quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Dia 21 - Desaparecimento de Srila Prabhupada


Jaya Om Visnupada Paramahamsa Parivrajakacarya Astottara-sata sri srimad A.C. Bhaktivedanta Swami Srila Prabhupada ki jaya!

Era terça feira, 15 de Novembro de 1977. Naquela época eu morava em Nova Ayodhya, a primeira comunidade Hare Krishna do Brasil, situada nas montanhas de Petrópolis, RJ. Sabíamos que Srila Prabhupada estava enfermo e também estavamos cientes de sua decisão de finalizar sua lila neste planeta. Naquela época não existia e-mail e nem mesmo máquinas de fax. As notícias da Índia chegavam ao Brasil por telefone ou telegrama e em Nova Ayodhya, aonde não tínhamos nem telefone e nem mesmo eletricidade, quem sabe quando chegavam!

Nesta terça feira, levantei cedo e me preparei para descer para o Rio para distribuir livros. Caminhei por quase uma hora até o ponto de ônibus, tomei um ônibus para Petrópolis e depois outro ônibus para o Rio. Quando cheguei na rodoviária, comecei a distribuir livros nos ônibus. Logo no começo, quando eu estava distribuindo livros nos colos dos passageiros, notei que um senhor estava com um jornal em cuja capa havia uma foto de Srila Prabhupada. Eu fiquei curioso e nervoso ao mesmo tempo. Eu sabia da decisão de Srila Prabhupada de deixar este mundo. Será que este momento doloroso havia finalmente chegado. Quando desci do ônibus, bem na minha frente, no chão, encontrei o mesmo jornal com a foto de Srila Prabhupada olhando para mim. Eu peguei o jornal e imediatamente comecei a ler. Ainda hoje me lembro da foto e dos dizeres:

"Faleceu o mestre espiritual do Movimento Hare Krishna." O artigo dizia: "Ontem na Índia faleceu o mestre espiritual do Movimento Hare Krishna."

Foi um momento de grande peso. Eu quisera ter recebido esta noticia na companhia de outros devotos, para que eu não me sentisse tão desamparado e perdido. Afinal de contas, eu havia ingressado no movimento Hare Krishna há menos de dois anos, tinha 19 anos de idade e possuía muito pouca estrutura espiritual para qualquer desafio muito sério, e o que dizer da partida do meu mestre espiritual.

Porém, a missão mais difícil estava me esperando em Nova Ayodhya. O presidente, Catur Murti Prabhu, estava viajando. Na sua ausência, eu era o responsável pelo projeto. Era eu que teria que comunicar para os devotos da fazenda sobre a partida de Srila Prabhupada. Era eu que teria que responder as suas perguntas. Imediatamente tomei o ônibus de volta para Petrópolis e outro ônibus para o local da fazenda. Quando eu subia a estrada de terra, minha mente rolava. Parecia que as lágrimas de milhares de devotos no mundo choviam em minha cabeça. Um mestre do calibre de Srila Prabhupada raramente aparece neste mundo. Sua presença neste planeta mudou o curso da vida de milhares de pessoas e continuará mudando por milhares de anos.

Hoje temos muitos templos em todas as partes do mundo, uma grande tesouro literário, milhões de devotos, ótimas acomodações, festivais, etc. Porém, não podemos esquecer que tudo começou com Sua Divina Graça. Srila Prabhupada escreveu:

"Esta instituição inteira foi iniciada de mão vazia e sem nenhum capital. Eu fui ao seu país com somente Rs. 40 e 200 coleções de livros. Assim, se somamos o capital total do negócio, foram os livros e as Rs. 40. E as Rs. 40 nem foram tocadas porque a moeda indiana não podia ser usada no seu país. Em 1967, quando eu voltei para a Índia, usei as Rs. 40 para pagar um taxi. Eu vendi as 200 coleções de livros, e eu me mantinha com grande dificuldade."

Foi a amor puro de Srila Prabhupada que criou, desenvolveu e continua a expandir este grande Movimento Hare Krishna.

