quarta-feira, 26 de agosto de 2009


Ó Radharani! Tu e o Senhor Krishna estão constantemente desfrutando de Vossos ambrosíacos passatempos amorosos nos bosques do amor em Vrindavana, tal como o intoxicado rei dos elefantes divertindo-se com sua elefanta rainha. Por favor, seja compassiva para com esta alma, e estando assim satisfeita, permita que eu contemple Vossos dois rostos semelhantes ao lótus.

Ai de mim, Sri Radha, ó Gandharvika! Desgraçado e miserável, lanço-me ao chão tal como uma vara e imploro-Te com a voz embargada para que, por favor, ouça meu pedido: Por gentileza, Te sintas satisfeita comigo e me consideres como uma de Tuas servas.

Ó Srimati Radharani! Teu amado Shyamasundara, Krishna, é muito mais encantador que o Senhor Narayana. Sua beleza encanta toda criação. Estás sempre presente à esquerda dEle, abraçada por Seu braço, e Tua rara beleza ultrapassa em muito a formosura de Lakshmi Devi. Ó, quando hei de ver esse Casal Divino e quando irei serví-lOs com todo o meu coração?

Ó minha adorável soberana, Radharani! Almejo tornar-me Tua criada e vestir Tua forma transcendental num Sari azul e remover as tornozeleiras de sininhos de Teus pés de lótus, e, dessa maneira, vestí-lA apropriadamente para Teu encontro amoroso noturno com Teu amado Krishna, o belo e jovem filho de Nanda Maharaja. Desejo enviar-Te para Teu encontro de amantes nos bosques amorosos onde Teu amante espera. Ó Radha, quando essa maravilhosa oportunidade se tornará disponível para mim?

Ó Radhikanatha! Eu sou Teu – bem como todos meus pensamentos, palavras e atos. Ó Krishnakante! Ó amada de Krishna, não pertenço a mais ninguém além de Ti. Ó sempre jovens Radha-Madhava, sois a meta de minha vida e meu único refúgio. Ó oceanos de misericórdia, rendo-me a Vós. Embora eu seja um ofensor caído sem esperança, por favor, sejam misericordiosos para comigo e me considerem Vosso servo.

Ó Srimati Radhika! Tu e o Senhor Krishna sois o mais fino adorno em toda criação. Em bosques do amor Vos deitais sobre um leito de flores e trocais brincadeiras de amor. Ó, quando hei de ser abençoado por servir aos Teus pés de lótus e aos pés de lótus de Teu amado?

Ó Rainha de Vrindavana! Desejo encontrar-Vos relaxando sob a árvore às margens do Radha-kunda, com pérolas de transpiração decorando Vossos corpos, após ficarem cansados por terem executados Vossos passatempos amorosos. Vendo-Os nessa condição, desejo suavizar Vosso cansaço abanando-Te com uma Chamara?

Ó Radha dos belos olhos! Às vezes Te ocultas num local bem escondido dentro dos arvoredos das florestas, mas de alguma forma Krishna vem a saber Teu exato local de esconderijo e naturalmente Te pega. De repente, suspeitas que eu tenha revelado Teu esconderijo e começas a questionar-me. Principio a gaguejar: “Não fui eu! Foi Chitralekha que revelou Seu paradeiro para Krishna! Portanto, por favor, não me reproves e castigues assim!” Ó, quando hei de falar-Te com palavras suplicantes como estas na presença de Sri Krishna?

Quando derrotas Krishna numa peleja brincalhona de palavras, rindo, Te gabas de Tua vitória com Tuas amigas, Tuas Sakhis. Elas apreciam muito Tua vitória e Te aclamam com “Jaya Radhe! Jaya Radhe!”. Ó, quando hei de tornar-me afortunado o bastante para participar de Teu côro vitorioso?

“SRI GANDHARVA-SAMPRARTHANA-ASTAKAM” de Srila Rupa Goswami

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