quarta-feira, 31 de outubro de 2007


"Um dos passatempos mais importantes associados com Diwali é o Damodara Lila,o passatempo no qual Mãe Yasoda tenta amarrar Krsna com uma corda. A corda é dois dedos mais curta. Então ela amarra mais cordas, mas não importa a quantidade de corda usada, as cordas combinadas permanecem dois dedos mais curta. Este passatempo significa que não importa o quanto nós tentarmos, sempre estaremos "curtos" na nossa tentativa de entender Deus com nossa inteligência".
p/ Caitanya Caran Dasa

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Damodara Ki Jaya !!!



A corda com a qual Mãe Yasoda tenta amarrar Krsna é sempre dois dedos mais curta. O que representam estes dois dedos? Um dedo representa o esforço do devoto, o outro dedo a misericórdia de Krsna.
Quando Sri Krsna vê o esforço amoroso, devocional e sincero (1º dedo) de um devoto, mostra Sua misericórdia (2º dedo) e deixa-se amarrar por este amor.

Srila Prabhupada explica:

Do Livro de Krsna: "Mãe Yasoda Amarra o Senhor Krsna."

"De tanto tentar amarrar Seu filho, ela ficou cansada.
Estava a suar, e a guirlanda que se encontrava sobre sua cabeça caiu.
Neste momento o Senhor Krsna apreciou o grande esforço de Sua mãe, e sentindo compaixão por ela, deixou-se amarrar pelas cordas.
Brincando como uma criança humana na casa de mãe Yasoda , Krsna estava a representar os passatempos escolhidos por Ele Mesmo.
Evidentemente, ninguém pode controlar a Suprema Personalidade de Deus.
O devoto puro rende-se aos pés de lótus do Senhor, que talvez o proteja ou reprima.
Mas pela sua parte, o devoto jamais se esquece de sua própria posição de rendição.
Similarmente, o Senhor também sente prazer transcendental ao Se submeter à protecção do devoto.
Isto se exemplificou pela rendição de Krsna a Yasoda, Sua mãe."

p/ Prahladesh Dasa
http://www.bhakti-tattva.blogspot.com/

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Sri Damodarastakam


(1)Ao Senhor Supremo, Sri Damodara, cuja forma é a corporificação da existência, conhecimento e bem-aventuranç a eternos; cujos brincos em forma de tubarão se balançam para a frente e para atrás; que brilha lindamente no reino divino de Gokula. Que, devido ao fato de ter cometido uma ofensa, quebrando o pote de yogurt que Sua mãe estava batendo para fazer manteiga, e em seguida roubando o pote de manteiga que está pendurado num balanço, está correndo velozmente tentando evitar o castigo no pilão de madeira, pois está com medo de mãe Yashoda; mas que foi pego pelas costas por ela, que correu atrás dEle com a maior rapidez. A esse Senhor Supremo, Sri Damodara, ofereço minhas humildes reverências.

(2)[Ao ver a chibata na mão de sua mãe,] Ele está chorando, e esfregando Seus olhos repetidas vezes com Suas duas mãos de lótus. Seus olhos estão cheios de temor, e o colar de pérolas ao redor de Seu pescoço (que está marcado com três linhas tais como um búzio) está balançando devido a respiração acelerada causada pelo choro. A Esse Senhor Supremo Sri Damodara, cuja barriga está amarrada não por cordas, mas pelo amor puro de Sua mãe, ofereço minhas humildes reverências.

(3)Com passatempos infantis tais como esse, Ele está afogando os habitantes de Gokula em lagos de êxtase, e está revelando àqueles devotos que estão absorto a cerca de Sua Suprema majestade e opulência que Ele só é conquistado pelo devoto cujo amor puro está imbuido de intimidade, e está livre de todas as concepções de respeito e reverência. A Esse Senhor Supremo, Sri Damodara, volto a oferecer minhas humildes reverências centenas e centenas de vezes.

(4)Ó Senhor Damodara, embora possas conceder todas as espécies de bençãos, não oro a Ti pedindo que me favoreças com liberação impesoal, nem com a mais elevada liberação (a vida eterna em Vaikunta), nem com alguma outra generosidade (que pode ser obtida através da execução dos nove processos de bhakti). Tudo o que desejo é que esta tua forma como Bala-Gopala possa sempre se manifestar em meu coração, pois que me adianta alguma outra dádiva que não seja está?

(5)Ó Senhor, Teu rosto de lótus com tonalidade avermelhada, circundado por mechas de cabelos negros macios, é repetidas vezes beijado por mãe Yashoda, e Tua boca é avermelhada como a fruta bimba. Que está linda visão de Teu rosto de lótus sempre se manifeste em meu coração (mente). Milhares e milhares de outras bençãos não têm sentido para mim.

(6)Ó Damodara, ó Deus Supremo, ó Ananta, ó Visnu, ó Mestre, ó meu Senhor, por favor, fica satisfeito comigo. Lançando sobre mim Teu olhar misericórdioso, liberta esse pobre tolo ignorante, que neste mundo está imerso num oceano de lamentações, e torna-Te visível aos meus olhos.

(7)Assim como os dois filhos de Kuvera, Manigriva e Nalakuvara, foram liberados da maldição lançada por Narada, e se tornaram grandes devotos graças a Ti, enquanto era um bêbê amarrado por uma corda a um pilão de madeira, da mesma forma, por favor, dai-me Tua própria prema-bhakti. Só almejo isso e não tenho nenhum desejo de alcançar alguma espécie de liberação.

(8)Ó Senhor Damodara, em primeiro lugar, ofereço minhas reverências a refulgente corda que amarra Teu abdômen. Em seguida, ofereço minhas reverências a Teu abdomen, que é a morada do Universo inteiro. Humildemente, prosto-me ante Tua amadíssima Srimati Radharani, e ofereço minhas reverências a Ti, o Senhor Supremo, que manifesta passatempos ilmitados.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Damodara Masa - 26/10 a 24/11/2007


Clique aqui para escutar a história do famoso passatempo de Sri Damodara: http://69.46.22.21/audio/pt/kb/KB_09.mp3.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

quarta-feira, 24 de outubro de 2007



Assim como se acende o fogo na madeira através de outro fogo, a consciência divina do homem pode ser do mesmo modo acesa por outra divina graça. Sua Divina Graça, o mestre espiritual, pode acende o fogo espiritual nas entidades vivas como em madeiras, transmitindo mensagens espirituais apropriadas, injetadas através do ouvido receptivo. Portanto, se requer que nos aproximemos de mestre espiritual apropriado somente com ouvidos receptivos, e assim a existência divina pode ser gradualmente realizada.
Srimad Bhagavatam 1.2.32 sig.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A Pessoa Suprema


Porque sou transcendental, situado além do falível e do infalível, e porque sou o maior, sou celebrado tanto no mundo quanto nos Vedas como essa Pessoa Suprema.

