo lhe pertencia. Eles saíram do templo enquanto falavam e chegaram à frente do lago. Yndradyumna disse-lhe que todas as pessoas que ele conhecera, haviam desaparecido há muitos anos atrás. Quem provaria sua identidade?
Neste momento uma grande tartaruga saiu do lago e começou a falar. Ela disse que se eles estivessem dispostos a acreditar em uma velha tartaruga, ela seria a prova que Yndradyumna precisava. Seu nome era Akupar e recordava-se de Yndradyumna como o rei que construiu o templo e completou lembrando-lhes que a tartaruga possuía uma grande memória.
No mesmo momento o senhor Brahma se fez presente confirmando assim o que havia sido dito pela tartaruga. Gala Madhava se desculpou com Yndradyumna, o qual imediatamente entrou no templo a procura das deidades de madeira, que permaneciam esquecidas em um canto do templo.
Depois, Yndradyumna preparou a instalação das três Murtis. O senhor Brahma pessoalmente realizou o Pranapratistha Puja (a cerimônia de instalação), logo ao terminar, disse a Yndradyumna que lhe pedisse um desejo. Yndradyumna pediu que depois que ele abandonasse o corpo ninguém reclamasse a posse do templo, senão que pertenceria a toda a humanidade. Brahma gostou do seu pedido e deu a deidade o nome de Jagannatha Swami “O Senhor do universo” e também abençoou ao rei com a fama imperecível.
Yndradyumna é lembrado em Orissa até esta data. Aqueles que o ajudaram em seu serviço tampouco são esquecidos. As memórias de Gundica Devi, Vidyapati, Lalita e Visvavasu, continuam no magnífico festival de carros do Senhor Jagannatha, o Ratha Yatra, que todos os anos se realizam em Puri.


sexta-feira, 23 de maio de 2008

Embora absoluto e não-diferenciados, o corpo espiritual de Krsna é, ao mesmo tempo, pleno de variedade. Ele tem variados sentidos apenas para o Seu desfrute, não por ser dependente deles para diferentes funcionalidades. O erro que estudantes da ciência transcendental freqüentemente cometem é tentar entender o Reino Absoluto com a ajuda de sua inteligência limitada: ouvindo descrições como esta de onipotência e onipresença, eles imaginam que a Verdade Absoluta seja alguma forma homogeneizada, uma energia uniforme sem nenhuma forma ou qualidades e sem sentidos variados. Estes são os impersonalistas a quem Krsna Se refere no Bhagavad-gita como entendedores equivocados. Krsna é o Desfrutador Supremo, e, como diz o ditado: "A variedade é a mãe do prazer". As potências inconcebíveis de Seu corpo espiritual destinam-se ao Seu desfrute, e Sua morada espiritual é plena de variedade pela mesma razão.
Srila Visvanatha Cakravarti Thakura aponta que, embora o Senhor possa executar qualquer função com qualquer um de Seus sentidos, em Seus passatempos transcendentais como Sri Krsna, Ele geralmente vê com Seus olhos, toca com Suas mãos, ouve com Seus ouvidos e assim por diante. Ele, portanto, comporta-Se como o mais belo e charmoso vaqueirinho. (Cf. SB 10.14.2 sig.). E sempre que Ele use alguma parte de Seu corpo de forma extraordinária, isto também é com o propósito de aumentar Seu desfrute, aumentando a variedade de Suas ilimitadas maneiras de agir. Ao mesmo tempo, Ele está exibindo Sua supremacia através desses atos; por exemplo, ao entrar em Mathura, Krsna corrigiu a corcunda de Kubja com Seus dedos das mãos e dos pés, e, com os mesmos dedos das mãos, Ele separou a cabeça do lavador de seu torso!
As entidades vivas não possuem essa onipotência constitucionalmente - esta é a distinção entre o Senhor Supremo e a entidade viva diminuta; mas Krsna pode decidir investir tal capacidade em alguma entidade viva, que obteria esses poderes místicos por Sua graça.

por Romapada Svami



















quinta-feira, 22 de maio de 2008

Madhavendra Puri a sonhar com Gopala.



Em Remuna na Orissa, no Templo de Gopinatha, oferecem à Deidade um Ksira (Arroz doce) conhecido como Amrta Keli, um arroz doce cremoso com leite condensado e passas.
A 500 anos atrás quando Madhavendra Puri foi buscar Sândalo para a Deidade de Gopala passou por este Templo. Quando ele viu o delicioso Ksira oferecida à Deidade neste Templo, quis experimentar para fazer igual para Sri Gopala. Mas ele somente aceitava alimentos quando lhes eram oferecidos. Como ninguém ofereceru Ksira a Madhavendra Puri ele deixou o Templo sem experimentá-lo. O Pujari de Gopinatha teve um sonho, aonde Gopinatha disse que havia escondido algum Ksira debaixo de Sua roupa, e que o Pujari deveria da-lo a Madhavendra Puri
Então a Deidade de Gopinatha passou a chamar-se Ksira Cora (ladrão) Gopinatha.
Madhavendra Puri estabeleceu um Ashram em Remuna. Suas sandálias de madeira (Karam) são adoradas nesta Ashram até hoje.

Madhavendra Puri introduziu o conceito de Madhurya Bhava (Amor conjugal) na Sampradaya de Madhvacarya. Madhavendra Puri plantou a semente de Madhurya Prema Bhakti, e Sri Caitanya Mahaprabhu tornou-Se a árvore frondosa que fornece os doces frutos de Madhurya Krsna Prema para todos nós. Ele também revelou o conceito de Viraha Bhava, o humor de separação de Deus. A Viraha Bhava de Mahaprabhu começou com um verso falado por Madhavendra Puri, Seu Parama Guru, e isto incrementou a medida que o Senhor ouvia o décimo canto do Srimad Bhagavatam, o Krsna Karnamrta, o Gita Govinda, o Padyavali, e os poemas amorosos de Candidasa e Vidyapati.

O verso de Madhavendra puri é:

ayi dina dayadra natha he
mathura natha kadavalokyase
hrdayam tvad aloka kataram
dayita bhramyati kim karoty aham

"Ó compassivo Senhor dos pobres e humildes!
Ó Senhor de Mathura!
Quando eu O verei novamente?
Sem vê-Lo, meu coração tornou-se muito aflito.
Ó meu amado, estou subjugado.
O que farei agora?" Cc Madhya 4.197

Sri Krsna Dasa Kaviraja Goswami explica que este verso é Rasa Kavya (o melhor verso dentro de todo o tesouro da poesia Rasika).

Na verdade este verso foi falado por Radharani, que por Sua (dEla) misericórdia colocou este verso na boca de Madhavendra Puri. Poucas palavras deste verso faziam Mahaprabhu perder a consciência externa, e faziam-nO dançar no oceano de Divyonmada Mahabhava, as loucuras de emoções extáticas de Sri Radha encontradas no Brahmar Gita (SB 10.47).
Os Gaudiya Vaisnavas concluem que a brisa agradável do amor extático exibido pelo Senhor Gauranga enquando dos Seus passatempos manifestos começou com Madhavendra Puri.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Srimad Bhagavatam 4.29





“As entidades vivas procuram neutralizar diferentes condições miseráveis pertinentes à providência, a outras entidades vivas ou ao corpo e à mente. Mesmo assim, elas são obrigadas a permanecer condicionadas pelas leis da natureza, apesar de todas as tentativas de contrariar essas leis.”


SIGNIFICADO
Assim como um cão vaga para cá e para lá em troca de um pedaço de pão ou de pancadas, da mesma forma, a entidade viva divaga perpetuamente, tentando ser feliz e fazendo muitos planos para neutralizar as misérias materiais. Esta é a chamada luta pela vida. Na verdade, podemos ver em nossas vidas diárias como somos forçados a fazer planos para afastar as condições miseráveis. Se queremos escapar de uma condição miserável, somos forçados a nos sujeitar a outra espécie de condição miserável. O homem pobre sofre por falta de dinheiro, mas, se ele quer tornar-se rico, é obrigado a lutar de muitas maneiras. Realmente, este não é um processo válido de neutralização, mas sim uma armadilha da energia ilusória. Se uma pessoa não se esforça para remediar sua situação, mas fica satisfeita com sua posição, sabendo que obteve esta posição através de suas atividades passadas, ela pode, ao invés disso, ocupar sua energia para desenvolver consciência de Krsna. Isto é recomendado em toda a literatura védica.
tasyaiva hetoh prayateta kovido
na labhyate yad bhramatãm upary adhah
tal labhyate duhkhavad anyatah sukham
kalena sarvaira gabhira-ramhasa
“Pessoas realmente inteligentes e dotadas filosoficamente devem esforçar-se apenas por esta significativa finalidade, a qual não é obtenível mesmo que se vagueie desde o planeta mais elevado [Brahmaloka] até o mais baixo [Patala]. Quanto à felicidade obtida do gozo dos sentidos, ela pode ser alcançada naturalmente, no decorrer do tempo, assim como no decorrer do tempo obtemos misérias, muito embora não as desejemos” (S.Bhag. 1.5.18).
Todos devem simplesmente tentar desenvolver sua consciência de Krsna e não perder tempo, tentando melhorar sua condição material. Na verdade, não é possível melhorar a condição material. O processo de melhora acarreta a aceitação de outra condição miserável. Contudo, se nos esforçarmos para melhorar nossa consciência de Krsna as aflições da vida material desaparecerão sem esforço extrínseco. Portanto, Krsna promete que kaunteya pratijãnihi na me bhaktah pranasyati: “Ó filho de Kunti, declara audaciosamente que Meu devoto jamais perecerá.” (BG. 9.31). Quem adotar o caminho do serviço devocional jamais será derrotado, apesar de todas as misérias do corpo e da mente e apesar de todas as misérias provocadas por outras entidades vivas e pela providência, misérias que estão além de nosso controle.
Srimad Bhagavatam (Canto 4, Capítulo 29 “Conversas entre Narada e o rei Pracinabarhi”)


