sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Por que não amar Krishna?


Como pode uma pessoa, em sã consciência, não amar alguém que nos fornece o ar vital e energia?
Como pode alguém não amar Àquele que esfria a noite fazendo crescer o alimento que nos dará força para um novo dia?
Como pode alguém não amar a Pessoa que produz o calor que aqueçe o nosso corpo, livrando-o da hipotermia?
Como pode uma pessoa não amar ao Pai, criador e mantenedor da nossa vida, parceiro constante, testemunha da nossa dor e alegria?
Como pode alguém não amar à Pessoa que, apesar da nossa rebeldia, está sempre nos desculpando, protegendo e inspirando, sem no entanto, cobrar absolutamente nada pela Tua cortesia?
Como pode uma pessoa não amar Àquele que criou um belo mundo de cores, odores, águas, matas, sons e sabores, especialmente para os que não desejavam a Tua companhia?
Como pode uma pessoa, em sã consciência, não amar a seu único amigo, Aquele que nunca dorme; jamais acorda, pois tem sempre os olhos abertos em vigia?
Como pode alguém não amar a Pessoa que nos deu a vida, e que a mantém dia após dia?
Como pode alguém não amar Krishna, a Suprema Personalidade de Deus, a Pessoa que mais nos ama todavia?
Krishna Mayi D.D

"Eu sou o sabor da água, a luz do Sol e da Lua, a sílaba om nos mantras védicos; Eu sou o som no éter e a habilidade no homem. Eu sou a fragrância original da terra e sou o calor no fogo. Eu sou a vida de tudo que vive e sou as penitências de todos os ascetas. Eu sou a semente da qual se originam todas as existências, sou a inteligência dos inteligentes e o poder de todos os poderosos. Eu sou a força dos fortes, desprovida de paixão e desejo. Eu sou a vida sexual que não é contrária aos princípios religiosos. Eu sou tudo, mas Eu sou independente" Krishna (Bhagavad Gita 7.8 a 13)

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Krishna no Coração


Se alguém deseja ver Krishna sentado em seu coração, deve primeiro limpar o coração.
Srila Prabhupada

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Para dar o devido exemplo



Quando descende ao mundo material, a Suprema Personalidade de Deus em geral observa os deveres reguladores védicos para dar o devido exemplo à humanidade. O Senhor age por Sua livre e espontânea vontade, já que ninguém pode obrigar, forçar ou impelir a Suprema Personalidade de Deus. SB 11.18.36 sig

terça-feira, 25 de setembro de 2007

A Verdade Absoluta


O conceito de Deus e o conceito de Verdade Absoluta não estão no mesmo nível. O conceito de Deus indica o controlador, ao passo que o conceito de Verdade Absoluta indica o summum bonum, ou a fonte última de todas as energias. Não é possível uma divergência de opinião sobre o aspecto pessoal de Deus como sendo o controlador porque um controlador não pode ser impessoal. Evidentemente, o governo moderno, especialmente o governo democrático, é impessoal até um certo ponto, mas, em última análise, o chefe do executivo é uma pessoa, e o aspecto impessoal do governo é subordinado ao aspecto pessoal. De modo que indubitavelmente sempre que nos referirmos a um controle sobre outras pessoas teremos que admitir a existência de um aspecto pessoal...

Srimad Bhagavatam 1 (Introdução)

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Ver à luz do sol


A perfeição do serviço devocional puro é alcançada quando toda a atenção é voltada para o transcendental serviço amoroso ao Senhor. Cortar os laçõs de todas as outras afeições não significa a negação completa dos elementos mais refinados, como a afeição por outrem. Isso não é possível. Um ser vivo, quem quer que seja, deve ter esse sentimento de afeição pelos outros porque este é um sintoma de vida. Os sintomas de vida, tais como desejo, ira, ansiedade, sentimento de atração, etc., não podem ser aniquilados. Somente o objetivo tem que ser mudado. O desejo não pode ser negado, mas, no serviço devocional, o desejo é dirigido apenas para o serviço ao Senhor, em lugar de dirigi-lo para o gozo dos sentidos. Assim a chamada afeição pela família, sociedade, nação, etc., consiste de diferentes fases de gozo dos sentidos. Quando este desejo se converte em dar satisfação ao Senhor, ele se chama serviço devocional...
Esta devoção imaculada é a meta derradeira da vida. Nossa atenção é normalmente desviada para o serviço a algo que não é divino ou que não está no programa do Senhor. Quando o programa converte-se em serviço ao Senhor, isto é, quando os sentidos se purificam em relação com o serviço ao Senhor, chama-se a isto serviço devocional imaculado...

As relações da alma, estabelecidas em relação com a Alma Suprema, são relações verdadeiras. A relação da pele é a causa do cativeiro material, mas a relação da alma é a causa da liberdade. Esta relação da alma com a alma pode ser estabelecida através da relação com a Superalma. Ver na escuridão é não ver. Mas ver à luz do sol significa ver o sol e tudoo mais que era invisível na escuridão. Este é o caminho do serviço devocional. SB 1.8.42 Sig.