Ninguém – nem a alma condicionada nem a alma liberada – pode superar a Suprema Personalidade de Deus, Krishna. Ele é, portanto, a maior das personalidades. Ora, aqui está claro que as entidades vivas e a Suprema Personalidade de Deus são indivíduos. A diferença é que as entidades vivas, quer no estado condicionado, quer no estado liberado, não podem exceder as potências inconcebíveis da Suprema Personalidade de Deus. É incorreto pensar que o Senhor Supremo e as entidades vivas estão no mesmo nível ou são iguais em todos os aspectos. Entre suas personalidades sempre pairará a questão da superioridade e da inferioridade. A palavra uttama é muito importante. Ninguém pode superar a Suprema Personalidade de Deus.
A palavra loke significa “no paurusa agama (as escrituras smrti)”. Como se confirma no dicionário Nirukti, lokyate vedartho ‘nena: “O propósito dos Vedas é explicado pelas escrituras smrti”.
O Senhor Supremo, em Seu aspecto localizado como Paramatma, também é descrito nos próprios Vedas. O seguinte verso aparece nos Vedas (Chandogya Upanisad 8.12.3): tavad esa samprasado ‘smac charirat samutthaya param jyoti-rupam sampadya svena rupenabhinispadyate sa uttamah purusah. “A Superalma, saindo do corpo, entra no brahmajyoti impessoal; então, assumindo essa forma, Ele mantém Sua identidade espiritual. Este Supremo é chamado de Suprema Personalidade.” Isto significa que a Suprema Personalidade está manifestando e difundindo Sua refulgência espiritual, que é a iluminação última. Esta Suprema Personalidade também tem um aspecto localizado, o Paramatma. Encarnando como Vyasadeva, o filho de Satyavati e Parasara, Ele explica o conhecimento védico.

Bhagavad Gita 15.18

domingo, 21 de outubro de 2007

Todas as glórias a Srila Prabhupada!


“Entre milhões e milhões de entidades vivas errantes, aquela que é muito afortunada recebe a oportunidade de, pela graça de Krishna, associar-se com um Mestre Espiritual fidedigno.”

“Antes de mais nada devemos novamente estar ansiosos por reviver nossa consciência de Deus. Então Deus, dar-nos-á um Mestre Espiritual.”

“Quem deseja com toda seriedade prestar serviço devocional puro ao Senhor, deve refugiar-se no Mestre Espiritual que pertence à sucessão discipular originária de Krishna.”

“Aqueles que são diretamente Meus devotos, na realidade não são Meus devotos. Mas aqueles que são devotos do Meu servo ( o Mestre Espiritual) são de fato Meus devotos.”

“É altamente desejável se render a um Mestre Espiritual que realmente viu a Verdade e pode falar sobre o Absoluto com tamanha autoridade e convicção conclusivas.”

“A jiva não pode realizar sua natureza espiritual a menos que se renda de todo coração a um Mestre Espiritual autêntico como guia.”

“A filosofia da consciência de Krishna é que a pessoa torna-se serva do servo do servo do Senhor.”

“Todo aquele que deseja seriamente alcançar a verdadeira felicidade deve procurar um Mestre Espiritual fidedigno e refugiar-se nele através da iniciação.”

‘É preciso aproximar-se de um Mestre Espiritual fidedigno e render-se a ele.”

“Pela misericórdia do Senhor, entramos em contato com o Mestre Espiritual fidedigno, e, pela misericórdia do Guru, recebemos a oportunidade de prestar serviço devocional.”

“O Mestre Espiritual pode mostrar o caminho do serviço devocional. Se o discípulo seguir rigidamente os princípios, sem se desviar, com certeza receberá a misericórdia de Krishna”

“Somente a quem se rende plenamente ao Mestre Espiritual e ao Senhor Supremo é que a essência do conhecimento védico se manifesta, e a ninguém mais.”

“Sem ser favorecido por um devoto, ninguém pode compreender a Suprema Personalidade de Deus.”

“O devoto tem sua relação apenas com a Suprema Personalidade de Deus, e seu único dever ocupacional é executar serviço devocional para satisfazer o Senhor. Presta-se este serviço por intermédio do representante do Senhor, o Mestre Espiritual.”

“O Mestre Espiritual inicia o discípulo para libertá-lo. Se o discípulo cumpre as ordens do Mestre Espiritual e não ofende outros vaishnavas, seu caminho está aberto.”

“Sem a proteção de um vaishnava muito misericordioso, a alma condicionada não consegue escapar das garras de maya.”

“Deve-se adorar o guru.”

“O Mestre Espiritual nem sempre está presente fisicamente, porém, sob a forma de suas instruções, ele está eternamente à disposição do discípulo sincero.”

“O Mestre Espiritual perito sabe muito bem como ocupar a energia do seu discípulo no transcendental serviço amoroso do Senhor, e assim ele ocupa o devoto num serviço devocional específico, de acordo com a sua tendência especial.”

“A relação do discípulo com o seu Mestre Espiritual é como a sua relação com o senhor Supremo.”

“O devoto deve ser muito cuidadosos de não cometer ofensas contra o Mestre Espiritual. Tão logo nos desviemos do Mestre Espiritual, o desarraigamento da bhakti-lata começa, e todas as folhas pouco a pouco secam.”

“Todos estão dispostos a dar algo a um vaishnava, e, se o vaishnava ocupa-se plenamente em serviço devocional, ele não precisa se preocupar com sua manutenção.”

“A primeira obrigação do devoto puro é satisfazer seu Mestre Espiritual, cujo único interesse é propagar a consciência de Krishna.”

“A civilização védica recomenda que se dê caridade aos brahmanas e aos sannyasis.”

“Toda caridade que se dê a um brahmana vai para Krishna”

“Adorar Meus devotos é melhor que adorar-Me diretamnete.”

“Os Mestres Espirituais iniciador e instrutor são manifestações iguais e idênticas de Krishna, embora tenham procedimentos diferentes.”

“O Mestre Espiritual nem sempre está presentefisicamente, porém, sob a forma de suas instruções, ele está eternamente à disposição do discípulo sincero.”

