VASUDEVA GHOSH, um associado íntimo do Senhor Caitanya, era conhecido pelo seu kirtana. O Sri Caitanya-charitamrita diz que quando Vasudeva Ghosh liderava o kirtana, madeira e pedra se derretiam ao ouvi-lo. Ele compôs muitas canções sobre Sri Caitanya Mahaprabhu. Vasudeva Ghosh e seus irmãos Govinda e Madhava são os associados eternos do Senhor Caitanya e do Senhor Nityananda Prabhu. (Veja Sri Caitanya-caritamrta, Adi-lila 10.115, 11.14-15, 11.19 e 11.88).
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Srila Rupa Gosvami, um dos principais seguidores de Sri Caitanya Mahaprabhu cuja linha do vaishnavismo nós seguimos no Movimento Hare Krishna, listou 5 como principais dentre as 64 atividades do serviço devocional, ou bhakti-yoga: 1. ouvir (ou ler) o Srimad Bhagavatam (Bhagavata Purana); 2. se associar (ou conviver) com os praticantes de bhakti-yoga; 3. viver em um local sagrado; 4. cantar os santos nomes do Senhor (Hare Krishna Hare Krishna Krishna Krishna Hare Hare, Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare); e 5. adoração à forma de Deidade do Senhor com grande fé.Em referência à adoração às Deidades, como sabemos como fazê-la? Os vaishnavas, ou devotos e devotas de Krishna, aceitam 108 textos chamados Pancaratra como autoridades em relação à iniciação, deveres diários, adoração às Deidades, conduta, caráter, instalação das Deidades e construção dos templos. Srila Sanatana Gosvami e Srila Gopala Bhatta Gosvami, sob as instruções de Sri Caitanya Mahaprabhu, compilaram um livro com o padrão vaishnava chamado Hari-bhakti- vilasa, baseado no Pancaratra e diversos outros textos. Assim, todo seguidor fidedigno do Senhor Caitanya aceita o Hari-bhakti- vilasa como a autoridade no que diz respeito a arcana, ou adoração às Deidades. Nele existem 64 itens de adoração (upacaras) para serem oferecidos no decorrer do dia, dentre esses constam todos os itens do arati; de fato, o próprio arati é o quarto item de adoração.Portanto, tudo que se refere a esse processo está ali, no Hari-bhakti- vilasa, inclusive o significado, procedimento e descrição da cerimônia de arati, no qual se usa o prato de adoração.O arati, por sua vez, é de grade benefício espiritual tanto para quem o oferece como para quem apenas o observa, como Srila Prabhupada enfatiza no livro Néctar da Devoção (capítulo 9): "No Skanda Purana, há a seguinte descrição do resultado de observar o arati à Deidade: 'Se uma pessoa vê o rosto do Senhor enquanto o arati está sendo feito, ela pode ser eximida de todas as reações pecaminosas originadas desde milhares e milhares de milhões de anos. Ela pode até ser liberada das reações pela morte de um brahmana [sacerdote] ou ações pecaminosas semelhantes' ."O arati também é chamado nirajana or drishti, o que denota o auspicioso (benéfico, de bom agouro, favorável) movimento circular de itens perante uma pessoa de forma a repelir influências e elementos inauspiciosos, como uma forma de proteção. Os vários itens oferecidos, todos representantes dos elementos materiais em sua forma pura e dos objetos dos sentidos correspondentes (isto é, o som, a forma, o toque etc.), são auspiciosos e purificadores. Portanto, todas as cerimônias de arati oferecidas ao Senhor são auspiciosas (mangala), mas o primiro arati do dia, cedo na madrugada (4:30), é considerado particularmente auspicioso para todos os participantes. O arati, assim, representa uma cerimônia de recepção a um hóspede ou visita de pessao honrosa. O Senhor Krishna, por sua misericórdia sem causa, não só se manifesta na forma da Deidade, não diferente de Sua forma pessoal eterna e transcendental, mas permite que O recebamos em diferentes momentos do dia, como Pessoa importante que é, ou seja, a Suprema Pessoa. Dessa forma, os itens oferecidos durante o arati fazem parte de um procedimento de recepção da tradição milenar védica e é até hoje praticada com hóspedes e visitas honrosas nas casas de muitas regiões da Índia, senão do mundo (pelos seguidores da cultura védica, como no Movimento Hare Krishna).
p/Gitamrta Devi Dasi (HdG)
terça-feira, 28 de outubro de 2008
"Yasodamayi, no seu amor habitual por Krsna, estava preocupada, "Já se passaram tantas horas e ainda não comeste nada. O Teu corpo suave é como manteiga, como pode o Teu dedo mindinho segurar essa colina gigantesca e não sentir nenhuma dor?" Yasodamayi chorava e orava à Colina de Govardhana, "O que quer que tenha feito em vidas anteriores, todas as minhas austeridades, toda a minha adoração, peço-te Govardhana somente uma benção. Por favor, não causes nenhuma dor ao meu filho Gopala." Madhumangala disse, "Yasodamayi, porque te preocupas? Através da minha brahma-tejas estou a dar-Lhe poder para que possa segurar a colina. Não te preocupes. Na realidade, este é um festival maravilhoso. Amamos Indra pelo que fez por nós. Por causa de Indra, podemos experimentar este néctar doce do darsana de Krsna nesta forma maravilhosa." Yasodamayi disse, "Que é que estás para aí a dizer? Não tens coração? Estás a dizer que é doce ver este menino inocente e gentil com esta montanha gigantesca em cima d`Ele? Como te atreves a dizer que é doce? Nanda Maharaja disse, "Yasoda, não fales assim a Madhumangala porque ele está a encorajar Krsna. Krsna está a sorrir com o que ele diz."
p/SS Radhanatha Swami
"Neste contexto, a Colina de Govardhana é como Sri Caitanya Mahaprabhu. De acordo à literatura Védica, o Srimad-Bhagavatam e outros textos, Sri Caitanya Mahaprabhu é o próprio Krsna mas com o sentimento de um devoto, o sentimento do melhor devoto, Srimati Radharani. O Senhor Caitanya está mais inclinado a dar misericórdia que o próprio Krsna, apesar de ser Krsna. Com o sentimento de um devoto Ele é mais misericordioso do que com o sentimento de Krsna, a Suprema Personalidade de Deus. E o mesmo acontece com a Colina de Govardhana. Alguns dos nossos acaryas comentaram que estes versos falados pelas gopis, e em particular este, hari-dasa-varyah, foi na verdade falado por Srimati Radharani. A criação inteira glorifica Srimati Radharani como sendo o melhor devoto de Krsna e Ela glorifica a Colina de Govardhana comosendo o melhor devoto de Krsna"
p/SS Giriraja Swami
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Govardhana fica a vinte e sete quilômetros da cidade de Vrindávana. Bem ao pé da colina, próximo à vila de Govardhana, encontra-se o Bhaktivedanta Ashrama. Esse ashrama foi fundado pelo falecido sannyasi Tamal Krishna Gosvami, um dos devotos mais importantes na missão de Srila Prabhupada. Atualmente é liderado por Keshava Bharati Swami. É uma construção antiga que foi totalmente reformada. Era a residência de férias de um dos reis do Rajastan. As paredes tem quase um metro de espessura! Tem muitos terraços dos quais podemos ter uma fantástica visão de Giri-Govardhan. O ashrama dá abrigo aos devotos que querem passar alguns dias na atmosfera de Govardhana. É destinado à meditação, ao ouvir e cantar.
Govardhana é o lugar mais sagrado para os devotos de Krishna. Aos sete anos de idade, Krishna manteve a colina no alto, por sete dias, apoiada simplesmente no Seu dedo mindinho de lótus. A colina funcionou como um gigantesco guarda-chuva que protegeu os Vrajavasis do aguaceiro devastador enviado pelo orgulhoso Indra. Govardhana tem dupla identidade: 1) O melhor devoto de Krishna (hantayam adrir abal hari-dasa-varyo _"De todos os devotos do Senhor Hari, Govardhana é o melhor", Srimad-Bhagavatam 10,21.18) e 2) O próprio Senhor Krishna. A Govardhana shila, pedra da colina, é tão adorável como o próprio Senhor Krishna.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
O Maha-Mantra e ao aparecimento do Radha-Kunda
Para manifestar misericórdia e compaixão para com as almas caídas de Kali, o Senhor Sri Krsna, veio como Sri Caitanya Mahaprabhu e distribuiu o Maha-Mantra Hare Krsna:
Hare Krsna Hare Krsna, Krsna Krsna Hare Hare
Hare Rama Hare Rama, Rama Rama Hare Hare
Nesta era de Kali, Sri Krsna, a Suprema Personalidade de Deus, aparece como o Seu Santo Nome, para dispensar misericórdia. Por cantar estes nomes, todas as almas condicionadas podem ser purificadas dos Anarthas e Aparadhas. Gradualmente, um Sadhaka sincero, chegará a etapa do canto sem ofensas. Progredindo ainda mais, chegará ao estágio do canto puro, onde degustara o êxtase de Bhakti-Rasa, o amor divino de Deus. Um discípulo perguntou uma vez a Srila Prabhupada, se a celebração de Harinama-Sankirtana , estava no humor das Gopis que dançam a dança da Rasa. Srila Prabhupada confirmou esta situação, dizendo: "Sim, você compreendeu o significado interno do Sankirtana" Assim, na fase do canto puro saborearemos a Rasa abençoada. Em Kali-Yuga, Sri Krsna distribui Sua misericórdia, através da encarnação de Seu Santo Nome transcedental. Da mesma forma, Srimati Radharani distribui Sua misericórdia em Kali-Yuga, através das águas do Seu lago sagrado transcendental. Sara é a palavra sânscrita para lago ou Kunda. Sara significa também a mais agradável parte de uma substância. Quando as sílabas de Sara (sa e ra) são invertidas, pronuncia-se Rasa que significa líquido, o sabor divino de doçura transcedental. No Vraja-Riti-Cintamani (verso 34), Srila Visvanatha Cakravarti Thakur, explica que o Sara ou o lago de Radha, é uma transformação da Sua Rasa ou Madhurya-Prema.
Sri Cakravartipada explica que em certa ocasião Syama estava tão atraido, cativado e oprimido, ao ver a beleza indescritível de Srimati Radharani, que fundiu-Se e transformou- Se num lago de Rasa líquido. Esta Rasa, formou o Syama-Kunda. Da mesma forma, Srimati Radharani ao ouvir a flauta de Syama, e Sua fragrância doce e Sua forma encantadora, Srimati Radhika fundiu-Se e transformou- se no extático Radha-Kunda. Assim como alguém desfrutará de Bhakti Rasa ao cantar puramente o Santo Nome, também o Sadhaka sincero, ao banhar-se sem cometer ofensas ao Radha-Kunda, saboreará a doçura espiritual pura de Madhurya-Rasa. Banhar-se no Radha-Kunda, significa um banho no líquido carregado de Prema Rasa de Srimati Radharani. O aparecimento do Radha-Kunda no mundo material, é uma expressão da compaixão pessoal de Srimati Radharani, para com as almas sofredoras de Kali. Assim como Krsna concede Prema ao cantor puro, Radharani não concede apenas Prema, mas ela também dá o Seu serviço amoroso íntimo, na forma de Manjari-Bhava, para quem banhar-se sem cometer ofensas em Seus mais amado lago. O Casal Divino, graciosamente abençoa todas as almas condicionadas oferecendo-lhes estas duas prendas: o Maha Mantra Hare Krsna e o Radha-Kunda. Ambos os dons são a misericórdia sem causa de Sri Caitanya Mahaprabhu. Através da bela forma de Sri Caitanya, o Senhor Krsna manifestou Seus Santos Nomes perfeitos e todo auspiciosos. Também através do Senhor Gauranga, Srimati Radharani, mostrou a localização exata e o significado profundo de banhar-se no Radha Kunda, o Seu lago de misericórdia que flui constantemente. "
Radha Kunda Mahima Madhuri - As Doces Glórias do Radha Kunda de SS Mahanidhi Swami
p/Prahladesh Dasa
Sri Cakravartipada explica que em certa ocasião Syama estava tão atraido, cativado e oprimido, ao ver a beleza indescritível de Srimati Radharani, que fundiu-Se e transformou- Se num lago de Rasa líquido. Esta Rasa, formou o Syama-Kunda. Da mesma forma, Srimati Radharani ao ouvir a flauta de Syama, e Sua fragrância doce e Sua forma encantadora, Srimati Radhika fundiu-Se e transformou- se no extático Radha-Kunda. Assim como alguém desfrutará de Bhakti Rasa ao cantar puramente o Santo Nome, também o Sadhaka sincero, ao banhar-se sem cometer ofensas ao Radha-Kunda, saboreará a doçura espiritual pura de Madhurya-Rasa. Banhar-se no Radha-Kunda, significa um banho no líquido carregado de Prema Rasa de Srimati Radharani. O aparecimento do Radha-Kunda no mundo material, é uma expressão da compaixão pessoal de Srimati Radharani, para com as almas sofredoras de Kali. Assim como Krsna concede Prema ao cantor puro, Radharani não concede apenas Prema, mas ela também dá o Seu serviço amoroso íntimo, na forma de Manjari-Bhava, para quem banhar-se sem cometer ofensas em Seus mais amado lago. O Casal Divino, graciosamente abençoa todas as almas condicionadas oferecendo-lhes estas duas prendas: o Maha Mantra Hare Krsna e o Radha-Kunda. Ambos os dons são a misericórdia sem causa de Sri Caitanya Mahaprabhu. Através da bela forma de Sri Caitanya, o Senhor Krsna manifestou Seus Santos Nomes perfeitos e todo auspiciosos. Também através do Senhor Gauranga, Srimati Radharani, mostrou a localização exata e o significado profundo de banhar-se no Radha Kunda, o Seu lago de misericórdia que flui constantemente. "
Radha Kunda Mahima Madhuri - As Doces Glórias do Radha Kunda de SS Mahanidhi Swami
p/Prahladesh Dasa
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
22 de Outubro, aparecimento de Sri Virabhadra Gosani.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Quem está interessado em explicações está buscando Deus. Mas se tentarmos compreender Deus por nossa própria inteligência, sem aceitar a ajuda das fontes espirituais, desde o início da nossa busca estaremos supondo certas proposições sobre a existência de Deus que, de fato, não temos direito nem lógica para supor. Podemos dizer que no Universo existem entidades superiores e inferiores a nós. Para compreendermos as entidades inferiores, obviamente, nós podemos manipular, controlar, fazer experiências, como um cientista faz com uma cobaia, etc. Porém, para coisas superiores, como poderemos controlá-las se são superiores a nós? Como podemos fazer uma experiência empírica com algo superior? Neste caso, os fanáticos materialistas alegam que não podemos aceitar nada que não seja empírico. Proposta bastante irracional porque, sem nenhuma base, parte do pressuposto de que dentro do Universo, nem teoricamente, pode existir algo superior a nós. E assim, tais pessoas com problemas emocionais evidentes, estão atualmente mais ou menos controlando o nosso planeta e prestes a explodi-lo.”
No processo para a consciência de Krsna, nós diretamente adotamos satisfazer o Senhor Supremo Krsna cantando Seus nomes, dançando, oferecendo tudo e dedicando nossa vida a Ele. Esse amor pode atrair o Senhor Supremo. Então, se queremos dizer por filosofia uma compreensão da Verdade Absoluta, filosofia não pode ser oriental ou ocidental. Podemos falar, no entanto, de metodologia. Essa compreensão é necessária: que nós, por nossa rendição, por nosso amor, podemos compreender a Verdade Absoluta e não de outra maneira. Por lógica, por que o Senhor Supremo seria atraído por outros processos?