sábado, 22 de setembro de 2007

Quando a Ciência se Volta à Espiritualidade


Imagine um fazendeiro que ganha uma Mercedes Benz de presente. O único veículo que ele conheceu em toda a sua vida foi um trator, e a única função que ele conhece para os veículos é arar. Então ele engata na traseira de seu novo Mercedes um arado e começa a dirigir ao longo de suas terras. Como poderia se esperar, não só ele fracassa na sua tentativa de arar, como seu carro começa a apresentar vários problemas. Ele se torna totalmente frustrado – consigo mesmo, com seu carro e com sua fazenda.
“Ridículo”, nós diríamos sobre alguém usar uma Mercedes para arar. Mas poderia esta ser a história de nossas vidas? As escrituras Védicas – e as escrituras de todas as grandes religiões do mundo – dizem que a vida humana tem como objetivo adquirir, não prazeres materiais, mas realizações espirituais. As escrituras Védicas, com mais profundidade, explicam que o corpo humano é um veículo precioso que a alma obtém após transmigrar por 8.4 milhões de espécies. Em todos os corpos subumanos, a alma tem acesso apenas a prazeres materiais, através da satisfação das demandas do corpo de comer, dormir, acasalar e defender-se. Todo prazer material é trabalhoso para se obter. Mesmo quando obtido, ele não é satisfatório devido à limitada capacidade de o corpo desfrutar. E mesmo esse insignificante desfrute é interrompido por doenças, velhice e por fim pela morte.
Apenas no corpo humano é a alma evoluída o bastante para ter acesso a uma fonte de prazer superior – amor por Deus. As escrituras Védicas explicam que amor por Deus capacita a alma a atingir felicidade eterna no mundo espiritual, sua residência original. Atingir tal amor por Deus é o objetivo específico e exclusivo pelo qual a alma deveria usar o corpo humano.
Podemos comparar os corpos subumanos, que oferecem prazeres corpóreos fugazes, a tratores, que têm por fim arar a terra. E podemos comparar o corpo humano, que pode oferecer a alma felicidade interminável, a um fino Mercedes projetado para se passear com estilo. Usar o corpo humano para prazeres sensoriais não é muito diferente de usar um carro esportivo para arar.
Porque nós vemos a maior parte das pessoas ao redor de nós com metas matérias – sexo, riqueza, luxo, prestígio, poder, fama – nós tomamos tais metas para nós como o verdadeiro motivo da vida. Nosso comportamento, como no ditado, é de “Maria vai com as outras”. Mas o isolado fato de a maioria estar em um caminho, não faz dele correto.
Os Fatos Falam Por Si
Se uma Mercedes é usada para arar, obtém-se três coisas: um terreno estragado, um carro quebrado e um motorista frustrado. Analogamente, vamos ver o que a ciência tem descoberto sobre usar o corpo humano apenas para se obter prazer sensual. Mais especificamente, o que acontece com o meio ambiente (o terreno), com o corpo humano (o carro) e conosco mesmos (o motorista)?
O meio ambiente - O biólogo E. O. Wilson, bem como vários outros cientistas, estudou a complexa interdependência entre várias espécies na biosfera. Ele afirma que toda espécie trás alguma contribuição para o ecossistema do planeta. Por exemplo, se a vegetação diminui, os herbívoros são afetados, e então os carnívoros também são. Mas ele descobriu que uma espécie não contribui para o ecossistema – a espécie humana. Se a espécie humana se tornasse extinta, não haveria praticamente nenhum problema para nenhuma outra espécie ou para o ecossistema. De fato, a extinção do homem resolveria a maior parte dos problemas ecológicos. A espécie humana é – de forma argumentável - a mais inteligência no planeta. Normalmente quanto mais inteligente o estudante, mais positiva é sua contribuição. Assim, por que, entre todas as espécies, nossa contribuição ao ecossistema não é a mais positiva, mas a mais negativa? Poderia isso significar que nossa contribuição deva ser em um nível acima do físico?
O corpo humano - Como atividades focadas principalmente no desfrute afetam o corpo humano? Fumar trás problemas respiratórios, beber trás problemas ao fígado, comer junk food e comida não vegetariana arruína o sistema digestivo, e sexo ilícito – que é o prazer carnal mais exageradamente incentivado – trás a AIDS, uma epidemia para a qual não há solução. A mídia, sociedade e educação atuais nos doutrinaram de forma a fazer com que acreditemos ser o prazer material a meta da vida. Será que não estaríamos terrivelmente confusos ao utilizar o corpo humano em atividades para as quais ele não foi feito?
Nós mesmos - E quanto aos efeitos sobre nós mesmos? Cientistas continuam engatinhando no conhecimento acerca do que é o eu. Mas uma coisa é certa: quanto mais à sociedade moderna negligencia ou rejeita o desenvolvimento espiritual, em mais problemas se enreda o eu. Nossos crescentes problemas psicológicos tornam isso evidente.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que as doenças psicológicas – stress, depressão, vícios, problemas psicossomáticos – serão o maior problema de saúde no século atual. Ainda pior, as estatísticas da OMS mostram que mais de um milhão de pessoas cometem suicídio anualmente. O que é maior que o numero mortes anuais por crimes e guerras combinados. E este número é a apenas o número de suicídios reportados.
Doenças psicológicas e suicídios têm muitas causas. Mas a origem mais comum para ambos é a frustração de não conseguir obter uma meta estabelecida, seja lá qual for. Quando essa frustração alcança um nível elevado de sofrimento e ansiedade, a pessoas sente sua existência como uma grande agonia; e o fim da própria existência parece ser a única solução. O que acontece para que nós, humanos modernos, os mais inteligentes entre todas as espécies, sejamos a única espécie cujos membros cometem suicídio em números tão alarmantes? A OMS chama o suicídio de “um trágico problema de saúde social” e afirma não haver cura comprovada para ele. Será que as metas que a sociedade traça para nós são incompatíveis para conosco e invocam a frustração que nos direciona a problemas psicológicos, tendo como fim derradeiro o suicídio?
Só Acredita Vendo?
Como canalizar a energia humana para a elevação spiritual afeta o ecossistema, a saúde humana e o eu? Vejamos o que diz a ciência.
Ecologia - A maior parte dos problemas ecológicos surgiu do materialismo e do consumismo que acompanham o decline da espiritualidade e sua inerente auto-restrição. Por conseguinte, a citação que segue de Alan Durning, do instituto World Watch, representa o que muitos cientistas consideram como sendo a única esperança para salvar o meio ambiente: “Em uma frágil biosfera, o destino último da humanidade depende da possibilidade de cultivarmos um profundo senso de auto-restrição, que precisaria ser amplamente difundido por uma ética que limitasse o consumismo e incentivasse a busca por enriquecimento não material”. Todas as formas de enriquecimento não material – oração, yoga, meditação, cantar dos santos nomes – claramente apontam a uma dimensão espiritual de vida. E tal dimensão espiritual é explicada da forma mais compreensível nas escrituras Védicas. De fato, o Vedanta-sutra começa com uma invocação clara e direta: athato brahma jijñasa. “Agora, portanto, [agora que você tem um corpo humano], devote-se a inquirir sobre tópicos espirituais”. (Vedanta-sutra 1.1)
Saúde humana - A atual epidemia da natalidade descontrolada mostra que as injunções das escrituras relacionadas à auto-restrição – sobriedade (não intoxicação) e castidade (não sexo ilícito), por exemplo – têm sua função, também, como auxiliadores da saúde pública. Herbert Benson da Escola de Medicina Harvard, citando sua extensa pesquisa sobre os benefícios físicos e mentais da vida espiritual, afirma que o corpo e a mente humanos estão “ligados a Deus”. Também em Reader’s Digest (Janeiro de 2001), foi publicada uma pesquisa que afirma que as pessoas que acreditam em Deus vivem em média onze anos a mais do que aquelas que não acreditam.
O eu - E quanto ao eu? A ciência fez uma preciosa descoberta: espiritualidade é certamente um afago para o eu. Pesquisas e mais pesquisar têm demonstrado que práticas espirituais afastam as pessoas de hábitos e comportamentos auto-destrutivos. Patrick Glynn da Universidade George Washington escreveu em seu livro Deus: A Evidência que pesquisas mostram que aqueles que não freqüentam grupos de oração são quatro vezes mais propensos a cometer suicídio do que aqueles que o fazem.
E mais. Uma pessoa parar de freqüentar tais reuniões foi descoberto como o melhor indício de que tal pessoa suicidará, até mesmo mais preciso do que o desemprego. Essas descobertas indicam que a espiritualidade trás prazer interior, que liberta as pessoas do insaciável e incontrolável desejo por prazeres externos que levam as pessoas a vícios e a suicídio posteriormente. Tais descobertas inspiraram alguns pensadores modernos a concluírem o que os Vedas concluem: que a espiritualidade não é parte de nossa vida, mas a essência de nossa vida. Stephen Covey, famoso autor da série Sete Hábitos das Pessoas Eficazes, apropriadamente elucida: “Não somos seres humanos em uma jornada espiritual. Somos seres espirituais em uma jornada humana”.
O que Estamos Esperando?
A ciência está claramente mostrando que a vida humana, quando usada para o desfrute material, é ecológica, física e espiritualmente desarmoniosa, desastrosa. A ciência também está indicando com muita ênfase que quando nos esforçamos em buscar a felicidade espiritual, nós beneficiamos nosso planeta e nosso corpo também. As escrituras védicas nos oferecem um balanceado programa de regulação material e crescimento espiritual para que alcancemos o mais alto potencial da vida humana. O Bhagavad-gita (6.17) afirma que ser regulado quanto a comer, dormir, trabalhar e divertir-se, acompanhado com as práticas espirituais, pavimentam o caminho para a liberação de todas as misérias materiais. A mais prática e poderosa prática espiritual para a atual era moderna é o cantar do Maha-mantra Hare Krsna. Por se cantar, podemos alcançar um estado de felicidade que irá nos satisfazer plenamente, e nós não ficaremos perturbados por situação material, nem mesmo pela mais caótica das situações materiais. (Bhagavad-gita 6.22)
É hora de parar de usar a Mercedes para arar. Está na hora de colocar nosso veículo humano na marcha do cantar de Hare Krsna. Assim poderemos acelerar pela auto-estrada do serviço devocional, de volta a nossa morada há muito esquecida, junto a Krsna. De volta ao lar, de volta ao Supremo.