“Se o Mestre Espiritual está satisfeito, então Deus está satisfeito. Se alguém não satisfizer o Mestre Espiritual, não haverá como satisfazer Deus.”

“A centelha de amor por Krishna é acesa pelo Mestre Espiritual.”











sábado, 20 de outubro de 2007

Levando a Liberação a Sério



mumukshavo ghora-rupan

hitva bhuta-patin atha

narayana-kalah shanta

bhajanti hy anasuyavah

“Aqueles que são sérios quanto à liberação certamente não são invejosos, e eles respeitam a todos. Mesmo assim eles rejeitam a horrível e repugnante forma dos semideuses e adoram unicamente a forma plenamente bem-aventurada do Senhor Visnu e Suas porções plenárias”. – Srimad-bhagavatam 1.2.26


A primeira palavra, mumukshavah, significa “desejando ser liberado”. É muito difícil encontrar essa classe de homens, os mumukshavah. As pessoas não sabem o significado de mumukshavah. Elas não sabem o que é a liberação. Mesmo os assim-chamados cientistas e filósofos da era moderna não sabem o significado de liberação, moksha. E mesmo assim eles são os formadores de opinião da massa e a elite da educação. Eles não sabem o objetivo da vida, a que a vida humana se destina.
Uma vez, no ano de 1950 ou ’51, eu fui para Jhansi, e o amigo em cuja casa eu estava ficando era um líder. Havia um encontro pelo dia do desaparecimento de Gandhi, e eu fui convidado a palestrar. Naquela época eu não era sannyasi. Eu fui convidado a palestrar sobre o tema não-violência. Então eu expliquei que se você tem algum direito e alguém, através de algum tipo de força, impede você de estar dentro de seu direito, isto é violência. Eu tenho o direito de ter algo ou de entrar em algum lugar, e alguém me impede – “Você não pode entrar” – isso é violência, e é crime.
Nossa terra natal é Bharatavarsha [Índia]. Nascer em Bharatavarsha não é algo comum. Vejam quantos homens estão automaticamente circuambulando este templo por respeito. Mesmo um homem comum o fará. Se você fizer um estudo, você verá que, por natureza, as pessoas em Bharatavarsha são conscientes de Deus. Mesmo um homem muito pobre está satisfeito em consciência de Deus. Ele não se importa de ser miserável materialmente. Ele está satisfeito: “Krsna me deu esta posição”. Ele não tem interesse em saber, nem se pergunta “porque eu sou materialmente miserável?”. Ao contrário, ele pensa, “agora eu estou recebendo um pouco de comida pela misericórdia de Krsna”.
Há algum tempo atrás, não muito, cerca de duzentos ou trezentos anos, havia um grande zamindar em Krsnanagara chamado Raja Krsnacandra. Ele se aproximou de um erudito, um brahmana pandita, que havia aceitado voluntariamente viver em pobreza, e perguntou a ele: “Panditji, será que eu posso lhe ajudar de alguma maneira?”.
O pandita tranquilamente respondeu, “Eu não preciso de nenhuma ajuda sua”.
“Mas eu vejo que o senhor é muito miserável materialmente” .
“Não, eu não sou. Meus estudantes me trazem arroz, e minha esposa o cozinha enquanto eu colho algumas folhas de tamarindo. E isto é muito bom. Eu não preciso de nenhuma ajuda material”.
Esta é a herança da Índia. Canakya Pandita foi o maior erudito e maior político. Ele foi o primeiro ministro do Imperador Candragupta Maharaja. Canakya Puri em Nova Delhi recebe esse nome por causa de Canakya Pandita. Ele vivia em um pequeno chalé, e não aceitava nenhum salário. E tão logo Maharaja Candragupta requisitou explicações acerca de uma instrução que Canakya havia lhe dado, Canakya abandonou o cargo de primeiro ministro. Tal desapego é o padrão das pessoas nascidas na Índia. Peguemos Vyasadeva, por exemplo. Quem pode ser mais erudito que Vyasadeva? Sua última contribuição foi o Srimad-bhagavatam, e cada palavra desta obra, se você estudá-la por centenas de anos, você continuará tendo algo novo para aprender. Cada palavra. Um intelectual excepcional, e vivia em um pequeno chalé.
Essa é a verdadeira cultura da Índia. Então eu expliquei na reunião em Krsnanagara, “Depois de muitos e muitos nascimentos, a pessoa tem a oportunidade de nascer nesta terra sagrada de Bharatavarsha. Infelizmente, vocês líderes estão, pelo uso de seu poder, tornando as pessoas materialistas. Elas receberam a oportunidade de terem acesso à contribuição de grandes sábios, rishis, a oportunidade de estudarem suas escrituras e se tornarem seres humanos bem sucedidos, mas vocês estão privando as pessoas dessa oportunidade e jogando-as no meio de vida materialista. Isto é violência. O que vocês entendem por não-violência? Isto é violência”.
Há cerca de vinte anos atrás eu estava pensando sobre isso. Na verdade, pessoas estão sendo mortas não apenas na Índia, mas no mundo todo por esses líderes cegos. Eles não sabem como conduzir as pessoas, como fazê-las felizes, como fazê-las bem sucedidas na forma de vida humana.
Entenda Radha-Krsna
Narottama Dasa Thakura cantou:
hari hari biphale janama gonainumanushya janama paiyaradha-krishna na bhajiyajaniya shuniya bisha khainu
“Meu querido Senhor Krsna, eu simplesmente desperdicei meu tempo”. Sem consciência de Krsna, nós estamos simplesmente jogando nosso tempo fora. A forma de vida humana nos dá grandes oportunidades, mas nossa atenção é equivocadamente direcionada simplesmente para os atos de comer, dormir, acasalar-se e defender-se. E nosso verdadeiro interesse é deixado de lado. Narottama Dasa Thakura resume bem isso. Hari hari biphale janama gonainu: “minha vida passou em vão”.
