sexta-feira, 29 de junho de 2007

O siddhanta


A palavra siddhanta significa "conclusão". Poderíamos perguntar se a literatura védica tem realmente um siddhanta. Têm os diversos livros um tema em comum? Se, em última análise, o propósito é o mesmo, por que os sastras aparentemente apresentam tantas filosofias diferentes? Por que eles apregoam tantas formas de adoração e meditação? Será que os próprios sastras dão uma história plausível da literatura védica?

Em geral, os estudiosos ao tentarem responder a essas perguntas, baseiam-se na ordem histórica na qual acreditam terem os livros aparecido. Assim, surgiu a teoria de que o Rg Veda apareceu antes do Upanisads e dos Puranas. À medida que centenas e milhares de anos se passaram e as atitudes das pessoas mudaram, presume-se que houve desenvolvimento de diferentes filosofias e seitas. Muitos eruditos concluem que o monoteísmo surgiu por volta do ano 200 a.C. Adotando-se este ponto de vista, parece que a literatura védica não se origina de um plano principal.

Contudo, a literatura védica tem sua própria versão do siddhanta e da história védicos.Para compreender-mos a versão védica, devemos simplesmente deixar que os escritos falem por si mesmos.

Introdução à Literatura Védica

Satsvarupa Dasa Goswami

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Ouvindo sobre a Suprema Personalidade de Deus











Na antiga cultura védica, como em muitas outras antigas culturas ao redor do mundo, o conhecimento era transmitido de forma oral e não escrita. Assim, para nós, ouvir significa também ler. Note bem que a leitura não descarta a necessidade de também receber direcionamento pessoalmente de um devoto experiente, pois a interação mestre/discípulo é imprescindível no desenvolvimento saudável de nossa consciência espiritual de acordo com os próprios textos védicos. Ouvir então significa ouvir uma aula, conversar sobre Deus, escutar uma música devocional ou ouvir o canto dos santos nomes de Deus, mas, principalmente, ler livros e textos que explicam a ciência da devoção a Deus e as descrições de Suas glórias, características, atividades, etc. O principal objetivo da prática de ouvir é receber o conhecimento transcendental que abrirá nossa mente para a realidade espiritual e nos dará o ímpeto de direcionar nossa consciência para o divino.

Recomenda-se, portanto, a leitura diária de livros da consciência de Krishna, em especial os principais livros de Srila Prabhupada. Franz Kafka certa vez escreveu que, “o livro deve ser como uma picareta diante de um mar congelado dentro de nós”. É uma metáfora muito apropriada para o inconcebível efeito que os livros de Prabhupada tem em nós, quebrando o mar de gelo que é nosso coração dominado por interesses mesquinhos materialistas. Os livros de Prabhupada verdadeiramente derretem esse mar de gelo e gradualmente o transformam num oceano de bem-aventurança em amor a Deus.

Apesar de não ser necessário, para muitos é recomendável começar com um livro introdutório. Existem vários e todos são igualmente recomendáveis. Em seguida devemos ler os livros que são dominados de “clássicos” – são livros muito importantes, traduções ou resumos de escrituras centrais da consciência de Krishna. São eles:

1) Bhagavad-gita Como Ele É, a escritura védica mais famosa e reconhecida mundialmente como um livro de singular beleza e sabedoria;
2) Krsna, A Suprema Personalidade de Deus, um resumo do 10o Canto do Srimad Bhagavatam, sua parte mais confidencial e importante;
3) Os Ensinamentos do Senhor Caitanya, um resumo do Sri Caitanya Caritamrta, a biografia de Sri Krishna Caitanya Mahaprabhu escrita por Srila Krsnadas Kaviraja Goswami no século XVI.
4) Néctar da Instrução (Sri Upadesamrta), um importante texto também do século XVI escrito pelo grande santo Srila Rupa Goswami;
5) Néctar da Devoção, um resumo de outro importante tratado de Srila Rupa Goswami chamado Bhakti-rasamrta-sindhu;

Desses, o Bhagavad-gita é o mais importante, e sua leitura deve ser priorizada, e o Néctar da Devoção o mais complexo, portanto é bom deixá-lo por último.

Tendo lido esses livros, deve-se então seguir para aquele que é a obra mais elevada e importante de todas, o Srimad Bhagavatam, também conhecido como Bhagavata Purana.

Mesmo o Senhor Caitanya, que é o próprio Sri Krishna na forma de Seu devoto, lia o Srimad Bhagavatam todos os dias. Na medida que se aprofundar em bhakti-yoga, compreenderá a suma e inconcebível importância do Srimad Bhagavatam, que é não-diferente de Krishna. Não é possível enfatizar suficientemente a beleza, riqueza, sabedoria e poder do Srimad Bhagavatam. Mesmo tendo lido todos os demais livros, o Srimad Bhagavatam deve ser lido todos os dias, como parte integral de seu saddhana, não importa quantas vezes tenha o lido. Nunca é demais. Verá que a cada leitura, novas revelações lhe serão feitas e você vai “saborear” os versos cada vez mais.