Eu sempre desejei ter amigos em todas as partes do mundo. Pela graça de Srila Prabhupada este desejo foi satisfeito. O Movimento de Srila Prabhupada é tão maravilhoso que eu não trocaria absolutamente nada neste mundo pelo que tenho neste movimento. Tive a oportunidade de visitar templos em muitas partes do mundo e posso confirmar que a presença de Sua Divina Graça através de suas instruções, continua completamente viva. Os devotos continuam cantando, adorando, pregando e em resumo, levando a frente a missão inigualável deste mestre espiritual magnânimo.

Para finalizar, quero lembrar a todos que Prabhupada vive conosco eternamente através das suas instruções. Quando lemos seus livros, cartas, ou ouvimos suas aulas, estamos diretamente em contato com ele. Este contato nos purifica e nos aproxima de Krishna.

Eu oro ao pés de lótus de todos os Vaishnavas, aos pés de lótus dos Seis Goswamis, aos pés de lótus de Sri Caitanya Mahaprabhu e do Panca-Tattva, e aos pés de lótus do Senhor Supremo, Sri Krishna, e sua consorte eterna Srimati Radharani, que Eles me abençõem com a lembrança constante dos passatempos eternos de Sua Divina Graça.
p/Lilananda dasa

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Esta vida divina ou, em outras palavras, esta plena ocupação em bhakti, não é algo místico ou fantasioso. É de fato algo muito real e prático, tendo sido definido e apresentado por Deus em Sua vinda como o Avatara Dourado Sri Chaitanya Mahaprabhu há cerca de 500 anos atrás, e tem sido praticada com sucesso desde então. O grande sucesso de Srila Prabhupada foi justamente sua capacidade de nos ocupar nesta missão de Krishna, nesta vida divina. Prabhupada não se contentava em simplesmente ensinar a filosofia metafísica védica (sankhya), nem em simplesmente apresentar as diferentes e poderosas técnicas de japa, estudo, adoração da Deidade, etc. Prabhupada enfaticamente nos explicou que a vida espiritual era para ser vivida agora, em sua plenitude e ilimitada variedade, ocupando-nos nesta missão.
O desejo expressado e praticado por Krishna em Suas últimas duas vindas ao mundo, conforme registrado nas escrituras védicas, é que nos ocupemos em difundir a ciência espiritual, abrindo assim o caminho para que todas as pessoas possam novamente receber e expressar o mais alto objetivo da vida: o puro amor divino (”prema”). Pode-se argumentar que, não por coincidência, entre estas duas vindas de Deus, surgiu no oriente médio um poderoso shakti-avesa avatar de Krishna, Jesus Cristo, com a mesma missão. Claramente, portanto, o desejo não sectário de Deus é que encaremos a ocupação em difundir as glórias e mensagem de Deus como nossa vida e alma. Esta missão está aberta a todos, sendo a forma mais direta e intensa de nos fixarmos em verdadeira consciência divina.
p/ Girirdhari das

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O medo e a culpa são seus únicos inimigos. O amor e a consciência são seus verdadeiros amigos. Porém, não os confunda, porque seus inimigos o matarão, enquanto seus amigos lhe darão a vida.
"Conversando com Deus"

segunda-feira, 5 de outubro de 2009


Pequeno poema noturno

É preciso encontrar prazer na dor
É preciso ver a luz no mais escuro de outubro
É preciso encontrar o céu no inferno
E reecontrar Deus no homem