A forma de vida humana é especificamente destinada a entender Krsna, Radha-Krsna. Se não Radha-Krsna, pelo menos o Krsna da batalha de Kuruksetra. O Sr. M. C. Chatterji era um grande amigo meu. Ele disse, “Swamiji, eu quero o Krsna do campo de batalha de Kuruksetra, não o de Vrndavana”. Tudo bem. Pelo menos aceite o Krsna do campo de batalha de Kuruksetra. Mas aceite Krsna. Se você não é afortunado o suficiente para entender Radha-Krsna, ao menos tente entender Arjuna-Krsna.
O mundo inteiro está sofrendo essa violência. Falo isso para os homens pensativos. As pessoas são mortas sem a consciência de Krsna. Elas recebem esta oportunidade, a forma humana de vida, e elas têm de ser educadas de forma que entendam Krsna. Entendendo Krsna, elas podem se tornar liberadas. Como é afirmado aqui: mumukshavah. Mumukshavah significa aqueles que desejam a liberação. Mas os líderes e formadores de opinião não sabem o que é liberação, o que é transmigração da alma, o que é a alma – nada. São um bando de patifes, e mesmo assim estão liderando toda a população. Eles não sabem o que é liberação. A teoria de Darwin, o conceito corpóreo de vida, antropologia – tudo isso continua na universidade. Uma falsa teoria, sem nenhum significado.
Aqui é dito mumukshavah, desejo de liberação. Mas as pessoas definitivamente não sabem o que é liberação. Elas estão pensando em liberação em termos políticos. Nós indianos nos tornamos livres do governo inglês. Que tipo de liberação nós conseguimos? Durante o regime inglês, nós éramos livres para nos locomovermos, livres para gastar o dinheiro deles. Agora você é tão livre que não pode se locomover, você não pode gastar seu dinheiro. É essa a liberação que temos agora. Formalmente não há nenhuma restrição quanto a sair do país. Mas, como um sannyasi, eu tive muita dificuldade para obter permissão do governo para sair do país.
Grandes dificuldades eu tive para sair deste país! E porque eu – de uma maneira ou de outra, pela misericórdia de Krsna – saí do país, eu pude espalhar esse movimento da consciência de Krsna pelo mundo. De outra forma, isto seria impossível. Eu quis começar esse movimento na Índia, mas eu não fui de forma alguma encorajado.
Eu me aproximei de vários amigos: “Você tem quatro filhos. Caridosamente me dê um de seus filhos. Eu quero fazer dele um brahmana”.
“Mas Svamiji, o que ele fará tornando-se um brahmana? Nós temos que sobreviver”.
Percebem? As pessoas se esqueceram qual é o objetivo da vida, qual é a razão da vida. Caitanya Mahaprabhu disse:
bharata-bhumite haila
manushya-janma yara
janma sarthaka
kari’ kara para-upakara
“Todos que nasceram na terra de Bharatavarsha devem tornar suas vidas bem sucedidas”. [Chaitanya-charitamrita, Adi-lila 9.41] Porque aqui nós realmente temos a oportunidade de sermos liberados. Em Bharatavarsha nós temos informações acerca da liberação. Não há tal informação em nenhum outro país. A assim-chamada liberação deles significa liberdade política. Lutar entre si – isto não é liberação. Liberação significa sair do ciclo de nascimentos e mortes. Isto é liberação. Mas as pessoas não fazem idéia do que seja liberação, ou para onde vão após liberadas. Parece haver um bloqueio para se aceitar tal conhecimento.
Por isso é muito difícil para as pessoas entenderem a afirmação do Srimad-Bhagavatam, como neste verso: mumukshavo ghora-rupan hitva bhuta-patin atha. As pessoas não entendem. Elas estão tão desencaminhadas, tiveram uma formação tão ruim, que não conseguem entender. Mas a terra de Bharatavarsha tem por objetivo fornecer a liberação. Em outras terras, as pessoas nascem e não têm nenhuma informação sobre liberação. Aqui, nesta terra, Bharatavarsha, existe a idéia de liberação, mukti. Nós deveríamos ter interesse pela liberação. Nossa condição dentro desta prisão material é a de que estamos transmigrando de um corpo para outro, sempre tentando aprimorar nossa condição material. Algumas vezes nós vamos para planetas superiores, e algumas vezes nós descemos.
O Escuro Mundo Material
E assim continuamos a levar a mesma vida. Mas a forma de vida humana tem por objetivo sair da escuridão do mundo material. Tamasi ma jyotir gama. Esta é a sugestão védica: “Não permaneça na escuridão”. Este mundo é escuro, como experimentamos durante a noite, antes do sol nascer. E ele é escuro devido à ignorância. Nós não sabemos o objetivo da vida. Por isso o mundo inteiro está na escuridão. E a sugestão dos vedas é “Não permaneça na escuridão. Venha para a luz”. Mas essa educação – de como sair da escuridão da ignorância e da escuridão deste mundo material – está escassa.
Aqui é mencionado: narayana-kalah shanta bhajanti hy anasuyavah. Asuya significa invejoso. Quando apresentamos Krsna, especialmente na Índia, as pessoas O invejam às vezes. Mas fora da Índia, as pessoas reagiram de forma diferente. Eu apresentei perante elas que “Krsna é a Suprema Personalidade de Deus. Você está procurando por Deus. Aqui está Deus. Aqui está o nome de Deus, aqui está o endereço de Deus, aqui estão as atividades de Deus. Tente entender Deus. Por que vocês estão especulando?” , e eles aceitaram. Eles não são asuyana. Eles não são invejosos.
Aqui, se eu apresento Krsna, a pessoa talvez diga, “Por que não Kali? Ah, Kali é tão viva. Ela tem uma língua enorme. Ela carrega uma espada em sua mão, cortando cabeças. Isto é tão legal. E nós podemos comer cabras”. Percebem? Kali-puja é mesmo para comedores de carne. Agora é a temporada de Kali-puja. Kali-puja está aí porque os shastras Védicos, as escrituras, são tão bem escritos, que todos, do mais baixo tolo ao homem mais inteligente, são elevados. Esse é o propósito. Todas as categorias de homens estão ali. Alguns são influenciados pelo modo da bondade; alguns são influenciados pelo modo da paixão; alguns são influenciados pelo modo da ignorância. E os Vedas se destinam a todos os seres humanos.