No processo para a consciência de Krsna, nós diretamente adotamos satisfazer o Senhor Supremo Krsna cantando Seus nomes, dançando, oferecendo tudo e dedicando nossa vida a Ele. Esse amor pode atrair o Senhor Supremo. Então, se queremos dizer por filosofia uma compreensão da Verdade Absoluta, filosofia não pode ser oriental ou ocidental. Podemos falar, no entanto, de metodologia. Essa compreensão é necessária: que nós, por nossa rendição, por nosso amor, podemos compreender a Verdade Absoluta e não de outra maneira. Por lógica, por que o Senhor Supremo seria atraído por outros processos?
Hrdayananda Goswami
“Conversas entre Nárada e o rei Pratinabarhi”
nänubhüaaà kva cänena
dehenädåñtam açrutam
kadäcid upalabhyeta
yad rüpaà yädåg ätmani
TRADUÇÃO
Às vezes, experimentamos algo repentinamente embora nunca o tivéssemos experimentado no corpo atual pela visão ou audição. Outras vezes, essas coisas aparecem-nos de repente em sonhos.
SIGNIFICADO
Às vezes, em sonhos, vemos coisas que nunca experimentamos no corpo atual. Às vezes, em sonhos, pensamos estar voando no céu, embora não tenhamos experiência de vôo. Isto quer dizer que alguma vez, numa vida anterior, seja como semideus ou astronauta, temos voado no céu. A impressão ficou gravada na mente, e subitamente ela se expressa. É algo assim como uma fermentação, ocorrida nas profundezas da água, que às vezes se manifesta em bolhas na superfície da água. Às vezes, sonhamos que estamos indo a um lugar que jamais conhecemos ou experimentamos nesta vida, o que prova que, numa vida anterior, tivemos experiência disso. A impressão é mantida dentro da mente e, às vezes, se manifesta, ou em sonho, ou em pensamento. Em conclusão, a mente é o repositório de vários pensamentos e experiências que tivemos em nossas vidas passadas. Assim, há um elo de continuidade de uma vida para outra, de vidas anteriores para esta vida e desta vida para vidas futuras. Prova-se isto, também, às vezes, dizendo-se que um homem é um poeta nato, um cientista nato ou um devoto nato. Se, como Maharaja Ambarisa, pensarmos constantemente em Krsna nesta vida (sa vai manah krsna-padaravindayo h), com certeza seremos transferidos ao reino de Deus à hora da morte. Mesmo que nossa tentativa de nos tornarmos conscientes de Krsna não seja completa, nossa consciência de Krsna continuará na vida seguinte. Confirma- se isto no Bhagavad-gita (6.41):
präpya puëya-kåtäà lokän
uñitvä çäçvatiù samäù
çucinäà çrématäà gehe
yoga-bhrañöo ‘bhijäyate
“O yogi fracassado depois de muitos e muitos anos de gozo nos planetas das entidades vivas piedosas, nasce em família de pessoas retas, ou em família rica e aristocrática”.
Se observarmos rigidamente os princípios de meditação em Krsna, não haverá dúvida de que na próxima vida seremos transferidos a Krsnaloka Goloka Vrndãvana.
Srimad Bhagavatam (4,29,64)
Tradução e significados elaborados por Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada.
sábado, 18 de outubro de 2008
18 DE OUTUBRO, DESAPARECIMENTO DE SRILA NAROTTAMA DASA THAKURA
NAROTTAMA DASA THAKURA foi o principal acharya na linha Gaudiya vaishnava. Ele era o único discípulo de Srila Lokanatha Goswami. Srila Narottama Dasa Thakura ajudou a levar os livros dos Goswamis de Vrindavana para a Bengala e Orissa. Em Kheturi, Bengala, ele inaugurou o primeiro festival de Gaura Purnima depois do desaparecimento de Sri Caitanya Mahaprabhu. Ele é muito famoso pelo seu Prarthana, uma composição de trinta e três canções bengalis.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Isso é Bhakti
Já que não se pode efetivamente impedir a mente de atuar, deve-se entender que parar com as oscilações da mente significa parar com os disparates mentais, ou com os desejos mundanos que são tecnicamente conhecidos como kama. O corpo material tem suas necessidades básicas e isto é compreensível. Mas, quando, através dos cinco sentidos, o ser corporificado se torna cada vez mais obcecado por prazer mundano, ele se torna totalmente desamparado e é arrastado pela luxúria e cobiça excessivas. Portanto, um verdadeiro se caracteriza pela sua capacidade de controlar seus sentidos, retraindo os seus sentidos dos desejos perigosos. Em relação a isto, o yogi é comparado a uma tartaruga que, ao se deparar com algum perigo, retrai-se para dentro da carapaça. O Yoga-Sutra de Pantanjali faz referência a duas condições da alma: pratyag-atma e parag-atma. Enquanto a entidade viva estiver atraída pelos objetos externos ela será classificada como parag-atma. Mas pode-se desapegar dos objetos externos praticando o processo conhecido como pranayma, quando o yogi, através de métodos mecânicos, consegue controlar as funções dos ares internos do corpo. Quando ocorre isto, os ares internos passam a agir favoravelmente e ajudam na purificação da alma. Então, o yogi alcança pratyag-atma, quando a alma consegue se afastar das atividades da matéria e alcança a iluminação no yoga. Neste estado avançado do yoga, pode-se alcançar o samadhi, quando, plenamente purificado, o yogi faz uso espiritual dos seus sentidos.
p/ Chandramukha Swami
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Na verdade, enquanto estiver cativada pela natureza material, a entidade viva (alma) terá que continuar transmigrando de um corpo para outro. Dependendo do tipo de desejo desenvolvido, ela será colocada em diferentes circunstâncias – nascendo às vezes como um semideus em planetas superiores; às vezes como um ser humano na Terra ou em planetas intermediários similares; e às vezes nascerá em planetas inferiores ou no reino animal. Embora, todas estas circunstâncias sejam desagradáveis, a entidade viva (alma) tem dificuldade em reconhecer isto, pois está longe de seu estado original de consciência. Enquanto está neste mundo, a entidade viva permanece em crie de sua auto-identidade já que a cada nova vida ele recebe um corpo novo e, devido à identificação com este corpo específico, desenvolve um tipo de mentalidade temporária. Um yogi deve, portanto, procurar se livrar da identificação corpórea, pois esta identificação produz uma enorme variedade de concepções errôneas. O Brhad-aranyaka Upanishad afirma que se deve meditar da seguinte maneira: aham bramasmi, “Eu sou espírito”. Brahman significa espírito. A vida espiritual começa dessa maneira: “Eu sou espiritual”. Mas, quem acredita que é o corpo material vive em consciência corpórea e toda a sua vida e funções estarão centralizadas no seu corpo. Portanto, esta concepção espiritual ahan brahmasmi é o alicerce básico da filosofia do yoga, como se confirma na Bhagavad-Gita: Quando um homem sensato pára de ver identidades diferentes (que se deve a corpos materiais diferentes), ele alcança a visão Brahman e passa a ver que os seres vivos se expandem em toda parte. Dotado desta visão espiritual, ele entende que a alma é imperceptível e transcendental e que, apesar de estar dentro de um corpo, a lama nada faz. BG 13.31-32
p/ Chandramukha Swami
Damodara Masa
terça-feira, 14 de outubro de 2008
O verdadeiro problema não é ter o corpo, mas sim, como utilizá-lo! É exatamente como possuir um carro. Se soubermos dirigi-lo, seguindo as regras de trânsito, ele nos será de grande valia. Mas, se fizermos dele uma arma, poderá haver muitas vítimas. Então, o yoga ensina como fazer um bom uso deste precioso veículo. Antes disso, o yoga ensina também como cuidar do motor (a mente, aquela que arrasta o corpo), qual o combustível apropriado (alimentação), a importância de bons pneus e suspensão (posturas), freios (o que não se deve fazer), faróis precisos (visão correta), etc. – tudo para oferecer completa segurança e ajudar a pessoa a evitar acidentes. Este conhecimento importante sobre a diferença analítica entre a alma e o corpo – a primeira constituída de energia espiritual eterna e o segundo de energia material temporária – está inserida da filosofia Sankhya do sábio Kapila apresentada no Terceiro Canto do Srimad-Bhagavatam. Nesta escritura védica feita uma análise minuciosa dos vinte e quatro elementos que compõem tanto manifestação cósmica grosseira, quanto as manifestações sutis da mente e seus efeitos psicológicos. Felizmente, a essência da filosofia Sankhya é encontrada na Bhagavad-Gita, onde se afirma que este mundo não passa de uma simples combinação entre duas energias: a material e a espiritual. A alma, ou o verdadeiro eu, é a energia espiritual que, revestida de um corpo material, recebe sua influência implacável e permanece identificada com o falso ego. Na verdade, enquanto estiver cativada pela natureza material, a entidade viva terá que continuar transmigrando de um corpo para outro.
p/ Chandramukha Swami
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
"O que for da profundeza do teu ser, assim será o seu desejo. O que for o teu desejo, assim será a sua vontade. O que for a tua vontade, assim serão teus atos. O que forem teus atos, assim será o teu destino."
Refletindo sobre isto podemos observar que o nosso destino nada mais é do que a expressão final daquilo que somos na profundidade do nosso ser. Entenda: Você tem que ser verdadeiro com sua própria pessoa, nos seus ideais, nas suas atitudes diárias. Se em você não há a verdade de ser naquilo que você se propõe, ou se você faz um jogo de interesses no mundo em que vive, que é diferente daquilo que você realmente quer, então o seu destino será uma mentira, uma ilusão. E isto está acontecendo com muitas pessoas. Elas estão sofrendo, e muito, porque a nossa verdade de ser não combina com a nossa mentira de viver. Tire a sua máscara. E então a Vida, Krsna, poderá acontecer na sua harmonia, e você será feliz, realizado. Se assuma. Seja você mesmo, seja profundo. Só assim as pessoas te verão como você é.
p/ Alemão
O corpo é simplesmente a vestimenta da alma. Ou seja, é a alma que possui um corpo e não o contrário disto. Portanto, não há verdadeiro sentido quando alguém diz “minha alma”. Logicamente, pode-se aceitar como uma simples força de expressão, mas, filosoficamente, isto não pode ser aceito, já que a pessoa é a alma e tem um corpo. Esta é a compreensão filosófica básica para a prática de qualquer sistema de yoga. Entretanto, embora seja uma alma, ou consciência, no presente momento, neste mundo todos estão sob a influência do corpo e, assim, apresentam alterações na consciência. Por este motivo, é freqüente encontrarmos na Gita a palavra dehinah, que pode se traduzida como “alma corporificada”. O corpo é expresso pela palavra dehe, e a alma pelas palavras atma e jiva. Então, quando a Gita menciona deheinah, é como se fosse um alerta: “Calma, embora sejas a alma, agora és uma alma corporificada e tens de saber lidar muito bem com isto”. Ou seja, ninguém deve ser esquecer do corpo, deixando de tratá-lo adequadamente. Por outro lado, como a pessoa não é o corpo, ela não deve viver em função unicamente dele. Podemos dizer que, de um modo geral, esta presa dentro de um corpo é um enorme problema para a alma. Mas, na verdade, o verdadeiro problema não é ter um corpo, mas, sim como utilizá-lo!
p/ Chandramukha Swami
Por que cantar Hare Krishna?
O entoar do mantra de Hare Krishna - Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare / Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare - é recomendado nos Vedas como o método mais fácil para a auto-realização na atual Era de Kali (a Era de Ferro ou Desavenças). Krishna é um nome de Deus em sânscrito e significa “todo-atrativo”, e Rama é um outro nome de Deus, cujo significado é “reservatório do prazer”. Hare é a energia divina do Senhor. O mantra Hare Krishna significa: “Ó Senhor todo atrativo e pleno de bem-aventuranç a, ó energia do Senhor, por favor, ocupem-me em Seu serviço devocional”. Há duas formas de se entoar este mantra: o canto congregacional (kirtana) e o canto individual, em geral feito com contas (semelhantes as de um rosário) para melhorar a concentração (japa). Em ambos os métodos, não há nenhuma regra fixa ou rigorosa para esta alegre e sistemática forma de meditação.
Quem é Krishna?
Krishna é a Suprema Personalidade de Deus, a Verdade Absoluta, a fonte de tudo e a causa de todas as causas. Krishna é a forma mais elevada e original de Deus. Deus assume muitas formas, mas a forma original é de Krishna. Nas escrituras, especialmente o Srimad Bhagavatam, existem explicações detalhadas de Sua morada, Sua aparência, Seus passatempos, Suas expansões, Suas energias, etc. Ele é dotado de seis opulências, todas ao grau infinito: beleza, força, sabedoria, riqueza, fama e renuncia. Ele sabe tudo que aconteceu, tudo que está acontecendo e tudo que vai acontecer. Ele é infinitamente misericordioso. Ele é o beneficiário de todos os sacrifícios e austeridades, o Senhor Supremo de todos os planetas e semideuses e o benfeitor e bem-querente de todas as entidades vivas. Nas escrituras explica que uma das expansões de Krishna (o Senhor Sesa) tem um cem número de bocas e está descrevendo as glórias de Krishna desde de tempos imemoriais, e mesmo assim não consegue nunca chegar ao final. Outra passagem do Srimad Bhagavatam explica que mesmo se pudéssemos contar todos átomos no universo, mesmo assim não poderíamos enumerar todas as qualidades transcendentais do Senhor Krishna. Krishna é um dos principais nomes de Deus, que significa o “todo atrativo".
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Tilaka - Ornamento do espírito
A Tilaka é também chamada de ornamenação do espírito. Quando o devoto marca sua testa, ele está indicando a intenção de se transformar em um servo de Krishna; as linhas ascendentes de tilaka representam a pegada do Senhor, e a do nariz representa Tulasi, a folha sagrada que sempre aparece nos pés do Senhor nos templos. A decoração feita aplicando uma mistura molhada de argila e juntamente às outras marcas ao redor do corpo, o transformam em um templo de Vishnu, o Deus Supremo.O devoto vaishnava marca seu corpo em diferentes doze lugares, afim de obter purificação e proteção, e aquele que a estiver usando é identificado como um devoto do Senhor.
Como aquele que pode compreender a força de um governo atrás do uniforme de uma polícia, este mesmo pode compreender a força de Deus que está por tás do devoto sinalizado com a tilaka. No Padma Purana, o Senhor Shiva diz para Parvati que no centro da tilaka há um espaço , dentro daquele espaço em que reside Laskshimi e Narayana. Desta forma, o corpo que estiver sinalizado com uma tilaka será considerado como sendo um templo do Senhor Vishnu.
Quando estiver preparando a tilaka o mantra abaixo, da seção Uttara Khanda do Padma Purana deverá ser recitado:lalate kesavam dhyayennarayanam athodarevaksah-sthale madhavam tugovindam kantha-kupakevisnum ca daksine kuksaubahau ca madhusudanamtrivikramam kandhare tuvamanam vama-parsvakestridharam vama-bahau tuhrsikesam ca kandhareprsthe tu padma-nabham cakatyam damodaram nyasettat praksalana-toyam tuvasudeveti mrdhani
De acordo com o mantra acima mencionado, deve-se aplicar a tilaka com a esfera da ponta do dedo, para fazer as marcas de tilaka nas doze partes do corpo. Quando a tilaka for aplicada os seguintes mantras devem ser recitados: * Na testa: om kesavaya namah * No ventre: om narayanaya namah * No peito: om madhavaya namah * Na garganta: om govindaya namah * No lado direito do ventre: om visnave namah * No braço direito: om madhusudanaya namah * No ombro direito: om trivikramaya namah * No lado esquerdo do ventre: om vamanaya namah * No braço esquerdo: om sridharaya namah * No ombro esquerdo: om hrsikesaya namah * Na parte superior das costas: om padmanabhaya namah * Na parte inferior das costas: om damodaraya namah Por fim, após lavar às mãos, a água restante deve ser espalhada no topo da cabeça enquanto se recita o seguinte mantra: om vasudevaya namah
Como aquele que pode compreender a força de um governo atrás do uniforme de uma polícia, este mesmo pode compreender a força de Deus que está por tás do devoto sinalizado com a tilaka. No Padma Purana, o Senhor Shiva diz para Parvati que no centro da tilaka há um espaço , dentro daquele espaço em que reside Laskshimi e Narayana. Desta forma, o corpo que estiver sinalizado com uma tilaka será considerado como sendo um templo do Senhor Vishnu.