Por Caitanya Carana dasa
Volta ao Supremo [Back to Godhead] – Vol. 41, No 3 • Maio / Junho 2007
Tradução por Bhagavan dasa (DvS)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

O Encantador Humor de Srimati Radharani


Uma oferenda a Srimati Radharani

Srimat Radharani, a mui amorosa contraparte feminina do Supremo, é a pessoa, em toda a existência e parte, que melhor sabe como expressar amor por Krsna. Ela é o supremo reservatório de amor por Krsna, e, como tal, Ela é conhecida como a categoria asraya. Mais além, é Ela quem, como uma mãe, ocupa-nos em serviço devocional.
Krsna, o objeto de Amor de Radha, aparece uma vez a cada dia de Brahma para exibir e desfrutar de Seus passatempos. Ao fim de tais passatempos, todavia, Krsna se deparou com três desejos não satisfeitos, e realizar tais íntimos desejos é razão primordial para que Ele retornasse como Sri Caitanya Mahaprabhu.
Srimati Radhika é a única munificente causa de Krsna não conseguir satisfazer todos os seus desejos. Dessa forma, Vrishabhanu- nandini [Radharani] dá a Ele o maior presente de todos... E a todas nós, Suas incontáveis jivas.
A fim de melhor entendermos tais desejos, lembremo-nos que bem-aventurado êxtase transcendental é chamado bhava. Quando bhava se torna condensado, é chamado de mahabhava. Srimati Radhrani é o mais alto e concentrado êxtase da bem-aventurança em pessoa.
Krsna, é claro, também está desfrutando de bem-aventurança. Ele desfruta da bem aventurança de ser o objeto de amor dEla. Todavia, Ele se dá conta que a morada do amor, Srimati Radharani, a categoria asraya, está desfrutando de uma bem aventurança dez milhões de vezes maior do que a dEle! Radharani estava sentindo mais prazer transcendental em Sua companhia do que Ele podia entender, e então Ele decidiu, Ele mesmo, experimentar tais emoções bem-aventuradas. Todavia, para Krsna, desfrutar da posição de Srimati Radharani, era impossível, porque aquela posição era totalmente desconhecida por Ele. Krsna é o homem transcendental, a contraparte masculina do Supremo. Radharani é a mulher transcendental, a contraparte feminina de Deus. Como resultado, Krsna não poderia satisfazer Seu desejo a não ser que Ele mesmo assumisse a posição da categoria asraya. Assim, a fim de experimentar os bem-aventurados sentimentos de Srimati Radharni, e sentir o prazer da categoria asraya, o Senhor Krsna apareceu como Sri Caitanya Mahaprabhu.
Desde então há uma constante competição entre Srimati Radharani e o Senhor Krsna para ver quem consegue aumentar mais a intensidade do amor que cada um sente pelo outro.
Ela aumenta, Ele aumenta, Ela aumenta... não há fim para isso. Nenhum deles quer ser derrotado quanto a amar mais intensamente. Similarmente, a beleza do Senhor Krsna aumenta quando Ele vê a beleza das vaqueirinhas. De forma concomitante, quando mais as vaqueirinhas vêem a beleza do Senhor Krsna, mais a beleza delas aumenta. Assim acontece a competição entre Eles, na qual nenhuma das partes conhece derrota.
Agora Krsna se torna curioso. Ele pode entender esta competição amorosa do seu ponto de vista, mas Ele não entende o que está acontecendo na mente de Srimati Radharani. Ele passa a desejar entender o que acontece do outro lado desta competição amorosa, e deseja entender essa troca amorosa do ponto de vista de Radha. Ele se torna muito curioso quanto às atividades mentais de Srimat Radharani e à atitude dEla neste amor sempre crescente.
Agora, para o Senhor Krsna, as atitudes mentais de Srimat Radharani não são algo tão difícil de se estudar, porque as atividades mentais dEla estão passeando lá fora vestidas com diferentes saris. Srimati Radharani expande Sua atitude mental como Suas amigas íntimas, as gopis, as quais concentram todas as suas atividades nos passatempos de Krsna. Como expansões da forma pessoa de Radhika, elas são agentes para que se possa reciprocar diferentes sentimentos amorosos nos passatempos de Krsna.
Dessa forma, Srimati Radharani e Suas leais servas decidiram ajudar Krsna fundando uma escola para Ele na beira do Radha Kunda. Radha é a reitora de tal escola sem parentesco, enquanto Lalita e Visaka são as diretoras. É com a ajuda delas que o único aluno, Krsna, irá estudar com todas as sakhis que são as personificadas expansões das atividades mentais de Srimati Radhika.
Quando o curso é finalizado, é a hora de Krsna fazer Seu exame final, que é aplicado por Srimati Lalita Devi. Krsna passa no exame com sucesso.
Todavia, Lalita Lhe informa que tal sistemático estudo acadêmico não é o bastante. Se Ele realmente quiser apreciar plenamente as atividades mentais de Radha, experiências práticas serão necessárias.
Novamente, tal experiência não é possível a não ser que Ele definitivamente aceite a posição da categoria asraya. A atração de Radharani por Krsna é sublime, e para experimentar tal atração e para compreender Sua própria doçura, Ele teria de pessoalmente aceitar a mentalidade de Radharani. Consequentemente, a fim de apreciar por completo as atividades mentais de Srimati Radhika, Ele aparece como Sri Caitanya Mahaprabhu.
Krsna é a personificação da beleza conjugal. Em certo momento, em Dvaraka, Ele vê Sua beleza refletida em uma fonte de cristal, ao que Ele diz, “Minha mente, atônita vendo tamanha beleza, impetuosamente deseja desfrutar dela da mesma forma que Srimati Radharani o faz”. A beleza do Senhor Krsna atrai o próprio Krsna. Todavia, por não poder desfrutar de Sua beleza plenamente, Sua mente cai em profunda lamentação.
Assim, para gozar de Sua beleza como faz Radharani, Ele aceita a posição da categoria asraya, aceitando as emoções e desejos corpóreos de Srimati Radharani, e aparece como Sri Caitanya Mahaprabhu.
Desse modo, a causa primária para a vinda de Krsna como Sri Caitanya Mahaprabhu é provar os três humores de Srimati Radhika, os quais só Ela podia provar. Ele, então, pegou emprestado o humor interno e beleza dEla, e se tornou tadatma com Ela. Tornando-se tadatma com Radhika, Ele se esquece ser Krsna, e pode desfrutar como Ela.
Alguns detalhes correlatos aparecem em uma nectária história contada por Sua Santidade Gour Govinda Svami. Esta história revela a origem do último verso do Sri Siksastaka.
Um dia, Srimati Radharani havia decorado belamente o kunja com a ajuda de Suas servas. Com grande antecedência, elas estão esperando pela chegada de Krsna no horário marcado para o encontro. Todavia, Krsna não aparece. Elas esperam e esperam, mas Krsna não aparece. Radha está começando a entrar em Seu humor emburrada, e também começa a chorar, e então uma mensageira [dyuti] é enviada para achá-lO. Pelo caminho, a dyuti encontra com uma serva de Candravali que com muito desfrute reporta estar Krsna no seu kunja e não no de Radharani. Quando a dyuti retorna, ela leva a Lalita e a Visaka a notícia, as quais por sua vez levam a notícia até Srimati Radharani. Nesse momento, o humor de ficar emburrada de Radharani atinge seu ápice, e Ela proíbe Krsna de entrar em Seu kunja. E Ela chora, chora, chora.
