terça-feira, 14 de outubro de 2008


O verdadeiro problema não é ter o corpo, mas sim, como utilizá-lo! É exatamente como possuir um carro. Se soubermos dirigi-lo, seguindo as regras de trânsito, ele nos será de grande valia. Mas, se fizermos dele uma arma, poderá haver muitas vítimas. Então, o yoga ensina como fazer um bom uso deste precioso veículo. Antes disso, o yoga ensina também como cuidar do motor (a mente, aquela que arrasta o corpo), qual o combustível apropriado (alimentação), a importância de bons pneus e suspensão (posturas), freios (o que não se deve fazer), faróis precisos (visão correta), etc. – tudo para oferecer completa segurança e ajudar a pessoa a evitar acidentes. Este conhecimento importante sobre a diferença analítica entre a alma e o corpo – a primeira constituída de energia espiritual eterna e o segundo de energia material temporária – está inserida da filosofia Sankhya do sábio Kapila apresentada no Terceiro Canto do Srimad-Bhagavatam. Nesta escritura védica feita uma análise minuciosa dos vinte e quatro elementos que compõem tanto manifestação cósmica grosseira, quanto as manifestações sutis da mente e seus efeitos psicológicos. Felizmente, a essência da filosofia Sankhya é encontrada na Bhagavad-Gita, onde se afirma que este mundo não passa de uma simples combinação entre duas energias: a material e a espiritual. A alma, ou o verdadeiro eu, é a energia espiritual que, revestida de um corpo material, recebe sua influência implacável e permanece identificada com o falso ego. Na verdade, enquanto estiver cativada pela natureza material, a entidade viva terá que continuar transmigrando de um corpo para outro.


p/ Chandramukha Swami

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