Composição de Sua Onipotência Sri Krsna Caitanya Mahaprabhu
Significados de Sua Divina Graça Bhaktisiddhanta Sarasvati
Verso 2
namnam akari bahudha nija-sarva-saktis
tatrarpita niyamitah smarane na kalah
etadrsi tava krpa bhagavan mamapi
durdaivam idrsam ihajani nanuragah
Ó meu Senhor, somente Teu santo nome pode conceder todas as bênçãos aos seres vivos, e por isso possuis centenas e milhões de nomes, como Krsna e Govinda. Nestes nomes transcendentais, aplicaste todas as Tuas potências transcendentais. Nem mesmo há regras rígidas e severas para cantar estes nomes. Ó meu Senhor, por bondade, facilmente nos possibilitas aproximarmo-nos de Ti por meio de Teus santos nomes, mas, desventurado como sou, não sinto atração por eles.
“Ó Senhor, motivado por Sua misericórdia sem-causa, Você manifestou Seus inumeráveis nomes e os investiu com o poder de Suas potências transcendentais. Quanto ao cantar e ao lembrar desses nomes, você não impôs nenhuma restrição. Mesmo enquanto comendo, sentado reclinado ou dormindo, a pessoa pode cantar os Seus nomes. Eu, contudo, sou tão deplorável que não sinto atração pelo cantar de tais nomes tão liberais e magnânimos”.
Nomes Primários e Secundários
A palavra bahu, ou muitos, indica dois tipos de santos nomes do Senhor: os primários e os secundários. Os nomes primários incluem Krsna, Radha-ramana e Gopijana-vallabha, que representam a disposição do Senhor em amor íntimo e doce (madhurya); e os nomes Rama, Vasudeva, Narasimha e semelhantes, que O abordam em Sua disposição de opulência e respeito (aisvarya). Brahma, Paramatma e similares são Seus nomes secundários; eles são incompletos, separados e parciais. Os nomes primários do Senhor são não-diferentes dEle, e possuem todas as Suas potências; enquanto que os nomes secundários representam Suas potências apenas parcialmente.
A Causa do Sofrimento Material
A alma espiritual é consciente (cetana). O principal significado da palavra cetana é que a alma espiritual possui independência. Entretanto, pelo mau uso de sua independência, ela se torna contrária ao serviço amoroso ao Senhor e é aprisionada no reino ilusório e efêmero de maya. Desta forma, é estabelecido o seu infortúnio (durdaiva). Quando a alma espiritual aceita o caminho tríplice de anyabhilasita, ou desejos materiais, karma e jnana, ela se esquece de sua verdadeira identidade espiritual, ou svarupa, e assim causa grande infortúnio para si mesma. Sob o encanto dos desejos materiais, ela abandona o serviço a Krsna e se intoxica com o desejo de satisfazer sua mente e seu corpo pessoais. Assim, ela se atrai pela felicidade deste mundo material inerte e se ocupa em atividades piedosas a fim de obter os fugazes prazeres celestiais. Quando, no meio de tal desfrute, ela é forçada a experimentar aflição, ela renuncia sua inclinação ao desfrute material e busca se liberar por meio da imersão no aspecto impessoal do Supremo.
Nama-aparadha, Namabhasa e Suddha-nama
Muito afortunada, a alma espiritual obtém a associação dos devotos do Senhor. Em virtude da associação de tais devotos e devido às instruções recebidas do mestre espiritual e também à misericórdia do Senhor, ela se torna favorável ao serviço amoroso ao Supremo. Esta é a ocupação natural e eterna da jiva, ou alma espiritual.
No momento atual, a boa fortuna das entidades vivas encontra-se seriamente comprometida em razão de estar encoberta pelo seu envolvimento com os anteriormente mencionados anyabhilasita, karma e jnana. Elas seguem ocupadas em diversas buscas, como a busca por religiosidade (dharma), por desenvolvimento econômico (artha) e por gratificação sensorial (kama). Algumas vezes, enojadas de seu envolvimento em abomináveis atividades pecaminosas, a jiva aceita o cantar do santo nome, mas, com as dez ofensas, ela ofende ainda mais o nome. Neste estágio, o seu cantar do nome não é o cantar puro (suddha-nama), mas o cantar ofensivo (nama-aparadha).