Radharani diz, “Eu não quero que Krsna venha. Não deixem Ele entrar no Meu kunja. A entrada dEle está proibida!”.
Quando Krsna finalmente chegou, algum tempo depois, Lalita e Visaka estavam de guarda na entrada e O pararam. Elas impediram Sua entrada e com palavras ásperas Lhe disseram para “dar o fora dali”. Ele suplicou permissão para entrar, mas sem sucesso. Visakha, que é mais dura que Lalita, foi especialmente severa com Ele neste momento. Ele teve de dar meia volta e ir embora.
Krsna foi, então, para a beira do Yamuna. Melancólico e desapontado, Krsna não sabia o que fazer. Ele havia ido para o kunja de Candravali unicamente para aumentar o humor de emburrada de Radharani que Lhe dava tanto prazer. Ele queria a oportunidade de ter a associação dEla naquele Seu mal humor ímpar, mas Seu plano saiu pela culatra. E agora? O que fazer, o que fazer?
Nesse meio tempo, Vrndadevi [Tulasi] fica sabendo da difícil situação de Krsna, então ela trás para Ele um solução.
Ela diz a Ele que Ele deve mudar completamente Sua aparência, aceitar a posição de um mendicante Sannyasi, e cantar uma canção especial. Ela disse que Ele deveria raspar Sua cabeça, se livrar daquelas vestes de vaqueirinho e vestir roupas de Sannyasi; deveria parar de curvar Seu corpo em três partes, abandonar Sua flauta e pena de pavão e aprender a canção que Ela Lhe ensinaria... E assim, talvez, haveria alguma esperança.
Quando Vrnda disse isso, imediatamente aquela forma apareceu ali. Krsna tomou aquela forma de Sannyasi descrita, com a cabeça raspada e com compleição de ouro derretido. Nada de pena de pavão, flauta, ou corpo curvado em três pontos. Ele apareceu de repente ali, como um Sannyasi. Vrnda então ensinou a Ele a cantar uma bela canção em glorificação a Radha, cuja última linha dizia que “hoje Kana, Krsna, está indo de porta em porta mendigando por radha-prema, radha-prema, radha-prema”.
Então, cantando, Krsna voltou ao kunja, e Lalita e Visaka ficaram muito alegres por verem tão bem-aventurado Sannyasi e por ouvirem sua belíssima canção.
Quando elas perguntaram a Ele o que queria, o Sannyasi respondeu, “Eu não tenho nada, Eu sou um mendicante. Eu vim aqui para ter radha-prema, radha-prema. Eu sou um prema-bhikhari. Eu mendigo
prema.
Então Visakha levou o Sannyasi para dentro do kunja. Ela pediu a Ele, “O Senhor poderia, por favor, cantar novamente aquela canção que o Senhor estava cantando?”.
Krsna, assim, cantou aquela canção em glorificação a Radha. “Hoje Kana é um bhikari. Ele é um mendicante indo de porta em porta mendigando radha-prema”.
Quando Radharani ouviu essa linha, Ela respondeu:
aslisya va pada-ratam pinastu mamadarsanan marma-hatam karotu vayatha
tatha va vidadhatu lampatomat-prana- nathas tu sa eva naparah
Sua resposta à canção de Krsna é o que conhecemos como o verso final do Siksastaka. É a expressão de um sentimento muito profundo de Srimati Radhika.
Logo em seguida, o Sannyasi teve a audiência de Radhika, e vendo Radha, a forma tri-bhanga-lalita de Krsna imediatamente voltou. A forma de Sannyasi desaparecera.
Visaka ficou absolutamente abismada. Ela disse: “O que é isto? Primeiramente eu vi Você como um Sannyasi, mas agora O vejo como Syamasundara, o jovem vaqueiro. Eu vi Você semelhante a um boneco de ouro, com todo o Seu corpo coberto por um desejo dourado. E agora vejo Você segurando uma flauta junto a Sua boca, com Seus olhos de lótus movendo-se sem parar devido a variados êxtases”.
Bem mais tarde, na Caitanya Lila, Visaka aparece como Ramananda Ray. Em dado momento, o Senhor Caitanya exibe a Ramananda Ray Sua forma como Syamasundara, e o que acontece? Ramananda desmaia. Por quê? Como Visaka, Ele viu a metamorfose de um Sannyasi dourado para a forma de Sri Syamasundara, e, novamente, Ele vê a mesma transição! Ele desmaia.
Radharani estava chorando, e depois que o Sannyasi se revelou como sendo Krsna, Visakha afirmou: “Um dia, Você terá de chorar como Ela”. E esse dia chegou em Gambhira, quando, como Sri Caitanya Mahaprabh, o Sannyasi dourado, Ele chorou. Não só isso, mas Visaka [Ramananda] e Lalita [Svarupa Damorada] estavam lá para ajudá-lO a entender como chorar – exatamente como chorara Srimat Radhika.
Com o intuito de estudar Radharani, Krsna viveu o papel dEla e tentou entender a Si mesmo. Este é o segredo do nascimento do Senhor Caitanya.
Conclui-se assim, que o a razão interna primordial para Krsna vir como Gaura é entender as glórias do amor de Radha por Ele.
A segunda razão para sua vinda, é trazer com Ele um presente inigualável para este mundo. É um presente muito especial que é muito bem explicado no famoso verso que segue:
anarpita-carim cirat karunayavatirnah kalausamarpayitum unnatojjvala- rasam sva bhakti-sriyamharih purata-sundara- dyuti-kadamba sandipitahsada hrdaya-kandare sphuratu vah saci-nandanah - Caitanya-caritamrta Adi-lila 1.4
“Que aquele Senhor, conhecido como o filho de Srimati Sacidevi, esteja transcendentalmente situado na parte mais íntima de seu coração. Resplandecente como a refulgência de ouro derretido, Ele apareceu na era de Kali por Sua misericórdia sem causa para nos dar o que nenhum outro avatara jamais ofereceu – serviço a Srimati Radhika como Sua serva confidencial” .
Este verso é o mangalam caranam para todo o Sri Caitanya Caritamrta, e tudo o mais que há escrito livro é para explicar esse verso.
Srimati Radhika tem um humor muito extático: “Eu quero Me tornar serva daquela pessoa que pode satisfazer Krsna ao máximo. Eu Me tornarei sua serva”. Essa doçura é o encantador humor de Radharani.
O humor de Radhika tomou várias formas – Rupa Manjari, Rati Manjari, Labanga Manjari, Kasturi Manjari. O encantador humor de Radhika tornou-se várias vaqueirinhas. Todavia, essas particulares servas de Radhika têm apenas um humor: que é Radhika em pessoa quem deve se encontrar com Krsna, porque é Ela quem pode dar prazer pleno a Ele, mais que qualquer outra. É ela quem elas querem servir. Essa propensão é chamada unnatojjvala rasam sva-bhakti-sriyam – o encanto do humor de Radharani, ou então conhecido como manjari-bhava.
Quando Krsna se torna influenciado pela compaixão e misericórdia do coração de Radha, nasce nEle o desejo de distribuir a todas as jivas o mais elevado humor de amor por Deus que pode ser dado, que é o serviço no humor das manjaris.
O desejo de dar ao mundo este presente inigualável é a segunda razão interna para Sua vinda como Sri Gaurasundara. A primeira razão interna é para experimentar o humor de Radha, e a segunda é distribuir o serviço neste humor. Em outras palavras, Ele vem para experimentar a bhava de Radha, e para dar a beleza de Radha.
O brilho de unnata-ujjvala- rasa é sem paralelo, e todos os misericordiosos acaryas de nossa Gaudiya sampradaya vieram a este mundo para ensinar-nos este encantador humor de serviço das servas de Srimati Radharani.