Depois de ler o Srimad Bhagavatam devemos ler o Sri Caitanya Caritamrta, também uma literatura ímpar, muito elevada e importante, de ilimitada doçura e sabedoria transcendental. O mestre espiritual de Srila Prabhuada, Sua Divina Graça Srila Bhaktisiddhanta Saraswati Thakur, lia-o constantemente.
Paralelo a esses livros, leia, a qualquer momento, a biografia de Srila Prabhupada, pois lá encontrará a personificação de puro amor a Deus, de bhakti-yoga em sua forma mais elevada e perfeita. A biografia de Prabhupada pode ser encontrada em dois formatos: a condensada – Um Santo no Século XX – e a completa – Srila Prabhupada Lilamrta. Não tenha dúvida que lhe será muito mais benéfico ler a versão completa.

Manual de Bhakti-yoga
P/ Giridhari das

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Usando a inteligência superior




"Um transcendentalista que não controla por completo suas palavras e mente através da inteligência superior descobrirá que seus votos espirituais, austeridades e caridade se esvaem assim como a água vaza de um pote de barro cru".


Srimad Bhagavatam 11.16.43

terça-feira, 26 de junho de 2007

O Propósito da Literatura Védica



Como sua finalidade principal, a literatura védica transmite conhecimento sobre auto-realização e, portanto, sobre como liberar-se (moksa) do sofrimento. Em geral, os estudiosos concordam em que a meta do pensamento indiano é atingir a verdade, “cujo reconhecimento leva à liberdade” . Todo sistema indiano busca a verdade, não como acadêmica, `conhecimento para o seu próprio bem´, mas para aprender a verdade que fará todos os homens livres”. Com efeito, o pensamento indiano luta não para a informação, mas para a transformação. O Bhagavad-gita descreve o conhecimento como “aceitar a Verdade Absoluta”. No entanto, se as pessoas acham que estão progredindo no caminho da felicidade material, não procurarão se transformar. Daí, outra percepção importante- janma-mrtyu-jara-vyadhi-duhkha-dosanudarsanam: “ compreender os malefícios do nascimento, da morte, da velhice e da doença.” (BG 13.9) Sem se comprometer, a literatura védica declara que, a despeito da aparente alegria, vida material significa sofrimento. O conhecimento védico visa a liberar deste sofrimento o indagador sincero.
Segundo o Bhagavad-gita (8.16): “Do planeta mais elevado do mundo material, indo até o mais baixo, todos são lugares de misérias onde ocorrem repetidos nascimentos e mortes.” Além das repetidas misérias de nascimento, velhice, doença e morte, os textos védicos outros três grupos de misérias: aquela causada pelo próprio corpo, por outras entidades vivas e pelos distúrbios naturais (como um forte resfriado, o calor, inundação, terremoto ou seca). Os preceptores védicos argumentam que, mesmo não existindo estas últimas misérias, ninguém poderia encontrar a felicidade no mundo material – as forças do tempo e a morte obrigam todos a abandonar sua posição.
Ao ouvir esta devastadora análise da vida no mundo material, Albert Schweiter chamou a filosofia védica “uma negação do mundo e da vida.” Outros afirmam que os Vedas ensinam pessimismo e resignação fatalista. Mas, quando analisamos os Vedas com maior profundidade, podemos observar que eles ensinam exatamente o contrário; eles defendem que a finalidade da vida humana não é resignar-se a um mundo temporário e miserável, mas, esforçar-se para obter felicidade permanente. Para aqueles que seguem a fórmula védica, a vida significa uma oportunidade para se conseguir vitória sobre a morte. Na concepção védica, rejeita a vida precisamente aquele que identifica o corpo ilusório como sendo o eu e considera que o mundo temporário é tudo que existe. Tal pessoa perde a oportunidade proporcionada ao ser humano - a oportunidade de indagar a respeito do Supremo.
O primeiro verso do vedanta-sutra (athato brahma-jijnasa) é tanto uma declaração quanto um convite a todos: “ Agora, portanto, indaguemos sobre a Verdade Absoluta” . Os Vedas instam que as pessoas procurem a trilha da liberação.
Os Vedas descrevem a liberação como uma prerrogativa especial concedida aos seres humanos e não às espécies inferiores. Por esta razão o corpo humano é comparado a um barco no qual pode-se atravessar o oceano da transmigração. Um bom instrutor védico, que tenha aprendido os Vedas, é como brisas favoráveis. Se uma pessoa não atravessa o oceano para conseguir liberação eterna não é considerada inteligente, pois a filosofia védica nega a importância de qualquer conhecimento que não conduza ao término do sofrimento. O Garga Upanisad adverte: “ É um homem miserável aquele que, embora em um corpo humano, não soluciona os problemas da vida e deixa o mundo assim como o deixa um cão ou um gato, não compreendendo a ciência da auto-realização.”
Introdução à Filosofia Védica
Satsvarupa Dasa Goswami

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Gitanjali 1


Fizeste-me sem fim, pois este é o Teu prazer.
Esvazias continuamente este frágil vaso,
e de novo sempre o enches com vida fresca.
Levaste por montes e vales esta flautinha de bambú,
e nela sopraste melodias eternamante novas.
Ao toque imortal das Tuas mãos o meu pequeno coração perde os seus limites na alegria
e faz nascer inefáveis expressões.
Teus dons infinitos vêm a mim apenas sobre estas minhas tão pequenas mãos.
Passa o tempo, continuas derramando, e ainda há sempre lugar a preencher.