Tradução e significados dados por Sua Divina Graça Om Visnupada Paramahamsa Parivrajakacarya Asttotara-sata Sri Srimad Abhay Caranaravindam Bhaktivedanta Swami Prabhupada.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Como Passar Facilmente no Teste de Krishna

Srila Prabhupada deu a resposta em Teheran: ": Fé significa que sua função édar algum serviço a Krsna. Você deve se ater a este serviço, este caminho, a despeito de todos os impedimentos. Isso é passar um teste."Há outro segredo muito maravilhoso para passar nos testes de Krishna, que podemos aprender das vidas de grandes devotos. Se uma pessoa se rende aostestes do Senhor e não protesta, sabendo que Ele deseja nos ajudar e nostornar mais fortes para que possamos completar nossa jornada de volta ao Supremo, então o Senhor irá imediatamente recompensar o devoto com a força e inteligência necessárias para passar no teste.Um devoto fiel pensa em seu coração: o Senhor certamente sabe o que é melhor para mim, mesmo que eu não saiba. Krishna às vezes me dá felicidade e às vezes sofrimento. Isso não é somente devido ao meu karma – não, me é dado pessoalmente por Krishna para meu benefício. Ele é como um pai que às vezes dá leite a seu filho pequeno e às vezes dá nim amargo, ou remédio, já que é melhor.Tal devoto pode procurar por remédios enviados por Deus para seus testes, mas, ao invés de desperdiçar todas as suas energias procurando como super raros testes inevitáveis, ele deve orar em êxtase para restabelecer sua conexão perdida com o Senhor e para ser capaz de compreender a lição particular a ser aprendida. Ele deve ardentemente esperar que o Senhor derrame sobre ele Sua misericórdia e compreensão mais profunda, e humildemente aceitar mesmo a miséria e o sofrimento como reações de suas más ações passadas(*aparadhas*contra*bhakti*). Ele deve repetidamente oferecer respeitosas reverências ao Senhor com seu coração, corpo e palavras e, dessa forma, tornar-se qualificado paraobter a liberação do sofrimento e serviço devocional extático.Durante sua caminhada matinal em Teheran, Srila Prabhupada deu o exemplo de Bali Maharaj, que recebeu o "teste do ácido" e emergiu como um devoto glorioso. Ele era o verdadeiro ouro! Vejamos o* Srimad Bhagavatam* para compreender de sua vida alguns princípios que podem nos ajudar a passarnossos testes. Porque Bali Maharaj era uma alma muito elevada, ele recebeu testes bastante avançados – testes que devotos comuns achariam insuperáveis.Nós provavelmente jamais iremos enfrentar tais testes ou até mesmo conhecer alguém entre nossos amigos ou conhecidos que tenha se deparado com tais circunstâncias tentadoras, mas este não é o ponto. Os princípios são sempre parecidos, porque eles ostentam a caligrafia de nosso todo-misericordioso Senhor, que responde as orações de uma alma sincera desejosa de ir até Ele eque ajuda por transformar o ferro em ouro puro."Embora privado de suas riquezas, caído de sua posição original, derrotado e preso por seus inimigos, recriminado e desertado por seus parentes e amigos,embora sofrendo a dor de ser amarrado e embora censurado e amaldiçoado por seu mestre espiritual, Bali Maharaj, estando fixo em seu voto, não abandonousua veracidade."Significado: Bali Maharaj passou no severo teste que lhe foi apresentado pela Suprema Personalidade de Deus. Esta é outra prova da misericórdia doSenhor para com Seu devoto. A Suprema Personalidade de Deus, às vezes, submete um devoto a severos testes, quase insuportáveis. Dificilmente alguém poderia sequer viver nas condições infligidas a Bali Maharaj. O fato de BaliMaharaj ter suportado todos esses severos testes e austeridades é misericórdia do Senhor Supremo. O Senhor na certa aprecia a paciência do devoto, e isto fica registrado para a futura glorificação do devoto. Esteteste não era ordinário. Como se descreve neste verso, dificilmente alguém poderia sobreviver a tal teste, porém, para a futura glorificação de BaliMaharaj, um dos *mahajanas*, a Suprema Personalidade de Deus não apenas otestou, como também deu-lhe forças para tolerar essa adversidade. O Senhor é tão bondoso com o Seu devoto que, ao submetê-lo a um rigoroso teste, o Senhor dá-lhe a necessária força para ser tolerante e continuar sendo um devoto glorioso. (*Srimad Bhagavatam* 8.22.30)Nós deveríamos saber que Krishna deseja que nós passemos com grande sucesso.Ele quer que nós voltemos ao lar, de volta ao Supremo, mas do que nós jamais poderemos desejar, e ele sabe que nós temos que nos transformar para sermos capazes de ir para lá. "Para entrar no fogo, você deve se tornar fogo." Do mesmo modo, uma pessoa deve se tornar um devoto amoroso e confiável demaneira a entrar no reino do amor e confiança. Finalmente, todos os testes estão nos preparando para compreender que, na realidade, não existe problema exceto o original: estar separado de Krishna.Uma vez que nós nos viremos sinceramente para Krishna e formos novamente conectados, o mundo material, com todos os seus obstáculos, cai em esquecimento – mesmo que devamos ainda permanecer fisicamente nele. Uma pessoa que encontrou Krishna-asraya, o abrigo do Senhor Krishna, éinvencível neste mundo e no próximo. Nada nem ninguém pode abalar, ameaçarou perturbar essa pessoa.Uma última dica: em momentos de testes, voce pode recorrer a devotos amigos para ajuda. Você rapidamente verá como Krishna não só dá sabedoria atravésde Seus devotos, mas também instila a força para superar todos os testes.Realmente, você verá isso imediatamente. É incrível o quão rapidamente vêm a ajuda necessária.
p/ SS Sacinandana Swami
www.saranagati.com Traduzido por Naveen Krsna das

