sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A Essência da Felicidade



A busca por felicidade é natural, porque ser eternamente bem-aventurada é a posição constitucional da alma espiritual. Mas a nossa busca por felicidade no mundo físico externo é sempre frustrada; procuramos por toda a parte, nunca realizando o prazer permanente.

O cervo almiscareiro, um animal nativo da Ásia Central, dá-nos ilustração desse predicamento. O cervo almiscareiro é famoso pela essência produzida a partir de uma bolsa glandular sob a pele do abdômen do macho. Tal secreção marrom-avermelhada não é apenas muito buscada pelos seres humanos, que a usam como base para vários perfumes, mas, de acordo com a tradição Védica, o cervo almiscareiro, algumas vezes, enlouquece com a poderosa fragrância. Em sua loucura, ele corre loucamente por toda a parte, procurando a intensa fragrância por toda a parte, ou melhor, exceto dentro de si.

Você está prestes a ouvir mais um pronunciamento simplório sobre “felicidade interior”? Bom, sim e não. Sim, o devoto de Krsna lhe falará que, servindo Krsna, sente-se felicidade interior – felicidade independente das oscilantes dores e prazeres do corpo físico. Não, o pronunciamento deles não é simplório; é baseado em experiência, e em uma compreensão realizada de nossa identidade espiritual.

Toda entidade viva é uma alma espiritual – parte e parcela da Alma Suprema, Krsna – sendo naturalmente habilitada ao ilimitado prazer espiritual derivado da satisfação dos sentidos transcendentais de Krsna. O corpo físico temporário é apenas uma cobertura sobre a alma, assim como uma camisa ou casaco é apenas uma cobertura sobre o corpo. Mesmo em comparação com apenas uma gota da felicidade transcendental de se servir ao Senhor Krsna, o maior dos prazeres do mundo físico parece insignificante.

Nós apenas seguimos instintivamente a “essência” da felicidade, mas se tal essência nos conduz a gratificação de nossos sentidos, ao invés de servimos e comprazermos o Senhor Krsna, fomos enganados. Como o cervo almiscareiro, procuraremos por todo o mundo exterior em vão, nunca experimentando a felicidade interior.

p/ Satyaraja dasa

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