Quando estiver preparando a tilaka o mantra abaixo, da seção Uttara Khanda do Padma Purana deverá ser recitado:lalate kesavam dhyayennarayanam athodarevaksah-sthale madhavam tugovindam kantha-kupakevisnum ca daksine kuksaubahau ca madhusudanamtrivikramam kandhare tuvamanam vama-parsvakestridharam vama-bahau tuhrsikesam ca kandhareprsthe tu padma-nabham cakatyam damodaram nyasettat praksalana-toyam tuvasudeveti mrdhani
De acordo com o mantra acima mencionado, deve-se aplicar a tilaka com a esfera da ponta do dedo, para fazer as marcas de tilaka nas doze partes do corpo. Quando a tilaka for aplicada os seguintes mantras devem ser recitados: * Na testa: om kesavaya namah * No ventre: om narayanaya namah * No peito: om madhavaya namah * Na garganta: om govindaya namah * No lado direito do ventre: om visnave namah * No braço direito: om madhusudanaya namah * No ombro direito: om trivikramaya namah * No lado esquerdo do ventre: om vamanaya namah * No braço esquerdo: om sridharaya namah * No ombro esquerdo: om hrsikesaya namah * Na parte superior das costas: om padmanabhaya namah * Na parte inferior das costas: om damodaraya namah Por fim, após lavar às mãos, a água restante deve ser espalhada no topo da cabeça enquanto se recita o seguinte mantra: om vasudevaya namah
p/ Avyakta Rupa das
domingo, 5 de outubro de 2008
O Senhor Jagannatha talvez pareça estranho aos olhos dos ocidentais, mas Ele é a “vida e alma” do povo do de Orissa. Embora eu tenha ido ao festival de Ratha-yatra várias vezes durante minha juventude, foi quando eu encontrei com os devotos da ISKCON que minha devoção pelo Senhor Jagannatha se tornou mais intensa. Agora, o Senhor Jagannatha é adorado em vários templos da ISKCON por todo o mundo, e eu, já mais maduro, posso percebê-Lo como a pessoa mais misericordiosa e encantadora, que releva as ofensas de Seus devotos e os atrai dia após dia, ao longo do caminho do serviço devocional. Jagannatha significa “Senhor do universo”. Vários livros Védicos mencionam que o Senhor Jagannatha é Krishna. Baladeva é seu irmão, e Subhadra Sua irmã. Embora Krishna seja absoluto e transcendental a natureza material, para aceitar o serviço amoroso de Seus devotos, Ele aparece perante nós como a deidade no templo feita de pedra, metal, madeira, ou pintura. Jagannatha é uma forma de Krishna manifestada em madeira. Porque o Senhor Jagannatha não se parece com Krishna, as pessoas talvez especulem: “Como Ele pode ser Krishna?”. Os vedas contam a história por trás da estranha forma de Jagannatha.
O advento Transcendental do Senhor Jagannatha.
O Skanda Purana relata os esforços do rei Indradyumna para encontrar uma deidade de Krishna após sonhar com uma bela deidade azul chamada Nila Madhava. O nome descreve a cor de safira da deidade: Nila significa azul, e Madhava é um dos nomes de Krishna. O rei Indradyumna enviou mensageiros em todas as direções para encontrar Nila Madhava, e um brahmana de nome Vidyapati retornou com sucesso. Ele descobriu que em Vishavavasu, uma fazenda de criação de porcos (savara), numa remota vila tribal, estava-se adorando secretamente a Nila Madhava.
Quando Vidyapati retornou ao local com o rei indradyumna, entretanto, Nila Madhava não estava mais ali. O rei Indradyumna cercou toda a vila com seus soldados e prendeu o chefe Vishavavasu, ao que uma voz vinda do céu proclamou: “Deixe os criadores de porcos em paz e construa um grande templo para Mim no topo da colina Nila, lá você Me verá não como Nila Madhava, mas em uma forma de madeira Nim”. Nila Madhava prometeu aparecer como madeira (Daru), e por isso Ele é chamado de Daru-Brahma (“madeira-espiritual” ). Indradyumna esperou à beira do mar, até que o Senhor apareceu como uma gigante tora de madeira boiando para as margens da praia.
Disfarçado como um senhor de idade, Visvakarma, o arquiteto dos semideuses, apareceu para esculpir as deidades sob a condição de que só o faria se pudesse ficar por vinte e um dias sem ser perturbado durante seu serviço. O rei Indradyumna consentiu, e o artista trabalhou com as portas fechadas. Antes do período estipulado se esgotar, todavia, o barulho característico do esculpir, havia parado, e a intensa curiosidade do rei Indradyumna levou-o a abrir a porta. Visvakarma havia desaparecido. Na sala, as deidades de Jagannatha, Baladeva e Subhadra pereciam como se fossem inacabadas – sem mãos sem pés – e Indradyumna ficou extremamente perturbado pensando que havia ofendido o Senhor.
Naquela noite, o Senhor Jagannatha falou ao rei durante um sonho e o tranqüilizou explicando que Ele estava se revelando naquela forma por Seu próprio desejo inconcebível, a fim de mostrar ao mundo que Ele pode aceitar oferendas mesmo sem mãos, e se mover sem pés. O Senhor Jagannatha disse ao rei: “Certamente minhas mãos e pés são o ornamento de todos os ornamentos, mas para sua satisfação, você pode Me dar mãos e pés de ouro e prata de tempos em tempos”. Os devotos hoje adoram a mesma forma “inacabada” de Jagannatha, Baladeva e Subhadra em Puri e em outros templos por todo mundo. Essas formas fazem parte de Seus passatempos eternos.
Transformados pelas narrações de Rohini.
O Utkala-kanda (Utkala é um sinônimo tradicional para a palavra Orissa) do Skanda Purana revela outro relato em relação ao aparecimento de Krishna como Jagannatha. Certa vez, durante um eclipse solar, Krishna, Balarama, Subhadra e outros residentes de Dvaraka foram se banhar em um lago sagrado em Kurukshetra. Sabendo que Krishna estaria presente no local de peregrinação, Srimati Radharani, os pais de Krishna Nanda e Yashoda, e outros residentes de Vrindavana, que estavam queimando no fogo da separação do Senhor, foram até lá para se encontrarem com Ele. Dentro de uma das várias tendas que os peregrinos haviam montado em Kurukshetra, Rohini, a mãe do Senhor Balarama, narrou os passatempos de Krishna em Vrindavana para as rainhas de Dvaraka e outros que estavam presentes. É dito que os habitantes de Dvaraka estão no humor de opulência (aishvarya), e que eles adoram a Krishna como o Senhor Supremo. Mas os residentes de Vridavana estão no humor de doçura (madhurya), e tem uma relação confidencial com Krishna que ultrapassa a idéia de contemplação e reverencia por ser baseada em amizade e amor. As histórias contadas por Rohini eram extremamente confidenciais, então ela colocou Subhadra de guarda na porta, para que ninguém ouvisse por acaso.
Krishna e Balarama foram também até a porta e ficaram cada de um lado de Subhadra. Enquanto ouviam as narrações de Rohini sobre os passatempos íntimos de Krishna em Vridavana, Krishna e Balarama se tornaram extáticos, e seus sentimentos internos se manifestaram externamente. Seus olhos tornaram-se dilatados, Suas cabeças se comprimiram junto ao corpo e Seus membros encolheram-se. Vendo estas transformações em Krishna e Balarama, Subhadra também entrou em êxtase e assumiu uma forma similar. Assim, por ouvirem acerca dos passatempos de Krishna em Vrindavana, Krishna e Balarama com Subhadra no meio, exibiram suas formas extáticas de Jagannatha, Baladeva e Subhadra.
O êxtase Máximo do Senhor
De acordo com o Skanda Purana, o jyesta-purnima, o dia de lua cheia do mês jyesta (maio/junho) , é aniversário do Senhor Jagannatha. Jagannatha é Krishna, mas o aniversario de Krishna é o Janmasthami, no mês de Bhadra (agosto/setembro) . Esta aparente contradição e solucionada se entendermos que o jyesta-purnima é quando o Senhor Krishna aparece na forma de Jagannatha com olhos dilatados e membros encolhidos. Essa forma é conhecida como Mahabhava-prakasha, a forma extática de Krishna. Mahabhava significa “o êxtase máximo”, e prakasha significa “manifestação”, assim o Senhor Jagannatha é literalmente a forma do Senhor Supremo Krishna em êxtase.
Há um poema de nome mahabhava-prakasha, escrito por um poeta de Orissa conhecido como Kanai Khuntia, que descreve o significado confidencial por trás da forma de Jagannatha: Ele é a corporificação do sentimento de saudades de Krishna manifestado pelos residentes de Vrindavana, especialmente de Sri Radha e das Gopis. As escrituras explicam que o intenso êxtase espiritual, particularmente neste humor de separação da pessoa amada, produz transformações corpo. Uma vez que Krishna não é diferente de Seu corpo, Seus sentimentos mais internos manifestaram- se externamente, e Ele assumiu a forma de Jagannatha.
O êxtase de mahabhava é comparado a um oceano. No passatempo com o rei Indradyumna, um gigantesco tronco boiava no oceano. Similarmente, as formas de Jagannatha, Baladeva e Subhadra bóiam no oceano de mahabhava.
Quando o sábio Narada Muni viu Krishna Transformado em Jagannatha, ele orou para que o Senhor aparecesse naquela forma novamente. Embora o Senhor não tenha nenhuma obrigação para com ninguém, Ele recíproca Seus devotos satisfazendo seus desejos. No Garga Samhita (1.27.4) Krishna Afirma: “Eu sou plenamente completo – todas as epopéias estão em Mim. E mesmo assim, Eu Me rendo aos desejos de Meu devoto e apareço em qualquer forma que ele queira”. Assim, da mesma forma que Krishna aparece como Nila Madhava para satisfazer Vishvavasu, Ele aparece sob a forma da deidade de Jagannatha e reside em Jagannatha Puri para satisfazer o desejo de Narada Muni. Esta forma especial de Krishna também é conhecida como Patita Pavana, o salvador dos caídos, e todo aquele que tem Sua audiência com a devida consciência é presenteado com a liberação espiritual.
Jagannatha como o Krishna de Vrindavana
Embora Jagannatha seja habitualmente identificado como o Krishna de Dvaraka, no humor de opulência Sua real (e confidencial) identidade é como o Krishna de Vrindavana, o querido de Radharani. O Jagannatha Chaitanyam afirma: “Radha permanece no coração do Senhor Jagannatha, e Krishna no coração de Radha”. Krishna é famoso por Seus relacionamentos, especialmente com os residentes de Vrindavana, e os devotos às vezes se referem ao Senhor Jagannatha nesse humor. Jagannatha é considerado o consorte de Radharani, que se associa com Krishna unicamente em Seu humor de Vrindavana. O êxtase resultante do amor de Krishna por Radharani é a causa de Sua Transformação na forma de Jagannatha. Um poeta de Orissa, Vanamali, canta: “Ó Jagannatha, amado filho adotivo de Yasodadevi, Sua Radha é como o pássaro chataka que bebe apenas as puras gotas da chuva, e Você chove com muita graça”.
Em Vrindavana, Krishna assume a graciosa forma com três curvas corporais (tribanga-lalita) e usa uma pena de pavão e toca Sua flauta. O Jagannathastakam (verso 2) identifica Jagannatha em tal humor:”Em Sua mão esquerda, o Senhor Jagannatha segura uma flauta. Em Sua cabeça Ele usa uma pena de pavão e em Seus quadris Ele usa um fino tecido de seda amarela. Pelo canto de Seus olhos, Ele olha de relance Seus amáveis devotos e sempre se revela através de Seus passatempos em Sua divina morada Vrindavana. Que este Senhor Jagannatha seja o objeto de minha visão”.
A devota e poetiza Madhavi-devi (Caitanya Lila), irmã de Ramananda Raya escreve em uma de suas canções: ”Os tenros e doces versos do Sri Gita-govinda, trazendo o nome de Radha, se entrelaçam com as khanduas (peças de roupas usadas por Jagannatha todas as noites), que o Senhor Jagannatha mantém bem próximas de Seus ombros”.
O Chaitanya-Chaitanya explica que Krishna vem como Caitanya a fim de entender os sentimentos de Radharani. Durante o Rathayatra, Ele dança em êxtase perante o Senhor Jagannatha para chamar Sua atenção. Em resposta, Jagannatha o consola: ”Eu nunca esqueci nenhuma gopi ou gopa, muito menos Você, Srimati Radhika. Como poderia Eu esquecê-La?”.
No Brihad-bhagavatamri ta (2.5.212 a 214), Narada Muni revela a Gopa-kumara:”Eternamente querida a Sri Krishnadeva, tanto quanto Sua bela Mathura-dhama , é aquela Purushottama- kisetra. Lá, o Senhor não só exibe Sua opulência suprema, mas também encanta Seus devotos agindo como uma pessoa comum deste mundo. E se você não ficar plenamente satisfeito após chegar lá e vê-Lo, então ao menos fique lá por algum tempo para conseguir sua meta desejada. È claro que sua meta última é amor puro pelos pés de lótus de Krishna, a vida e alma das divinas gopis – amor que segue o humor da própria Vrajabhumi do Senhor - Você não está procurando por outra coisa”. Amor por Jagannatha é Krishna-prema amor por Krishna, que é nossa meta última. Krishna se tornou acessível a todos em Sua forma de Jagannatha.
Uma vez que o Senhor Jagannatha não é outro senão Krishna, Sua morada é idêntica a Vrindavana, onde Krishna executa Seus passatempos infantis. Jagannatha Puri – Também conhecida como Purushottama- kisetra, Sri Kishetra e Nilacala (o local da montanha azul) – contêm todos os passatempos (lilas) de Krishna em Vrindavana, embora possam porventura estar escondidos dos olhos materiais. O vaishnava-tantra afirma: ”Qualquer lila de Krishna que se manifeste em Gokula, Mathura ou Dvaraka, são encontradas em Nilacala, Sri Kishetra”. Através de apropriada visão espiritual – olhos untados por amor a Deus, Krishna-prema – a pessoa pode ver todos os passatempos de Krishna ali manifestos.
Jagannatha não é ninguém senão a manifestação extática de Krishna que apareceu em Sua forma mais misericordiosa para ajudar-nos a voltar para casa, voltar ao Supremo. Por isso Srila Prabhupada introduziu o Ratha-yatra do Senhor Jagannatha em várias cidades por todo mundo, exatamente para retirar as almas condicionadas de enredamento de maya (ilusão). Tiremos todos, então, o máximo benefício de tal evento.
O advento Transcendental do Senhor Jagannatha.
O Skanda Purana relata os esforços do rei Indradyumna para encontrar uma deidade de Krishna após sonhar com uma bela deidade azul chamada Nila Madhava. O nome descreve a cor de safira da deidade: Nila significa azul, e Madhava é um dos nomes de Krishna. O rei Indradyumna enviou mensageiros em todas as direções para encontrar Nila Madhava, e um brahmana de nome Vidyapati retornou com sucesso. Ele descobriu que em Vishavavasu, uma fazenda de criação de porcos (savara), numa remota vila tribal, estava-se adorando secretamente a Nila Madhava.