sábado, 17 de maio de 2008



A Deidade principal adorada na Rudra Sampradaya de Sri Visnu Swami era a Deidade de Sri Nrsimhadeva. O grande comentador do Srimad Bhagavatam que é um grande expoente desta Sampradaya oferece muitas orações a Sri Nrsimha. Posteriormente esta linha continuou com Vallabha Acarya e a adoração passou a ser de Sri Nathaji. No Gaudiya Vaisnavismo a Deidade principal é Sri Sri Radha Krsna e Sri Nrsimha é adorado para auxiliar os devotos nesta adoração. Sri Ganesh. Como Sri Ganesh obtém a força para destruir todos os obstáculos? Esta força vem de Sri Nrsimhadeva. Srila Prabhupada explica no Néctar da Devoção:"Deve-se dar início à adoração ao semideus Ganapati, que afasta todos os obstáculos no serviço devocional. No Brahma Samhita se declara que Ganapati adora os pés de lótus do SenhorNrsimhadeva, e desta maneira ele se tormou auspicioso para os devotos por afastar todos os obstáculos. Por isto, todos os devotos devem adorar Ganapati."O verso (50) muito belo do Brahma Samhita explica que Ganesh tem sempre sobre sua cabeça de elefante os pés de lótus de Nrismhadeva, e por isto obtém sua força. Yat-pada-pallava-yugam vinidhaya kumbha-Dvandve pranama-samaye sa ganadhirajahVighnan vihantum alam asya jagat-trayasyaGovindam adi-purusam tam sham bhajami Sri Krsna Caitanya Mahaprabhu. Foi pelo pedido e adoração de Sri Advaita Acarya a uma Nrsimhadeva Sila, que a encarnação do amor à Deus, o Prema Avatar Sri Krsna Caitanya Mahaprabhua pareceu e inundou os três mundos com o Harinama Sankirtana. Assim, desta forma, Ele "mata" nossa mentalidade demoníaca. A adoração feita à Nrsimhadeva deu início ao Movimento de Sankirtana. Nrsimha Silas adoradas por Sri Advaita Acarya para o aparecimento de Sri Krsna Caitanya Mahaprabhu - Shantipur. Foi pelo pedido e adoração de Gopala Bhatta Goswami à Nrsimhadeva que abelíssima Deidade de Sri Radha Ramana manifestou-se de uma Salagrama Sila, e assim a forma mais elevada de adoração à Salagrama Sila manifestou-se para os Gaudiya Vaisnavas. A Deidade de Sri Radha Ramana, auto manifesta de uma Sila, corporifica o conceito Gaudiya Vaisnava de adoração à Gauranga Mahaprabhu e consequentemente a adoração conjunta de Sri Sri Radha Krsna.Krsna, aquele que proporciona prazer (Ramana) à Radha. Ou seja, de um modo geral a adoração à Salagrama Sila é feita em Aisvarya no humor de Vaikuntha. Porém, os Gaudiya Vaisnavas adoram Salagrama Sila diligentemente no humor de Vraja.Gopala Bhatta Goswami tinha um desejo muito intenso de adorar a forma do Senhor. Então, em Nrsimha Caturdasi, ao meditar no amor que Prahlada Maharaja tinhapelo Senhor, e que por causa deste amor o Senhor Nrsimha havia aparecido de um pilar, orou à Nrsimhadeva. No dia seguinte, surprendentemente, uma das suas Silas, uma Damodara Sila tinha assumido a forma de Krsna. Deidade de Sri Radha Ramana. Ou seja, uma Sampradaya Vaisnava tem como Deidade principal Sri Nrsimhadeva. Sri Ganesh obtém sua força de Sri Nrsimhadeva. A muito auspiciosa Deidade de Sri Radha Ramana manifestou-Se pela meditaçãode Gopala Bhatta Goswami em Sri Nrsimhadeva. O Senhor Caitanya apareceu e assim iniciou o Movimento de Sankirtana, pois Sri Advaita Acarya adorou uma Nrsimhadeva Sila. Sri Nrsimhadeva Bhagavan Ki Jaya !!!Om Narasimhaya Namah Reverências ao Senhor Narasimha que é metade homem (Nara) e metade leão (Simha)Om Param Brahmaya Namah Reverências a Narasimha, a Suprema Verdade AbsolutaOm Bhagavanaya NamahReverências a Narasimha, a Suprema Personalidade de Deus Om Srivatsamkaya NamahReverências a Narasimha que é como Sri Krsna que possui a marca de SrivatsaOm Laksmi Nrsimhaya NamahReverências a Narasimha sempre acompanhado por Laksmi DeviOm Jagat Palaya Namah Reverências a Narasimha o protetor do Universo"Tendo colocado o Senhor Narasimhadeva na flor de lótus do nosso coração, deve-se recitar o seguinte Mantra:"Possa o Senhor Nrsimha, que protege todos os sistemas planetários, proteger minha cabeça." (Sri Nrsimha Kavaca de Prahlada - Brahmanda Purana)"Eu ofereço minhas reverências ao oceano de misericórdia, Ahobala Nrsimha. Ele é o Supremo Senhor afortunado: Varaha, Vamana e Nrsimha. Seu coração alegra-se com Seus próprios passatempos divertidos. As pessoas mais inteligentes oram a Ele, a Alma Suprema que fascina os grandes sábios."(Sri Ahovalam Stotram)"Embora uma leoa seja muito feroz, é muito amável com seus filhotes.Similarmente, embora seja muito feroz com não-devotos como Hiranyakasipu, o Senhor Nrsimhadeva é muito suave e amável com devotos como Prahlada Maharaja. Existe uma linha de devotos que dizem que cantar Nrsimha Bhajan depois do Aratipara Sri Sri Radha Krsna é Rasabhasa (mistura imcompatível de sentimentos devocionais), porque Nrsimhadeva está na categoria de Visnu Tattva. Srila Prabhupada explica:SB 4.24.45-46"Sem servir Krsna de acordo com os princípios regulativos de Vidhi Marga doPancaratrika Vidhi, pessoas inescrupulosas saltam abruptamente para os princípios de Raga Marga. Estas pessoas são Sahajiyas.Deve-se seguir estritamente os princípios regulativos de Vidhi Marga na adoração de Laksmi Narayana, embora o Senhor esteja presente no Templo como Radha Krsna.Radha Krsna inclui Laksmi Narayana.Portanto, quando alguém adora seguindo os princípios regulativos, o Senhor aceita esta adoração como sendo Laksmi Narayana."A adoração a Radha Krsna seguindo Vidhi Marga é adoração a Laksmi Narayana.Não há Rasabhasa juntamente com a adoração a Nrsimhadeva.As vezes alguns devotos de Radha Krsna denunciam a adoração a Nrsimhadeva e rejeitam os mantras para Nrsimhadeva, desconhecendo que por adorar Sri Nrsimha poderiam ficar livres dos empecilhos e avançar na adoração a Sri Sri RadhaKrsna. No entanto mesmo devotos que seguem Raga Marga em Madhurya Rasa desfrutam dos passatempos de Sri Nrsimhadeva.A secção do Srimad Bhagavatam que trata dos passatempos de Nrsimhadeva era apreferida de Srila Gaurakishora Dasa Babaji Maharaja bem como uma das preferidas de Sri Caitanya Mahaprabhu e Seus associados em Jagannatha Puri.Caitanya Bhagavata Antya 10.13-14"Sempre que Sri Gadadhara recitava o Prahlada Caritra e o Dhruva Caritra doBhagavatam, o Senhor manifestava vários sintomas de amor. O Senhor podia ouvir as glórias de Prahlada e Dhruva centenas de vezes."Durante o festival anual de Ratha Yatra em Jagannatha Puri quando o SenhorJagannatha vai ao Templo de Gundica, o Senhor Caitanya juntamente com Seus devotos de Sankirtana, costumava ir ao Templo de Sri Nrsimha que fica perto dode Gundica.Assim como o Senhor limpou o Templo de Gundica, também limpou cuidadosamente o Templo de Sri Nrsimha por fora e por dentro.Neste templo de Sri Nrsimha o Senhor Caitanya executou o canto congregacionaldos nomes de Krsna e dançou em amor extático por Deus em frente da Deidade. Manifestou muitos sintomas corpóreos de amor a Deus como cantar muito alto,dançar em êxtase, tremer e mesmo desmaiar.B aseados em todos estes factos é seguro afirmar que os devotos aspirantes nãodevem evitar a adoração ao Senhor Nrsimhadeva, mas incentivá-la.Os Gaudiyas começam a adorar Sri NrsimhaCaitanya Bhagavata Madhya 2.253-269"Em Srivasangam em Mayapur, a qual não é diferente do humor de Vrndavana, e aonde Sri Caitanya começou o movimento de Sankirtana, existe uma Deidade de Ugra Nrsimha, a matar Hiranyakasipu.A Deidade está junto do Panca Tattva. Os devotos estavam a ser perseguidos peloKazi, então um dia o Senhor Caitanya foi a casa de Srivasa Pandita e manifestou o Seu humor como Nrsimhadeva.Desde este dia os devotos consideram o Senhor Nrsimha como o protector do movimento de Sankirtana.Sri Nrsimhadeva Bhagavam Ki Jaya!!!"Caminhando pela margem do rio, o Senhor Caitanya viu um grupo de vaquinhas.Elas estavam a mugir e a beber água. Algumas corriam em várias direcções.Algumas estavam a lutar, enquanto outras estavam a dormitar.Ao vê-las o Senhor começou a gritar "E Sou Ele, Eu Sou Ele".O Senhor gritava repetidas vezes.Desta forma Ele foi para a casa de Srivasa Pandita."Srivasa, o que estas a fazer?"Dentro de casa, Srivasa estava a adorar o Senhor Nrsimha.Batendo com muita força, o Senhor partiu a porta.Então gritou: "A quem você está a adorar? Em quem você está a meditar? Veja, apessoa que você está a adorar está aqui!!!""Srivasa viu uma forma a arder como o fogo, que quebrou a sua meditação.Ele olhou para as quatro direcções e viu o Senhor Caitanya sentado no altar na postura Virasana de Yoga. Sri Caitanya tinha quatro braços.Segurava uma concha, cakra, maça e lótus.Ele gritava como um leão enlouquecido.Batia com a palma de Sua mão direita no Seu ombro esquerdo.Fazia um som ensurdecedor.Vendo tudo isto, Srivasa começou a tremer e ficou estupefacto.Não conseguia mover-se."O Senhor gritou, Oh! Srivasa!!!Por muitos dias você não conheceu minha verdadeira identidade?Devido ao seu sankirtana Eu abandonei Vaikuntha e apareci com todos os Meus associados.Sem saber quem Sou, você foi para Santipura.Eu vou salvar os devotos e matar os demônios. Não se preocupe.Agora, ofereça-Me orações."Srivasa derramava lágrimas de amor.O medo do seu coração havia desaparecido.Pela sua natureza, Srivasa Pandita era um grande devoto do Senhor.Ele aceitou a ordem do Senhor.E pelo desejo do Senhor, recitou orações."Os Gaudiya Vaisnavas vêem Radha Krsna em tudo. Até quando adoram Sri Nrsimha.Ou seja,Como o protector do Movimento de Sankirtana e puramente na linha de aspirar e manter o amor e devoção a Sri Sri Radha Krsna.Um outro nome de Sri Nrsimhadeva é: Sarva Siddhi Pradayka - aquele que oferecetoda as perfeições aos Sadhakas (devotos).Ao meditar em Sri Nrsimhadeva, Prahlada Maharaja orou:"Que haja boa fortuna em todo o Universo, e que todas as pessoas invejosasfiquem pacíficas.Que todas as entidades vivas tornem-se calmas por praticar Bhakti yoga, pois ao aceitar o serviço devocional pensarão no bem estar dos outros.Portanto, ocupemo-nos no serviço da Suprema Transcendência, o Senhor Sri Krsna,e mantenhamo-nos sempre absortos em pensar sobre Ele."(SB 5.18.9)Sri Nrsimhadeva e o Gaudiya VisnavismoA religião propagada por Sri Caitanya Mahaprabhu é conhecida como GaudiyaVaisnavismo.Todos os grandes pensadores consideram o Gaudiya Vaisnavismo a coroa da tradição Vaisnava,porque este acrescenta "Doçura".O Gaudiya Vaisnavismo enfatiza Madhurya,ou o amor íntimo e doce por Deus, sendo o oposto de outras seitas Vaisnavas que enfatizam a distante Aishvarya,ou uma aproximação reverencial a Deus.Um Gaudiya Vaisnava é portanto aquele que esta absorto no serviço amoroso pessoal a Sri Sri Radha Krsna e Sri Caitanya Mahaprabhu.Então,podemos perguntar,em que humor um Gaudiya Vaisnava adora Sri Nrsimhadeva?Srila Bhaktivinoda Thakur explica qual é este humor:"Em Godrumadvipa,no local chamado Nrsimha Palli,o Senhor Nrsimha lavou as Suas mãos e descansou após ter morto Hiranyakasipu em Satya Yuga.Chorando implorarei ao Senhor Nrsimha para que possa adorar Radha Madhava em Navadvipa,livre de todos os obstáculos.Embora esta forma do Senhor seja terrível para os não devotos ela é extremamente auspiciosa para os devotos encabeçados por Prahlada.Quando o Senhor Nrsimha ficará satisfeito e misericordiosamente falará comigo,um tolo sem valor, e removerá os meus temores?"O Senhor Nrsimha diz:"Querido filho,permanece feliz em Gaura Dhama. Adora Radha Madhava e desenvolve atracção pelo Santo Nome.Pela misericórdia dos Meus devotos, todos osobstáculos serão transcendidos."Após falar desta maneira, quando este bem-aventurado Senhor colocará os Seus pés sobre a minha cabeça?Neste momento pela misericórdia do Senhor Nrsimha eu exibirei sintomas de amor extático por Radha Krsna e rolarei no chão através da porta do Templo do SenhorNrsimha."(Navadvipa Bhava Taranga)Podemos compreender então que um Gaudiya Vaisnava adora Sri Nrsimhadeva para alcançar e manter o serviço devocional a Sri Sri Radha Krsna.Sarva-vighna-vinasakari Sri Nrsimhadeva Bhagavan ki jaya!Bhakta-pravara Sri Prahlada Maharaja ki jaya!