Raghunatha das
05/10/2009

domingo, 4 de outubro de 2009

Os Vedas nos explicam o conceito fundamental de que a vida eterna, com desejos, emoções e ações*, existe em sua forma puramente divina. Experimentamos desejos, emoções e ações agora, porém com o ranço do egoísmo e a contaminação da matéria inerte, o que os torna insatisfatórios, limitados ou mesmo desagradáveis. Deus nos oferece diferentes técnicas para nos livrarmos destes defeitos e, assim, a cada passo, nos aproximarmos do estado divino de ser. Dentre elas, a bhakti-yoga possui uma característica especial: o processo não é diferente do objetivo. Ou seja, ao praticarmos bhakti-yoga estaremos praticando a vida puramente divina e eterna, mesmo que ainda sob o jugo do egoísmo e apego material. A teoria por trás da técnica é muito inteligente: uma única coisa não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo**. Ao praticar a consciência de Krishna, não há como, ao mesmo tempo, manter a consciência egoísta mundana. São estados mentais opostos. Podemos, enquanto imaturos, em um instante estar em consciência de Krishna e no próximo cair para a consciência mundana, mas nunca estaremos nos dois ao mesmo tempo. O que nos traz avanço em bhakti, portanto, é nos ocuparmos cada vez mais em bhakti. E ocupar-se em bhakti significa ocupar-se em todos os níveis onde atuamos: desejos, emoções e ações.
O termo “sadhana” significa a prática regular para se atingir um objetivo (”sadhya”). Os praticantes de yoga costumam seguir um programa de práticas regulares (japa, estudos, adoração da Deidade, disciplinas morais, limpeza, etc.) que os ajudam no processo de purificação do egoísmo e apego material. Mas nunca devemos esquecer que tais práticas possuem um objetivo final. Assim, a prática (”sadhana”) é um meio para nos ajudar a chegar ao objetivo (”sadhya”). E, como citado anteriormente, o objetivo final é estar plenamente situado em uma vida de desejos, emoções e ações puramente divinas. A consciência de Krishna, portanto, não é nem nunca foi plenamente atingida apenas por seguir-se certas práticas durante alguma parte do dia. O “néctar pelo qual sempre ansiamos”*** é experimentado a partir do ponto onde dedicamos significativa parte de nossa vida à consciência de Krishna. O sadhana é indispensável, porém insuficiente. Sem sadhana caímos novamente para a plataforma animal e desperdiçamos nossa vida humana. Só praticar sadhana, no entanto, nos faz correr o risco de perder o entusiasmo pela vida espiritual e vê-la se tornar penosa, podendo assim nos levar a perder o gosto pela consciência de Krishna, que significa que novamente desenvolveremos crescente apego ao mundo material ilusório. Mais do que perder o gosto por sadhana, sem a ocupação em um programa completo de vida divina, poucos sequer desenvolvem suficiente determinação para manter uma prática de sadhana firme. Assim, enquanto o sadhana for uma ferramenta para manter e atingir um estado de bem-aventuranç a real e diário, será muito mais atraente e fácil de ser mantido.
p/ Giridhari das

sábado, 3 de outubro de 2009

Menino-Deus, do corpo azul dourado...


Deus-menino


Corre, corre, salta e some...
Vejo ao longe um vulto azul,
Menino-moleque,
só pode ser Tú

Percebo que algo escondes,
branco é a cor (azul a Tua tez)
revelando a ofensa
que cometeste outra vez

Bem sabes que O castigarei
porém, quando O agarro,
não há corda que O prenda,
pois é com amor O amarro

Seus olhos, cheios de medo,
vertem lágrimas que inundam meu coração,
arrefecem meus ânimos
e enche-me de compaixão

O universo se descortina,
quando abro-Lhe a boca
será esse Menino mágico,
ou estou eu louca?

Que menino é esre,
que tanto me alucina,
parece tão frágil,
e ergue colina

Olho um e vejo outro,
olho outro e vejo um
estou a me enganar
ou não és um Menino comum?

Ó Krishna-Damodara,
será Tu Deus-menino?
Não importa...
Se Pai ou Filho,
cumprirei meu destino
Krishna-mayi dd

Durante todo este mês mechinhas são oferecidas a Sri Damodara


Início do mês de Damodara


Krishna foi amarrado a um pilão de madeira por Sua mãe, pois as Suas travessuras já estavam irritando-a por demais.

"Para apropriadamente entender Vrndavana e a importância do Radha Damodara Mandira, é preciso compreender claramente a posição ontológica de Sri Rupa, Sri Sanatana e Sri Jiva. No Nitya Lila de Sri Sri Radha Krsna, Madhurya Rasa é considerada a Rasa superior.


Em Madhurya Rasa, Sri Radha é o reservatório supremo de Prema à Sri Krsna. O plano completo de Madhurya Rasa são os sentimentos majestosos de devoção e amor por Krsna manifestos por Radha, os quais são chamados de Maha Bhava e são exclusivos de Sri Radha.