Algumas vezes, atormentada por seu estado caótico, onde a paz encontra-se muito longe de seu alcance, a alma espiritual tenta evitar a gratificação dos sentidos materiais. Ela aceita o cantar, mas é ignorante e desinteressada do cultivo de sambandha-jnana, o conhecimento referente à sua eterna relação com o Senhor Supremo e a Suas potências multifárias. O cantar neste estágio não é puro, mas o praticante já deu início, e está cantando a “sombra do nome”, ou namabhasa. Seu cantar é apenas semelhante ao nome puro. Cantando em namabhasa, a pessoa se libera do conceito materialista de vida e se torna elegível para a prestação do serviço devocional ao Senhor Supremo. As almas elevadas, tendo livrado a si mesmas do infortúnio da existência material e da liberação impessoal, cantam o santo nome do Senhor puramente e, assim, obtêm amor puro por Krsna.
O Processo para a Liberação de Nama-aparadha
Vendo o miserável destino das almas condicionadas, Sri Caitanya Mahaprabhu adveio e trouxe conSigo o processo transcendental do cantar dos santos nomes do Senhor. Instruindo as almas condicionadas acerca deste cantar, Ele notou o lamentável desinteresse delas. No entanto, apesar dessa condição calamitosa, a misericórdia do Senhor está sempre presente e a postos.
Há um método para se livrar das ferrenhas garras do cantar ofensivo. Considerando as ofensas tão perigosas quanto raios, a pessoa deve identificá-las e deliberadamente evitá-las enquanto canta continuamente o santo nome. Este cantar, de nome namabhasa, eleva o praticante à plataforma de mukti, ou liberação, livrando-o do apego e da dependência da gratificação dos sentidos materiais. A partir de então, ele obtém a qualificação para cantar o santo nome com toda a pureza.
A obtenção de todas estas oportunidades providenciadas pelo Senhor Supremo indica o ilimitado e perene fluir de Sua compaixão. O simples cantar dos nomes primários de Deus evoca o único e verdadeiro benefício para toda a humanidade.
Niyamitah smarane na kalah
Significados de Sua Divina Graça Bhaktisiddhanta Sarasvati
Verso 2
namnam akari bahudha nija-sarva-saktis
tatrarpita niyamitah smarane na kalah
etadrsi tava krpa bhagavan mamapi
durdaivam idrsam ihajani nanuragah
Ó meu Senhor, somente Teu santo nome pode conceder todas as bênçãos aos seres vivos, e por isso possuis centenas e milhões de nomes, como Krsna e Govinda. Nestes nomes transcendentais, aplicaste todas as Tuas potências transcendentais. Nem mesmo há regras rígidas e severas para cantar estes nomes. Ó meu Senhor, por bondade, facilmente nos possibilitas aproximarmo-nos de Ti por meio de Teus santos nomes, mas, desventurado como sou, não sinto atração por eles.
“Ó Senhor, motivado por Sua misericórdia sem-causa, Você manifestou Seus inumeráveis nomes e os investiu com o poder de Suas potências transcendentais. Quanto ao cantar e ao lembrar desses nomes, você não impôs nenhuma restrição. Mesmo enquanto comendo, sentado reclinado ou dormindo, a pessoa pode cantar os Seus nomes. Eu, contudo, sou tão deplorável que não sinto atração pelo cantar de tais nomes tão liberais e magnânimos”.
Nomes Primários e Secundários
A palavra bahu, ou muitos, indica dois tipos de santos nomes do Senhor: os primários e os secundários. Os nomes primários incluem Krsna, Radha-ramana e Gopijana-vallabha, que representam a disposição do Senhor em amor íntimo e doce (madhurya); e os nomes Rama, Vasudeva, Narasimha e semelhantes, que O abordam em Sua disposição de opulência e respeito (aisvarya). Brahma, Paramatma e similares são Seus nomes secundários; eles são incompletos, separados e parciais. Os nomes primários do Senhor são não-diferentes dEle, e possuem todas as Suas potências; enquanto que os nomes secundários representam Suas potências apenas parcialmente.
A Causa do Sofrimento Material
A alma espiritual é consciente (cetana). O principal significado da palavra cetana é que a alma espiritual possui independência. Entretanto, pelo mau uso de sua independência, ela se torna contrária ao serviço amoroso ao Senhor e é aprisionada no reino ilusório e efêmero de maya. Desta forma, é estabelecido o seu infortúnio (durdaiva). Quando a alma espiritual aceita o caminho tríplice de anyabhilasita, ou desejos materiais, karma e jnana, ela se esquece de sua verdadeira identidade espiritual, ou svarupa, e assim causa grande infortúnio para si mesma. Sob o encanto dos desejos materiais, ela abandona o serviço a Krsna e se intoxica com o desejo de satisfazer sua mente e seu corpo pessoais. Assim, ela se atrai pela felicidade deste mundo material inerte e se ocupa em atividades piedosas a fim de obter os fugazes prazeres celestiais. Quando, no meio de tal desfrute, ela é forçada a experimentar aflição, ela renuncia sua inclinação ao desfrute material e busca se liberar por meio da imersão no aspecto impessoal do Supremo.