p/Prahladesh Dasa


Estátua de Yoga Nrisimha de 6,7 metros do Século 14, encontrada na cidade de Hampi, construída pela dinastia Vijayanagar.

Nrisimha— poderosa encarnação meio homem, meio leão de Sri Krishna. Aqui segue um resumo desse importante avatar:
Hiranyaksa foi morto pela encarnação de Vishnu conhecida como Senhor Varaha. Conseqüentemente, seu irmão, Hiranyakasipu, o rei dos demônios, ficou muito determinado em se tornar o imperador do universo inteiro e se vingar da morte de seu irmão. Por causa de seu grande poder, ele executou muitas austeridades. Esta penitência foi tão severa que perturbou os semideuses. De fato, os semideuses pediram ao Senhor Brahma para pará-lo. O chefe dos semideuses, Senhor Brahma, assim descendeu para pacificá-lo concedendo-lhe uma benção de sua escolha.
"Por favor conceda-me que eu nunca seja morto por nenhuma entidade viva," pediu Hiranyakasipu, "que eu não morra dentro ou fora de nenhuma residência, durante o dia ou noite, nem no chão, nem no céu; que eu não seja morto por nenhuma criação sua, nem por nenhuma arma, nem por qualquer ser humano ou animal naturalmente, que eu não conheça a morte por nenhuma entidade, sendo móvel ou imóvel; que eu não tenha rival; que eu seja o único dominador sobre todas as entidades e deidades superintendentes, e que eu adquira todos os poderes místicos." Depois de Brahma ter concedido a ele todos esses pedidos, Hiranyakasipu muito rapidamente conquistou todos os planetas do universo, e tomou a residência no palácio do Senhor Indra, o rei dos semideuses, forçando-os a se curvar diante seus pés. Ele, ainda, roubava as oblações feitas aos semideuses. Intoxicado fisicamente pelo vinho e mentalmente pelo poder, Hiranyakasipu reinou o universo muito duramente. Durante esta época, sua rainha, Kayadhu, voltou ao palácio de seu esposo e deu a ele, um filho, Prahlada. Ele era o reservatório de todas as qualidades transcendentais pois era um devoto puro do Senhor Vishnu. Determinado a entender a Verdade Absoluta, ele tinha completo controle de todos seus sentidos e mente, ele era muito bondoso com todas as entidades vivas e o melhor amigo de todos. Para respeitáveis pessoas ele se comportava justamente como um servo pacífico, para os pobres ele era como um pai, e para o restante era sempre como um simpático irmão. Sempre muito humilde, ele considerava seus professores e mestres espirituais tão bons quanto o próprio Senhor. De fato, ele era completamente livre de orgulho e que mesmo tendo nascido no meio da riqueza, beleza, e aristocracia. Hiranyakasipu queria criar seu filho como um poderoso demônio, mas Prahlada somente queria aprender sobre serviço devocional ao Senhor Vishnu. Depois de Prahlada ter freqüentado a escola por algum tempo, Hiranyakasipu o tomou em seu colo e afetuosamente pediu, "Meu querido filho, por favor me diga qual seu assunto favorito na escola."
Sem medo, Prahlada disse, "Ouvir (sravanam) e cantar (kirtanam) os santos nomes, formas, qualidades, parafernália, e passatempos do Senhor Supremo; lembrando (smaranam) deles; servindo os pés de lótus do Senhor (pada-sevanam); oferecendo ao Senhor respeitosas reverências e adoração nos seus dezesseis tipos de parafernália (arcanam); oferecendo orações ao Senhor (vandanam); tornando-se Seu servo (dasyam); considerando o Senhor como o melhor amigo (sakhyam); e se rendendo a Ele (atma-nivedanam, em outras palavras, servindo-O com seu corpo, mente e palavras); estes nove processos são conhecidos como serviço devocional puro, e eu considero qualquer um que tenha se dedicado ao serviço ao Senhor Vishnu através desses nove métodos sendo a pessoa mais erudita, por ele ter adquirido conhecimento completo."
Cego de ódio, Hiranyakasipu lançou Prahlada do seu colo ao chão. "Servos! Leve-o daqui e mate de uma vez!" ele gritou. Porém, Prahlada sentou em silêncio e meditou na Personalidade de Deus, e as armas dos demônios não faziam efeito nele. Vendo isto, Hiranyakasipu ficou com medo e planejou diversos modos de matar seu filho. Seus servos lançaram Prahlada por baixo dos pés de um elefante; eles o lançaram no meio de temerosas e venenosas cobras; eles o lançaram muitos feitiços; eles o atiraram de um topo de montanha; eles deram veneno a ele; eles o deixaram com fome; eles o expuseram ao rígido frio, ventanias, fogo e água; eles atiraram fortes pedras para esmagá-lo. Hiranyakasipu então mandou sua irmã Holika queimá-lo, mas ela é quem foi queimada. Mas, apesar de tudo, Prahlada estava simplesmente absorto em pensar em Vishnu, e assim ele permaneceu são e salvo. Hiranyakasipu ficou muito inquieto pensando em qual seria o próximo plano. "Você diz que há um ser superior a mim," disse Hiranyakasipu, "mas onde está Ele? Se Ele está presente em todos os lugares, então por que Ele não está presente nesta pilastra diante a você? Você acha que ele está neste pilar?" "Sim," Prahlada respondeu, "Ele está." A raiva de Hiranyakasipu crescia mais e mais. "Por falar de coisas sem sentido, eu irei cortar sua cabeça do seu corpo. Agora deixe-me ver seu mais adorável Senhor protegendo você. Eu quero vê-lO." Amaldiçoando-o cada vez mais, Hiranyakasipu tomou sua espada, saiu de seu trono, e com grande fúria golpeou primeiro no meio da pilastra. Então, do meio do pilar que ele acabara de cortar apareceu uma maravilhosa forma metade homem, metade leão nunca vista antes. A forma do Senhor era extremamente bela por causa de Seus olhos furiosos, o qual pareciam com ouro fundido; Sua juba brilhante, a qual expandia a refulgência de Sua temerosa face; Seus dentes fatais; e Sua língua afiada como navalha. Senhor Nrsimha então procedeu a batalha com Hiranyakasipu. Finalmente, Senhor Nrsimha capturou Hiranyakasipu o colocou em Seu colo, na porta de entrada de seu palácio. Ele então rasgou o demônio em pedaços com algumas de Suas muitas, muitas mãos e poderosas unhas. A boca do Senhor Nrsimha e juba se tornavam regadas com gotas de sangue, e Seus ferozes olhos, cheios de fúria, eram impossíveis de olhar. Lambendo a margem de Sua boca com Sua língua, o Supremo Senhor, O decorou Ele mesmo com uma guirlanda feita com os intestinos retirados de Hiranyakasipu. Senhor Nrsimha arrancou o coração de Hiranyakasipu e finalmente o lançou aparte e destruiu um exército dos seguidores de Hiranyakasipu. Pela Sua transcendental inteligência, Senhor Nrsimhadeva foi capaz de matar Hiranyakasipu sem contradizer nenhuma das bênçãos dadas pelo Senhor Brahma. A execução não foi nem dentro ou fora, mas na entrada; nem na terra nem no céu, mas no colo do Senhor; nem durante o dia, nem durante a noite, mas no crepúsculo; nem por homem, besta, ou semideus nem por qualquer ser criado, mas pela Personalidade de Deus; e nem por nenhuma arma, mas pelas mãos de lótus do Senhor, aliviando todo o universo das atividades demoníacas de Hiranyakasipu. Tendo sido protegido pelo Senhor, Prahlada Maharaja ofereceu muitas orações ao Senhor com a voz engasgada por amor: "Meu querido Senhor Nrsimhadeva, por favor, por essa razão, permita Sua fúria diminua, agora que meu demoníaco pai Hiranyakasipu foi morto. . . [As pessoas santas] sempre lembrarão da Sua bela e auspiciosa encarnação, para libertá-los do medo. Deste modo, meu Senhor, Você apareceu em variadas encarnações como um ser humano, um animal, um grande santo, um semideus, um peixe ou uma tartaruga, assim mantendo Sua criação em diferentes sistemas planetários e matando os princípios demoníacos." (Veja o Srimad Bhagavatam, 7º Canto, Cap. 1-10).