Quando Vidyapati retornou ao local com o rei indradyumna, entretanto, Nila Madhava não estava mais ali. O rei Indradyumna cercou toda a vila com seus soldados e prendeu o chefe Vishavavasu, ao que uma voz vinda do céu proclamou: “Deixe os criadores de porcos em paz e construa um grande templo para Mim no topo da colina Nila, lá você Me verá não como Nila Madhava, mas em uma forma de madeira Nim”. Nila Madhava prometeu aparecer como madeira (Daru), e por isso Ele é chamado de Daru-Brahma (“madeira-espiritual” ). Indradyumna esperou à beira do mar, até que o Senhor apareceu como uma gigante tora de madeira boiando para as margens da praia.
Disfarçado como um senhor de idade, Visvakarma, o arquiteto dos semideuses, apareceu para esculpir as deidades sob a condição de que só o faria se pudesse ficar por vinte e um dias sem ser perturbado durante seu serviço. O rei Indradyumna consentiu, e o artista trabalhou com as portas fechadas. Antes do período estipulado se esgotar, todavia, o barulho característico do esculpir, havia parado, e a intensa curiosidade do rei Indradyumna levou-o a abrir a porta. Visvakarma havia desaparecido. Na sala, as deidades de Jagannatha, Baladeva e Subhadra pereciam como se fossem inacabadas – sem mãos sem pés – e Indradyumna ficou extremamente perturbado pensando que havia ofendido o Senhor.
Naquela noite, o Senhor Jagannatha falou ao rei durante um sonho e o tranqüilizou explicando que Ele estava se revelando naquela forma por Seu próprio desejo inconcebível, a fim de mostrar ao mundo que Ele pode aceitar oferendas mesmo sem mãos, e se mover sem pés. O Senhor Jagannatha disse ao rei: “Certamente minhas mãos e pés são o ornamento de todos os ornamentos, mas para sua satisfação, você pode Me dar mãos e pés de ouro e prata de tempos em tempos”. Os devotos hoje adoram a mesma forma “inacabada” de Jagannatha, Baladeva e Subhadra em Puri e em outros templos por todo mundo. Essas formas fazem parte de Seus passatempos eternos.
Transformados pelas narrações de Rohini.
O Utkala-kanda (Utkala é um sinônimo tradicional para a palavra Orissa) do Skanda Purana revela outro relato em relação ao aparecimento de Krishna como Jagannatha. Certa vez, durante um eclipse solar, Krishna, Balarama, Subhadra e outros residentes de Dvaraka foram se banhar em um lago sagrado em Kurukshetra. Sabendo que Krishna estaria presente no local de peregrinação, Srimati Radharani, os pais de Krishna Nanda e Yashoda, e outros residentes de Vrindavana, que estavam queimando no fogo da separação do Senhor, foram até lá para se encontrarem com Ele. Dentro de uma das várias tendas que os peregrinos haviam montado em Kurukshetra, Rohini, a mãe do Senhor Balarama, narrou os passatempos de Krishna em Vrindavana para as rainhas de Dvaraka e outros que estavam presentes. É dito que os habitantes de Dvaraka estão no humor de opulência (aishvarya), e que eles adoram a Krishna como o Senhor Supremo. Mas os residentes de Vridavana estão no humor de doçura (madhurya), e tem uma relação confidencial com Krishna que ultrapassa a idéia de contemplação e reverencia por ser baseada em amizade e amor. As histórias contadas por Rohini eram extremamente confidenciais, então ela colocou Subhadra de guarda na porta, para que ninguém ouvisse por acaso.
Krishna e Balarama foram também até a porta e ficaram cada de um lado de Subhadra. Enquanto ouviam as narrações de Rohini sobre os passatempos íntimos de Krishna em Vridavana, Krishna e Balarama se tornaram extáticos, e seus sentimentos internos se manifestaram externamente. Seus olhos tornaram-se dilatados, Suas cabeças se comprimiram junto ao corpo e Seus membros encolheram-se. Vendo estas transformações em Krishna e Balarama, Subhadra também entrou em êxtase e assumiu uma forma similar. Assim, por ouvirem acerca dos passatempos de Krishna em Vrindavana, Krishna e Balarama com Subhadra no meio, exibiram suas formas extáticas de Jagannatha, Baladeva e Subhadra.
O êxtase Máximo do Senhor
De acordo com o Skanda Purana, o jyesta-purnima, o dia de lua cheia do mês jyesta (maio/junho) , é aniversário do Senhor Jagannatha. Jagannatha é Krishna, mas o aniversario de Krishna é o Janmasthami, no mês de Bhadra (agosto/setembro) . Esta aparente contradição e solucionada se entendermos que o jyesta-purnima é quando o Senhor Krishna aparece na forma de Jagannatha com olhos dilatados e membros encolhidos. Essa forma é conhecida como Mahabhava-prakasha, a forma extática de Krishna. Mahabhava significa “o êxtase máximo”, e prakasha significa “manifestação”, assim o Senhor Jagannatha é literalmente a forma do Senhor Supremo Krishna em êxtase.
Há um poema de nome mahabhava-prakasha, escrito por um poeta de Orissa conhecido como Kanai Khuntia, que descreve o significado confidencial por trás da forma de Jagannatha: Ele é a corporificação do sentimento de saudades de Krishna manifestado pelos residentes de Vrindavana, especialmente de Sri Radha e das Gopis. As escrituras explicam que o intenso êxtase espiritual, particularmente neste humor de separação da pessoa amada, produz transformações corpo. Uma vez que Krishna não é diferente de Seu corpo, Seus sentimentos mais internos manifestaram- se externamente, e Ele assumiu a forma de Jagannatha.
O êxtase de mahabhava é comparado a um oceano. No passatempo com o rei Indradyumna, um gigantesco tronco boiava no oceano. Similarmente, as formas de Jagannatha, Baladeva e Subhadra bóiam no oceano de mahabhava.
Quando o sábio Narada Muni viu Krishna Transformado em Jagannatha, ele orou para que o Senhor aparecesse naquela forma novamente. Embora o Senhor não tenha nenhuma obrigação para com ninguém, Ele recíproca Seus devotos satisfazendo seus desejos. No Garga Samhita (1.27.4) Krishna Afirma: “Eu sou plenamente completo – todas as epopéias estão em Mim. E mesmo assim, Eu Me rendo aos desejos de Meu devoto e apareço em qualquer forma que ele queira”. Assim, da mesma forma que Krishna aparece como Nila Madhava para satisfazer Vishvavasu, Ele aparece sob a forma da deidade de Jagannatha e reside em Jagannatha Puri para satisfazer o desejo de Narada Muni. Esta forma especial de Krishna também é conhecida como Patita Pavana, o salvador dos caídos, e todo aquele que tem Sua audiência com a devida consciência é presenteado com a liberação espiritual.
Jagannatha como o Krishna de Vrindavana
Embora Jagannatha seja habitualmente identificado como o Krishna de Dvaraka, no humor de opulência Sua real (e confidencial) identidade é como o Krishna de Vrindavana, o querido de Radharani. O Jagannatha Chaitanyam afirma: “Radha permanece no coração do Senhor Jagannatha, e Krishna no coração de Radha”. Krishna é famoso por Seus relacionamentos, especialmente com os residentes de Vrindavana, e os devotos às vezes se referem ao Senhor Jagannatha nesse humor. Jagannatha é considerado o consorte de Radharani, que se associa com Krishna unicamente em Seu humor de Vrindavana. O êxtase resultante do amor de Krishna por Radharani é a causa de Sua Transformação na forma de Jagannatha. Um poeta de Orissa, Vanamali, canta: “Ó Jagannatha, amado filho adotivo de Yasodadevi, Sua Radha é como o pássaro chataka que bebe apenas as puras gotas da chuva, e Você chove com muita graça”.
Em Vrindavana, Krishna assume a graciosa forma com três curvas corporais (tribanga-lalita) e usa uma pena de pavão e toca Sua flauta. O Jagannathastakam (verso 2) identifica Jagannatha em tal humor:”Em Sua mão esquerda, o Senhor Jagannatha segura uma flauta. Em Sua cabeça Ele usa uma pena de pavão e em Seus quadris Ele usa um fino tecido de seda amarela. Pelo canto de Seus olhos, Ele olha de relance Seus amáveis devotos e sempre se revela através de Seus passatempos em Sua divina morada Vrindavana. Que este Senhor Jagannatha seja o objeto de minha visão”.
A devota e poetiza Madhavi-devi (Caitanya Lila), irmã de Ramananda Raya escreve em uma de suas canções: ”Os tenros e doces versos do Sri Gita-govinda, trazendo o nome de Radha, se entrelaçam com as khanduas (peças de roupas usadas por Jagannatha todas as noites), que o Senhor Jagannatha mantém bem próximas de Seus ombros”.
O Chaitanya-Chaitanya explica que Krishna vem como Caitanya a fim de entender os sentimentos de Radharani. Durante o Rathayatra, Ele dança em êxtase perante o Senhor Jagannatha para chamar Sua atenção. Em resposta, Jagannatha o consola: ”Eu nunca esqueci nenhuma gopi ou gopa, muito menos Você, Srimati Radhika. Como poderia Eu esquecê-La?”.
No Brihad-bhagavatamri ta (2.5.212 a 214), Narada Muni revela a Gopa-kumara:”Eternamente querida a Sri Krishnadeva, tanto quanto Sua bela Mathura-dhama , é aquela Purushottama- kisetra. Lá, o Senhor não só exibe Sua opulência suprema, mas também encanta Seus devotos agindo como uma pessoa comum deste mundo. E se você não ficar plenamente satisfeito após chegar lá e vê-Lo, então ao menos fique lá por algum tempo para conseguir sua meta desejada. È claro que sua meta última é amor puro pelos pés de lótus de Krishna, a vida e alma das divinas gopis – amor que segue o humor da própria Vrajabhumi do Senhor - Você não está procurando por outra coisa”. Amor por Jagannatha é Krishna-prema amor por Krishna, que é nossa meta última. Krishna se tornou acessível a todos em Sua forma de Jagannatha.
Uma vez que o Senhor Jagannatha não é outro senão Krishna, Sua morada é idêntica a Vrindavana, onde Krishna executa Seus passatempos infantis. Jagannatha Puri – Também conhecida como Purushottama- kisetra, Sri Kishetra e Nilacala (o local da montanha azul) – contêm todos os passatempos (lilas) de Krishna em Vrindavana, embora possam porventura estar escondidos dos olhos materiais. O vaishnava-tantra afirma: ”Qualquer lila de Krishna que se manifeste em Gokula, Mathura ou Dvaraka, são encontradas em Nilacala, Sri Kishetra”. Através de apropriada visão espiritual – olhos untados por amor a Deus, Krishna-prema – a pessoa pode ver todos os passatempos de Krishna ali manifestos.
Jagannatha não é ninguém senão a manifestação extática de Krishna que apareceu em Sua forma mais misericordiosa para ajudar-nos a voltar para casa, voltar ao Supremo. Por isso Srila Prabhupada introduziu o Ratha-yatra do Senhor Jagannatha em várias cidades por todo mundo, exatamente para retirar as almas condicionadas de enredamento de maya (ilusão). Tiremos todos, então, o máximo benefício de tal evento.
Por Narada Rishi Dasa.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
O Senhor Buddha rejeitou os Vedas e rejeitou a vida materialista, porque o apego a ambos causa sofrimento. O principal objetivo de Buddha era acabar com o sofrimento. Dos Vedas, rejeitou as secções Karma Kanda e Jnana Kanda, mas não Upasana Kanda. No entanto, não poderia abertamente aceitar Upasana Kanda, porque as pessoas eram muito apegadas aos rituais Védicos, e continuariam a seguir a matança de animais incapazes de avançar até Upasana Kanda. Upasana Kanda culmina em Bhakti. E o caminho de Bhakti é o único que acaba com o sofrimento pois já não existem desejos pessoais.
krsna-bhakta — niskāma, ataeva 'śānta'
bhukti-mukti- siddhi-kāmī — sakali 'aśānta
krsna-bhakta — niskāma, ataeva 'śānta'
bhukti-mukti- siddhi-kāmī — sakali 'aśānta
"Porque um devoto do Senhor Krsna não tem desejos, ele é pacífico. Os trabalhadores fruitivos desejam desfrute material, Jnanis desejam liberação, e Yogis desejam opulência material, e portanto todos são cheios de desejos e não podem ser pacíficos." SB 1.3.24
Significado de Srila Prabhupada:
"...Tecnicamenbte, a filosofia do Senhor Buddha é chamada de ateísta porque não há aceitação do senhor Supremo, e porque este sistema de filosofia negou a autoridade dos Vedas. Mas este é um ato de camuflagem executado pelo Senhor. Sendo assim, Ele é o preconizador original do conhecimento Védico. Portanto, Ele não poderia rejeitar a filosofia Védica. Mas Ele a rejeitou externamente, porque os Sura Dvit, ou os demônios que são sempre invejosos dos devotos de Deus, tentam justificar a matança de vacas, ou a matança de animais, com o uso das páginas dos Vedas..."
Porém Seu processo aproximou estas pessoas dos passos preliminares da realização de Deus como explica Srila Prabhupada neste mesmo verso. Somente a própria Pessoa Suprema poderia criar um processo capaz de afastar as pessoas dos Vedas. O processo do Senhor Buddha consiste em reconhecer quatro nobres Verdades: Verdade do Sofrimento, a Verdade da Causa do Sofrimento que é o apego, a Verdade da Extinção do Sofrimento pela eliminação dos apegos e a Verdade do Caminho de Oito Aspectos para a Extinção do Sofrimento centrando-se numa vida correta.
Sri Caitanya Mahaprabhu, Srila Prabhupada e os Buddhistas
Do "Sri Caitanya Caritamrta - Madhya 9. 42-49"
"Existem muitos tipos de filósofos. Alguns são lógicos que seguem Gautama ou Kanada. Alguns seguem Mimamsa de Jaimini. Alguns seguem a filosofia Mayavada de Sankaracarya, e outros seguem a filosofia Sankhya de Kapila ou o sistema de Yoga mística de Patanjali. Alguns seguem os Smrti Sastras compostos de 20 escrituras religiosas, e outros seguem os Puranas e o Tantra Sastra. Desta forma existem diferentes tipos de filósofos."
"Todos estes seguidores de diferentes escrituras estavam preparados para apresentar conclusões das suas respectivas escrituras, mas Sri Caitanya Mahaprabhu quebrou todas as suas opiniões em pedaços e estabeleceu Seu próprio culto de Bhakti baseado nos Vedas, Vedanta, o Brahma Sutra e a filosofia de Acintya Bhedabheda Tattva."
"Sri Caitanya Mahaprabhu estabeleceu em todos os lugares o culto do serviço devocional. Ninguém podia derrotá-Lo."
"Sendo assim derrotados pelo Senhor Caitanya Mahaprabhu, todos estes filósofos e seus seguidores entraram para Seu culto. Desta forma o Senhor Caitanya tornou o Sul da Índia num local de Vaisnavas."
"Quando os descrentes oviram falar da erudição de Sri Caitanya Mahaprabhu, eles aproximaram- se d'Ele com muito orgulho, trazendo seus discípulos com eles."
"Um deles era um líder do culto Buddhista que era muito erudito. Para estabelecer as nove conclusões filosóficas Buddhistas, ele veio perante o Senhor e começou a falar."
"Embora os Buddhistas não possam argumentar e não devam ser vistos pelos Vaisnavas, Caitanya Mahaprabhu falou com eles para acabar com seu falso orgulho."
"As escrituras Buddhistas são baseadas em argumento e lógica, e contém nove princípios principais. Porque Sri caitanya Mahaprabhu derrotou os Buddhistas na sua argumentação, eles não puderam estabelecer seu culto."
No significado deste verso, Srila Prabhupada rejeita estes nove princípios um a um.