Ravindranath Thakura(Tagore)

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Duskrti e Sukrtinah


As pessoas grosseiramente tolas; os mais baixos da humanidade; os especuladores iludidos; e aqueles que professam o ateísmo, jamais se rendem aos pés de lótus da Personalidade de Deus, apesar de todos os conselhos das escrituras e das autoridades.

Ao contrário dos malfeitores (duskrti), os sukrtinah, ou aqueles que obedecem às regras e regulações das escrituras, às leis morais e sociais, são de alguma forma devotados ao Senhor Supremo. Dentre estes, há quatro classes de homens - aqueles que estão aflitos; aqueles que precisam de dinheiro; aqueles que às vezes são inquisitivos; e aqueles que às vezes buscam conhecimento acerca da Verdade Absoluta. Estas pessoas aproximam-se do Senhor Supremo para serviço devocional sob diferentes condições. Estes não são devotos puros, porque em troca de serviço devocional procuram satisfazer alguma aspiração. O serviço devocional puro é sem aspiração e sem desejo de lucro material.

Quando se aproximam do Senhor Supremo para Lhe prestar serviço devocional e purificam-se por completo, associando-se aos devotos puros, estas quatro classes de pessoas também se tornam devotos puros. Quanto aos malfeitores, para eles o serviço devocional é muito difícil porque levam vidas egoístas, irregulares e sem metas espirituais. Mas mesmo alguns deles também se tornam devotos puros quando, por acaso, entram em contato com um devoto puro...

Bhagavad-gita 7.16 - Sig. Srila Prabhupada)

terça-feira, 19 de junho de 2007

O que as pessoas falam sobre Prabhupada


O Brahma-vaivarta Purana, uma antiga escritura, descreve uma conversa que aconteceu em Dwaraka entre o Senhor Sri Krishna e Ganga devi. Falando em nome de todos os rios sagrados, Ganga devi expressou todo o seu temor com a chegada da Kali yuga (a Era das desavenças) e a eminente partida do Senhor de volta ao mundo espiritual. Ela disse: “Ó Senhor, podemos ver que Seus passatempos estão para terminar e que as pessoas estão ficando cada vez mais e mais materialistas. O Senhor tem sido muito misericordioso para conosco, no entanto, após Sua partida, todos os pecadores de Kali yuga virão se banhar em nossas águas e secaremos, tomadas pelas reações pecaminosas”.
Sorrindo, o Senhor Krishna respondeu: “Tenha paciência...daqui a cinco mil anos o Meu mantra upasaka (adorador do santo nome) vai aparecer neste mundo e difundir o canto do Meu santo nome em toda parte. Não apenas em Bharata-varsa (Índia), mas em todo o mundo as pessoas cantarão HARE KRISHNA HARE KRISHNA KRISHNA KRISHNA HARE HARE / HARE RAMA HARE RAMA RAMA RAMA HARE HARE. Através desse canto o mundo inteiro vai se tornar Hari-bhakta, devoto do Senhor Hari. E porque os devotos do Senhor Hari são muito puros, todos aqueles que tiverem contato com esses devotos irão se purificar das reações pecaminosas. Esses devotos puros irão visitar Bharata-varsa e purificá-la de todas as reações pecaminosas ao se banharem em suas águas sagradas. Esse período de se cantar HARE KRISHNA no mundo inteiro vai durar dez mil anos”.

Esse mantra-upasaka é Srila Prabhupada. Ele próprio dizia frequentemente que haveria um período de dez mil anos, uma era dourada, dentro de Kali-yuga, quando todo o mundo seria consciente de Krishna.

Em outro livro, chamado Chaitanya-mangala, está dito que Narada Muni, enquanto visitava o mundo espiritual, chegou até o Senhor Gouranga. O Senhor lhe contou de Sua missão para destruir as atividades pecaminosas da era de Kali: “Com o machado poderoso do nama-sankirtana (o canto congregacional dos santos nomes de Deus), Eu vou cortar os duros nós dos desejos demoníacos dos corações de todos. Mesmo se os pecadores rejeitarem a religião ou fugirem para países estrangeiros, ainda assim eles vão obter a Minha misericórdia. Eu mandarei Mor-senapati-bhakta para lá e dessa maneira vou liberá-los”. Mor significa “Meu”, senapati significa “comandante geral” e bhakta, “devoto”. Mor-senapati-bhakta refere-se, assim, ao devoto que vai liderar o exército do Senhor Chaitanya ou, em outras palavras, o devoto a quem o Senhor Chaitanya vai dotar de poder para difundir a consciência de Krishna em todo o mundo. Esse comandante do exército de sankirtana é Srila Prabhupada.