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Nrsimhadeva, o Protetor dos Devotos




Uma das formas mais deslumbrantes do Senhor Krsna é a de Sri Nrsimhadeva, Sua encarnação como meio homem meio leão. O Senhor Nrsimha aparece para proteger Seu devoto Sri Prahlada Maharaja do ateísta rei Hiranyakasipu, o próprio pai de Prahlada.
Prahlada, o Garoto Santo
Sri Prahlada Maharaja era devoto do Senhor Krsna desde seu nascimento, tendo recebido o conhecimento acerca do serviço devocional ainda no ventre. Certa vez, durante a ausência de Hiranyakasipu, seus inimigos, os semideus, servos do Senhor Supremo responsáveis pela a administração do universo, seqüestraram sua esposa para matarem seu embrião. Eles temiam que aquele embrião pudesse se tornar, posteriormente, outro poderoso inimigo. Sri Narada Muni, todavia, resgatou a mãe e a criança após convencer os semideuses que aquele garoto no ventre era um grandioso devoto do Senhor Krsna. [Veja a seção extra ao fim “Por que Prahlada se torna filho de Hiranyakasipu” ].
No ventre de sua mãe, enquanto ela permanecia no asrama de Narada Muni, Prahlada ouviu os tópicos transcendentais concernentes às glorias do Senhor, refugiou-se no infalível abrigo dos pés de Krsna, e se tornou completamente destemido. Posteriormente, embora fosse apenas uma criança de cinco anos, possuía firme fé na proteção do Senhor, e invocou essa mesma devoção pura ao Senhor no coração de seus colegas de sala da escola ateísta de Sukracarya, o guru dos daityas, ou ateístas descendentes de Diti. Muito enraivecido pela indesviável devoção de seu filho por seu pior inimigo – o Senhor Visnu, a forma de quatro braços do Senhor Krsna – Hiranyakasipu sentenciou Prahlada à morte. Os servos de Hiranyakasipu tentaram de tudo para matar Prahlada. Tentaram matá-lo por fome, por envenenamento, rogando-lhe maldições, assombrando- o com demônios e fantasmas, mandando um elefante pisoteá-lo, prendendo-o com cobras venenosas, arremessando- o de altas montanhas e o atacando com pedras, fogo e gelo. Apesar de todos os esforços de Hiranyakasipu, Prahlada permanecia intocado, o que fez a ira daquele rei demoníaco crescer ainda mais.
O Plano de Hiranyakasipu para se Tornar Deus
A inimizade de Hiranyakasipu para com o Senhor Visnu começou quando o Senhor, sob Sua forma como um javali gigante, matou o irmão gêmeo de Hiranyakasipu, Hiranyaksa, que havia desequilibrado a Terra por gananciosamente minerá-la em busca de mais e mais ouro. Com a morte de seu irmão, Hiranyakasipu acusou o Senhor Visnu de parcialidade para com os semideuses: “A Suprema Personalidade de Deus abandonou Sua tendência de ser equânime para com os demônios e semideuses. Embora Ele seja a Pessoa Suprema, agora, influenciado por maya [ilusão], Ele assumiu a forma de um javali para comprazer Seus devotos, os semideuses, assim como uma criança inquieta se inclina mais a uma pessoa do que a outra”.
O Senhor, de fato, nunca demonstra parcialidade para com alguém: samo ‘ham sarva-bhuteshu na me dveshyo ‘sti na priyah (Bhagavad-gita 9.29). Ele simplesmente reciproca cada entidade viva de acordou com seus desejos individuais. O Senhor Krsna diz no Bhagavad-gita (4.11):
ye yatha mam prapadyante tams tathaiva bhajamy ahammama vartmanuvartante manushyam partha sarvashah
“A todos aqueles que se rendem a Mim, Eu os recompenso proporcionalmente. Todos seguem o Meu caminho sob todos os aspectos, Ó filho de Prtha”. Assim, o Senhor aparece como a morte para o ateísta e como o salvador amoroso para o Seu devoto; uma vez que está acima de qualquer idéia de afinidade material.
Para vingar a morte de seu irmão, o poderoso daitya Hiranyakasipu prometeu satisfazer a alma de seu irmão derramando o sangue de Visnu. Para obter o poder e imortalidade que precisava, executou penitências humanamente impossíveis, através das quais obteve favores do senhor Brahma, o criador do universo. Hiranyakasipu pensou que poderia se tornar Deus através de suas austeridades e penitências pessoais. Ele tolamente concluiu que, uma vez que o Senhor Visnu estava favorecendo os semideuses, Ele também era uma alma condicionada comum (influenciada por atração e rejeição) que havia se tornado Deus através de austeridades. Essa mentalidade é própria dos filósofos Mayavadis, que dizem que cada alma é Deus iludido por maya e, uma vez que a ilusão seja dissipada, a alma novamente realiza sua identidade como Deus. Essa teoria, todavia, é inaceitável quando consideramos a supremacia do Senhor Krsna, a Suprema Personalidade de Deus, como Ele estabelece no Bhagavad-gita (9.10):
mayadhyakshena prakritihsuyate sa-caracaramhetunanena kaunteyajagad viparivartate
“Esta natureza material, que é uma de Minhas energias, funciona sob Minha direção, ó filho de Kunti, produzindo todos os seres, móveis e inertes. Sob sua ordem, esta manifestação é criada e aniquilada repetidas vezes”. A energia material, maya, é uma das diversas potências do Senhor Supremo. Sendo maya completamente submissa ao Senhor, não há nenhuma possibilidade do Senhor Supremo e Absoluto ser controlado por sua influência. As entidades vivas, todavia, uma vez que são partes diminutas do Senhor, podem ser iludidas. A teoria Mayavada, de que após a liberação a alma se funde em Deus, é refutada no Bhagavad-gita (15.7, 2.12), onde Krsna declara que todas as almas jivas são Suas partes eternas, sendo sempre individuais.
Os Mayavadis também declaram que a concepção mais elevada de Deus é a do impessoal e todo penetrante nirguna brahman (a Verdade Absoluta destituída de qualidade, atributos e forma), que aceita um corpo material, como o nosso, sempre que vem a este mundo. Assim, para os Mayavadis, o Senhor Visnu ou Krsna são saguna-brahman (Brahman com atributos e formas) que, para eles, quer dizer que estão iludidos pela energia material, uma vez que não podem entender a transcendência com forma e qualidades.
Frustrados devido ao sofrimento causado pelo corpo material, os filósofos impersonalistas concebem a transcendência, ou liberação, como destituídas de qualidades e atributos. O Senhor comenta sobre essa noção:
avyaktam vyaktim apannahmanyante mam abuddhayahparam bhavam ajananto mamavyayam anuttamam
“Homens sem inteligência, que não Me conhecem perfeitamente, pensam que Eu, a Suprema Personalidade de Deus, Krsna, antes teria sido impessoal e que agora assumi esta personalidade. Devido a seu conhecimento limitado, eles não conhecem Minha natureza superior, que é imperecível e suprema” (Bhagavad-gita 7.24). Aprendemos, portanto, através do Bhagavad-gita, que o Senhor Krsna nunca fez nenhuma austeridade ou penitência para se tornar Deus. Ele é eternamente a Suprema Verdade Absoluta, e as almas individuais são Suas eternas partes fragmentárias.
Nrsimhadeva mata Hiranyakasipu
Assim como os Mayavadis mantêm a falsa teoria de que uma alma pode se tornar Deus através de um pouco de penitências, Hiranyakasipu considerava que poderia se tornar invencível e vencer o Senhor Visnu com seus poderes. Mas Prahlada desafiava seu poder.
O arrogante Hiranyakasipu rogou-lhe pragas e inquiriu: “De onde você tira forças para desafiar minha supremacia?”.
“O Senhor Visnu é a fonte de minhas forças”, respondeu o destemido Prahlada. “Ele é a origem da força de todos, inclusive da sua”.
Ouvir que sua força era produto da graça de Visnu, seu pior inimigo, foi o pior dos insultos para Hiranyakasipu, que desafiou Prahlada: “Maldito Prahlada, você está sempre falando sobre um supremo controlador onipresente superior a mim. Se ele está em todo o lugar, por que, então, Ele não está presente diante de mim neste pilar? Se ele não aparecer deste pilar, separarei, hoje, sua cabeça de seu corpo com minha espada”.
Com essas palavras, Hiranyakasipu golpeou o pilar, do qual ouviu-se um som tão alto que parecia que a cobertura do universo seria destruída. [Veja a seção extra ao fim “Como Prahlada Sabia que o Senhor Nrsimha Iria Protegê-lo”].
Para comprovar a afirmação de Seu devoto Prahlada, o Senhor Supremo apareceu do pilar em uma forma jamais vista, uma forma que não era nem homem, nem leão: a forma de Sri Nrsimhadeva.
Embora Hiranyakasipu parecesse uma mariposa entrando no fogo quando foi atacar o Senhor Nrsimha, ele ridiculamente pensou que poderia derrotar o Senhor como fizera anteriormente com seus demais inimigos. Anteriormente, quando seu irmão fora morto, Hiranyakasipu, irado, se dirigiu para a residência do Senhor com um tridente em mãos. O Senhor então desapareceu entrando na narina de Hiranyakasipu. Não conseguindo achá-lO, Hiranyakasipu considerou que Deus estava morto.
Agora, Hiranyakasipu confrontava o Senhor, que brincou com ele da mesma forma que um gato brinca com um rato. Quando o sol começou a se pôr, o Senhor Nrsimha colocou Hiranyakasipu em Seu colo e enterrou Suas garras no torso do demônio.
O daitya exclamou: “Como isso é possível? Meu corpo que está sendo rasgado agora por Nrsimhadeva é o mesmo corpo que quebrou as presas de Airavata, o elefante de Indra; é o mesmo corpo que não sofreu nenhum ferimento, mesmo após ter sido golpeado pelo machado do senhor Shiva”. (Nrsimha Purana 44.30)