Também diz: "Aqueles que são pregadores na ISKCON irão certamente encontrar muitas pessoas que acreditam na argumentação intelectual. A maioria destas pessoas não aceitam a autoridade dos Vedas. No entanto, aceitam a especulação mental e a argumentação. Portanto, os pregadores da Consciência de Krsna devem estar preparados para rejeitá-los com argumentação, exatamente como Sri Caitanya Mahaprabhu fez."
1 - A criação é eterna, portanto não é necessário um criador.
"...o objectivo último Buddhista é dissolver o corpo.Isto é proposto porque o corpo tem um começo. Da mesma forma, toda a manifestação cósmica é como um corpo gigante, mas se aceitarmos o fato de que a criação é eterna não há a questão da aniquilação. Portanto, a tentativa de aniquilar tudo para alcançar o zero é um absurdo..."
2 - A manifestação cósmica é falsa
"...se os prazeres e dores do corpo são falsos, a criação também é falsa...
...a criação material não é falsa ou imaginária, mas é temporária."
3 - "Eu sou" é a verdade
"...isto exclui a individualidade de "eu e "você".
Se não existe "eu" e "você" ou individualidade não há possibilidade de argumentação e a filosofia Buddhista depende da argumentação..."
4 - Há a repetição de nascimentos e mortes
"...os Buddhistas não explicam apropriadamente o próximo nascimento.. ."
5 - O Senhor Buddha é a única fonte para entendermos a verdade
"...não podemos aceitar isto porque o Senhor Buddha rejeitou os princípios do conhecimento védico...
Sri Caitanya Mahaprabhu, Srila Prabhupada e os Buddhistas
Do "Sri Caitanya Caritamrta - Madhya 9. 42-49"
"Existem muitos tipos de filósofos. Alguns são lógicos que seguem Gautama ou Kanada. Alguns seguem Mimamsa de Jaimini. Alguns seguem a filosofia Mayavada de Sankaracarya, e outros seguem a filosofia Sankhya de Kapila ou o sistema de Yoga mística de Patanjali. Alguns seguem os Smrti Sastras compostos de 20 escrituras religiosas, e outros seguem os Puranas e o Tantra Sastra. Desta forma existem diferentes tipos de filósofos."
"Todos estes seguidores de diferentes escrituras estavam preparados para apresentar conclusões das suas respectivas escrituras, mas Sri Caitanya Mahaprabhu quebrou todas as suas opiniões em pedaços e estabeleceu Seu próprio culto de Bhakti baseado nos Vedas, Vedanta, o Brahma Sutra e a filosofia de Acintya Bhedabheda Tattva."
"Sri Caitanya Mahaprabhu estabeleceu em todos os lugares o culto do serviço devocional. Ninguém podia derrotá-Lo."
"Sendo assim derrotados pelo Senhor Caitanya Mahaprabhu, todos estes filósofos e seus seguidores entraram para Seu culto. Desta forma o Senhor Caitanya tornou o Sul da Índia num local de Vaisnavas."
"Quando os descrentes oviram falar da erudição de Sri Caitanya Mahaprabhu, eles aproximaram- se d'Ele com muito orgulho, trazendo seus discípulos com eles."
"Um deles era um líder do culto Buddhista que era muito erudito. Para estabelecer as nove conclusões filosóficas Buddhistas, ele veio perante o Senhor e começou a falar."
"Embora os Buddhistas não possam argumentar e não devam ser vistos pelos Vaisnavas, Caitanya Mahaprabhu falou com eles para acabar com seu falso orgulho."
"As escrituras Buddhistas são baseadas em argumento e lógica, e contém nove princípios principais. Porque Sri caitanya Mahaprabhu derrotou os Buddhistas na sua argumentação, eles não puderam estabelecer seu culto."
No significado deste verso, Srila Prabhupada rejeita estes nove princípios um a um.
Também diz: "Aqueles que são pregadores na ISKCON irão certamente encontrar muitas pessoas que acreditam na argumentação intelectual. A maioria destas pessoas não aceitam a autoridade dos Vedas. No entanto, aceitam a especulação mental e a argumentação. Portanto, os pregadores da Consciência de Krsna devem estar preparados para rejeitá-los com argumentação, exatamente como Sri Caitanya Mahaprabhu fez."
1 - A criação é eterna, portanto não é necessário um criador.
"...o objectivo último Buddhista é dissolver o corpo.Isto é proposto porque o corpo tem um começo. Da mesma forma, toda a manifestação cósmica é como um corpo gigante, mas se aceitarmos o fato de que a criação é eterna não há a questão da aniquilação. Portanto, a tentativa de aniquilar tudo para alcançar o zero é um absurdo..."
2 - A manifestação cósmica é falsa
"...se os prazeres e dores do corpo são falsos, a criação também é falsa...
...a criação material não é falsa ou imaginária, mas é temporária."
3 - "Eu sou" é a verdade
"...isto exclui a individualidade de "eu e "você".
Se não existe "eu" e "você" ou individualidade não há possibilidade de argumentação e a filosofia Buddhista depende da argumentação..."
4 - Há a repetição de nascimentos e mortes
"...os Buddhistas não explicam apropriadamente o próximo nascimento.. ."
5 - O Senhor Buddha é a única fonte para entendermos a verdade
"...não podemos aceitar isto porque o Senhor Buddha rejeitou os princípios do conhecimento védico...
...é preciso aceitar o princípio padrão de conhecimento. Se todos são autorizados, as escrituras serão interpretadas de muitas maneiras diferentes.. ."
6 - O princípio de Nirvana ou aniquilação é o objectivo último
"...a aniquilação aplica-se ao corpo, mas a alma espiritual transmigra de um corpo para outro...
....uma pessoa pode transcender a transmigração de corpos materiais e retornar ao lar, retornar ao Supremo...
...não que a existência torna-se vazia ou um zero..."
7 - A filosofia de Buddha é o único caminho filosófico
"...não podemos aceitar esta teoria porque existem muitos defeitos na filosofia Buddhista...
...a filosofia perfeita é aquela que não tem defeitos, e esta é a filosofia Vedanta..."
8 - Os Vedas foram compilados por seres humanos comuns
"...não havia ninguém no começo da criação a não ser Brahma. E ainda assim ele não compilou os Vedas. Portanto, a conclusão é que os Vedas não foram compilados por ninguém comum. O conhecimento védico foi dado pela Suprema Personalidade de Deus, que criou o mundo material..."
9 - Aconselha-se piedade e mostrar misericórdia
"...mostrar misericórdia e compaixão são actividades relativas. Isto não é a Verdade Absoluta.
...Somos objectos de misericórdia de pessoas superiores
...dar a um homem doente um alimento proibido não é misericórdia. É crueldade...
...como a filosofia Buddhista não admite a existência da alma espiritual, a chamada misericórdia dos Buddhistas é defeituosa.. ."
Srila A.C.Bhaktivedanta Swami Prabhupada Ki Jaya !!!
namaste sarasvate devam gaura vani pracarine
nirvisesa suniyavadi pascatya desatarine
"Nossas respeitáveis reverêncais ao Senhor, Oh mestre espiritual, servo de Bhaktisiddhanta Sarasvati Goswami. Você está bondosamente pregando as mensagens do Senhor Caitanya e dando liberação aos países ocidentais, que estão cheios de impersonalismo (Nirvisesa) e niilismo (Suniyavadi)
6 - O princípio de Nirvana ou aniquilação é o objectivo último
"...a aniquilação aplica-se ao corpo, mas a alma espiritual transmigra de um corpo para outro...
....uma pessoa pode transcender a transmigração de corpos materiais e retornar ao lar, retornar ao Supremo...
...não que a existência torna-se vazia ou um zero..."
7 - A filosofia de Buddha é o único caminho filosófico
"...não podemos aceitar esta teoria porque existem muitos defeitos na filosofia Buddhista...
...a filosofia perfeita é aquela que não tem defeitos, e esta é a filosofia Vedanta..."
8 - Os Vedas foram compilados por seres humanos comuns
"...não havia ninguém no começo da criação a não ser Brahma. E ainda assim ele não compilou os Vedas. Portanto, a conclusão é que os Vedas não foram compilados por ninguém comum. O conhecimento védico foi dado pela Suprema Personalidade de Deus, que criou o mundo material..."
9 - Aconselha-se piedade e mostrar misericórdia
"...mostrar misericórdia e compaixão são actividades relativas. Isto não é a Verdade Absoluta.
...Somos objectos de misericórdia de pessoas superiores
...dar a um homem doente um alimento proibido não é misericórdia. É crueldade...
...como a filosofia Buddhista não admite a existência da alma espiritual, a chamada misericórdia dos Buddhistas é defeituosa.. ."
Srila A.C.Bhaktivedanta Swami Prabhupada Ki Jaya !!!
namaste sarasvate devam gaura vani pracarine
nirvisesa suniyavadi pascatya desatarine
"Nossas respeitáveis reverêncais ao Senhor, Oh mestre espiritual, servo de Bhaktisiddhanta Sarasvati Goswami. Você está bondosamente pregando as mensagens do Senhor Caitanya e dando liberação aos países ocidentais, que estão cheios de impersonalismo (Nirvisesa) e niilismo (Suniyavadi)
por Prahladesh Dasa
QUEM É SRILA PRABHUPADA?
Sua Divina Graça A.C Bhaktivedanta Swami Prabhupada nasceu no ano de 1896, em Calcutá, Índia. Ele encontrou-se pela primeira vez com seu mestre espiritual, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Goswami Maharaj, em Calcutá, no ano de 1922. Bhaktisiddhanta Sarasvati, um proeminente erudito devoto de Krishna e o fundador de sessenta e quatro Gaudiya Mathas (institutos védicos), gostou desse jovem educado e convenceu-o a dedicar sua vida a ensinar o conhecimento védico. Srila Prabhupada tornou-se seu discípulo e onze anos mais tarde (1933) em Allahabad tornou-se seu discípulo em caráter formal. No primeiro encontro que tiveram em 1922, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura pediu que Srila Prabhupada difundisse o conhecimento védico em língua inglesa. Nos anos que se seguiram, Srila Prabhupada escreveu um comentário sobre o Bhagavad-gita, ajudou a Gaudiya Matha em seu trabalho e em 1944, sem a ajuda de ninguém, deu início a uma revista quinzenal em inglês, redigindo-a, datilografando os manuscritos e revisando as provas. Ele próprio distribuía individualmente os exemplares gratuitamente e lutava para manter a publicação. Desde então, a revista chamada "Volta ao Supremo", continua sendo publicada ininterruptamente; agora no ocidente seus discípulos continuam a publica-lá em mais de trinta línguas. Reconhecendo a erudição filosófica e a devoção de Srila Prabhupada, a Sociedade Gaudiya Vaisnava honrou-o em 1947 com o título "Bhaktivedanta". Em 1950, aos 54 anos de idade, Srila Prabhupada retirou-se da vida de casado, adotando a ordem de vida retirada (Vanaprastha), a fim de dedicar mais tempo a seus estudos e escritos. Srila Prabhupada viajou para a cidade santa de Vrindavana, onde viveu de maneira humilde no templo medieval e histórico de Radha-Damodara. Dedicou-se ali durante vários anos a estudar profundamente e a escrever. Aceitou a ordem de vida renunciada (Sannyasa) em 1959. No templo de Radha Damodara, Srila Prabhupada começou a trabalhar na obra prima de sua vida: uma tradução em muitos volumes, com comentários, dos dezoito mil versos do Srimad-Bhagavatam (Bhagavata-Purana). Escreveu também " Fácil Viagem a Outros Planetas". Após publicar três volumes do Bhagavatam, Srila Prabhupada foi para os Estados Unidos em 1965, a fim de cumprir a missão de seu mestre espiritual. Desde essa época, Sua Divina Graça escreveu mais de sessenta volumes de traduções, comentários e estudos sumários autorizados sobre os clássicos filosóficos religiosos da Índia. Quando em 1965 chegou pela primeira vez à cidade de Nova Iorque num navio de carga, Srila Prabhupada praticamente não tinha dinheiro. Foi só depois de quase um ano de muita dificuldade que ele fundou a Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna em Julho de 1966. Antes de seu desaparecimento no dia 14 de novembro de 1977, ele orientou a Sociedade e viu-a desenvolver-se numa confederação mundial com mais de cem asramas, escolas, templos, institutos e comunidades rurais. Em 1968, Srila Prabhupada criou Nova Vrndavana, uma comunidade védica experimental nas colinas da Virgínia Ocidental. Inspirados pelo êxito de Nova Vrndavana, que se tornou próspera comunidade rural com mais de 168 alqueires, seus discípulos desde então têm fundado diversas comunidades semelhantes em todo o mundo. Em 1972, Sua Divina Graça introduziu o sistema védico de educação primária e secundária no Ocidente, ao fundar a primeira escola Gurukula nos Estados Unidos. Desde então, sob sua supervisão seus discípulos têm estabelecido escolas Gurukula no mundo inteiro, com o principal centro educacional estabelecido em Vrndavana, Índia. Srila Prabhupada também inspirou a construção de vários centros culturais internacionais na Índia. O Centro em Sridhama Mayapura na Begala Ocidental é a área para uma cidade espiritual planejada, um projeto maravilhoso cuja construção vai se estabelecer pela próxima década. Em Vrndavana, Índia, encontra-se o magnífico templo de Krshna Balarama, a Casa Internacional de Hóspedes e o Monumento a Srila Prabhupada. Há também um grande centro educacional em Mumbai(Bombaim). Há planos para se estabelecer outros centros em uma dúzia de outros locais importantes do subcontinente indiano. No entanto, a contribuição mais significativa de Srila Prabhupada são seus livros. Altamente respeitados pela comunidade acadêmica, dada a sua autoridade, profundidade e clareza. Esses livros são adotados como livros didáticos normativos em numerosos cursos universitários. Os escritos de Srila Prabhupada têm sido traduzidos para mais de trinta e cinco idiomas. Estabelecida em 1972 exclusivamente para publicar as obras de Sua Divina Graça, a BBT-"Bhaktivedanta Book Trust" tornou-se assim a maior editora mundial de livros no campo da religião e da filosofia indiana. Em apenas doze anos, apesar de sua idade avançada, Srila Prabhupada viajou pelo mundo quatorze vezes, dando conferências sobre a consciência de Krishna e ajudando seus discípulos na administração da Sociedade e na criação de novos projetos. Apesar de suas constantes viagens, Srila Prabhupada sempre escreveu prolificamente, e suas obras constituem uma verdadeira biblioteca de filosofia, religião e cultura védica. " Srila Prabhupada não é apenas outro erudito, guru, místico, professor de yoga ou instrutor de meditação oriental. Ele é a corporificação de toda uma cultura, a qual implantou no Ocidente."
Quem é Buddha ?
"Existem muitas pessoas, mesmo entre aqueles que são Buddhistas, que pensam que Buddha foi uma pessoa comum que alcançou um nível de consciência muito elevado...
...mas nas escrituras Buddhistas encontramos o próprio Buddha pronunciar-se diferentemente. ..
...No Saddharma Pundarika, Ele declara: "Eu sou não nascido, o Pai deste Mundo, o Senhor de todos os seres e removo todos os obstáculos."
Mais, Buddha é chamado através das escrituras Buddhistas com os títulos que demonstram Sua divindade, como Bhagavata (Senhor Supremo), Lokavid (Aquele que conhece todos os Mundos), Anuttara (o Intrasponível) e Shasta Deva Manushyanam (Senhor dos homens e semideuses). Dos incontáveis Avatars, dez são especialmente venerados nas escrituras Védicas. O nono é Buddha Avatar, que aparece no começo de Kali Yuga...
...desde que as Yugas são cíclicas, Buddha certamente aparecerá novamente no futuro, como repetidamente fez no passado.