Por Anantacarya dasa (ACBSP)
Tradução por Bhagavan dasa (DvS)

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Cante Hare Krishna, seja feliz e faça o outro feliz!



A vibração transcendental do maha-mantra- Hare Krishna, Hare Krishna Krishna Krishna Hare Hare/Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare- purifica, não apenas aquele que o canta, como também o coração de quem o ouve. Mesmo as almas que se encontram em corpos de animais inferiores, insetos, árvores e de outras espécies de vida, também se purificam e se preparam para tornar-se totakmente conscientes de Krishna pelo simples fato de ouvirem a vibração transcendental. Haridas Thakura disse que o cantar dos santos nomes é tão poderoso que, mesmo que se cante nas partes mais remotas da selva, as árvores e os animais avançarão em consciência de Krishna pelo simples fato de ouvirem a vibração. O próprio Senhor Caitanya Mahaprabhu provou este fato ao passar pela floresta de Jharikhanda...

Upadeshamrta 4 sig.

sábado, 15 de setembro de 2007

Por que o Radha-kunda é tão elevado?



Por que pertence a Srimat Radharani, que é o objeto mais amado de Sri Krishna. Entre todas as gopis, Ela é a mais querida. De forma semelhante, os grandes sábios descrevem que Seu lago, Sri Radha-kunda, é tão querido por Krishna quanto a própria Radha. Na verdade, o amor de Krishna pelo Radha-kunda e Seu amor por Srimat Radharani é o mesmo sob todos os aspectos. Mesmo no caso de grandes personalidades plenamente ocupadas em serviço devocional, é muito raro que alcancem Radha-kunda, isto para não falar de devotos comuns que só estão ocupados na prática de vaidhi bhakti. Afirma-se que o devoto que se banhar uma só vez no Radha-kunda desenvolverá imediatamente amor puro por Krishna, do mesmo modo que as gopis. Srila Rupa Goswami recomenda que, mesmo que não se possa viver permanentemente às margens do Radha-kunda, deve-se pelo menos tomar banho no lago, tantas vezes quanto possível. Este é um item muito importante na realização do serviço devocional. Srila Bhaktivinoda Thakura escreve a este respeito que Sri Radha-kunda é o lugar mais seleto para as pessoas interessadas em aprimorar seu serviço devocional seguindo o exemplo das companheiras (sakhis) e criadas íntimas (manjaris) de Srimat Radharani. As entidades vivas estão ávidas por regressar a casa, ao reino transcendental de Deus, Goloka Vrindávana, por meio da consecução de seus corpos espirituais (siddha-deha), devem viver no Radha-kunda, refugiar-se nas criadas íntimas de Sri Radha e, sob a orientação delas, dedicar-se constantemente a servi-lA. Para aqueles que estão ocupados em serviço devocional sob a proteção de Sri Caitanya Mahaprabhu, este é o método mais elevado. A este respeito, Srila Bhaktisidhanta Sarasvati Thakura escreve que mesmo grandes sábios e grandes devotos como Narada e Sanaka não têm oportunidade de vir tomar seus banhos no Radha-kunda, isto para não falar de devotos comuns. Se, por grande fortuna, alguém tem a oportunidade de vir ao Radha-kunda e banhar-se ali pelo menos uma vez, ele pode desenvolver seu amor transcendental por Krishna, exatamente como as gopis o fizeram. Recomenda-se, também, que se viva às margens do Radha-kunda e se esteja absorto no serviço amoroso ao Senhor. Devemos banhar-nos ali regularmente e abandonar todos os conceitos materiais, abrigando-se em Sri Radha e nas gopis que A auxiliam. Se alguém se ocupar assim constantemente durante a sua vida, após abandonar o corpo, regressará ao Supremo para servir a Sri Radha da mesma maneira na qual meditou durante sua vida, enquanto esteve às margens do Radha-kunda. Em conclusão, viver às margens do Radha-kunda e banhar-se ali diariamente constituem a perfeição máxima do serviço devocional. É uma posição difícil de alcançar, mesmo para grandes sábios e devotos como Narada. Portanto, a glória de Sri Radha-kunda não tem limite. Servindo a Radha-kunda, podemos ter a oportunidade de nos tornar assistentes de Srimati Radharani, sob a orientação eterna das gopis.
Upadesamrta 11 Sig.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A potência do serviço devocional



A ocupação no serviço devocional ao Senhor é a vida e alma da entidade viva. Nela repousa a meta desejada e a perfeição suprema da vida humana. Devemos ter confiança nisto, como também devemos ter a certeza de que, à exceção do serviço devocional, todas as atividades- tais como: a especulação mental, o trabalho fruitivo ou o esforço místico- jamais produzirão benefícios duradouros. A plena no caminho do serviço devocional capacitar-nos-a a alcançar o objetivo que almejamos, mas, se tentarmos trilhar outros caminhos, isto simplesmente nos deixará inquietos.
O serviço devocional é tão puro e perfeito que, uma vez iniciado, arrasta-nos praticamente à força para o sucesso final.
Upadesamrta 3 sig.

Sravanam, ou ouvir, é o primeiro passo para adquirir conhecimento transcendental, depois, cantar, lembrar-se do Senhor, servir aos pés do Senhor, adorar a Deidade, prestar reverências ao Senhor, atuar como servo do Senhor, fazer amizade com o Senhor, e render-se plenamente ao Senhor. Estes são os processos de serviço devocional.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Marcas Auspiciosas nos Pés de Lótus Sri Radha



Pé Direito

1 - Altar (Vedi) - Aqueles que meditam nos pés de Radha queimam seus pecados no altar de sacrifìcio.

2 - Montanha (Parvata) - Mesmo Govardhana serve os pés de lótus do divino casal.

3 - Buzio (Shankha) - Aqueles que refugiam-se a Seus pés de lótus tornam-se destemidos.

4 - Brinco (Kundala) - Krsna sempre ouve o ruído das tornozeleiras de Sri radha.

5 - Maça (Gada) - Seus pés podem castigar o elefante louco da luxúria.

6 - Carruagem (Ratha) - os Seus pés mostram-nos o caminho a seguir.

7 - Lança (Shakti) - Assegura que as amarras das esferas mundanas são cortadas.

8 - Peixe (Matsya) - os Seus pés viverão no coração liquefeito por emoções amorosas suaves.

Pé Esquerdo

1 - Semente de Barley (Java) - assim como uma pequena semente de cevada, a passagem por este mundo material é muito curta para aqueles que se refugiam a Seus pés.

2 - Disco (Chakra) - corta os seis inimigos dos devotos - luxúria, ira, cobiça, ilusão, inveja e confusão.

3 - Linha Superior (Urdhva Rekha) - os Seus devotos alcançam o mundo espiritual.

4 - Lótus (Kamala) - aumenta o anseio por néctar espiritual.

5 - Guarda Chuva (Chatra) - os Seus devotos ficam protegidos da chuva dos desejos materiais.

6 - Aguilhão de Elefante (Ankusha) - mantém a mente dos devotos controlada.

7 - Bandeira (Dhvaja) - suprema vitória.

8 - Bracelete (Valaya) - os pés de Radha estão sempre nas mãos de Krsna.

9 - Flor (Pushpa) - a fama dos Seus pés espalha-se como a fragrância das flores.

10 - Arbusto (Valli) - o desejo espiritual dos Seus devotos cresce até alcançar Seus pés.

11 - Meia Lua (Ardha Chandra) - a Lua ajuda a apaziguar a mente, com seus raios refrescantes que mostram o néctar.

P/ Prahladesh Dasa

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Quem de fato sofre a experiência da vida material, a alma ou o corpo?


Sri Uddhava disse:
Meu querido Senhor, não é possível que esta existência material seja experiência da alma, que é o vidente, ou do corpo, que é o objeto visto. Por um lado, a alma espiritual tem o dom inato do conhecimento perfeito, e por outro, o corpo material não é uma entidade viva consciênte. A quem, então, pertence esta experiência de existência material?

A alma espiritual é inexaurível, transcendental, pura, autoluminosa e jamais encoberta por algo material. É como o fogo. Mas o corpo material não vivente é tal qual lenha: inerte e inconsciente. Portanto, neste mundo, quem é que de fato sofre a experiência da vida material?

A Suprema Personalidade de Deus disse:
Enquanto a tola alma espiritual permanece atraída ao corpo, aos sentidos e à força vital, sua existência mundana, embora em última análise ela seja insignificante, continua a florescer.

Na verdade a entidade viva é transcendental à existência material. Mas, em virtude de sua mentalidade de domínio sobre a natureza material, sua condição de existência material não cessa, e, assim como um sonho, ela é afetada por desvantagens de toda sorte.
SB 11.28.10a 13


terça-feira, 11 de setembro de 2007

Srimat Radharani



devi krishna-mayi prokta
radhika para devata
sarva-laksmi-mayi sarva-
kantih sammohini para

" A transcendental deusa Srimat Radharani é o complemento direto do Senhor Sri Krishna. Ela é a figura central de todas as deusas da fortuna. Possui todo poder de atração para atrair a todo-atrativa Personalidade de Deus. É a primordial potência interna do Senhor."
Brhad-gautamiya-tantra

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O falso ego


" O falso ego é a identificação ilusória da alma pura com a mente material sutil e o corpo material grosseiro. Como resultado dessa identificação ilusória, a alma condicionada sente lamentação por objetos perdidos, júbilo por objetos obtidos, medo de elementos inauspiciosos, ira decorrente da frustação de seus desejos e cobiça de gozo dos sentidos. E desse modo, confundida por semelhante atrações e aversões falsas, a alma condicionada tem de aceitar outros corpos materiais, o que significa que ela tem de sofrer repetidos nascimentos e mortes. Quem é auto-realizado sabe que todas essas emoções mundanas nada têm a ver com a alma pura, cuja propensão natural é ocupar-se no serviço amoroso ao Senhor". SB 11.28.15 Sig.

domingo, 9 de setembro de 2007

Longe do medo, da luxúria e da ira.