Nrsimhadeva rasgou o peito pétreo de Hiranyakasipu com Suas garras semelhantes a diamantes. O Senhor, então, enguirlando- se com os intestinos do rei como se fosse Sua guirlanda da vitória, e, para convencer os semideuses da morte de Hiranyakasipu, o Senhor arrancou o coração do daitya.
Como outro aspecto de Sua peça divina, o Senhor de repente se surpreendeu ao ver que o corpo de Hiranyakasipu havia desaparecido. Quando balançou Suas mãos, todavia, os pedaços mutilados do corpo de Hiranyakasipu caíram de Suas unhas no chão (Nrsimha Purana 44.32-35). Assim, entendemos que Hiranyakasipu era apenas um insignificante inseto se comparado com o leão transcendental, o Senhor Nrsimhadeva, como confirma Jayadeva Gosvami:
tava kara-kamala- vare nakham adbhuta-shringamdalita-hiranyakashi pu-tanu -bhringamkeshava dhrita-narahari- rupa jaya jagadisha hare
“Ó Keshava! Ó Senhor do universo! Ó Senhor Hari, que assumiu a forma metade homem, metade leão! Todas as glórias a Ti! Assim como se pode facilmente esmagar uma vespa entre as unhas, o corpo de Hiranyakasipu, um demônio parecido com uma vespa, foi dilacerado pelas afiadas unhas de Tuas belas mãos de lótus”.
O Senhor Nrsimhadeva derrotou Hiranyakasipu sem contrariar nenhuma das bênçãos concedidas pelo senhor Brahma, que abençoara Hiranyakasipu para que não fosse morto:
dentro ou fora de qualquer residência (o Senhor o matou no portal de entrada)
nem durante o dia nem durante a noite (o Senhor o matou no crepúsculo)
nem no céu nem na terra (o Senhor o matou em Seu colo)
nem por homem nem por animal (o Senhor Nrsimha é meio homem, meio leão)
nem por nenhum semideus, demônio ou serpente divina (o Senhor está acima de todas essas categorias)
nem por qualquer arma ou entidade, corporificada ou não-corporificada (O Senhor Nrsimha perfurou o daitya com Suas garras, que não são consideradas armas, e o Senhor é transcendental ao processo de corporificação e descorporificaçã o).
Por fim, Hiranyakasipu não poderia ser morto por nenhuma entidade viva, criada ou não criada por Brahma. Hiranyakasipu teve o cuidado de garantir que também não seria morto pelo senhor Brahma, pelo senhor Shiva ou pelo Senhor Visnu, as três deidades que presidem o universo (as três únicas personalidades que não foram criadas por Brahma). O Senhor Nrsimha é um lila-avatara, ou encarnação de passatempo do Senhor Krsna, e não está na categoria que inclui Brahma, Shiva e Visnu, que são guna-avataras­, deidades com o encargo dos três modos da natureza material.
Hiranyakasipu, o ditador do universo, desejou inverter o sistema piedoso criado por Krsna. Ele queria que os impiedosos fossem recompensados e os piedosos, punidos. Assim, com a morte de Hiranyakasipu, todos os semideuses e habitantes de diversos planetas piedosos ofereceram orações ao Senhor Nrsimha, expressando gratidão por o Senhor ter matado o daitya, que havia roubado suas esposas, riquezas e a parte das oferendas sacrificiais que lhes cabia. Apenas Prahlada Maharaja, todavia, pôde acalmar, com suas orações devocionais, a ira transcendental do Senhor Nrsimha, que está disposto a aparecer sob qualquer forma e em qualquer lugar para proteger Seus devotos puros.
O Senhor Nrsimha ficou extasiado ao ver a fé inabalável de Prahlada Maharaja, e pediu repetidas vezes para que ele Lhe pedisse alguma benção. Mas Prahlada, como o mais compassivo de todos os devotos, se interessa muito mais pelo bem dos outros do que com o seu próprio; assim, seu único pedido foi que o Senhor salvasse seu pai demoníaco. Satisfeito, o Senhor Supremo garantiu liberação para vinte e uma gerações de parentes da dinastia de Prahlada Maharaja.
(extra)
Por que Prahlada se torna filho de Hiranyakasipu
Certa vez, o poderoso Hiranyakasipu subiu até o pico do monte Kailasa, a residência do senhor Siva, e começou a praticar severas austeridades. O senhor Brahma, o administrador do universo, sabendo que Hiranyakasipu aterrorizaria todo o universo com os poderes adquiridos através de suas austeridades, começou a meditar em como deter o daitya. O sábio Narada garantiu a seu temeroso pai, Brahma, que iria distrair Hiranyakasipu de seu transe ascético.
Narada e seu amigo Parvata Muni assumiram, então, a forma de dois pássaros e voaram para o local onde Hiranyakasipu estava em profunda meditação. Lá, eles recitaram três vezes o mantra om namo narayanaya. Ao ouvir o nome de seu inimigo Narayana, ou Visnu, Hiranyakasipu atirou uma flecha para matar os pássaros, mas os sábios voaram para longe.
Tendo já perdido a concentração em suas penitências, Hiranyakasipu se recolheu ao seu palácio, onde desfrutou da noite junto de sua rainha Kayadhu. Kayadhu perguntou a seu esposo por que ele havia abandonado sua determinação em executar penitências por dez mil anos. Ele contou para ela sobre os pássaros que lhe perturbaram cantando em voz alta o nome de Narayana. O daitya estava desfrutando de forma íntima a companhia de sua esposa, e seu sêmen foi liberado em seu interior no exato momento em que contou para ela sobre o mantra om namo narayanaya. Assim, o santo nome do Senhor foi recitado no momento da concepção de Sri Prahlada Maharaja.
— do Nrsimha Purana 41.7–34
Como Prahlada Sabia que o Senhor Nrsimha Iria Protegê-lo
Como uma das últimas tentativas de matar Prahlada, Hiranyakasipu ordenou a seus soldados amararem Prahlada com nagapasha (corda de cobra) durante o começo da madrugada, jogá-lo no mar, e rolarem diversos pedregulhos gigantes para que o esmagassem no fundo do oceano. Quando Prahlada foi atirado no oceano, todavia, as ondas levaram o garoto para a costa, onde o transportador pessoal do Senhor Visnu, a gloriosa ave Garuda, aguardava Prahlada para libertá-lo das cobras que lhe prendiam. Então, Varuna, o senhor do mar, despertou Prahlada oferecendo-lhe seus respeitos.
Ao reaver seus sentidos, Prahlada orou a Varuna: “Ó senhor do oceano, és muito afortunado, pois sempre vês o Senhor Visnu, que repousa em uma cama de serpente sobre tuas águas. Por favor, instrui-me a como vê-lO pessoalmente, bem diante de meus olhos”.
Varuna respondeu: “Querido Prahlada, ó melhor dos yogis, simplesmente ora a Ele em meditação profunda, e o Senhor, que é o benquerente de Seus devotos, certamente aparecerá diante de ti”.
Tendo respondido, Varuna desapareceu entre as águas.
Sentindo-se desqualificado para alcançar o Supremo Senhor Visnu, Prahlada chorou na praia com seu coração repleto de pesar, até que desmaiou.
Então, o Senhor Visnu apareceu ali e levantou Prahlada, colocando-o em Seu colo. Despertado pelas afáveis mãos do Senhor, Prahlada estava com medo, surpreso e satisfeito por ver o Senhor, e novamente desmaiou em profundo êxtase. O Senhor abraçou Prahlada, e quando Prahlada recobrou sua consciência, ofereceu reverência no chão para o Senhor, mas não conseguiu oferecer-Lhe orações.
O Senhor o levantou do chão e disse: “Querido filho, abandone esse medo de Minha grandeza, pois não Me há ninguém mais querido do que você. Por favor, peça-Me qualquer coisa que deseje do fundo de seu coração”.
Prahlada respondeu: “Meu Senhor, tudo o que desejo é contemplar o néctar de Sua forma divina, que é raramente vista mesmo pelos mais grandiosos semideuses”.
Quando o Senhor insistiu que Prahlada Lhe pedisse uma benção, o grande santo pediu unicamente devoção imaculada e exclusiva por Ele.
Após abençoar Prahlada dizendo que teria tudo o que desejasse e desfrutaria de todos os prazeres, o Senhor disse: “Não fique ansioso por Meu desaparecimento, pois Eu nunca deixo o seu coração. Muito em breve você Me verá novamente, quando, para matar Hiranyakasipu, Eu aparecerei na forma de Nrsimha – querida pelos santos e mortal para os ateístas”.
— do Nrsimha Purana 43.28–85
O Dia do Aparecimento Transcendental de Nrsimhadeva
Um dos capítulos do Padma Purana, o Uttara Khanda, descreve as glórias do Sri Nrsimha Caturdashi, o dia do aparecimento transcendental do Senhor Nrsimha. Nesse capítulo, o senhor Siva narra a seguinte história pra sua esposa Parvati:
Depois que o Senhor Nrsimha derrotara Hiranyakasipu, Prahlada ofereceu-Lhe orações com profunda devoção e, então, perguntou ao Senhor: “Como pude eu, meu Senhor, obter a raríssima posição do serviço devocional puro à Suprema Personalidade de Deus?”.
O Senhor Nrsimhadeva respondeu: “Prahlada, em sua vida anterior você foi um indigno filho de um brahmana. Rejeitando as escrituras Védicas, você era extremamente apegado a diversas atividades pecaminosas. Simplesmente por observar completo jejum – de alimentos e de água – no auspicioso dia de Meu aparecimento, o Sri Nrsimha Caturdashi, você obteve o serviço devocional puro por Mim. E todo aquele que observa esse jejum, Eu lhe garanto eterna bem-aventuranç a, desfrute e liberação”.
O Senhor Nrsimha é uma forma eterna do Senhor que aparece em diversos universos em diferentes momentos para executar Seus passatempos divinos. Seu Nrsimha Caturdashi, o décimo quarto dia lunar da lua crescente do mês de Madhusudana, é, portanto, eternamente um dia sagrado, no qual Seus devotos jejuam a fim de glorificarem o aparecimento transcendental do Senhor.