Há diferentes tipos de seres humanos; por tanto há diferentes tipos de shastras para que todos os tipos de homens sejam atraídos, inclusive os comedores de carne. A entidade viva vem para o mundo material para desfrutar, para satisfazer os sentidos materiais. Tal desfrute se refere especialmente a comer carne, beber vinho e fazer sexo. Assim os Vedas regulam o assim-chamado desfrute. “Você quer comer carne? Certo, então sacrifique uma cabra perante a deusa Kali e a adore no amavasya, a noite da lua negra”. Há muitas regulações envolvidas. O verdadeiro objetivo é restringir. Mas se fosse falado diretamente, “Não coma carne”, os comedores de carne iriam se rebelar.
Assim, as escrituras Védicas trazem várias prescrições para que diferentes semideuses sejam adorados. De outra forma, não há necessidade de adorá-los. Isto é explicado no Bhagavad-gita (7.20). Kamais tais tair hrita-jnanah prapadyante ’nya-devatah: Aqueles que estão adorando os semideuses se tornaram cegos; eles perderam seus sentidos. Hrita-jnana: O verdadeiro conhecimento é perdido. Assim, eles ficam atrás dos favores de vários semideuses. Eu não estou inventando este ponto. Krsna pessoalmente diz kamais tais tair hrita-jnanah prapadyante ’nya-devatah: não há nenhuma necessidade de se adorar qualquer semideus.
Esta é a moral do festival de Govardhana-puja. Nanda Maharaja, o pai de Krsna, estava fazendo os arranjos para a adoração de Indra. Krsna o deteve, e Ele ocupou Seu pai na adoração de Govardhana, que é uma representação de Krsna. Este é o significado do Govardhana-puja.
Nós conseguimos diferentes tipos de prazeres sensoriais em diferentes corpos. Mas isto não é um bom negócio. Às vezes eu me torno um semideus, e às vezes eu me torno uma árvore de eucalipto, de pé por trezentos anos. Por que deveríamos desperdiçar nosso tempo desta maneira? Fazer esta pergunta é sinal de inteligência. Mas as pessoas não sabem que “desta vez” são americanos. “Eu tenho meu arranha-céu e um automóvel e tenho também um excelente saldo bancário. Eu sou muito feliz”. Eles não se importam. Mas a pessoa não sabe que na próxima vida ela talvez se torne um gato ou um cachorro. Isso eles não sabem. Este é o perigo.
Um Movimento Científico
Esta ciência não é ensinada em nenhuma universidade. As pessoas são grandes patifes e tolos. Esta é uma grandiosa ciência – transmigração da alma, imortalidade da alma, como elevar a alma até a mais alta perfeição. Os patifes não sabem. Nem estão aprendendo isso. Estamos vivendo um momento muito desafortunado.
Há uma grande necessidade, então, de espalhar o movimento da consciência de Krsna para educar de verdade o ser humano para que ele possa alcançar a mais elevada perfeição da vida. Isto é necessário. Não se trata de um sistema religioso, competindo com alguma outra religião. Nós somos criticados por transformar Cristãos em Hindus. Isto não faz nenhum sentido. Nós não temos preocupações em termos de Hindus, Muçulmanos ou Cristãos. Meus discípulos são garotos educados; eles não têm interesse em se tornarem Hindus. Muitas pessoas antes de mim, muitos svamis, foram para o Ocidente para converter Cristãos em Hindus. Mas os ocidentais cuspiram em suas caras. Esses svamis não tiveram sucesso porque ficaram falando coisas sem sentido. Por que deveria um Cristão se tornar Hindu, ou um Hindu se tornar Cristão? As pessoas devem saber o que é Deus e qual sua relação com Deus. Este movimento da consciência de Krsna não é para transformar Hindus em Muçulmanos ou Muçulmanos em Hindus ou Cristãos em Hindus. Nosso movimento não é tal movimento. Estes jovens rapazes e moças ocidentais entenderam isto claramente. Por isso estão seguindo. Estão aceitando. Se eu tivesse pregando que o Hinduísmo é melhor que o Cristianismo, eles já teriam me despachado há muito tempo. A consciência de Krsna é uma ciência; é uma filosofia.
Há uma grande necessidade de educar as pessoas em relação ao objetivo da vida. Esta é a missão de Caitanya Mahaprabhu. Ele estava se dirigindo aos seres humanos, àqueles que são de fato seres humanos, não a gatos e cachorros. Ele disse, “Estudem a contribuição dos grandes sábios e façam de suas vidas um grande sucesso. E, então, saiam por aí e preguem esta missão”. Essa missão continua, agora sob a alcunha de movimento para a consciência de Krsna. Não se trata de um movimento sentimental. É um movimento científico.
Assim nós restringimos nossos estudantes da adoração de qualquer semideus. Quando eu comecei esta missão, muitos amigos me sugeriram, “Por que você não a chama de ‘consciência de Deus’?”, mas eu insisti que fosse “consciência de Krsna”. De outra forma, as pessoas incluiriam vários deuses. “Aqui está outro deus, aqui está outro deus, aqui está outro deus, aqui está outro deus, aqui está outra encarnação, aqui está outra avatar”. Tudo conversa fiada. Eu quis destacar aquele que é de fato Deus. Krishnas tu bhagavan svayam: “Krsna é a Suprema Personalidade de Deus”. [Srimad-Bhagavatam 1.3.28]. Ou como é trazido no verso de hoje: narayana-kalah shantah. Deve-se adorar unicamente a Krsna e a Suas expansões plenárias.
Tentem entender a nossa missão. Aqui está declarado que devemos aceitar a Suprema Personalidade de Deus. Krsna também diz, sarva-dharman parityajya mam ekam sharanam vraja: “Renda-se unicamente a mim. Então você será salvo”. [Bhagavad-gita 18.66].
Nós não sugerimos: “Adore Kali ou Siva ou qualquer outro – é tudo a mesma coisa. Yata mata tata patha”. Nós não falaríamos tamanho disparate. Nós apenas dizemos: “Aproxime-se de Krsna, e vocês será salvo”.