" Embora sombras, ecos e miragens não passem de reflexos ilusórios de elementos reais, tais reflexos causam uma impressão significativa ou compreensível. De modo semelhante, embora a identificação da alma condicionada com o corpo, mente e ego materiais seja ilusória, essa identificação gera temor dentro dela até o momento da morte." SB 11.28.5

Sig. Embora sejam meros reflexos de substâncias reais, sombras, ecos e miragens criam emoções fortes em pessoas que erroneamente os aceita como reais. Da mesma maneira, a alma condicionada é acometida de emoções tais como medo, luxúria, ira e esperança devido à percepção ilusória de que ela é o corpo, mente e falso ego materiais. Mostra-se através desse exemplo prático que mesmo objetos ilusórios podem causar reações altamente emocionais. Em última análise nossas emoções devem se absorver na Suprema Personalidade de Deus, que é a verdade eterna. O temor é dominado para sempre quando se aceita o refúgio dos pés de lótus do Senhor. Só então é possível desfrutar as emoções puras da vida liberada.

sábado, 8 de setembro de 2007

Sem medo do decesso


"Sabendo que a duração de sua vida está sendo cortada pelo passar dos dias e das noites, a pessoa deve tremer de medo. Dessa forma, abandonando todo apego e desejos materiais, ela compreende o Senhor Supremo e alcança paz perfeita."
SB 11. 20. 16

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Aila-gita



" O homem inteligente deve rejeitar toda má companhia e em vez disso aceitar a associação de devotos santos, cujas palavras extirpam o apego excessivo da própria mente.

Meus devotos fixam suas mentes em Mim e não dependem de nada material. Eles são sempre tranquilos, dotados de visão equânime e livres de sentimento de posse, falso ego, dualidade e cobiça.

Na associação de tais devotos santos há constante discussão sobre Mim, e aqueles que tomam parte neste cantar e ouvir de Minhas glórias decerto se purificam de todos os pecados.

Quem quer que ouça, cante e, com respeito, leve a sério esses tópicos sobre Mim torna-se fielmente dedicado a Mim e desse modo alcança Meu serviço devocional.

Que mais resta ao devoto perfeito conseguir, após atingir o serviço devocional a Mim, a Suprema Verdade Absoluta, cujas qualidades são inumeráveis e que sou a encarnação de toda experiência extática?

Assim como o frio, temor e escuridão desaparecem para quem se aproximou do fogo do sacrifício, da mesma forma, a apatia, medo e ignorância são destruídos para alguém dedicado a servir os devotos do Senhor.

Os devotos do Senhor, pacificamente fixos no conhecimento absoluto, são o refúgio último para aqueles que estão repetidas vezes subindo e afundando dentro do assustador oceano da vida material. Semelhantes devotos são como um barco forte que vem resgatar pessoas que estão a ponto de se afogar.

Assim como o alimento é a vida de todas as criaturas, assim como Eu sou o refúgio último dos aflitos e assim como a religião é a riqueza dos que estão partindo deste mundo, de modo semelhante, Meus devotos são o único abrigo daqueles que temem cair numa condição de vida miserável.

Meus devotos concedem olhos divinos, ao passo que o Sol outorga apenas visão externa, e isso apenas enquanto está no firmamento. Meus devotos são as verdadeiras deidades adoráveis e a verdadeira família de todos; eles são o próprio eu da pessoa e, em última análise, não são diferentes de Mim."

Srimad Bhagavatam 11.26. 26/34

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Dia 5 – Aparecimento de Srila Prabhupada!



Todas as glórias a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada!
Fundador-Acharya da Sociedade Internacional para Consciência de Krishna
Eis a extraordinária pessoa que dedicou sua vida a ensinar o mundo sobre a consciência de Krishna, a mensagem de sabedoria espiritual mais nobre da Índia antiga.
Srila Prabhupada escreveu mais de quarenta volumes de tradução e comentários sobre tais clássicos como o Srimad Bhagavatam, o Caitanya Caritamrita e o Bhagavad-gita. Ele escreveu não unicamente como um erudito, mas como um praticante perfeito. Ele ensinou não apenas através de seus escritos, mas também por meio de seu exemplo de vida.
Ao longo de sua obra, a intenção de Srila Prabhupada foi transmitir o sentido natural das escrituras sem se desviar com interpretações especuladoras, propiciando-nos uma versão autêntica das conclusões védicas sobre tópicos tão importantes como o propósito da vida humana, a natureza da alma, a consciência e Deus.
Em 1965, representando uma nobre linhagem de mestres, que data desde milhares de anos, Srila Prabhupada navegou da Índia até Nova York, com a idade de 69 anos, para compartilhar a mensagem do Senhor Krishna. Trazia com ele nada mais que a roupa do corpo, uma caixa de livros e US$7 de troco. Nos anos que se seguiram, ele viajou e pregou em todo o mundo, abriu 108 templos e fundou a Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON).
Apesar de não estar mais presente fisicamente no mundo, ele vive para sempre em seus livros, e nos corações daqueles cujas vidas ele tocou.






terça-feira, 4 de setembro de 2007

Srila Prabhupada



Nas ondas do sofrimento
viajou até aqui chegar;
veio por obediência ao mestre,
o ocidente iluminar

Foi longo o caminho que singrou,
chegou só, com Deus a acompanhar,
trazendo pouca bagagem
e muita instrução para dar

Ora aqui, ora acolá,
pregando os santos nomes, pisou muito chão;
mas o lugar que determinou para morar
não está no mapa, foi o nosso coração.

Devoto puro do Senhor,
sempre determinado, seu exemplo foi todo instrução.
Às vezes, leve, outras pesado,
perseverante, cumpriu sua missão.

Hoje, discípulos dos seus discípulos,
abrigam-se aos seus pés de lótus e agradecem-lhe em oração.
Somos conscientes de Krishna,
graças à sua dedicação.

Obrigada Srila Prabhupada !

Krishna Mayi D.D

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Porque Sri Krsna Visita Vrndavana?