Sri Radha possui um grande número de servas associadas imbuídas com diferentes aspectos dos Seus sentimentos amorosos à Sri Krsna, e as principais são as Asta Sakhis - Lalita Sakhi, Visakha Sakhi, Citra Devi, Indulekha Devi, Ranga Devi, Tungavidya Devi, Campakalata Devi e Sudevi.


Destas oito Gopis, Lalita Devi e Visakha Devi são as principais, e destas duas Lalita Devi é a constante conselheira de Sria Radha. Sob os cuidados de Lalita Devi estão as Gopis mais jovens conhecidas como Manjaris. Estas Manjaris são muito novinhas em idade e servem Sri Sri Radha Krsna durante Seus diferentes passatempos íntimos nos bosques de Vrndavana.


Assim como Sri Sri Radha Krsna estas Gopis e Manjaris possuem corpos espirituais plenos de bem aventurança transcedental feitos de substância espiritual conhecida como Cinmaya Rasa. E assim não existem desejos materiais que possam contaminar a Prema Lila de Sri Sri Radha Krsna e Seus associados íntimos.


Nunca devemos pensar que o amor de Sri Sri Radha Krsna está na mesma plataforma do assim chamado amor que existe neste mundo material. Sri Sri Radha Krsna Prema é transcedental e acima da contaminação dos modos da natureza material caracterizados por luxúria, ira e cobiça.


Entre as principais Manjaris que executam serviços íntimos à Sri Sri Radha Krsna estão Rupa Manjari, Lavanga Manjari e Vilasa Manjari. Estas três Manjaris apareceram nesta Terra como Rupa Goswami, Sanatana Goswami e Jiva Goswami respectivamente para revelar os Lila Sthanas de Radha Krsna, e estabelecer a verdade de Sri Sri Radha Krsna para o benefício de todos os seres humanos.


Rupa Goswami é conhecido como o Abhidheya Acarya (revela a prática), Sanatana Goswami é o Sambandha Acarya (revela o relacionamento) e Jiva Goswami é o Tattva Acarya (revela como todas as verdades harmonizam-se). Abhidheya é a posição principal na qual alguém ´capacita-se à servir Radha Krsna.


Sambandha é o conhecimento de Radha Krsna, das entidades vivas e o relacionamento intrínsico de serviço entre ambos. Tattva significa a verdade última acerca de Radha Krsna, Suas energias, associados, suprema morada e passatempos.


De todos os lugares de Lila de Vrndavana, a área onde a Rasa Lila de Radha e Krsna ocorreu é a mais gloriosa. Durante este divino passatempo da Rasa Lila, repentinamente Sri Krsna levou Sri Radha para um local secreto em Vrndavana e ali num magnífico local Sri Krsna ficou amarrado pelas cordas feitas da afeição de Sri Radha.


E assim, Krsna tornou-se conhecido como Damodara, preso pelo amor de Sri Radha. Este local de magnífica beleza e encanto na Rasa Lila de Sri Sri Radha Krsna não é outro senão o local do Mandira de Sri Sri Radha Damodara." (Sri Damodara Katha)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

É dando que se recebe...

O que você escolher para si mesmo, dê para outra pessoa.
Se escolher ser feliz, faça a felicidade de outra pessoa.
Se escolher ser próspero, faça outra pessoa prosperar.
Se escolher mais amor em sua vida, faça outra pessoa ter mais amor na vida dela.
Faça isso sinceramente - não em benefício próprio, mas porque de fato deseja essas coisas para outra pessoa - e receberá tudo o que der.
O próprio ato de dar algo o faz experimentar que o tem. Como você não pode dar o que não tem, sua mente chega a uma nova conclusão, uma nova idéia sobre você - de que deve ter, ou não poderia dá-lo.
"Conversando com Deus"

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

"Além da renúncia e do conhecimento"

Assim como um tecido repousa na expansão de fios longitudinais e transversais, de modo semelhante o Universo inteiro se expande na potência longitudinal e transversal da Suprema Personalidade de Deus e está situado dentro dEle. A alma condicionada tem aceitado corpos materiais desde tempos imemoriais, e esses corpos são como grandes árvores que sustentam a existência material de alguém. Assim como uma árvore primeiro floresce e depois produz fruto do mesmo modo a árvore da existência material, o corpo material, produz os vários resultados da existência material.
Srimad-Bhagavatam 11. 12. 21