“Repetidas vezes, quando chega o dia de Brahma, todos os seres vivos passam a existir, e com a chegada de sua noite, eles são irremediavelmente aniquilados. Entretanto, há uma outra natureza imanifesta, que é eterna e transcendental a esta matéria manifesta e imanifesta. Ela é suprema e jamais é aniquilada. Quando tudo neste mundo é aniquilado, aquela região permanece inalterada.” Bhagavad-gita 8.19/20
O Senhor Krishna nos ensina no Bhagavad-gita que há uma outra natureza além da natureza material que presentemente podemos observar. Esta natureza é descrita como sendo transcendental, parah, e eterna, sanatanah.
Enquanto tudo que existe na natureza material que temos experiência está fadado a morrer, se descreve que esta outra natureza transcendental é suprema e jamais é aniquilada. É como a nuvem no céu que tem seu início e fim, e o céu que está mais além permanece imutável. Assim mesmo tudo na existência material tem seu nascimento, crescimento, manifestações, permanecem por um período, enfraquece e encontra seu final. Assim como também nosso corpo que vem a existir, e inevitavelmente encontra a morte. Porém, a natureza espiritual é eterna e nunca encontra deterioração.
As escrituras védicas são plenas de descrições do eterno céu espiritual. O Shrimad Bhagavatam 2.9.11/14 descreve:
“Descreve-se que os habitantes dos planetas espirituais têm uma reluzente tonalidade azul-celeste. Seus olhos assemelham-se a flores de lótus, sua roupa é de cor amarela, e seus traços físicos muito atraentes. Todos têm a idade de jovens adolescentes, todos têm quatro braços, todos estão belamente decorados com colares de pérolas com medalhões ornamentais, e todos parecem refulgentes. Alguns deles têm a tonalidade refulgente como coral e diamantes, e tem guirlandas na cabeça, viçosas como flores de lótus, e alguns usam brincos. Os planetas espirituais também estão rodeados por vários aeroplanos, todos reluzentes e em brilhante situação. Estes aeroplanos pertencem aos grandes devotos do Senhor. As damas são tão belas como um raio devido ao seu matiz celestial, e tudo isto combinado parece o céu decorado com nuvens e raios. A deusa da fortuna em sua forma transcendental ocupa-se no serviço amoroso aos pés de lótus do Senhor, e impelida pelas abelhas pretas, seguidoras da primavera, ela, não só está ocupada em variado prazer – serviço ao Senhor, juntamente com suas companheiras inseparáveis -, mas também se ocupa em cantar as glórias das atividades do Senhor.”
Este universo material que presentemente temos experiência é apenas uma sombra do mundo espiritual, assim como uma cena cinematográfica é apenas uma mostra de uma assim chamada realidade. Ou como uma boneca de uma menina que vemos em uma vitrine mas que é somente uma imitação. Qualquer beleza que possamos observar neste mundo é apenas um reflexo da beleza da realidade espiritual. Portanto, aqueles que querem a verdadeira realidade abandonam a busca do prazer na sombra da existência material. Quando tudo nesta existência material é destruído a natureza espiritual continua sua existência eterna, yah sa sarvesu bhutesu nasyatsu na vinasyati.
A meta de um ser humano deve ser alcançar esta morada espiritual. Todos estamos buscando nosso bem estar, porém estamos buscando em um local tudo é ilusório e temporário. Toda a literatura védica nos aconselha - tamasi ma jyotir gama – “não permaneça na escuridão” – Nós estamos fazendo este mundo iluminado de uma forma artificial com luzes e eletricidade, mas a natureza espiritual é plena de luz. Como o Senhor Krishna nos indica, no mundo espiritual não há necessidade de luz artificial. Ele diz:
“Esta Minha morada suprema não é iluminada pelo Sol ou pela Lua, nem pelo fogo ou pela eletricidade. Aqueles que a alcançam jamais retornam a este mundo material.” Bhagavad-gita 15.6
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
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