Sri Krsna Avatara Hetu - A causa principal do aparecimento do Senhor Krsna

No livro de Krsna,segundo capítulo(Orações dos Semideuses ao senhor Krsna no Ventre),Srila Prabhupada explica:"Ó Querido Senhor,continuaram os semideuses,Você é não-nascido,por isso,não achamos nenhuma outra razão para Seu aparecimento além da exibição dos Seus agradáveis passatempos. Embora a razão para o aparecimento do Senhor esteja determinada no Bhagavad Gita(Ele descende simplesmente para dar protecção ao devoto e subjugar o não devoto),na realidade Ele não descende realmente para subjugar os não devotos,mas para o Seu encontro de prazer com os devotos.
A natureza material por si só pode derrotar os não devotos.
A acção e reacção da energia externa da natureza material(criaçã o,manutençã o e aniquilação)ocorrem de forma automática. Mas por simplemente se refugiarem no Seu santo nome-porque o Seu santo nome não é diferente da Sua personalidade- os devotos estão suficientemente protegidos. Na verdade,a protecção aos devotos e a aniquilação dos não devotos não constituem a missão de Sri Krsna quando Ele descende;destina- se apenas ao Seu prazer transcedental.Não pode haver nenhum outro motivo para o Seu aparecimento. " No Bhagavad Gita(4.8)Srila Prabhupada esclarece:"Há várias espécies de Avataras,tais como Purusavataras, Gunavataras ,Lilavatara, Sakty-avesa Avataras,Manvantara Avataras e Yugavataras- todas aparecem esquematicamente por todo o Universo.Mas o Senhor Krsna é o Senhor primordial,a fonte de todos os Avataras.O Senhor Krsna vem com o propósito específico de mitigar as ansiedades dos devotos puros que estão muito ansiosos por vê-Lo executar os Seus passatempos originais em Vrndavana. Portanto,a finalidade principal do Avatara de Krsna é satisfazer os Seus devotos imaculados."Cc(Adi-lila) 3.92"Advaita Acarya é uma encarnação do Senhor como devoto.O Seu chamado ruidoso foi a causa da encarnação de Krsna." Cc(Adi-lila) 3.104"Sri Krsna,que é muito afeiçoado aos Seus devotos,dá-Se Ele mesmo ao devoto que oferece uma folha de Tulasi e uma mão cheia de água"Cc(Adi-lila) 3.110"Portanto a razão principal do aparecimento de Sri Caitanya foi o apelo de Avaita Acarya.O Senhor,o protector da religião,apareceu pelo desejo de Seu devoto."Srimad Bhagavatam(3. 9.11)Tat tad'vapuh pranayasesad-anugrahaya"Você mostra um favor especial aos Seus devotos manifestando- se a Si mesmo em formas eternas,nas quais eles O saúdam". Cc(Adi-lila) 3.112"A essência do verso anterior é que o Senhor Krsna aparece em todas as Suas formas inumeráveis eternas por causa do desejo dos Seus devotos".Cc(Adi-lila) 4.8"No entanto,aliviar este fardo,não é tarefa da Suprema Personalidade de Deus.O mantenedor,Sri Vishnu é quem protege o universo."Cc(Adi-lila) 4.9"...Vishnu é o Senhor autorizado,o qual mantém o Cosmos criado,e Ele é também a deidade principal que faz ajustes numa administração imprópria da criação cósmica.
Sri Krsna é o Senhor primordial,e ele não aparece para fazer estes ajustes administrativos, mas somente para exibir os Seus passatempos transcedentais. ..
...portanto, quando Sri Krsna aparece,Vishnu, o Senhor que mantém,funde- se em Krsna porque todas as porções plenárias e partes da Absoluta Personalidade de Deus fundem-se n'Ele durante Seu aparecimento. "Cc(Adi-lila) 4.13"Nesta altura,portanto, o Senhor Vishnu esta presente no corpo do Senhor Krsna,e o Senhor Krsna mata os demonios através d'Ele."Cc(Adi-lila) 4.36-37"Assim como estes desejos são a razão fundamental para o aparecimento de Krsna ao passo que destruir os demonios é somente uma necessidade incidental,para Sri Krsna Caitanya promulgar o Dharma da era é incidental." Cc(Adi-lia)4. 15-16"Esta matança aparente de demonios por Sri Krsna foi uma questão de actividade secundária,incidenta l,mas o propósito principal do aparecimento de Sri Krsna foi representar uma actuação dramática dos seus passatempos transcedentais em Vrajabhumi,e assim exibir o limite máximo de doçura transcedental nas trocas de amor recíproco entre a entidade viva e o Senhor Supremo. Estas trocas recíprocas de doçura são chamadas Raga Bhakti.
O Senhor Sri Krsna quer que todas as almas condicionadas saibam que Ele é mais atraído por Raga Bhakti do que por Vidhi Bhakti(serviç o devocional sob regulação).
Os Vedas dizem,raso vai sah, a Verdade Absoluta é o reservatório de todos os tipos de trocas recíprocas de sentimentos amorosos(a partir daqui Srila Prabhupada fala de Sri Krsna caitanya).Ele é infundadamente misericordioso, e Ele quer presentear-nos com o privilégio de Raga Bhakti. Então Ele aparece como a Sua própria energia interna.Ele não foi forçado a aparecer por nenhuma força extrínseca."No Bhakti-Rasamarta- Sindhu,Srila Rupa Goswami explica que o Senhor Krsna tem 4 qualidades exclusivas: Lila-madhurya- Seus passatempos são doces.Premna Priyadhikya- o amor de Seus devotos é o que há de mais elevado.Venu-madhurya- o som da Sua flauta é doce.Rupa-madhurya- a Sua forma é doce.Nem mesmo o senhor Brahma ou o Senhor Siva possuem-nas.Premna Priyadhikya significa que assim como os devotos vivem para satisfazer Krsna,Krsna vive para satisfazer os devotos.Portanto,podemos concluir que: O Senhor Krsna aparece para propiciar aos Seus devotos a oportunidade de "vê-Lo executar os Seus passatempos em Vraja."E apenas para o prazer d'Ele,sendo todos os outros motivos secundários.

Raganuga Bhakti é uma característica singular da Consciência de Krsna; nenhum outro processo vai tão longe.
Praticamente falando todos os outros processos estão sob a jurisdição de Vaidhi Bhakti.


Do livro "Apreciando Sri Vrndavana Dhama" de Sua Santidade Mahanidhi Swami

Porqué Visita Sri Krsna Vrndavana?
Sri Krsna vino a impartir Bhakti a las almas caídas. No el Bhakti ordinario que concede la liberación, sino Raganuga Bhakti, que consiste en intenso apego amoroso por Krsna, llamado Prema. Cualquiera de los Avataras de Krsna puede otorgar Mukti (liberación) pero solo Sri Krsna y Sri Krsna Caitanya Mahaprabhu dan Prema Bhakti. Srila Krsna das Kaviraja explica el doble propósito de la aparición divina de Krsna.
1) Propagar Raganuga-Bhakti de modo que los devotos puedan disfrutar prema Rasa y el Madhurya de Krsna (el dulce sabor del amor extático puro por Krsna) y
2) Disfrutar el Prema Rasa de Sus devotos puros.
Prema-rasa-niryasa karite asvadana
Raga-marga bhakti loke karite pracarana
Rasika-sekhara Krsna parama-karuna
Ei dui haite icchara udgama
"El deseo del Señor Krsna de aparecer, emergió de dos razones: Krsna deseaba saborear las dulces melosidades del amor por Dios (Prema-Rasa) y deseaba propagar el servicio devocional en el mundo, en la plataforma de la atracción espontánea (Raga-Marga- Bhakti). Así pues, Krsna es conocido como supremamente jubiloso y como el más misericordioso de todos". (CC Adi 4.15 y 16v.).
Raganuga Bhakti