Os shastras (escrituras sagradas) revelam a posição extraordinária de Srila Prabhupada como o acharya (aquele que ensina através do próprio exemplo) para a era dourada. Durante milhares de anos foram feitos preparativos para a chegada de Srila Prabhupada. O próprio Senhor Chaitanya teve um papel importante, arrumando e ajustando tudo, e os acharyas anteriores estiveram todos muito ocupados à medida que se aproximava a chegada de Srila Prabhupada. Há uma analogia que explica, resumidamente, a posição de Srila Prabhupada, usando-se o exemplo do arco e flexa: as quatro curvaturas do arco representam as quatro sampradayas vaishnavas e Sri Chaitanya Mahaprabhu é corda que as une. Sem a corda o arco fica inútil. O Senhor Chaitanya veio e esticou a corda. Por fim, era necessária uma flecha, junto com a mira apropriada para atirá-la. De um modo geral, uma flecha tem penas em suas extremidades, que ajudam a direcioná-la. Neste caso, os seis Goswamis representam as penas. A haste da flecha é a Gaudya Matha, com seus 64 templos estabelecidos por Srila Bhaktisidhanta Sarasvati Maharaja. O último elemento é a ponta afiada. Essa ponta é Om Vishnupada Paramahamsa Parivrajakacharya Asttotara-sata Sri Srimad Abhay Charanaravindam Bhaktivedanta Swami Prabhupada. Essa é parte da flecha que perfura o alvo e alcança a meta. Essa meta são todas as vilas e cidades. Srila Prabhupada fundou a ISKCON (International Society for Krishna Counciousness).

Ele fez o trabalho de base, é o fundador-acharya e devemos compreender essa sua posição. Alguns ou talvez todos os problemas que surgiram em nosso movimento depois que Srila Prabhupada partiu têm sua origem em não compreendermos corretamente essa posição do fundador-acharya. Uma escritura da Sri-sampradaya chamada Prapannamata Tapana explica que um fundador-acharya é conhecido por cinco sintomas.

Primeiro, ele é udarikah, que quer dizer que ele é o salvador de todos. O Prapannamata Tapana continua e explica que aqueles que aparecerem após o fundador-acharya na sucessão discipular, que agem como mestres espirituais, são uparika, seus ajudadantes. Eles nunca devem ser igualados ao fundador-acharya, mesmo após centenas de gerações.
Segundo, ele é dinabhayah. Dinah quer dizer “muito caído”, e abhaya quer dizer “destemido”. O fundador-acharya remove o medo de todas as almas caídas através de seus ensinamentos, cuja natureza é fazer com que todos, em toda a parte, que se abrigarem nele serão destemidos.
Terceiro, ele dá significado às escrituras realçando o sidhanta vaishnava, tais como o Bhagavad-gita e o Srimad Bhagavatam, e os torna disponíveis no mundo na forma de maha-granta, ou grandes livros.
Quarto, ele também dá significados às canções dos acharyas vaishnavas. Quinto, seu nome fica identificado com a filosofia do próprio Senhor Vishnu.

A posição de Srila Prabhupada como fundador-acharya da ISKCON corresponde exatamente à essa antiga definição de fundador-acharya. Estabelecer uma relação com um mestre espiritual na linha de Srila Prabhupada significa, antes de mais nada, estabelecer uma relação com Prabhupada como fundador-acharya. No mundo de hoje, especialmente na Índia, o título de yuga-acharya é disputado por muitos. Yuga-acharya quer dizer o “acharya para esta era”. Naturalmente, parece que se aplica bem a Srila Prabhupada. No entanto, se considerarmos o futuro brilhante que espera o movimento para a consciência de Krishna, de acordo com as predições das escrituras, devemos ver o título de fundador-acharya da ISKCON como o mais apropriado para Srila Prabhupada. A era atual é apenas o começo para a ISKCON. A sociedade tem apenas 30 anos de idade, e o nosso universo da ISKCON não é tão vasto, mas à medida que a ISKCON continuar crescendo nas próximas centenas e milhares de anos e o movimento de sankirtana alcançar todas as vilas e cidades, a fama de Srila Prabhupada como fundador-acharya da ISKCON vai prevalecer por todo o mundo. Os vaishnavas são famosos como para-duhkha-duhkhi. À medida que a pregação aumentar, a fama de Srila Prabhupada vai aumentar ilimitadamente.
Por Sua Santidade Lokanatha Swami

A encarnação sonora do Senhor


"A encarnação sonora do Senhor Krsna, a Alma Suprema (o Srimad Bhagavatam), entra no coração de um devoto auto-realizado, senta-se na flor de lótus de sua relação amorosa, e deste modo limpa a poeira do contato com a matéria, que se manifesta como luxúria, ira e ânsia.
Assim, ela atua como as chuvas de outono ao caírem sobre poças de água lamacenta."

Srimad Bhagavatam 2.8.5:

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Para compreender Deus


" Embora Krsna esteja dentro de nós como Paramātmā ou Superalma - o aspecto localizado do Senhor Supremo dentro do coração, devido ao nosso condicionamento material não percebemos isto. Aqueles cuja natureza é hostil e demoníaca ( raksasim asurim ) acham que esta vida material é tudo e que o objetivo da vida humana é tirar tanto prazer da matéria quanto possível. Eles espremem a natureza material, mas vivem sendo frustrados. Não é espremendo a natureza material que descobriremos o verdadeiro prazer. Caso queiramos o verdadeiro prazer, devemos adotar a consciência de Krsna. No mundo material, toda felicidade tem seu começo e seu fim, mas, em consciência de Krsna, a felicidade é ilimitada e sem fim. Se quisermos obter esta felicidade, simplesmente precisamos sacrificar um pouco do nosso tempo e cantar Hare Krsna. Em outras eras, grandes sábios e semideuses costumavam sacrificar suas vidas inteiras para compreenderem o Supremo, e nem sempre tinham sucesso. Para este era, Caitanya Mahāprabhu recomenda um processo fácil de compreensão de Deus. A única coisa necessária é ouvir atentamente. Devemos ouvir o Bhagavad-gitā e devemos cantar os nomes de Krsna, ouvindo-os com atenção. Não devemos ser orgulhosos, pensando falsamente que temos muito conhecimento ou que somos muito eruditos. Precisamos apenas ser bem educados e submissos para ouvir as mensagens de Krsna."