p/ Aja Govinda Dasa
Tradução por Bhagavan dasa (DvS)

quinta-feira, 15 de maio de 2008


Dushasana tenta despir Draupadi enquanto o Senhor Krsna fornece um Sari ilimitado Como alguém que cometeu actos tão abomináveis pode tornar-se numa grande personalidade como Veda Vyasa? Bem, é explicado que Asvatthama é uma expansão do Senhor Siva.o Senhor Siva, Sambhu, é o maior de todos os Vaisnavas (Vaishnavanam Yatha Sambhu).O Senhor Supremo é muito misericordioso e Seus devotos são ainda mais.O Senhor Supremo ensina-nos muitas coisas através de Suas Lilas, como por exemplo, a misericórdia e a capacidade de regeneração. Após matar cruelmente e covardemente Drishtadyumna e os cinco filhos de Draupadi, Asvatthama foi amaldiçoado e condenado a andar errante pelo mundo.Depois de pagar sua "pena", pelos seus actos malévolos, irá tornar-se num dos Saptarsis e será o futuro Vyasadeva na próxima Dvapara Yuga que dividirá os Vedas para o benefício da humanidade. O Skanda Purana também descreve como Asvatthama visitou o local muito sagrado de Kotitirtha (possui todos os Tirthas) para libertar-se dos seus pecados.

www.bhakti-tattva. blogspot. com

quarta-feira, 14 de maio de 2008

terça-feira, 13 de maio de 2008

13 de Maio - Aparecimentos de Srimat Sita Devi e de Srimati Jahnava Devi



SITA DEVI, uma manifestação da Deusa da Fortuna, Lakshmi Devi, é a consorte eterna do Senhor Ramachandra. Quando o Senhor Ramachandra foi banido para a floresta de Dandakaranya, Sita Devi deixou os confortos do palácio real para se unir a Ele. Enquanto na floresta, ela foi raptada pelo rei demoníaco Ravana, contudo, apesar de seus esforços para desfrutar de Sua beleza, ela permaneceu sempre dedicada ao Senhor Ramachandra.



JAHNAVA DEVI, a esposa do Senhor Nityananda Prabhu. Especialmente depois do desaparecimento do Senhor Caitanya e do Senhor Nityananda, ela se tornou uma figura principal no movimento de sankirtana.