A seguinte pergunta é feita à Suhotra Prabhu:Vários tipos de Bhakti Yoga são mencionados, como Sadhana-Bhakti, Vaidhi-Bhakti, Raganuga-Bhakti, Ragatmika-Bhakti, Bhava-Bhakti e Prema-Bhakti.
Existe um sistema simples pelo qual podemos entender todos estes aspectos e como estão relacionados um com o outro?"Srila Bhaktivinoda Thakur compôs um tratado intitulado Sri Tattva Sutra, uma sistemática e concisa apresentação da completa ciência de Bhakti Yoga. Você perguntou por um sistema simples pelo qual os diferentes tipos de Bhakti Yoga podem ser compreendidos, mas primeiramente nós devemos entender do Sri Tattva Sutra que Bhakti é uma só:bhaktih purnanuraktih pare - "A função espiritual de Bhakti é caracterizada como um profundo apego ao Senhor Supremo." (STS 31).Portanto Bhakti na sua forma perfeita é raga (atracção a Krsna), e isto é espontâneamente manifesto nos residentes de Goloka Vrndavana, os quais são chamados Ragatmika Bhaktas ou Svarupasiddhi Bhaktas. Porque diferentes tipos de Bhakti são descritos nas escrituras?Sri Tattva Sutra 32 explica: tasyah svarupam phalamupayasceti - "Desde que as entidades vivas são tanto liberadas como condicionadas, Bhakti é descrita como sendo Phala (o objectivo) ou Upaya (os meios)." Portanto, devemos entender cuidadosamente Sadhana Bhakti como Upaya (os meios), nos seus dois aspectos - Vaidhi e Raganuga.Upaya Bhakti tem dois aspectos:1 - Paranusilana - ou o cultivo positivo da devoção pura à Deus, ou seja, ouvir e cantar são actividades paranusilana e ajudam a cultivar os sentimentos de amor à Deus. 2 - Pratyahara - ou abster os sentidos das actividades materiais, ou seja, as regras e regulações (Vaidhi), ou Pancaratrika.Pratyahara libera o devoto dos desejos materiais que pervertem o amor original a Krsna e Paranusilana ajuda o devoto a saborear o gosto do amor novamente.Portanto, Srila Bhaktivinoda descreve Sadhana Bhakti como tendo um aspecto interno e outro externo.Raganuga é o aspecto doce e suave interno da fruta de Sadhana Bhakti. Vaidhi é o aspecto que protege a parte externa da fruta de Sadhana Bhakti."Srila Bhaktivinoda Thakur Ki Jaya!!!Numa outra passagem Srila Bhaktivinoda Thakur explica que na verdade não existe diferença entre Vaidhi e Raganuga, quando a intenção inicial é desenvolver amor puro e incondicional à Krsna. Isto é adequadamente explicado por Srila Prabhupada no "Néctar da Devoção", capítulo 2."No começo, pela ordem do mestre espiritual, o devoto levanta-se cedo pela manhã e oferece Arati, mas depois ele desenvolve um desejo real. Quando o devoto alcança este desejo, ele automaticamente tenta decorar a Deidade e preparar diferentes tipos de vestimentas e planeia diferentes formas de executar seu serviço adequadamente.Embora isto esteja na categoria de prática, este oferecimento de serviço amoroso é espontâneo. Portanto, Sadhana Bhakti, pode ser dividido em duas partes - regulativo e espontâneo."Srila Prabhupada Ki Jaya!!!Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakur estabeleceu na sua Sri Gaudiya Matha um formato apropriado de cultivo Raganuga Gostyanandi para os dias actuais. Srila Prabhupada reproduziu o mesmo.Podemos afirmar com base nisto tudo que os Gaudiya Vaisnavas, porque almejam todos Vraja Bhava, praticam Raganuga Bhakti.Ou seja, este não é um assunto altamente esotérico e de difícil compreensão que deve ser posto de lado.Quando estes conceitos são corretamente compreendidos podemos todos trilhar o caminho maravilhoso de Sadhana - Vaidhi e Raganuga. Fazendo um apanhado:1 - Existem dois caminhos: Um é chamado Vidhi Marga e o outro Raga Marga.A diferença entre os dois não é a prática externa, mas sim o ímpeto interno da actividade.2 - As práticas são idênticas: Praticas como ouvir, cantar, adorar, assumem uma aparência idêntica em ambos os caminhos. Não é incorreto dizer que na ISKCON o método de serviço devocional é Raganuga Bhakti somente.Ainda, devemos analisar que existem dois tipos diferentes de Raganuga Bhakti:No Bhakti Sandharbha Anucchedya 311, Srila Jiva Goswami explica: "Devotos que apresentam interesse em praticar Raganuga Bhakti, mas ainda são Ajata Ruci Raganugas (sem muito gosto por ouvir e cantar), devem combinar os princípios de Vaidhi Bhakti com a prática de Raghanuga Bhakti." Em resumo, de acordo com Srila Jiva Goswami existem dois tipos de Raganuga Bhaktas:Jata Ruci - aqueles que já desenvolveram um gosto.Ajata ruci - aqueles que ainda não desenvolveram um gosto.Com base na explanação de Srila Jiva Goswami acerca de Raganuga Bhakti, todos os devotos da ISKCON são considerados Raganuga Bhaktas, bem como todos os Gaudiya Vaisnavas.Qual Gaudiya Vaisnava, independentemente da linha, não deseja servir amorosamente Sri Sri Radha Syamasundara? Portanto, o Senhor Caitanya Mahaprabhu explica que somente Raga Marga pode atrair Sri Sri Radha Gopinatha.Enquanto Vaidhi é dependente das injunções escriturais, Raganuga é dependente de um desejo espiritual (Lobha) que surge da misericórdia de Deus e de Seus devotos amorosos. No entanto, depois que Lobha se manifesta desta forma os Raganuga Bhaktas ficam novamente dependentes das injunções escriturais e dos argumentos lógicos.Isto é explicado no Sri Sri Raga Vartma Candrika de Srila Visvanatha Cakravarti Thakur, Prathama Prakasha (Primeira Difusão):
"Agora, quando os Raganuga Bhaktas tornam-se inquisitivos em como alcançar o humor dos associados de Vraja, então novamente tornam-se dependentes da informação das escrituras reveladas e dos argumentos lógicos. O caminho só pode ser mostrado pelas regras estipuladas nas escrituras.Não há outra forma.Da mesma maneira quando alguém deseja o leite da vaca, deve perguntar para alguém que conhece acerca de como obter o leite, e deve-se depender destas instrucções. A pessoa irá dizer: "Você deve comprar uma vaca", também instruirá como trazer a vaca, como alimentá-la e como tirar o leite."Srila Visvanatha Cakravartipada Ki Jaya!!! Agora, existe um cultivo Raganuga que embora autorizado na linha de Sri Caitanya Mahaprabhu, não é recomendado actualmente.Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakur desaconselhou este cultivo por perceber o quanto as pessoas são caídas atualmente e incapazes de cultivar tal método. Este processo de Nirjana Bhajana (Bhajana recluso), ou o processo de cultivo Raganuga Ekadas Bhava é descrito no Harinama Cintamani, e é especialmente destinado para os Bhajananadis ou Viviktanandis.Em resumo este processo consiste em cantar, ouvir e lembrar o Gopala Mantra e o Kama Gayatri através dos cinco estágios de desenvolvimento de sravana dasa até prapana dasa. O mestre espiritual ajuda o discípulo a focar sua mente no ekadas bhava:seu nome eterno, forma, idade, vestimenta, relacionamento com Krsna, grupo de associados, ordem do líder do grupo, serviço, ambição, humor de serviço e residência. Este é o processo de Siddha Pranali. Este processo também exige o cantar de 3 Lakhs do Santo Nome em 24 horas, ou seja, 196 voltas de Japa.É importante salientar que os Gosthyanandis embora não cantem 196 voltas de japa diariamente, pela misericórdia de Krsna, por estarem ocupados activamente na pregação também passam pelos cinco estágios de desenvolvimento: Sravana - ouvir atento do Santo Nome.Varana - aceitar o Santo Nome no coração.Smarana - lembrar constantemente o Santo Nome. Apanna - plena absorção da mente no Santo Nome.Prapanna - alcançar o Svarupa nos passatempos de Krsna.Com tudo isto, gostaria de finalizar citanto a declaração de Madhavananda Prabhu: "Pessoalmente tenho vergonha de dizer "Eu sigo Raga Marga" ou "Pratico Raganuga Bhakti", porque sinto que, com tudo de mundano ainda sobre meus ombros, eu faria um papel ridículo neste caminho maravilhoso. O melhor que posso dizer é que "Estou tentanto praticar Bhakti".Onde estão as lágrimas nos meus olhos,e a minha voz está embargada?Os meus pelos arrepiam-se e meu corpo treme?E com isto, onde está minha Raganuga?Portanto, com as mãos postas e com uma palha entre os dentes, devemos dizer: "Verdadeiramente não sigo nenhum destes caminhos, com as bençãos do Guru e dos Vaisnavas, estou a cantar um bocado e com sua misericórdia tenho algum prazer nisto, esperançoso com o efeito benevolente do Santo Nome. Tenho esperança de que um dia possa embarcar apropriadamente no caminho de Bhakti - como todos os verdadeiros devotos fizeram, deixando de lado todas as coisas do mundo e oferecendo seus corações ao Supremo Senhor."

Sri Krsna Janmastami Maha Mahotsava Ki Jaya !!!

Enviado p/ Prahladesh Dasa

domingo, 2 de setembro de 2007

A dor inexiste



Mente pra ti a mente;

demente, inventa a dor que deveras sente.

Cabulosa, esparge sementes maledicentes,

incitando o tormento e a confusão.

A dor é inexistente,

um arremedo da ilusão,

será inútil sofrê-la;

melhor cantar para Krishna

e perseverar na auto-realização.


Krishna Mayi Devi Dasi