Qual é a missão de Buddha?Embora seu discurso fosse contra o Dharma, estava criando raízes para a sua posterior aceitação. Dois grandes filósofos Buddhistas antigos, Aryadeva e Chandrakirti, escreveram que o caminho ou Marga de Buddha pode ser resumido em dois pontos:Ahimsa (não violência) e Shunyata (extinção)
Sobre a não violência, Jayadeva Goswami no seu famoso trabalho em Sânscrito Gita Govinda diz: "Ó Kesava (Krsna), Senhor do Universo, que assumiu a forma de Buddha ! Todas as glórias ao Senhor! ! Ó Buddha de coração compassivo, o Senhor termina com a matança dos pobres animais executada através das regras do sacrifício Védico." Atualmente alguns Buddhistas pensam que podem comer carne de animais que não foram mortos especificamente para o desfrute deles; mesmo alguns Bhikshus (monges) pensam que podem comer carne que receberam como donativo, porque não estão envolvidos na matança. Buddha, no entanto, declara no Surangama Sutra: "Após meu Parinirvana (sair deste mundo em Nirvana) diferentes tipos de fantasmas encorajarão todos a comer carne e mesmo assim alcançar a iluminação...Como pode um Bhikshu (monge), que espera-se ser um salvador dos outros, viver ele mesmo com a carne de outros seres vivos? Além de Ahimsa, existe outro ponto vital no caminho de Buddha, que é Shunyata, a extinção do desejo pela existência material que por sua vez extingue os repetidos nascimentos e mortes. Neste ponto, a Consciência de Krsna e a Consciência de Buddha concordam. Srila Rupa Goswami escreveu:
Anyabhilashita shunyam
Jnana karmady anavrttam
"O desejo pelo desfrute sensorial grosseiro (comer carne, sexo ilícito, jogos de azar e intoxicação) bem como os mais subtis, ou desejos subtis de especulação mental e actos fruitivos devem tornar-se Shunya (vazio)."
Os Buddhistas esforçam-se para alcançar Nirvana; a palavra Nirvana literalmente significa "abandonar a floresta da existência material." No Bhagavad Gita 2. 71-72, Krsna explica a Arjuna sobre como alcançar o Brahma Nirvana. Aqui uma controvérsia é comumente levantada.
Muitos Buddhistas argumentam que o conceito de Brahma Nirvana ensinado no Bhagavad Gita não tem lugar no Buddhismo, porque o Brahman (o reino espiritual eterno) é contrário ao Shunyata (vazio) Buddhista, que não é nem material nem espiritual mas é simplesmente o nada, o vazio. Além disto, a doutrina Buddhista de Shunyata nega a eternidade da alma. De acordo com muitos textos Buddhistas, a existência é Anatma (sem alma) e a idéia do"eu" é falsa e deve ser abandonada para alcançar o Nirvana. Quatro observações devem ser feitas para refutar estas afirmações dogmáticas:
1 - Quando Buddha afirmou Anatma ou a não existência da Alma, estava refutando a falsa doutrina proposta pelos Brahmins da escola Karma Kanda, que eram os mesmos matadores de animais, aos quais Buddha opunha-se pela Sua missão de Ahimsa. De acordo com eles, a Atma é eternamente destinada a desfrutar os resultados de Punya Karma, os rituais para proporcionar desfrute material em vidas futuras. Em outras palavras, o seu conceito de Alma era inseparável da luxúria e desfrute material. Da mesma forma, Buddha rejeitou o Brahman hipotético dos sacerdotes argumentativos da escola Jnana Kanda, que ensinavam que o Brahman poderia ser alcançado pela especulação mental. Mas Buddha declarou pessoalmente conhecer o verdadeiro Brahman. No Tevijjasutta do Digha Nikaya, Buddha declara: "Eu conheço o Brahman e a Sua morada, e o caminho que leva até lá. Eu conheço o Brahman como alguém que tenha entrado nesta morada e tenha nascido dela."
2 - Buddha não veio estabelecer uma nova teoria acerca da Alma, Brahman, Deus, etc.
Sua missão era específica. A insistência dos Buddhistas modernos de que Buddha ensinou a doutrina do Vazio, e não a doutrina da existência espiritual positiva, peca pelo fato de que Buddha não ensinou doutrina alguma.A "doutrina Buddhista" surgiu após o tempo de Buddha.
Quando o filósofo Vachgotta perguntou insistentemente se Buddha acreditava na existência ou não existência da Alma, Buddha permaneceu em silêncio. Após Vachgotta partir, Buddha declarou: "Se Eu tivesse respondido "existe uma Alma", isto simplesmente confirmaria a doutrina dos Brahmins, se tivesse respondido "não existe uma Alma", confirmaria a doutrina daqueles que dizem que o eu morre com o corpo."
3 - Buddha não declarou estar a ensinar a verdade última para todos os tempos.
4 - Ao contrário das escrituras Védicas e semelhante ao Novo Testamento dos Cristãos, os cânones escriturais Buddhistas são muito questionáveis. Somente 250 anos após Buddha ter abandonado o planeta é que o Rei Ashoka forçou uma revisão das escrituras Buddhistas que ainda não estavam escritas devido a diferentes controvérsias, e assim o corpo das escrituras Buddhistas (Tripitaka) foi finalmente escrito.Mas alguém pode questionar, "Como podemos entender Buddha através das escrituras Védicas quando Ele mesmo negou sua autoridade? Os Vedas ensinam acerca de Deus; mas Buddha não falou sobre Deus. Como estas contradições podem ser reconciliadas? A resposta é dada por A.C.Bhaktivedanta Swami Prabhupada no Srimad Bhagavatam !.3.24: "... Ele iludiu os ateístas porque tais ateístas seguindo seus princípios não acreditavam em Deus, mas mantinham fé absoluta em Buddha, o qual era uma encarnação de Deus. Assim. as pessoas sem fé foram levadas a acreditar em Deus na forma de Buddha. Esta foi a misericórdia do Senhor Buddha: fez pessoas sem fé ter fé nEle."Assim o Dharma estabelecido por Buddha através da devoção indireta à Krsna leva os seguidores de Buddha a cantar os Santos Nomes de Krsna. Quando o Senhor Caitanya viajou pelo sul da Índia instruiu muitos Buddhistas no cantar dos Santos Nomes de Krsna.O grande seguidor de Si Caitanya, Virabhadra Goswami tornou-se famoso na Bengala por fazer 2500 monges e monjas Buddhistas adotarem o caminho de Bhakti. Eles ficaram conhecidos no movimento de Sankirtana como os Nedas (cabeças raspadas) e tornaram-se uma grande força na expansão do movimento de Sankirtana em Dacca, Bangladesh.O Sri Caitanya Bhagavata descreve o passatempo Mahaprakash de Sri Caitanya quando por 21 horas Ele revelou muitos Avataras de Krsna saindo dEle mesmo incluíndo o Senhor Buddha.Por alguma razão que até muitos Buddhistas actualmente desconhecem, Buddha também usava a palavra Prema (em Pali, Pema) para descrever o amor que Seus discípulos sentiam por Ele, levando-os as vezes a chorarem.
Mas este amor é simplesmente um reflexo quando comparado com as emoções espirituais intensas que Sri Caitanya costumava sentir e despertar no coração dos outros.Este êxtase chama-se Viraha, ou o humor de separação do amado Krsna. O Senhor Caitanya descreve
Yugayitam nimeshena
Chakshusha pravrishayatam
Shunyayatam jagat sarvam
Govinda virahena me
"Meu Senhor Govinda (Krsna), por estar separado de Ti, considero um pequeno momento como um milênio. Lágrimas caem de Meus olhos como torrentes de chuva, e sinto o mundo todo como um vazio (Shunya)"
Sri Caitanya Mahaprabhu ensinou que a menos que o amor adormecido por Krsna, a Alma Suprema, seja revivido é extremamente difícil anular a existência material; mas quando o amor por Deus está presente no coração, os actrativos deste mundo material tornam-se vazios.O fluir do Dharma corre por todo o Universo e como um rio que corre em diferentes países, é conhecido por diferentes nomes por diferentes pessoas:Buddhismo, Hinduismo, Cristianismo, Islamismo,etc. O oceano de néctar, que proporciona o gosto pleno da bem aventurança espiritual que todos ansiamos está disponível para todos independente da raça, casta, ou credo no Maha Mantra:
...mas nas escrituras Buddhistas encontramos o próprio Buddha pronunciar-se diferentemente. ..
...No Saddharma Pundarika, Ele declara: "Eu sou não nascido, o Pai deste Mundo, o Senhor de todos os seres e removo todos os obstáculos."
Mais, Buddha é chamado através das escrituras Buddhistas com os títulos que demonstram Sua divindade, como Bhagavata (Senhor Supremo), Lokavid (Aquele que conhece todos os Mundos), Anuttara (o Intrasponível) e Shasta Deva Manushyanam (Senhor dos homens e semideuses). Dos incontáveis Avatars, dez são especialmente venerados nas escrituras Védicas. O nono é Buddha Avatar, que aparece no começo de Kali Yuga...
...desde que as Yugas são cíclicas, Buddha certamente aparecerá novamente no futuro, como repetidamente fez no passado.
Qual é a missão de Buddha?Embora seu discurso fosse contra o Dharma, estava criando raízes para a sua posterior aceitação. Dois grandes filósofos Buddhistas antigos, Aryadeva e Chandrakirti, escreveram que o caminho ou Marga de Buddha pode ser resumido em dois pontos:Ahimsa (não violência) e Shunyata (extinção)
Sobre a não violência, Jayadeva Goswami no seu famoso trabalho em Sânscrito Gita Govinda diz: "Ó Kesava (Krsna), Senhor do Universo, que assumiu a forma de Buddha ! Todas as glórias ao Senhor! ! Ó Buddha de coração compassivo, o Senhor termina com a matança dos pobres animais executada através das regras do sacrifício Védico." Atualmente alguns Buddhistas pensam que podem comer carne de animais que não foram mortos especificamente para o desfrute deles; mesmo alguns Bhikshus (monges) pensam que podem comer carne que receberam como donativo, porque não estão envolvidos na matança. Buddha, no entanto, declara no Surangama Sutra: "Após meu Parinirvana (sair deste mundo em Nirvana) diferentes tipos de fantasmas encorajarão todos a comer carne e mesmo assim alcançar a iluminação...Como pode um Bhikshu (monge), que espera-se ser um salvador dos outros, viver ele mesmo com a carne de outros seres vivos? Além de Ahimsa, existe outro ponto vital no caminho de Buddha, que é Shunyata, a extinção do desejo pela existência material que por sua vez extingue os repetidos nascimentos e mortes. Neste ponto, a Consciência de Krsna e a Consciência de Buddha concordam. Srila Rupa Goswami escreveu:
Anyabhilashita shunyam
Jnana karmady anavrttam
"O desejo pelo desfrute sensorial grosseiro (comer carne, sexo ilícito, jogos de azar e intoxicação) bem como os mais subtis, ou desejos subtis de especulação mental e actos fruitivos devem tornar-se Shunya (vazio)."
Os Buddhistas esforçam-se para alcançar Nirvana; a palavra Nirvana literalmente significa "abandonar a floresta da existência material." No Bhagavad Gita 2. 71-72, Krsna explica a Arjuna sobre como alcançar o Brahma Nirvana. Aqui uma controvérsia é comumente levantada.
Muitos Buddhistas argumentam que o conceito de Brahma Nirvana ensinado no Bhagavad Gita não tem lugar no Buddhismo, porque o Brahman (o reino espiritual eterno) é contrário ao Shunyata (vazio) Buddhista, que não é nem material nem espiritual mas é simplesmente o nada, o vazio. Além disto, a doutrina Buddhista de Shunyata nega a eternidade da alma. De acordo com muitos textos Buddhistas, a existência é Anatma (sem alma) e a idéia do"eu" é falsa e deve ser abandonada para alcançar o Nirvana. Quatro observações devem ser feitas para refutar estas afirmações dogmáticas:
1 - Quando Buddha afirmou Anatma ou a não existência da Alma, estava refutando a falsa doutrina proposta pelos Brahmins da escola Karma Kanda, que eram os mesmos matadores de animais, aos quais Buddha opunha-se pela Sua missão de Ahimsa. De acordo com eles, a Atma é eternamente destinada a desfrutar os resultados de Punya Karma, os rituais para proporcionar desfrute material em vidas futuras. Em outras palavras, o seu conceito de Alma era inseparável da luxúria e desfrute material. Da mesma forma, Buddha rejeitou o Brahman hipotético dos sacerdotes argumentativos da escola Jnana Kanda, que ensinavam que o Brahman poderia ser alcançado pela especulação mental. Mas Buddha declarou pessoalmente conhecer o verdadeiro Brahman. No Tevijjasutta do Digha Nikaya, Buddha declara: "Eu conheço o Brahman e a Sua morada, e o caminho que leva até lá. Eu conheço o Brahman como alguém que tenha entrado nesta morada e tenha nascido dela."
2 - Buddha não veio estabelecer uma nova teoria acerca da Alma, Brahman, Deus, etc.
Sua missão era específica. A insistência dos Buddhistas modernos de que Buddha ensinou a doutrina do Vazio, e não a doutrina da existência espiritual positiva, peca pelo fato de que Buddha não ensinou doutrina alguma.A "doutrina Buddhista" surgiu após o tempo de Buddha.
Quando o filósofo Vachgotta perguntou insistentemente se Buddha acreditava na existência ou não existência da Alma, Buddha permaneceu em silêncio. Após Vachgotta partir, Buddha declarou: "Se Eu tivesse respondido "existe uma Alma", isto simplesmente confirmaria a doutrina dos Brahmins, se tivesse respondido "não existe uma Alma", confirmaria a doutrina daqueles que dizem que o eu morre com o corpo."
3 - Buddha não declarou estar a ensinar a verdade última para todos os tempos.
4 - Ao contrário das escrituras Védicas e semelhante ao Novo Testamento dos Cristãos, os cânones escriturais Buddhistas são muito questionáveis. Somente 250 anos após Buddha ter abandonado o planeta é que o Rei Ashoka forçou uma revisão das escrituras Buddhistas que ainda não estavam escritas devido a diferentes controvérsias, e assim o corpo das escrituras Buddhistas (Tripitaka) foi finalmente escrito.Mas alguém pode questionar, "Como podemos entender Buddha através das escrituras Védicas quando Ele mesmo negou sua autoridade? Os Vedas ensinam acerca de Deus; mas Buddha não falou sobre Deus. Como estas contradições podem ser reconciliadas? A resposta é dada por A.C.Bhaktivedanta Swami Prabhupada no Srimad Bhagavatam !.3.24: "... Ele iludiu os ateístas porque tais ateístas seguindo seus princípios não acreditavam em Deus, mas mantinham fé absoluta em Buddha, o qual era uma encarnação de Deus. Assim. as pessoas sem fé foram levadas a acreditar em Deus na forma de Buddha. Esta foi a misericórdia do Senhor Buddha: fez pessoas sem fé ter fé nEle."Assim o Dharma estabelecido por Buddha através da devoção indireta à Krsna leva os seguidores de Buddha a cantar os Santos Nomes de Krsna. Quando o Senhor Caitanya viajou pelo sul da Índia instruiu muitos Buddhistas no cantar dos Santos Nomes de Krsna.O grande seguidor de Si Caitanya, Virabhadra Goswami tornou-se famoso na Bengala por fazer 2500 monges e monjas Buddhistas adotarem o caminho de Bhakti. Eles ficaram conhecidos no movimento de Sankirtana como os Nedas (cabeças raspadas) e tornaram-se uma grande força na expansão do movimento de Sankirtana em Dacca, Bangladesh.O Sri Caitanya Bhagavata descreve o passatempo Mahaprakash de Sri Caitanya quando por 21 horas Ele revelou muitos Avataras de Krsna saindo dEle mesmo incluíndo o Senhor Buddha.Por alguma razão que até muitos Buddhistas actualmente desconhecem, Buddha também usava a palavra Prema (em Pali, Pema) para descrever o amor que Seus discípulos sentiam por Ele, levando-os as vezes a chorarem.