Por Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada
Publicado como um artigo em Back to Godhead [Volta ao Supremo] – Revista fundada por Srila Prabhupada no ano de 1944
Tradução por Bhagavan dasa

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Purificando o coração


Sri Krishna, a Personalidade de Deus, que é o Paramatma (Superalma) no coração de todos e o benfeitor do devoto veraz, purifica do desejo de gozo material o coração do devoto que desenvolve o desejo ardente de ouvir Suas mensagens, que são por si mesmas virtuosas quando adequadamente ouvidas e cantadas.

Srimad Bhagavatam 1.2.17

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Liberdade completa


A civilização material completamente desorientada está erroneamente voltada para a satisfação dos desejos no gozo dos sentidos. Nessa civilização, em todas as esferas da vida, a meta última é o gozo dos sentidos. Na política, no serviço social, no altruísmo, na filantropia, e, por fim, na religião, ou mesmo na salvação, o mesmo matiz de gozo dos sentidos está cada vez mais predominante. No campo da política, os líderes dos homens lutam uns com os outros para satisfação pessoal dos sentidos. Os eleitores adoram os assim chamados líderes apenas quando lhes prometem gozo dos sentidos. Logo que os eleitores ficam insatisfeitos em sua própria satisfação dos sentidos, eles destronam os líderes. Os líderes vão sempre desapontar os eleitores por não satisfazerem os sentidos destes. O mesmo é aplicável a todos os campos; ninguém leva os problemas da vida a sério... Devemos satisfazer os sentidos apenas o quanto seja necessário para a auto-preservação, e não para o gozo dos sentidos. Por que o corpo é feito de sentidos, que também necessitam de certa quantidade de satisfação, há orientações regulativas para a satisfação desses sentidos... Em cada esfera da vida, portanto, a meta última tem que ser a busca da Verdade Absoluta, e este tipo de ocupação nos fará felizes porque estaremos menos ocupados em variedades de gozo dos sentidos. SB 1.2.10 sig


Há diferentes atividades ocupacionais, em termos das diferentes concepções de vida do homem. Para o materialista grosseiro que não quer ver nada além do corpo material grosseiro, não há nada além dos sentidos.... Porque os tolos não têm informação da alma e de como ela está no âmbito do corpo e da mente, eles não estão satisfeitos com a execução dos seus deveres ocupacionais. A necessidade da alma espiritual é que ela quer livrar-se da limitada esfera de cativeiro material e satisfazer seu desejo de liberdade completa. Ela quer transpor os muros cobertos do universo maior. Quer ver a luz livre e o espírito. Esta liberdade completa será alcançada quando ela encontrar o espírito completo, a Personalidade de Deus. Há uma afeição adormecida por Deus dentro de todos; a existência espiritual manifesta-se através do corpo grosseiro e da mente, sob a forma de afeição pervertida à matéria grosseira e sutil. Portanto, temos que nos dedicar a atividades ocupacionais que evoquem nossa consciência divina.

Uma pessoa que simplesmente limpa a gaiola do pássaro não satisfaz o pássaro. É preciso conhecer realmente as necessidades do próprio pássaro. SB 1.2.8 sig

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Conscientes de Krishna


O esplendor do Sol, que dissipa a escuridão de todo esse mundo, vem de Mim. E o esplendor da Lua e o esplendor do fogo também vêm de Mim.

Os ininteligentes não podem compreender como as coisas acontecem. Mas pode-se chegar ao conhecimento por compreender o que o Senhor explica aqui. Todos vêem o Sol, a Lua, o fogo e a eletricidade. Tudo o que se precisa fazer é tentar compreender que o esplendor do Sol, o esplendor da Lua e o esplendor da eletricidade ou do fogo vêm da Suprema Personalidade de Deus. Nesse conceito de vida, passando a desenvolver consciência de Krishna, a alma condicionada empreende um grande avanço neste mundo material. As entidades vivas são, em essência, partes integrantes do Senhor Supremo, que aqui dá a dica de como elas podem retornar ao Supremo, retornar ao lar.
Por meio deste verso podemos compreender que o Sol ilumina todo o sistema solar. Há diferentes universos e sistemas solares, e há diferentes sóis, luas e planetas também, mas em cada Universo há apenas um Sol. Como se afirma no Bhagavad-gita (10.21), a lua é uma das estrelas. A luz do Sol se deve à refulgência espiritual que emana do Senhor Supremo no céu espiritual. Com o nascer do Sol, começam as atividades diárias dos seres humanos. Eles acendem o fogo para preparar seu alimento, acendem o fogo para pôr as fábricas em funcionamento, etc. Há tantas coisas que são feitas com a ajuda do fogo. Por isso, o nascer do Sol, o fogo e o luar são muito agradáveis às entidades vivas. Sem a ajuda deles, nenhuma entidade viva pode viver. Logo, se alguém puder compreender que a luz e o esplendor do Sol, da Lua e do fogo emanam da Suprema Personalidade de Deus, Krishna, então ele passará a desenvolver sua consciência de Krishna. Com o luar, todos os vegetais são nutridos. O luar é tão agradável que todos podem compreender facilmente que estão vivendo pela misericórdia da Suprema Personalidade de Deus, Krishna. Sem Sua misericórdia, não pode haver Sol; sem Sua misericórdia, não pode haver Lua; e sem Sua misericórdia, não pode haver fogo; e sem a ajuda do Sol, da Lua e do fogo, ninguém pode viver. Estas são algumas reflexões que ajudam a alma condicionada a despertar para a consciência de Krishna.

Bhagavad Gita 15.12

terça-feira, 16 de outubro de 2007

O caminho devocional puro


É possível santificar-se imediatamente pela misericórdia de um devoto puro do Senhor.

Qualquer um que se abrigue aos pés de lótus de um devoto puro, aceitando-o como seu mestre espiritual, pode purificar-se imediatamente. Tais devotos do Senhor são honrados em nível de igualdade com o Senhor, porque estão ocupados no mais confidencial serviço ao Senhor, pois resgatam do mundo material as almas caídas que o Senhor quer de volta ao lar, de volta ao Supremo. Segundo as escrituras reveladas, tais devotos puros são melhormente conhecidos como vice-senhores. O discípulo sincero do devoto puro não só considera o mestre espiritual igual ao Senhor, mas também se considera um servo humilde do servo do Senhor.

Este é o caminho devocional puro!

Srimad Bhagavatam 1.1.15 sig.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Para que serve a vida humana?


As pessoas desta era são muito preguiçosas, não apenas materialmente, mas também no que diz respeito à auto-realização. A vida humana é especialmente destinada à auto-realização. Isto é, o homem deve tomar conhecimento do que ele é, do que é o mundo e do que é a verdade suprema. A vida humana é um meio pelo qual a entidade viva pode dar fim a todas as misérias da dura luta pela vida na existência material, e pelo qual pode voltar ao Supremo, a seu lar eterno.
Srimad Bhagavatam 1.1.10 sig

domingo, 14 de outubro de 2007

Como ver Krishna diretamente?