Rajā Vidya - o Rei do Conhecimento
P/ Sua Santidade Srila Prabhupāda

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Maya


A ilusão material se chama maya. Maya significa "irrealidade, engano, esquecimento" - "aquilo que não é". Sob a influência de maya, o homem pensa que pode ser feliz dentro do mundo material temporário. Como a energia ilusória do Supremo, maya age, não independentemente, mas sob Sua orientação. "É pela ilusão (maya) que outrem (jiva) fica confinado. A todos compete saber que a Natureza é ilusão (maya) e que o Senhor poderoso é o fabricador da ilusão."

Maya tem tanto poder que, apesar de sofrer inúmeras misérias, o homem pensa que é feliz. " A causa do sofrimento e da impotência do homem é maya sob cuja influência ele esquece sua natureza divina." Ao identificar-se com o corpo, a jiva desenvolve milhares de desejos, e, então, tenta satisfazê-los. Por sua própria natureza, o mundo material impõe que, quanto mais a jiva tenta explorar a situação material, mais ela se prende às complexidades de maya. Ao agir sob a influência de maya, a jiva submete-se à lei do karma (causa e efeito).

Quanto à origem de maya, Bhagavan Krishna afirma: " Essa Minha energia divina [maya] consiste nos três modos da natureza material e é difícil de ser superada." Os Vedas prescrevem mais ainda: "Embora maya [ilusão] seja falsa ou temporária, o sustentáculo de maya é o mágico supremo, a Suprema Personalidade de Deus, que é Mahesvara, o controlador supremo.

Em resumo, maya é uma ilusão, um engodo, uma miragem mediante a qual somos levados a crer que a eternidade e a felicidade estão nas atividades do mundo material (o qual, na realidade, é temporário e miserável). Mesmo um homem bem educado e intelegentíssimo pode deixar-se levar pelo encanto de maya; O Bhagavad-gita designa tal pessoa como mayayapahrta-jnana, "aquele cujo conhecimento é roubado por maya." A literatura védica propõe-se a libertar todos os seres das garras de maya. "Livrar-se desta ilusão que, de alguma forma, passou a dominar a raça humana é a meta final de todos os esforços." De acordo com o Bhagavad-gita, é muito difícil que a jiva liberte-se do cativeiro de maya: " essa Minha energia divina, que consiste nos três modos da natureza material, é difícil de ser superada. Porém, aqueles que se renderam a Mim podem facilmente transpô-la."

Introdução à Filosofia Védica
Satsvarupa Dasa Goswami

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Prahlada Maharaja disse:


“Ouvir e cantar a respeito do santo nome, da forma, das qualidades, da parafernália e dos passatempos do Senhor Vishnu, que são todos transcendentais, lembrar-se deles, servir aos pés de lótus do Senhor, oferecer ao Senhor respeitosa adoração com dezesseis classes de artigos, oferecer orações ao senhor, tornar-se Seu servo, considerar o Senhor o melhor amigo de todos e entregar-Lhe tudo (em outras palavras, servi-Lo com corpo, mente e palavras)-, estes nove processos são aceitos como serviço devocional puro. Alguém que dedicou sua vida a servir a Krishna através desses nove métodos deve ser considerado a pessoa mais erudita, pois adquiriu conhecimento completo.”

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Gitanjali 7



Minha canção despiu-se de seus adornos e não tem mais o luxo das roupas e enfeites. Os ornamentos iriam atrapalhar a nossa união, pois ficariam entre mim e Ti, e o seu tilintar abafaria os Teus suspiros.
Minha vaidade de poeta enche-se de vergonha diante do Teu olhar. Ó Mestre poeta, eis-me sentado aos Teus pés! Permite apenas que eu torne simples e reta a minha vida, como flauta de bambu, para que Tú a enchas de música.

Tagore

terça-feira, 12 de junho de 2007

Para prakrti e Apara prakrti



Há duas classes de prakrti: para prakrti e apara prakrti. A jiva é chamada para (superior) prakrti: a jiva está acima da energia inferior, a matéria morta, que se chama apara prakrti. A jiva também é chamada energia marginal, pois, embora puramente espiritual, ela, às vezes, fica sob a influência da apara prakrti (maya) e, às vezes, sob a influência da energia espiritual.