108 Nomes do Senhor Nrsimhadeva


1. Om narasimhaya namah - Reverências ao Senhor meio-homem meio-leão;

2. Om mahasimhaya namah - Reverências ao grandioso leão;

3. Om diyva-simhaya namah - Reverências ao leão divino;

4. Om mahabalaya namah - Reverências àquele que é imensamente poderoso;

5. Om ugra-simhaya namah - Reverências ao terrífico leão;

6. Om mahadevaya namah - Reverências ao Senhor dos senhores;

7. Om stambha-ja-aya namah - Reverências àquele que apareceu do pilar;

8. Om ugra-locanaya namah - Reverências àquele de olhos coléricos;

9. Om raudraya namah - Reverências à ira personificada;

10. Om sarvadbhutaya namah - Reverências àquele que é maravilhoso em todos ossentidos;

11. Om srimanaya namah - Reverências ao mais belo;

12. Om yoganandaya namah - Reverências à origem da bem-aventurança ióguica;

13. Om trivikramaya namah - Reverências àquele que deu três passos gigantescos[como Vamana];

14. Om harine namah - Reverências àquele que leva nossos problemas embora;

15. Om kolahalaya namah - Reverências àquele que ruge ruidosamente [referênciatambém a Varaha];

16. Om cakrine namah - Reverências àquele que porta o disco [sudarsana];

17. Om vijayaya namah - Reverências àquele que é sempre vitorioso;

18. Om jaya-vardhanaya namah - Reverências a Ele cujas glórias são semprecrescentes;

19. Om panchananaya namah - Reverências àquele que possui cinco cabeças;

20. Om param-brahma-aya namah - Reverências à Suprema Verdade Absoluta;

21. Om aghoraya namah - Reverências àquele que não é horripilante aos Seusdevotos;

22. Om ghora-vikramaya namah - Reverências a Ele cujas atividades sãohorrendas;

23. Om jvalan-mukhaya namah - Reverências àquele cuja face é refulgente;

24. Om jvala-maline namah - Reverências àquele que traja uma refulgenteguirlanda de fogo;

25. Om mahajvalaya namah - Reverências ao mais refulgente;

26. Om maha-prabhuhaya namah – Reverências ao Mestre Supremo;

27. Om niti-laksaya namah - Reverências a Ele que possui todas as boasqualidades morais;

28. Om sahasraksaya namah - Reverências àquele que possui mil olhos;

29. Om durniriksyaya namah - Reverências àquele para o qual é difícil olhar;

30. Om pratapanaya namah - Reverências àquele que oprimi Seus inimigos comgrande poder; 31. Om mahadamstraya namah - Reverências àquele que possuir grandes dentes;

32. Om yudha-prajnaya namah - Reverências àquele cuja inteligência bélica éincomparável;

33. Om canda-kopine namah - Reverências a Ele que é comparado a uma lua irada;

34. Om sada-sivaya namah – Reverências ao Senhor todo-auspicioso;

35. Om hiranyakasipu-dhvamsine namah – Reverências a Ele que exterminaHiranyakasipu;

36. Om daitya-danava-bhanjanaya namah - Reverências a Ele que exterminainúmeras raças de demônios e gigantes;

37. Om guna-bhadraya namah – Reverências a Ele que é pleno de qualidadesmaravilhosas;

38. Om mahabhadraya namah - Reverências ao supremamente auspicioso;

39. Om bala-bhadraya namah - Reverências a Ele que é auspiciosamente poderoso;

40. Om subhadrakaya namah - Reverências ao extremamente auspicioso;

41. Om karalaya namah – Reverências àquele cuja boca se abre amplamente;

42. Omvikaralaya namah – Reverências àquele de boca enorme;

43. Om vikartaya namah – Reverências ao Senhor que executa atividadesmaravilhosas;

44. Om sarva-kartrikaya namah – Reverências ao Senhor que executa todas asatividades;

45. Om sisumaraya namah – Reverências a Ele que também aparece como Matsya;

46. Om trilokatmaya namah - Reverências à alma dos três mundos;

47. Om isaya namah – Reverências ao controlador;

48. Om sarvesvaraya namah - Reverências ao controlador supremo;

49. Om vibhuaya namah – Reverências àquele que é o melhor em tudo;

50. Om bhaivaradambaraya namah – Reverências àquele que aterroriza rugindo nocéu;

51. Om divyaya namah – Reverências àquele de personalidade divina;

52. Om acyutaya namah – Reverências ao Senhor que nunca falha com Seus devotos;

53. Om kavine namah - Reverências àquele de inteligência poética;

54. Om madhavaya namah - Reverências ao esposo de Srimati Laksmidevi;

55. Om adhoksajaya namah - Reverências àquele que está além de toda compreensãoou explicação;

56. Om aksaraya namah - Reverências ao infalível;

57. Om sarvaya namah – Reverências a Ele que é a origem de tudo;

58. Om vanamaline namah – Reverências àquele que usa guirlandas de floressilvestres (ou aquele que é adornado por Seus amáveis devotos);

59. Om varapradaya namah – Reverências ao Misericordioso Senhor que concedebenção aos dignos, como Prahlada;

60. Om visvambaraya namah - Reverências ao mantenedor do universo;

61. Om adbhutaya namah – Reverências a Ele que é extremamente maravilhoso;

62. Om bhavyaya namah – Reverências ao determinador do futuro (aquele que é ofuturo para Seus devotos);

63. Om sri-visnave namah – Reverências a Ele que é onipresente;

64. Om purusottamaya namah - Reverências ao Desfrutador Supremo;

65. Om anaghastra namah – Reverências a Ele que não é ferido por arma alguma;

66. Om nakhastraya namah – Reverências àquele cujas unhas afiadas são usadascomo armas; 67. Om surya-jyotine namah - Reverências a Ele que é a origem dos raiossolares;

68. Om suresvaraya namah – Reverências ao Senhor dos devatas;

69. Om sahasra-bahu-aya namah – Reverências ao Senhor de mil braços;

70. Om sarva-jnaya namah – Reverências àquele que tudo sabe;

71. Om sarva-siddhi-pradayakaya namah – Reverência a Ele que concede todas asperfeições aos devotos;

72. Om vajra-damstraya namah – Reverências àquele cujos dentes são como raios;

73. Om vajra-nakhaya namah - Reverências àquele cujas unhas são como raios;

74. Om mahanandaya namah – Reverências à origem da bem-aventurança suprema;

75. Om param-tapaya namah - Reverências à origem de toda austeridade e energiaespiritual (também calor);

76. Om sarva-mantraika-rupa namah – Reverências àquele que, embora um,aparece como vários mantras;

77. Om sarva-yantra-vidaramaya namah – Reverências àquele que destrói todasas maquinas (planos, arranjos e veículos para fins demoníacos);

78. Om sarva-tantratmakaya namah – Reverência ao proprietário e essência detodos os ritos (pujas, etc.);

79. Om avyaktaya namah – Reverências ao Senhor que parece imanifesto;

80. Om suvyaktaya namah – Reverências àquele que, quando Seus devotosnecessitam, aparece maravilhosamente do pilar;

81. Om bhakta-vatsala namah – Reverências ao Senhor cujo coração semprecarrega a felicidade de Seus devotos;

82. Om vaisakha-sukla-bhototthaya namah – Reverência àquele que apareceudurante a lua crescente do mês de Visakha (abril/maio);

83. Om saranagata-vatsalaya namah – Reverências àquele que é muito gentil comaqueles que Lhe são rendidos (como a leoa com seus filhotes);

84. Om udara-kirtine namah – Reverências àquele que é universalmente famoso;

85. Om punyatmaya namah – Reverências a Ele que é a essência da piedade;

86.Om mahatmaya namah – Reverências à grande personalidade Nrsimhadeva;

87. Om candra-vikramaya namah – Reverência a Ele cujos feitos eclipsam osfeitos de todos os demais;

88. Om vedatrayaya namah – Reverências ao Senhor dos três Vedas originais(Rg, Yajur e Sama);

89. Om prapujyaya namah – Reverências a Ele que é completamente adorável;

90. Om bhagavanaya namah – Reverências à Suprema Personalidade de Deus;

91. Om paramesvaraya namah – Reverências ao controlador supremo;

92. Om srivatsamkaya namah – Reverências àquele que é marcado com o símbolode Laksmi, tal qual Krsna;

93. Om jagat-vyapine namah – Reverências a Ele que penetra todo o universo;

94. Om jagan-mayaya namah – Reverências ao Místico Supremo que faz com que omundo material pareça real;

95. Om jagat-palaya namah – Reverências ao protetor do universo;

96. Om jagannathaya namah – Reverências ao Senhor do universo;

97. Om mahakhagaya namah – Reverências àquele que se move com o ar (que estáem toda a parte);

98. Om dvi-rupa-bhrtaya namah – Reverências a Ele que é a combinação de duasformas (homem e leão);

99. Om paramatmaya namah – Reverências a Ele que é Superalma de todos osseres;

100. Om param-jyotine namah - Reverências a Ele cuja refulgência é o Brahman;

101. Om nirgunaya namah – Reverências àquele cujas qualidades não derivam dosgunas, mas são transcendentais;

102. Om nrkesarine namah – Reverências àquele de grande juba;

103. Om para-tattvaya namah – Reverências à Suprema Verdade Absoluta;

104. Om param-dhamaya namah – Reverências a Ele que vem da Morada Suprema;

105. Om sac-cid-ananda-vigrahaya namah – Reverências àquele cuja forma éfeita de conhecimento e bem-aventurança eternos;

106. Om laksmi-nrsimhaya namah – Reverências ao casal Nrsimhadeva e supremadeusa da fortuna Srimati Laksmidevi;

107. Om sarvatmaya namah – Reverências à alma universal original;

108. Om dhiraya namah – Reverências ao Senhor que está sempre sóbrio (quenunca se confunde).

Tradução por Bhagavan dasa (DvS)