Um ser vivo em sua posição cosntitucional normal é plenamente satisfeito em bem-aventurança espiritual. Este estado de existência chama-se brahma-bhuta ou atmanandi, ou estado de auto-satisfação. Esta auto-satisfação não é como a satisfação do tolo inativo. O tolo inativo está no estado de tola ignorância, ao passo que o atmanandi auto-satisfeito é transcendental ao estado material de existência. Este estágio de perfeição é alcançado tão logo nos fixemos no irrevogável serviço devocional. Serviço devocional não é inatividade, mas sim a atividade imaculada da alma.
A atividade da alma adultera-se em contato com a matéria, e, como tal, as atividades doentias expressam-se sob a forma de luxúria, desejo, ânsia, inatividade, tolice e sono. O efeito do serviço devocional manifesta-se por pela eliminação completa desses efeitos de paixão e ignorância. O devoto fixa-se de vez no modo da bondade, e faz avanço posterior para elevar-se à posição de Vasudeva, ou estado de sattva puro, ou suddha-sattva. Somente neste estado de suddha-satva é que se pode ver Krishna diretamente, devido a afeição pura ao Senhor. SB 1.2.19 sig

sábado, 13 de outubro de 2007

A flauta de Krishna


Diz-se que a vibração da flauta de Krishna era capaz de quebrar a meditação dos mais elevados dos sábios, e assim, Krishna desafiava Cupido, anunciando Suas glórias transcendentais em todo mundo.
Krishna usa três tipos de flautas. Uma se chama venu, a outra se chama murali, e a terceira, vamsi. A venu é bem pequena, não tendo mais que 15 cm de comprimento, além de seis orifícios de sopro. A murali tem cerca de 20cm, com um buraco na extremidade e 4 orifícios no corpo da flauta. Este tipo de flauta produz um som muito encantador. A flauta vamsi tem cerca de 37,5 cm, com 9 orifícios em seu corpo. Krishna costumava tocar estas 3 flautas ocasionalmente quando era necessário. Krishna possui uma vamsi mais comprida, chamada mahananda - ou sanmohini. Quando é mais comprida ainda chama-se akarsini. Quando é ainda mais comprida chama-se anandini. A flauta anandini é muito agradável para os vaqueirinhos e é tecnicamente chamada vamsuli. Às vezes, estas flautas eram incrustadas de jóias. Às vezes eram feitas de mármore e às vezes, de bambu oco. Quando feita de jóias, a flauta chama-se sanmohini. Quando feita de ouro, chama-se akarsini.
O Néctar da Devoção (Estímulo para o amor extático)

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

KALI YUGA PAVANA


"Em toda Kali Yuga, o Senhor Caitanya aparece para propagar o Yuga Dharma do Hari-Nama-Sankirtana. Esta função religiosa é executada meramente por um Amsa-Avatar do Senhor.Uma Kalpa é um dia de Brahma, e um dia de Brahma consiste em mil ciclos de quatro Yugas, ou eras:mil Satya Yugas, mil Treta Yugas, mil Dvapara Yugas e mil Kali Yugas. Somente uma vez no dia de Brahma uma manifestação plena de Svayam Bhagavam Sri Krsna e Svayam Bhagavam Sri Caitanya aparecem neste mundo material. Porque a Suprema Personalidade de Deus Sri Krsna e Sri Krsna Caitanya aparecem? yuga-dharma- pravartana- haya amsa haiteama vina anye nare vraja-prema dite" Minhas (Amsas) porções plenárias podem estabelecer os princípios da religião para cada era. Mas ninguém além de Mim, pode dar Vraja Prema, o tipo de serviço amoroso dos residentes de Vraja." (Cc. Adi 3.26)

Quando o Senhor Krsna aparece em Kali Yuga somente para propagar o Yuga Dharma, Ele é conhecido como Gaura Narayana. Nesta forma, o Senhor Caitanya como Gaura Narayana, não distribui Vraja Prema ou Manjari Bhava. Portanto, a Kali Yuga na qual estamos é muito especial, porque Svayam Bhagavam Sri Krsna Caitanya Mahaprabhu, não somente propaga o Yuga Dharma como também mostra o padrão mais elevado de serviço devocional (Manjari Bhava), o que não acontece em outras Kali Yugas. Nós somos muito afortunados em nascermos especificamente nesta Kali Yuga, aonde Svayam Bhagavam Sri Krsna uniu-se com a compleição corpórea (Dyuti) e sentimento (Bhava) de Srimati Radharani para aparecer na Sua forma mais misericordiosa como Rasaraja Mahabhava Sri Gaurasundara.
Diferente dos muitos Senhores Caitanya que apareceram em Kali Yugas prévias, Mahaprabhu está livremente dando o mais raro presente que se pode obter, Radha Krsna Prema-Bhakti. Que nós possamos realizar nossa boa fortuna por vivermos um pouco após do mais misericordioso Avatar Dourado. Sinceramente rendamo-nos a Ele. E puramente cantemos o Yugala Mantra para obter Vraja Prema:

Hare Krsna Hare Krsna Krsna Krsna Hare Hare

Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare

Por Prahladesh Dasa

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O que Krishna quer de mim?


É essencial que a pessoa inteligente esteja em consciência de Krishna, ocupada no serviço transcendental amoroso ao Senhor, a fim de conseguir uma morada permanente e bem-aventurada, onde desfrute felicidade eterna. O processo pelo qual se consegue resultado tão maravilhoso é muito fácil e pode ser tentado mesmo pelo indivíduo mais pobre, e não se exige dele nenhuma espécie de qualificação. A única qualificação exigida neste contexto é que a pessoa seja um devoto puro do Senhor. Não importa o que ela é ou qual sua situação atual. O processo é tão simples que mesmo uma folha ou um pouco de dágua ou uma fruta podem ser oferecidos ao Senhor Supremo com amor genuíno e o Senhor ficará contente em aceitá-los. Portanto, ninguém pode ser omitido da consciência de Krishna, porque ela é tão fácil e universal. Quem seria tão tolo a ponto de não querer ser consciente de Krishna por este método simples e assim alcançar a perfeição mais elevada, numa vida de eternidade, bem-aventurança e conhecimento? Krishna quer apenas serviço amoroso e nada mais...

BG 9.26 sig

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Salvos pela audição



Há vários sentidos, dos quais o ouvido é o mais eficiente. Este sentido trabalha mesmo quando um homem está profundamente adormecido. Podemos proteger-nos das mãos de um inimigo quando acordados, mas quando adormecidos somos protegidos unicamente pelo ouvido. A importância de ouvir tem relação com o alcance da mais elevada perfeição da vida, a saber, livrar-se das três aflições materiais. Todos estão cheios de lamentação a todo momento, estão atrás da miragem das coisas ilusórias e estão sempre temerosos de seus supostos inimigos. Esses são os sintomas primários da doença material. Por ouvir a mensagem do Srimad Bhagavatam obtem-se apego à Suprema Personalidade de Deus, Sri Krishna, e tão logo isso se efetue os sintomas das doenças materiais desaparecem. SB 1.7.7 sig

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Bondade, paixão e ignorância


Controle da mente e dos sentidos, tolerância, discriminação, adesão ao próprio dever prescrito, veracidade, misericórdia, estudo cuidadoso do passado e futuro, satisfação em qualquer condição, generosidade, renúncia ao gozo dos sentidos, fé no mestre espiritual, embaraço diante de ação inconveniente, caridade, simplicidade, humildade e satisfação dentro de si mesmo são qualidades do modo da bondade.