Bhagavan Krishna descreve da seguinte maneira as energias do Supremo:

"Terra, água, fogo, ar, espaço, mente, inteligência e falso ego - ao todo, estes oito compreendem Minhas energias materiais diferenciadas [prakrti]. Além dessa natureza inferior, ó poderoso Arjuna, existe a Minha energia superior, constituída de todas as entidades vivas, que lutam com a natureza material e mantêm o Universo."
Introdução à Filosofia Védica
Satsvarupa Dasa Goswami

segunda-feira, 11 de junho de 2007

O objetivo último da vida



vasudeva-para veda
vasudeva-para makhah
vasudeva-para yoga
vasudeva-parah kriyah
vasudeva-param jnanam
vasudeva-param tapah
vasudeva-paro dharmo
vasudeva-para gatih

"Nas escrituras reveladas, o objeto último de conhecimento é Sri Krsna, a Personalidade de Deus.
O propósito de executar sacrifícios é para satisfazê-Lo.
Yoga é para realizá-Lo.
Todas as actividades fruitivas são concedidas por Ele.
Ele é o Supremo conhecimento, e todas as austeridades severas são executadas para conhecê-Lo.
Religião (Dharma) é oferecer-Lhe serviço amoroso.
Ele é o objetivo último da vida."

Srimad Bhagavatam 1.2.28-29

BF p/ Prahladesh Das

domingo, 10 de junho de 2007

Vedanta-sutra



O Vedanta-sutra consiste em códigos que revelam o método de se compreender o conhecimento védico, e é a forma mais concisa de todo o conhecimento védico. Segundo o Vayu e o Skanda Puranas: " Um sutra é um código que, com um mínimo de palavras, expressa a essência de todo o conhecimento. Deve ter aplicação universal e contar com uma impecável apresentação linguística."

Os estudiosos conhecem o Vedanta-sutra por uma variedade de nomes, tais como (1) Brahma-sutra, (2)Sariraka, (3) Vyasa-sutra, (4) Badarayana-sutra, (5)Uttara-mimansa, e (6) Vedanta-darsana. Há quatro capítulos (adhyayas) no Vedanta-sutra e quatro divisões (padas) em cada capítulo. Assim, o Vedanta-sutra é conhecido como sodosa-pada, pois contém dezesseis divisões de códigos. O tema de cada divisão é plenamente descrito em termos de cinco assuntos diferentes (adhikaranas), que são tecnicamente chamados de pratijna, hetu, udaharana, upanaya e nigamana. Todo tema deve ser necessariamente explicado com referência a pratijna, ou uma declaração solene da finalidade do tratado. No início do Vedanta-sutra existe a solene declaração da finalidade, athato brahma-jijnasa: " Agora é a hora de indagar acerca da Verdade Absoluta". As razões (hetu) devem ser expressas, os exemplos (udaharana) devem ser dados em termos de vários fatos, o tema (upanaya) deve ser abordado aos poucos para que se chegue à compreensão, e, finalmente, ele deve ser apoiado por citações autorizadas (nigamana) extraídas dos sastras védicos.

Segundo o grande lexicógrafico Hemacandra (tb conhecido como Kosakara), o Vedanta abrange o significado dos Upanisads, os quais incluem-se nas porções Brahmanas dos Vedas. Como o professor Apte descreve em seu dicionário, a porção Brahmana fornece as regras com as quais se empregam hinos em vários sacrifícios e dá relato pormenorizados das origens dos hinos. (Por outro lado, a porção mântrica contém os próprios hinos.) Portanto, Hemachandra diz que o Vedanta-sutra forma o suplemento dos Vedas. Como Veda significa "conhecimento", e anta significa "o fim" , o Vedanta proporciona o entendimento adequado de próposito final dos Vedas. Podemos novamente mencionar que os Upanisads, que estão incluídos na porção Brahmana dos Vedas, apóiam o conhecimento dado nos códigos do Vedanta-sutra.

Introdução à Filosofia Védica
Satsvarupa Dasa Goswami

sábado, 9 de junho de 2007

Servindo a Deidade


Existem variados graus de complexidade na prática de servir a Deidade. É bom deixar esse tipo de prática para depois de já termos uma compreensão básica do conhecimento transcendental e estando praticando os primeiros 3 itens regularmente sem falta. Em seu aspecto mais simples, podemos obter um quadro ou pôster do Panca-Tattwa, e/ou uma imagem ou foto de Krishna e Radha, junto com uma foto de Srila Prabhupada e, todos os dias, uma ou duas vezes por dia, no mesmo horário, oferecer um incenso, uma flor (perfumada) e água, cantando o maha-mantra Hare Krishna (ou tocando uma gravação de um kirtana) e prestando reverências (tocando nossa cabeça ao chão), antes e depois de sua oferenda. Novamente, como no caso de oferecer prasadam, o que importa é o amor e devoção do ato, não o ritual em si. Lembre-se que tudo que for oferecido para a Deidade, torna-se prasadam, ou seja, misericórdia do Senhor, e trás benefícios espirituais eternos para aqueles que tiverem contato posterior com o objeto oferecido, seja através do cheiro (no caso do incenso e flores), seja através do consumo (no caso de alimentos e água), ou até mesmo pelo simples contato físico com aquilo que foi oferecido (é habitual jogar gotinhas de água oferecida na cabeça).

Como no caso dos alimentos, tudo que for oferecido deve estar limpo e ainda não experimentado e a parafernália usada para a Deidade deve ser de uso exclusivo dEla; por exemplo, o incenso e flores não devem ter sido cheirados antes de oferecê-los, o isqueiro para acender o incenso deve ser usado só para a Deidade, etc.