Mas este amor é simplesmente um reflexo quando comparado com as emoções espirituais intensas que Sri Caitanya costumava sentir e despertar no coração dos outros.Este êxtase chama-se Viraha, ou o humor de separação do amado Krsna. O Senhor Caitanya descreve
Yugayitam nimeshena
Chakshusha pravrishayatam
Shunyayatam jagat sarvam
Govinda virahena me
"Meu Senhor Govinda (Krsna), por estar separado de Ti, considero um pequeno momento como um milênio. Lágrimas caem de Meus olhos como torrentes de chuva, e sinto o mundo todo como um vazio (Shunya)"
Sri Caitanya Mahaprabhu ensinou que a menos que o amor adormecido por Krsna, a Alma Suprema, seja revivido é extremamente difícil anular a existência material; mas quando o amor por Deus está presente no coração, os actrativos deste mundo material tornam-se vazios.O fluir do Dharma corre por todo o Universo e como um rio que corre em diferentes países, é conhecido por diferentes nomes por diferentes pessoas:Buddhismo, Hinduismo, Cristianismo, Islamismo,etc. O oceano de néctar, que proporciona o gosto pleno da bem aventurança espiritual que todos ansiamos está disponível para todos independente da raça, casta, ou credo no Maha Mantra:
Hare Krsna Hare Krsna Krsna Krsna Hare Hare
Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare
Retirado do "Avatar Buddha" de SS Suhotra Tapovanacari
Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare
Retirado do "Avatar Buddha" de SS Suhotra Tapovanacari
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
O Abrigo do Panca Tattva
"De acordo com o Kadaca de Svarupa Damodara, cada membro do Panca Tattva corporifica uma forma particular de abrigo. Devotos sinceros irão aproximar-se humildemente de cada um dos membros do Panca Tattva para pedir sua misericórdia e abrigo de forma a progredir em Bhakti e alcançar o último abrigo de Rasaraja Mahabhava, Sri Krsna Caitanya Mahaprabhu.
Suddha Nama Asraya
Srila Svarupa Damodara diz que Srivasa Thakura é o Suddha Nama Asraya, o abrigo do puro Santo Nome de Krsna. Em outras palavras, por lembrar-se, por orar e por cantar o nome de Srivasa Thakura, o qual não é diferente de Narada Muni, uma pessoa alcança sua misericórdia e a habilidade de cantar Suddha Nama, o puro Santo Nome de Krsna.
Pancaratrika Viddhi Asraya
Sri Advaita Acarya é o Pancaratrika Viddhi Asraya, é o abrigo do processo Pancaratrika Viddhi, o qual incluí o Gayatri Diksa, Arcana (Adoração à Deidade), e as estritas regras de Vaiddhi Bhakti. O Caitanya Bhagavata diz que Advaita Acarya Prabhu adora Mahaprabhu de acordo com as regras de Pancaratrika encontradas em escrituras como o Narada Pancaratra.
No entanto, Jiva Goswami e outros Acaryas Gaudiya Vaisnavas seguem o caminho de Bhava, o qual é baseado na filosofia do Srimad Bhagavatam e é conhecido como Bhagvata Viddhi, ao invés do caminho de Pancaratrika Arcana. Qual a conexão entre estes dois caminhos? Pancaratrika Viddhi corre paralelamente com Bhagavata Viddhi. Em Bhagavata Viddhi pregar as glórias de Krsna e cantar o Maha Mantra Hare Krsna predominam. Quando o Seva Ruci e o Nama Ruci (Gosto e atracção pelo serviço e pelo cantar de Hare Krsna) despertam, seu entendimento das regras de Pancaratrika Viddhi amadurecem. Então, embora ele siga a plataforma de Raganuga Bhakti (Raga Marga), continuará a a seguir as regras de Pancaratrika Viddhi na adoração pública no Templo. No significado do Srimad Bhagavatam 4.24.45, Srila Prabhupada diz:
Adorar de acordo com Pancaratrika Viddhi é chamado Viddhi Marga, e adorar de acordo com Bhagavad Viddhi é chamado raga Marga." A conclusão é que uma pessoa deve lembrar-se, orar para, e cantar o nome de Sri Advaita Acarya, o Pancaratrika Viddhi Asraya, de forma a avançar no caminho de Vaidhi Bhakti e entrar no caminho de Raga, Raga Marga. Sem a misericórdia de Sri Advaita Acarya, ninguém será capaz de aperfeiçoar seu cantar de Hare Krsna, ou passar do estágio de Sadhana Bhakti para o estágio de Bhava Bhakti.
Bhava Asraya
Sri Gadadhara Pandita é o Bhava Asraya, o abrigo de Bhava, o estágio inicial de perfeição do amor à Deus, Krsna Prema. De forma a cantar puramente Hare Krsna e alcançar a plataforma de Bhava Bhakti, uma pessoa deve sempre lembrar-se, orar para e cantar o nome de Gadadhara Pandita.
Prema Asraya
Sri Nityananda Prabhu é o Prema Asraya, o abrigo do amor puro à Deus, Krsna Prema.
Chorando por Nitai, implorando a misericórdia de Nitai, e cantando "Nitai Gauranga! Nitai Gauranga ! Nitai Gauranga !" irá ajudar uma pessoa a rapidamente chegar ao estágio de cantar Prema Nama.
Rasa Asraya
Sri Gauranga Mahaprabhu é o Rasa Asraya, o abrigo de de muitas doçuras saborosas de êxtase experimentadas no amor puro à Deus., Krsna Prema. Rasaraja Sri Krsna aparece como o Senhor Gauranga para saborear os êxtases amorosos da Sua muito amada e querida Srimati Radhika, a personificação de Maha Bhava. Para alcançar o estágio perfeito de devoção aonde alguém nada no oceano de Prema Rasa, uma pessoa deve sempre lembrar-se, orar para, e cantar o santo nome de Gauranga, Sri Krsna Caitanya.
Cante o Mantra do Panca Tattva, mergulhe no oceano da sua misericórdia sem causa, e então experimente o doce sabor do Prema Nama Sankirtana.
Prem se kaho sri krsna caitanya prabhu nityananda sri advaita,
gadadhara, srivasadi gaura bhakta vrnda ki jaya !
"Chame com amor os nomes de Sri Krsna Caitanya, Prabhu Nityananda, Sri Advaita, Sri Gadadhara, Srivasadi e todos os devotos do Senhor Caitanya."
Retirado do livro "A Arte de Cantar Hare Krsna " de Mahanidhi Swami.
Apreço pelos Escritos Sagrados
É moda na sociedade secular moderna tratar a literatura sagrada como o entretenimento mitológico de pessoas menos desenvolvidas intelectualmente. As escolas ensinam que com nossos atuais avanços, como a física, a medicina, a psicologia, a democracia e assim por diante, as escrituras religiosas têm pouca utilidade fora do campo artístico-literário. Aqueles que aceitam as escrituras de forma literal são tachados com termos pejorativos, como “fundamentalistas”, por exemplo. Talvez seja chique roubar algumas idéias das escrituras Védicas, como yoga, meditação e cantar de mantras, mas viver de acordo com as leis escriturais é visto como algo simplista e fora de moda.
Para se conseguir benefícios espirituais do processo do cantar dos nomes de Krsna, todavia, é preciso ter reverência por Krsna em todas as Suas formas, incluindo Sua forma como as escrituras. Krsna apareceu na Terra, em Sua forma original, há cerca de cinco mil anos. Após retornar à Sua morada eterna, Sua “encarnação literária”, Vyasadeva, compilou o néctar das escrituras Védicas na forma do Srimad-Bhagavatam. Srila Prabhupada escreveu que ler essa escritura é como ver Krsna pessoalmente, sem nenhuma diferença. Porque as palavras do Bhagavatam descrevem Krsna, elas são espiritualmente idênticas a Ele. Se blasfemamos o Bhagavatam, outros livros Védicos, ou alguma literatura de acordo com a versão Védica, ofendemos o santo nome, o que dificulta em muito o nosso processo do cantar.
A que se refere “literatura Védica”? Diferente dos acadêmicos modernos, Srila Prabhupada não usava o termo Védico para denotar apenas um período particular da história da Índia. Tendo como referência os mestres espirituais anteriores de sua linha, e lançando mão de sua razão, ele usou o termo para se referir a todos os tradicionais livros sagrados da Índia. E “literatura de acordo com a versão Védica” se refere a qualquer livro que, como fazem os Vedas, direcionem-nos para nossa relação com Deus.
Evitamos essa ofensa contra o santo nome de Krsna se aceitamos o conceito de escritura revelada de maneira geral, reverenciamos as escrituras autênticas de outras tradições diferentes da nossa, respeitamos mas evitamos escrituras que ensinem práticas religiosas válidas todavia inferiores, e se rejeitamos pseudo-escrituras que se opõem ao amor por Deus como meta última.
Também evitamos essa ofensa ao adorarmos Krsna com nossa inteligência através de cuidadoso estudo e aplicação da literatura sagrada. Tal estudo nos dota tanto com o entusiasmo por servir Krsna quanto com as direções para tal. Encontramos a verdadeira felicidade ao explorarmos cada detalhe que lemos das escrituras Védicas. E, com o uso de nossa razão, aceitamos a consistência, veracidade e aplicabilidade dos escritos por eles mesmos e também pelos exemplos de almas liberadas.
Uma Cultura para a Iluminação
Uma razão para as pessoas rejeitarem o conceito de escritos sagrados é porque a palavra escritura lhes evoca sociedades que proibiam o riso durante o sabá ou que declaravam que o processo para a perfeição era um sistema de procedimentos ritualísticos intrincados que poucos poderiam fazer parte e ainda menos poderiam entender. As escrituras também trazem histórias fantásticas de milagres e acontecimentos sobrenaturais que a ciência moderna afirma há muito tê-los desmentido. E, além do mais, não são as escrituras produto de pessoas imperfeitas?
A verdade é que, quando corretamente entendidas e aplicadas, as escrituras genuínas agem como um guia e manual de instruções para a vida humana e o cosmo. Elas são o manual de fábrica da máquina da criação material. Das escrituras, casadas com a tradição oral, aprendemos sobre métodos de elevação espiritual, como o cantar do santo nome. Das escrituras aprendemos sobre a vida de santos e sábios do passado e sobre as encarnações de Krsna. De fato, as histórias das escrituras, sejam transmitidas pela escrita ou pela tradição oral, são a base para a transmissão e estabelecimento de uma cultura que tenha por fim a iluminação.
Entendendo o Fantástico
Certamente, diversas histórias dos escritos sagrados parecem fantásticas para o nosso mundo científico. Mas muitas das maravilhas tecnológicas atuais também pareceriam fantásticas e ficcionais há algumas décadas. Não é, portanto, implausível que sociedades antigas tenham tido habilidades e perícias técnicas que não nos estão disponíveis hoje. É virtualmente impossível, por exemplo, recriar a arquitetura milenar do Peru usando qualquer recurso moderno de que dispomos. A idéia de que a tecnologia sempre progrediu, e que não possa jamais ter existido uma superior à atual, talvez seja incorreta. Mesmo os estudos recentes de história indicam que muito do conhecimento que existia na Grécia se perdeu na Europa da Idade Média e foi gradualmente restabelecido. É lógico e racional, então, assumir que aquilo que é comum hoje, como televisão e internet, talvez se perca e seja esquecido no futuro, para ser restabelecido apenas mais tarde.
Vale adicionar que, mesmo hoje, há muitas fortes evidências empíricas para a existência do sobrenatural. Mas porque a atual ciência não pode explicar as evidências, elas são omitidas.
Os Vedas – com suas informações acerca do espírito e da matéria sutil – provêem uma visão de mundo que faz o aparentemente-impossível ser facilmente aceito como verdade. Uma vez que você entenda que o espírito, ou a vida, por exemplo, é independente da matéria, é muito fácil acreditar que entidades vivas possam viver em qualquer lugar do universo e fazer todo o tipo de coisas incríveis.
Níveis de Instrução
Uma queixa válida acerca das escrituras por parte de pessoas espiritualmente inclinadas é que elas se focam muito em rituais e ganhos materiais. Krsna valida esse sentimento quando Ele diz a Seu amigo Arjuna que aqueles que praticaram yoga em vidas passadas estão acima da maior parte dos ritos escriturais. A dura verdade, todavia, é que poucas pessoas estão interessadas em genuína realização espiritual. Portanto, Krsna e Seus grandes devotos dão instruções e exemplos nas escrituras para todo o tipo de pessoas. Há diferentes escrituras para várias classes de pessoas com diversas inclinações e desejos. Daí ter vários níveis e tipos de instrução no mesmo cânone escritural.
O Senhor, ou Seu representando ou filho, talvez ensine verdades eternas em um nível mais baixo ou de alguma maneira enevoadas a depender do tempo, local ou circunstância. Escrituras nascidas de tais ensinamentos talvez ensinem menos do que o puro e desmotivado amor devocional pelo Senhor, mas elas têm sua função de gradualmente conduzir as pessoas ao pináculo da realização espiritual. Sabendo que a perfeição é, de forma geral, obtida após muitas vidas, uma pessoa absorta no cantar do mantra da verdade absoluta ajuda e encoraja cada pessoa em diferentes níveis.
Escrituras autorizadas vêm, por excelência, diretamente de Deus ou de almas livres das imperfeições e egoísmos das pessoas comuns. A verdade inadulterada pode fluir através de uma pessoa conectada com Deus e livre dos desejos egoístas da mesma forma que se pode ver o céu azul lá fora através de uma janela limpa.
Nosso Dever de Discriminar
Ainda, não se deve simplesmente aceitar qualquer escrito como sagrado simplesmente porque ele o diz ser. Parte da ofensa de blasfemar as escrituras é aceitar uma filosofia contrária ao serviço devocional e à forma pessoal do Senhor. Também, se um sistema “religioso” afirma que outros livros e métodos genuínos são pecaminosos, esse deve ser evitado por sua mentalidade simplória e sectarista. Devemos rejeitar também qualquer sistema ou filosofia que negue a alma, a Personalidade de Deus, ou a meta da vida como o sucesso no processo de obtenção do amor puro por Ele. Portanto, cantar Hare Krsna enquanto se mantém uma postura monista – pensando que a verdade última é apenas energia e luz – é parte dessa ofensa ao santo nome.
Um devoto de Krsna deve depender unicamente das tradições que estudam e promovem bhakti – devoção amorosa à personalidade de Krsna. Oferecendo respeitos à distância, deve-se evitar escrituras que promovam poderes místicos, trabalhos caridosos com recompensas celestiais, ou salvação fora de bhakti, para não dizer de formas inferiores de adoração que visam poderes obtidos através da negociação com seres demoníacos e fantasmagóricos.
O Harinama Cintamani de Srila Bhaktivinoda Thakura enumera nove princípios essenciais de krsna-bhakti. Podemos identificar as escrituras de bhakti como aquelas que promovem estes nove princípios:
(1) Há um único Senhor Supremo, Krsna. (2) Ele é aquele que possui todas as energias. (3) Krsna é a fonte dos relacionamentos transcendentais e está situado em Sua morada espiritual, onde Ele compraz todas as entidades vivas. (4) As entidades vivas são partículas do Senhor, ilimitadas em número, infinitesimais em tamanho, e conscientes. (5) Algumas entidades vivas estão condicionadas a universos materiais desde tempos imemoriais, tendo sido atraídas por prazeres ilusórios. (6) Algumas entidades vivas são eternamente liberadas e se ocupam em adorar Krsna; elas residem com Ele como Seus associados no mundo espiritual e se relacionam amorosamente com Ele. (7) Krsna existe com Suas energias – material, espiritual, e as entidades vivas – em um estado de igualdade e diferença simultâneas, permeando tudo e, ao mesmo tempo, existindo à parte. (8) Há nove processos que caracterizam o processo pelo qual a entidade viva realiza Krsna: ouvir sobre Krsna, cantar, lembrar, servir, adorar, orar, agir como um servo, ser amigo do Senhor, e se render completamente. (9) A meta última de uma entidade viva é bhakti – amor desmotivado por Krsna, que Krsna desperta em uma alma devido à Sua misericórdia.