Nama-aparadha, Namabhasa e Suddha-nama
Muito afortunada, a alma espiritual obtém a associação dos devotos do Senhor. Em virtude da associação de tais devotos e devido às instruções recebidas do mestre espiritual e também à misericórdia do Senhor, ela se torna favorável ao serviço amoroso ao Supremo. Esta é a ocupação natural e eterna da jiva, ou alma espiritual.
No momento atual, a boa fortuna das entidades vivas encontra-se seriamente comprometida em razão de estar encoberta pelo seu envolvimento com os anteriormente mencionados anyabhilasita, karma e jnana. Elas seguem ocupadas em diversas buscas, como a busca por religiosidade (dharma), por desenvolvimento econômico (artha) e por gratificação sensorial (kama). Algumas vezes, enojadas de seu envolvimento em abomináveis atividades pecaminosas, a jiva aceita o cantar do santo nome, mas, com as dez ofensas, ela ofende ainda mais o nome. Neste estágio, o seu cantar do nome não é o cantar puro (suddha-nama), mas o cantar ofensivo (nama-aparadha).
Algumas vezes, atormentada por seu estado caótico, onde a paz encontra-se muito longe de seu alcance, a alma espiritual tenta evitar a gratificação dos sentidos materiais. Ela aceita o cantar, mas é ignorante e desinteressada do cultivo de sambandha-jnana, o conhecimento referente à sua eterna relação com o Senhor Supremo e a Suas potências multifárias. O cantar neste estágio não é puro, mas o praticante já deu início, e está cantando a “sombra do nome”, ou namabhasa. Seu cantar é apenas semelhante ao nome puro. Cantando em namabhasa, a pessoa se libera do conceito materialista de vida e se torna elegível para a prestação do serviço devocional ao Senhor Supremo. As almas elevadas, tendo livrado a si mesmas do infortúnio da existência material e da liberação impessoal, cantam o santo nome do Senhor puramente e, assim, obtêm amor puro por Krsna.
O Processo para a Liberação de Nama-aparadha
Vendo o miserável destino das almas condicionadas, Sri Caitanya Mahaprabhu adveio e trouxe conSigo o processo transcendental do cantar dos santos nomes do Senhor. Instruindo as almas condicionadas acerca deste cantar, Ele notou o lamentável desinteresse delas. No entanto, apesar dessa condição calamitosa, a misericórdia do Senhor está sempre presente e a postos.
Há um método para se livrar das ferrenhas garras do cantar ofensivo. Considerando as ofensas tão perigosas quanto raios, a pessoa deve identificá-las e deliberadamente evitá-las enquanto canta continuamente o santo nome. Este cantar, de nome namabhasa, eleva o praticante à plataforma de mukti, ou liberação, livrando-o do apego e da dependência da gratificação dos sentidos materiais. A partir de então, ele obtém a qualificação para cantar o santo nome com toda a pureza.
A obtenção de todas estas oportunidades providenciadas pelo Senhor Supremo indica o ilimitado e perene fluir de Sua compaixão. O simples cantar dos nomes primários de Deus evoca o único e verdadeiro benefício para toda a humanidade.
Niyamitah smarane na kalah
No que concerne à satisfação dos desejos relativos à insignificante gratificação dos sentidos materiais, há rígidas considerações quanto a tempo, lugar, pessoa, qualificação, etc. O Senhor, no entanto, devido à Sua misericórdia para com as jivas, não estabeleceu nada parecido em relação ao cantar dos santos nomes; em outras palavras, pode-se cantar o santo nome do Senhor em qualquer momento ou condição.
No Caitanya-Bhagavata [Madhya 28.28], encontramos a seguinte declaração de Sri Caitanya Mahaprabhu:
ki sayane, ki bhojane, kiva jagarane
ahirnasa cinta krsna, balaha vadane
“Sempre se lembrem de cantar o santo nome – quer dormindo, comendo ou caminhando”.
Em Madhya 23.78, também encontramos:
sarvaksana balaithe vidhi nahi ara
“Não há regras rígidas e severas para cantar, portanto cantem sempre”.
Essa mesma instrução é repetida no Caitanya-Caritamrta [Antya 20.18]:
khaite suite yatha tatha laya
kala, desa niyama nahi, sarva sidhi haya
“Independente de tempo ou lugar, alguém que canta o santo nome, mesmo enquanto come ou dorme, obtém toda a perfeição”.
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