Manual de Bhakti-yoga

p/ Giridhari Das

sexta-feira, 8 de junho de 2007

A Suprema Personalidade de Deus concluiu:


Verdadeira opulência é Minha própria natureza como a Personalidade de Deus, através da qual exibo as seis opulências ilimitadas. O Supremo ganho da vida é o serviço devocional a Mim, e verdadeira educação é anular a falsa percepção de dualidade dentro da minha alma. Real modéstia é ter repugnância a atividades impróprias, e beleza é possuir boas qualidades tais como desapego. Verdadeira felicidade é transcender a felicidade e infelicidade materiais, e verdadeira miséria é envolver-se na busca do prazer sexual. Homem sábio é aquele que conhece o processo para libertar-se do cativeiro, e tolo é aquele que se identifica com o corpo e mente materiais. O verdadeiro caminho na vida é o que conduz a Mim, e o caminho errado é o gozo dos sentidos, mediante o qual a consciência fica confundida. Verdadeiro céu é a predominância do modo da bondade, ao passo que inferno é o predomínio da ignorância. Eu sou o verdadeiro amigo de todos, agindo como o Mestre espiritual do Universo inteiro, e o lar da pessoa é o corpo humano. Meu querido amigo, diz-se que quem é dotado com boas qualidades é deveras rico, e quem não está satisfeito com a vida é de fato pobre. Desventurado é aquele que não consegue controlar os sentidos, ao passo que quem não se apega ao gozo dos sentidos é um verdadeiro controlador. Aquele que se apega ao gozo dos sentidos é o oposto, um escravo. Dessa maneira , elucidei todos os assuntos sobre os quais indagaste. Não há necessidade de uma descrição mais minuciosa dessas boas e más qualidades, pois sempre ver o bem e o mal é em si uma qualidade má. A melhor qualidade é transcender o bem e o mal materiais.

SB 11.19.40-45

quinta-feira, 7 de junho de 2007

A Suprema Personalidade de Deus disse:


Absorver a inteligência em Mim constitui o equilíbrio mental, e a completa disciplina dos sentidos é autocontrole. Tolerância significa suportar com paciência a infelicidade, e a firmeza acontece quando se domina a língua e os órgãos genitais. A maior caridade é abandonar toda agressão aos outros, e compreende-se que a renúncia à luxúria é a legítima austeridade. O verdadeiro heroísmo é dominar a própria tendência natural a desfrutar a vida material, e realidade é ver em toda parte a Suprema Personalidade de Deus. Veracidade quer dizer falar a verdade de forma agradável, conforme declaram os grandes sábios. Limpeza é o desapego às atividades fruitivas, ao passo que renúncia é a ordem de sannyasa. A verdadeira riqueza desejável para os seres humanos é a religiosidade, e Eu, a Suprema Personalidade de Deus, sou o sacrifício. Remuneração religiosa é a devoção ao acarya com o propósito de adquirir instrução espiritual, e a maior força é o sistema pranayama de controle respiratório.

Srimad Bhagavatam (11- 19-36-39)

quarta-feira, 6 de junho de 2007

A Suprema Personalidade de Deus disse:




Não-violência, veracidade, não cobiçar nem roubar a propriedade alheia, desapego, humildade, estar livre do sentimento de posse, confiança nos princípios da religião, celibato, silêncio, estabilidade, perdão e destemor são os doze princípios disciplinares primários. Limpeza interna, limpeza externa, canto dos santos nomes do Senhor, austeridade, sacrifício, fé, hospitalidade, adoração a mim, visitar os lugares santos, agir e desejar em prol do interesse supremo, satisfação e serviço ao mestre espiritual são os doze elementos dos deveres regulares prescritos. Esses vinte e quatro elementos concedem todas as bênçãos desejadas àqueles que os cultivam com devoção.
Srimad Bhagavatam 11.19.33-35

terça-feira, 5 de junho de 2007

Os quatro princípios


Não violência — Não comer nenhum tipo de carne, peixe ou ovos

Uma das práticas mais importantes de bhakti é comer apenas prasadam. O que dizer do ato de matar um animal (ou qualquer criatura) inocente, os cadáveres de animais em si estão no modo da ignorância, por serem coisas essencialmente em putrefação. Assim sendo, Deus não aceita esse tipo coisa. Portanto, acima de tudo, evitamos o consumo de qualquer tipo de carne, peixe e ovos porque não devem ser oferecidos a Deus e assim não podem se tornar prasadam. Além dessa consideração, é óbvio que a matança indiscriminada de animais inocentes, muitos com consciências bastante desenvolvidas, emoções, conceitos de família, amigos, etc., apenas para degustar o sabor de seu cadáver, é algo bastante violento, grosseiro e imoral.

Mesmo para aqueles que não têm muita sensibilidade espiritual, ética e moral, o consumo de animais também traz desastrosas conseqüências do ponto de vista ecológico, físico e econômico. Para aqueles que ainda não compreenderam os múltiplos efeitos perversos do consumo de animais, cabe pesquisar o assunto seriamente — existe farto material sobre o assunto na Internet, em livros e revistas.