Desejo material, grande afã, audácia, insatisfação mesmo no ganho, orgulho falso, orar por avanço material, considerar-se diferente e melhor do que os outros, gozo dos sentidos, impetuosa avidez por lutar, gostar de ouvir elogios, tendência a ridicularizar os outros, proclamar as próprias façanhas e justificar suas ações pela própria força são qualidades do modo da paixão.


Ira intolerante, avareza, falar sem se referir a autoridade escritural, ódio violento, viver como parasita, hipocrisia, fadiga crônica, desavença, lamentação, ilusão, infelicidade, depressão, sono exagerado, falsas expectativas, temor e preguiça constituem as principais qualidades do modo da ignorância.
SB 11.25.2-5

domingo, 7 de outubro de 2007

Eu adoro Govinda


Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, o primeiro progenitor que está apascentando as vacas, satisfazendo todos os desejos, em moradas construídas com gemas espirituais, cercado de milhões de árvores dos desejos, sempre servido com grande reverência e afeição por centenas e milhares de laksmis ou gopis.
Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, que adora tocar Sua flauta, com belos olhos de flor de lótus e com a cabeça decorada com penas de pavão, da cor de nuvens azuis e Sua singular formosura que cativa milhões de cupidos.
Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, cujo pescoço porta uma guirlanda de flores, as mãos estão adornadas com a flauta e ornamentos preciosos, que está sempre Se revelando em passatempos amorosos, cuja graciosa forma Syamasundara se dobra em três partes e se manifesta eternamente.

Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, cuja forma transcendental é plena de bem-aventurança, verdade, substancialidade, e está portanto pleno do mais refulgente resplendor. Cada um dos membros daquela pessoa transcendental possui em Si mesmo todas as funções desenvolvidas de todos os orgãos, e eternamente vê, mantém e manifesta os universos infinitos, tanto espirituais como mundanos.

Eu adoro a Suprema Personalidade de Deus, Govinda, que é a pessoa original- não-dual, infalível e sem princípio. Embora Ele se expanda em ilimitadas formas, Ele ainda é original, e embora Ele seja a pessoa mais velha, está sempre em Sua plena juventude.

Brahma-samhita (5. 29 a 33)

sábado, 6 de outubro de 2007

Fé inabalável no Senhor Supremo

Tudo que está marcado para acontecer, que aconteça.
Pouco importa. Que eu simplesmente preste atenção para que nenhum momento da minha vida seja desperdiçado com algo que nada tenha a ver com Krishna.
Pariksit Maharaj

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

A imparcialidade do Senhor


Sem a sanção do Senhor nem uma folha de grama pode mexer-se. Os seres vivos recebem tanta liberdade quanto merecem, e o abuso desta liberdade é a causa do sofrimento. Os devotos do Senhor não abusam de sua liberdade, e portanto, eles são os bons filhos do Senhor. Outros, que abusam da liberdade, são postos em misérias, determinadas pelo kala eterno. O kala oferece às almas condicionadas tanto felicidade quanto misérias. Tudo é predestinado pelo tempo eterno. Assim como padecemos de misérias que não desejamos, da mesma forma podemos também desfrutar de felicidade inesperada, pois todas elas são predestinadas pelo kala. Portanto, ninguém é amigo ou inimigo do Senhor. Todos estão sofrendo ou desfrutando do resultado de seu próprio destino. Este destino é feito pelos seres vivos no decorrer do convívio social. Aqui todos querem assenhorar-se da natureza material, e assim todos criam seu destino sob a supervisão do Senhor Supremo. Ele é onipenetrante e, portanto, pode ver as atividades de todos. E porque o Senhor não tem começo nem fim, Ele também é conhecido como o tempo eterno, ou kala.
A misericórdia do Senhor para com as almas caídas é distribuída igualmente. Ninguém é para Ele objeto especial de hostilidade. Ele é, sem dúvida, conhecido como parcial para com Seus devotos puros, mas de fato Ele nunca é parcial, assim como o sol não é parcial com ninguém. De alguma forma, se alguém se expõe aos raios do sol, decerto obterá o devido benefício do calor e dos raios ultravioleta. Portanto, conclui-se que o Senhor nunca é parcial.
Srimad Bhagavatam 1. 8.28 e 29 sig

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Purificando-se



Aquele que trabalha com devoção, que é uma alma pura e que controla a mente e os sentidos, é querido por todos, e todos lhe são queridos. Embora sempre trabalhe, essa pessoa nunca se enrreda.
Embora ocupado em ver, ouvir, tocar, cheirar, comer, locomover-se, dormir e respirar, quem tem consciência divina, sempre sabe, dentro de si, que na verdade não faz absolutamente nada. Por que enquanto fala, evacua, recebe, ou abre e fecha os olhos, ele sempre sabe que só os sentidos materiais estão ocupados com seus objetos dos sentidos ao passo que ele é distinto de tudo.
Aquele que executa seu dever sem apego, entregando os resultados ao Senhor Supremo, não é afetado pela ação pecaminosa, assim como a folha de lótus não é tocada pela água.
BG5 (7 a 10)

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Para alcançar a paz



Felicidade e sofrimento são fatores próprios da vida material. Devemos aprender a tolerar. Ninguém jamais pode impedir a felicidade e o sofrimento, que vão e vêm; logo, devemos nos desapegar do modo de vida materialista e ser automaticamente equânimes em ambas as circunstâncias. Em geral, quando conseguimos algo desejável, ficamos muito felizes, e quando conseguimos algo indesejável, ficamos tristes. Mas se tivermos na verdadeira posição espiritual, nada disto nos agitará. Para alcançarmos esta etapa, precisamos praticar serviço devocional ininterrupto. Serviço devocional a Krishna sem desvio significa ocupar-se nos nove processos de serviço devocional - cantar, ouvir, adorar, oferecer respeito, etc.- como descreve o seguinte verso:

man-mana bhava mad-bhakto

mad-yaji mam namaskuru

mam evaisyasi yuktvaivam

atmanam mat-parayanah


" Ocupe sua mente em pensar sempre em Mim, torne-se Meu devoto, ofereça-Me reverências e Me adore. Estando absorto por completo em Mim, com certeza você virá a mim." BG 9.34