Se uma pessoa aceita a mais pura das escrituras, rejeitando as várias tradições mundanas que se vendem sagradas, e respeitando as escrituras genuínas que estão em um nível inferior; ainda assim, é preciso estudar com muito cuidado essa escritura. Mesmo uma tradição eterna de escritos imaculados, ou de revelação oral de mesma natureza, pode ser distorcida através de interpretações inventadas e más aplicações. Para mostrarmos respeito para com as escrituras, devemos entendê-las através do significado mais claro e direto possível, estudando a vida dos devotos anteriores que seguiram a cabo suas instruções como verdadeiros devotos puros de Krsna. Devemos, também, abordar as escrituras através da direção de um guru, que nos dará instruções específicas quanto ao que há de mais relevante para a nossa atual condição. Interpretações ou aplicações equivocadas podem ser mais perigosas do que a negação completa das escrituras. Um lobo em pele de cordeiro é muito mais perigoso do que um lobo aparente.
Nós Precisamos das Escrituras
Com tantas considerações e complicações em relação às escrituras, não seria melhor simplesmente cantar Hare Krsna, Hare Krsna, Krsna Krsna, Hare Hare / Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare e esquecer de vez as escrituras? É verdade que simplesmente por se cantar pode-se alcançar a perfeição; mas para tanto, é precisa que o cantar seja sem ofensas, o que exige uma atitude reverencial perante as escrituras sagradas genuínas.
E quanto prazer e consolo podemos obter das escrituras! Podemos nos tornar muito felizes e confiantes lendo o Bhagavad-gita, as palavras diretas de Krsna. E também podemos encontrar semelhantes benefícios em trabalhos de escritores contemporâneos – devotos que tomam os princípios trazidos por Krsna e os colocam dentro da vida familiar moderna, por exemplo.
Claro que consolo e deleite não são os únicos motivos para lermos os escritos sagrados. Nós precisamos das escrituras. Na busca pela verdade sem as escrituras, não temos outra escolha senão nos basearmos em nossas próprias faculdades sensoriais e mental e na de outros com as mesmas limitações que nós. Isso pode nos dar apenas conhecimento parcial e relativo. Nossos sentidos são imperfeitos mesmo com o suporte de sofisticados instrumento. Cometemos erros devido a maus hábitos, falta de atenção ou por preconceitos inconscientes. Temos a tendência de enganar os outros e a nós mesmos. E quando identificamos o corpo como o eu, vivemos uma grande ilusão. Portanto, as verdades axiomáticas – o ponto de partida para conclusões lógico-sensoriais – devem partir de uma fonte livre de defeitos se quisermos basear nossas ações em um conhecimento infalível.
Quando nossa base de conhecimento vem da verdade absoluta, o cantar do santo nome de Krsna rapidamente nos conduz a Ele. Ouvir das escrituras sobre a beleza, a forma e as incríveis atividades de Krsna no mundo espiritual irá nos inspirar a cantar com o intenso desejo de obter Seu serviço amoroso. Satisfeito com nosso desejo, Krsna irá nos purificar com Sua misericórdia resplandecente como sol, e nosso progresso se fará nítido.
Para se conseguir benefícios espirituais do processo do cantar dos nomes de Krsna, todavia, é preciso ter reverência por Krsna em todas as Suas formas, incluindo Sua forma como as escrituras. Krsna apareceu na Terra, em Sua forma original, há cerca de cinco mil anos. Após retornar à Sua morada eterna, Sua “encarnação literária”, Vyasadeva, compilou o néctar das escrituras Védicas na forma do Srimad-Bhagavatam. Srila Prabhupada escreveu que ler essa escritura é como ver Krsna pessoalmente, sem nenhuma diferença. Porque as palavras do Bhagavatam descrevem Krsna, elas são espiritualmente idênticas a Ele. Se blasfemamos o Bhagavatam, outros livros Védicos, ou alguma literatura de acordo com a versão Védica, ofendemos o santo nome, o que dificulta em muito o nosso processo do cantar.
A que se refere “literatura Védica”? Diferente dos acadêmicos modernos, Srila Prabhupada não usava o termo Védico para denotar apenas um período particular da história da Índia. Tendo como referência os mestres espirituais anteriores de sua linha, e lançando mão de sua razão, ele usou o termo para se referir a todos os tradicionais livros sagrados da Índia. E “literatura de acordo com a versão Védica” se refere a qualquer livro que, como fazem os Vedas, direcionem-nos para nossa relação com Deus.
Evitamos essa ofensa contra o santo nome de Krsna se aceitamos o conceito de escritura revelada de maneira geral, reverenciamos as escrituras autênticas de outras tradições diferentes da nossa, respeitamos mas evitamos escrituras que ensinem práticas religiosas válidas todavia inferiores, e se rejeitamos pseudo-escrituras que se opõem ao amor por Deus como meta última.
Também evitamos essa ofensa ao adorarmos Krsna com nossa inteligência através de cuidadoso estudo e aplicação da literatura sagrada. Tal estudo nos dota tanto com o entusiasmo por servir Krsna quanto com as direções para tal. Encontramos a verdadeira felicidade ao explorarmos cada detalhe que lemos das escrituras Védicas. E, com o uso de nossa razão, aceitamos a consistência, veracidade e aplicabilidade dos escritos por eles mesmos e também pelos exemplos de almas liberadas.
Uma Cultura para a Iluminação
Uma razão para as pessoas rejeitarem o conceito de escritos sagrados é porque a palavra escritura lhes evoca sociedades que proibiam o riso durante o sabá ou que declaravam que o processo para a perfeição era um sistema de procedimentos ritualísticos intrincados que poucos poderiam fazer parte e ainda menos poderiam entender. As escrituras também trazem histórias fantásticas de milagres e acontecimentos sobrenaturais que a ciência moderna afirma há muito tê-los desmentido. E, além do mais, não são as escrituras produto de pessoas imperfeitas?
A verdade é que, quando corretamente entendidas e aplicadas, as escrituras genuínas agem como um guia e manual de instruções para a vida humana e o cosmo. Elas são o manual de fábrica da máquina da criação material. Das escrituras, casadas com a tradição oral, aprendemos sobre métodos de elevação espiritual, como o cantar do santo nome. Das escrituras aprendemos sobre a vida de santos e sábios do passado e sobre as encarnações de Krsna. De fato, as histórias das escrituras, sejam transmitidas pela escrita ou pela tradição oral, são a base para a transmissão e estabelecimento de uma cultura que tenha por fim a iluminação.
Entendendo o Fantástico
Certamente, diversas histórias dos escritos sagrados parecem fantásticas para o nosso mundo científico. Mas muitas das maravilhas tecnológicas atuais também pareceriam fantásticas e ficcionais há algumas décadas. Não é, portanto, implausível que sociedades antigas tenham tido habilidades e perícias técnicas que não nos estão disponíveis hoje. É virtualmente impossível, por exemplo, recriar a arquitetura milenar do Peru usando qualquer recurso moderno de que dispomos. A idéia de que a tecnologia sempre progrediu, e que não possa jamais ter existido uma superior à atual, talvez seja incorreta. Mesmo os estudos recentes de história indicam que muito do conhecimento que existia na Grécia se perdeu na Europa da Idade Média e foi gradualmente restabelecido. É lógico e racional, então, assumir que aquilo que é comum hoje, como televisão e internet, talvez se perca e seja esquecido no futuro, para ser restabelecido apenas mais tarde.
Vale adicionar que, mesmo hoje, há muitas fortes evidências empíricas para a existência do sobrenatural. Mas porque a atual ciência não pode explicar as evidências, elas são omitidas.
Os Vedas – com suas informações acerca do espírito e da matéria sutil – provêem uma visão de mundo que faz o aparentemente-impossível ser facilmente aceito como verdade. Uma vez que você entenda que o espírito, ou a vida, por exemplo, é independente da matéria, é muito fácil acreditar que entidades vivas possam viver em qualquer lugar do universo e fazer todo o tipo de coisas incríveis.
Níveis de Instrução
Uma queixa válida acerca das escrituras por parte de pessoas espiritualmente inclinadas é que elas se focam muito em rituais e ganhos materiais. Krsna valida esse sentimento quando Ele diz a Seu amigo Arjuna que aqueles que praticaram yoga em vidas passadas estão acima da maior parte dos ritos escriturais. A dura verdade, todavia, é que poucas pessoas estão interessadas em genuína realização espiritual. Portanto, Krsna e Seus grandes devotos dão instruções e exemplos nas escrituras para todo o tipo de pessoas. Há diferentes escrituras para várias classes de pessoas com diversas inclinações e desejos. Daí ter vários níveis e tipos de instrução no mesmo cânone escritural.
O Senhor, ou Seu representando ou filho, talvez ensine verdades eternas em um nível mais baixo ou de alguma maneira enevoadas a depender do tempo, local ou circunstância. Escrituras nascidas de tais ensinamentos talvez ensinem menos do que o puro e desmotivado amor devocional pelo Senhor, mas elas têm sua função de gradualmente conduzir as pessoas ao pináculo da realização espiritual. Sabendo que a perfeição é, de forma geral, obtida após muitas vidas, uma pessoa absorta no cantar do mantra da verdade absoluta ajuda e encoraja cada pessoa em diferentes níveis.
Escrituras autorizadas vêm, por excelência, diretamente de Deus ou de almas livres das imperfeições e egoísmos das pessoas comuns. A verdade inadulterada pode fluir através de uma pessoa conectada com Deus e livre dos desejos egoístas da mesma forma que se pode ver o céu azul lá fora através de uma janela limpa.
Nosso Dever de Discriminar
Ainda, não se deve simplesmente aceitar qualquer escrito como sagrado simplesmente porque ele o diz ser. Parte da ofensa de blasfemar as escrituras é aceitar uma filosofia contrária ao serviço devocional e à forma pessoal do Senhor. Também, se um sistema “religioso” afirma que outros livros e métodos genuínos são pecaminosos, esse deve ser evitado por sua mentalidade simplória e sectarista. Devemos rejeitar também qualquer sistema ou filosofia que negue a alma, a Personalidade de Deus, ou a meta da vida como o sucesso no processo de obtenção do amor puro por Ele. Portanto, cantar Hare Krsna enquanto se mantém uma postura monista – pensando que a verdade última é apenas energia e luz – é parte dessa ofensa ao santo nome.
Um devoto de Krsna deve depender unicamente das tradições que estudam e promovem bhakti – devoção amorosa à personalidade de Krsna. Oferecendo respeitos à distância, deve-se evitar escrituras que promovam poderes místicos, trabalhos caridosos com recompensas celestiais, ou salvação fora de bhakti, para não dizer de formas inferiores de adoração que visam poderes obtidos através da negociação com seres demoníacos e fantasmagóricos.
O Harinama Cintamani de Srila Bhaktivinoda Thakura enumera nove princípios essenciais de krsna-bhakti. Podemos identificar as escrituras de bhakti como aquelas que promovem estes nove princípios:
(1) Há um único Senhor Supremo, Krsna. (2) Ele é aquele que possui todas as energias. (3) Krsna é a fonte dos relacionamentos transcendentais e está situado em Sua morada espiritual, onde Ele compraz todas as entidades vivas. (4) As entidades vivas são partículas do Senhor, ilimitadas em número, infinitesimais em tamanho, e conscientes. (5) Algumas entidades vivas estão condicionadas a universos materiais desde tempos imemoriais, tendo sido atraídas por prazeres ilusórios. (6) Algumas entidades vivas são eternamente liberadas e se ocupam em adorar Krsna; elas residem com Ele como Seus associados no mundo espiritual e se relacionam amorosamente com Ele. (7) Krsna existe com Suas energias – material, espiritual, e as entidades vivas – em um estado de igualdade e diferença simultâneas, permeando tudo e, ao mesmo tempo, existindo à parte. (8) Há nove processos que caracterizam o processo pelo qual a entidade viva realiza Krsna: ouvir sobre Krsna, cantar, lembrar, servir, adorar, orar, agir como um servo, ser amigo do Senhor, e se render completamente. (9) A meta última de uma entidade viva é bhakti – amor desmotivado por Krsna, que Krsna desperta em uma alma devido à Sua misericórdia.
Se uma pessoa aceita a mais pura das escrituras, rejeitando as várias tradições mundanas que se vendem sagradas, e respeitando as escrituras genuínas que estão em um nível inferior; ainda assim, é preciso estudar com muito cuidado essa escritura. Mesmo uma tradição eterna de escritos imaculados, ou de revelação oral de mesma natureza, pode ser distorcida através de interpretações inventadas e más aplicações. Para mostrarmos respeito para com as escrituras, devemos entendê-las através do significado mais claro e direto possível, estudando a vida dos devotos anteriores que seguiram a cabo suas instruções como verdadeiros devotos puros de Krsna. Devemos, também, abordar as escrituras através da direção de um guru, que nos dará instruções específicas quanto ao que há de mais relevante para a nossa atual condição. Interpretações ou aplicações equivocadas podem ser mais perigosas do que a negação completa das escrituras. Um lobo em pele de cordeiro é muito mais perigoso do que um lobo aparente.
Nós Precisamos das Escrituras
Com tantas considerações e complicações em relação às escrituras, não seria melhor simplesmente cantar Hare Krsna, Hare Krsna, Krsna Krsna, Hare Hare / Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare e esquecer de vez as escrituras? É verdade que simplesmente por se cantar pode-se alcançar a perfeição; mas para tanto, é precisa que o cantar seja sem ofensas, o que exige uma atitude reverencial perante as escrituras sagradas genuínas.
E quanto prazer e consolo podemos obter das escrituras! Podemos nos tornar muito felizes e confiantes lendo o Bhagavad-gita, as palavras diretas de Krsna. E também podemos encontrar semelhantes benefícios em trabalhos de escritores contemporâneos – devotos que tomam os princípios trazidos por Krsna e os colocam dentro da vida familiar moderna, por exemplo.
Claro que consolo e deleite não são os únicos motivos para lermos os escritos sagrados. Nós precisamos das escrituras. Na busca pela verdade sem as escrituras, não temos outra escolha senão nos basearmos em nossas próprias faculdades sensoriais e mental e na de outros com as mesmas limitações que nós. Isso pode nos dar apenas conhecimento parcial e relativo. Nossos sentidos são imperfeitos mesmo com o suporte de sofisticados instrumento. Cometemos erros devido a maus hábitos, falta de atenção ou por preconceitos inconscientes. Temos a tendência de enganar os outros e a nós mesmos. E quando identificamos o corpo como o eu, vivemos uma grande ilusão. Portanto, as verdades axiomáticas – o ponto de partida para conclusões lógico-sensoriais – devem partir de uma fonte livre de defeitos se quisermos basear nossas ações em um conhecimento infalível.
Quando nossa base de conhecimento vem da verdade absoluta, o cantar do santo nome de Krsna rapidamente nos conduz a Ele. Ouvir das escrituras sobre a beleza, a forma e as incríveis atividades de Krsna no mundo espiritual irá nos inspirar a cantar com o intenso desejo de obter Seu serviço amoroso. Satisfeito com nosso desejo, Krsna irá nos purificar com Sua misericórdia resplandecente como sol, e nosso progresso se fará nítido.
p/ Urmila dd
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