Austeridade — Não se intoxicar, evitando todo tipo de droga, inclusive cigarros, bebidas e cafeína

Drogas, como se sabe, afetam sua mente, distanciando-a da realidade. Inclusive sabe-se que a maioria dos usuários de drogas deseja justamente fugir da realidade, que é compreensível visto que a vida no mundo material pode ser muito desagradável. Porém, devemos é nos libertar do conceito material que nos traz tanto sofrimento, elevando nossa consciência a plataforma divina, e não a afundando num escuro poço de ilusão. Já nos encontramos num estado distante da suprema realidade espiritual, confusos sobre nossa real identidade e propósitos da vida. Obviamente então o consumo de substâncias que irão piorar essa situação não pode nos trazer qualquer benefício. Por estimularem a ilusão, drogas também estão no modo da ignorância e assim, como tudo mais no modo da ignorância, são altamente prejudiciais ao seu progresso espiritual (como também seu bem estar físico, mental e emocional). Não é necessário descrever aqui os terríveis resultados do consumo de drogas e cigarros, já amplamente conhecidos. Infelizmente os nocivos efeitos do álcool são menos conhecidos, mas basta ver as estatísticas e pesquisas para sentir seu impacto destrutivo tanto na sociedade (violência, acidentes de trânsito, etc.) como no corpo (danifica todos os órgãos do corpo, envelhecimento, etc.).

Veracidade — Não se envolver com jogos de azar

Por trás de todo jogo de azar, apostas, etc., está a enganação, a trapaça. O governo lhe fala para você apostar seu valioso dinheiro para concorrer a uma chance de ganhar uma fortuna na loteria. Claro que quem vai realmente ganhar a fortuna é o governo e você será o enganado. Mesmo se ganhar, estará apenas dividindo com o governo o resultado de uma grande trapaça envolvendo milhões de pessoas. O mesmo vale para todos jogos de azar. Além do mais, o jogo de azar agita muita a mente. Nos tira completamente da paz e seriedade necessários para praticarmos bhakti. O jogo de azar é tão maléfico que existem muitos viciados, cujas vidas foram totalmente destruídas pelo jogo.

Pureza — Não praticar o sexo irrestrito

O sexo por mero prazer é chamado por Srila Prabhupada como sexo ilícito, é considerado contra as leis de Deus, e gera todo tipo de problema para os indivíduos e a sociedade como um todo. O sexo irrestrito é uma atividade inteiramente mundana, diretamente ligada a seu corpo e não a seu real estado como alma espiritual, portanto é um grande obstáculo a vida espiritual e a principal razão pela qual continuamos presos no mundo material.

O ponto fundamental é entender que o sexo por prazer é um ato material, não espiritual. Apenas o sexo que tenha como objetivo trazer ao mundo devotos de Deus, numa estrutura familiar estável (casamento), é um ato verdadeiramente espiritual. Tendo dito isso é compreensível que para aqueles que não estão na plataforma de pura espiritualidade haja a necessidade de praticar o sexo apenas por prazer. O fato de isso ser compreensível não o torna louvável nem deve servir de ímpeto para livremente engajarmos na pratica sexual por prazer. Devemos, sim, seriamente nos engajarmos em serviço devocional, nas várias práticas de bhakti-yoga, com cada vez mais afinco, dedicação e qualidade, com o sincero e intenso desejo de um dia nos situar na plataforma de eterna bem-aventurança e conhecimento, livre das contaminações da natureza material, livre não só de luxúria (que é em última análise o desejo egoísta de controlar e desfrutar de alguém, de varias pessoas, ou mesmo de alguma situação), mas também das demais má qualidades que manifestamos na plataforma condicionada material, como orgulho, intolerância, ganância, raiva, inveja, etc.

Manual de Bhakti-yoga
p/ Giridhari Das

segunda-feira, 4 de junho de 2007

A perfeição do conhecimento espiritual


"Aquele que é deveras sábio, que conhece a verdade sobre o eu e possui percepção transcendental, rejeita este mundo de dualidades e o dito conhecimento que visa a facilitar o desfrute dele. Ao contrário, ele se ocupa em tentar satisfazer a Suprema Personalidade de Deus, o Senhor de tudo. Isso é bhakti-yoga pura.

Srimad Bhagavatam (cap.19)

domingo, 3 de junho de 2007

Por que o Radha-kunda é tão elevado?


"Porque pertence a Srimat Radharani, que é o objeto mais amado de Sri Krishna. Entre todas as gopis, Ela é a mais querida. De forma semelhante, os grandes sábios descrevem que Seu lago, Sri Radha-kunda, é tão querido por Krishna quanto a própria Radha. Na verdade, o amor de Krishna por Radha-kunda e Seu amor por Srimat Radharani é o mesmo sob todos os aspectos. Mesmo no caso de grandes personalidades plenamente ocupadas em serviço devocional, é muito raro que alcancem Radha-kunda, isto para não falar de devotos comuns que só estão ocupados na prática de vaidhi-bhakti.

Afirma-se que o devoto que se banhar uma só vez no Radha-kunda desenvolverá imediatamente amor puro por Krishna, do mesmo modo que as gopis. Srila Rupa Goswami recomenda que, mesmo que não se possa viver plenamente às margens do Radha-kunda, deve-se pelo menos tomar banho no lago, tantas vezes quanto possível. Este é um ítem muito importante na realização do serviço devocional. Srila Bhaktivinoda Thakura escreve a este respeito que Sri Radha-kunda é o lugar mais seleto para as pessoas interessadas em aprimorar seu serviço devocional seguindo o exemplo das companheiras (sakhis) e criadas íntimas (manjaris) de Srimat Radharani. As entidades vivas que estão ávidas por regressar a casa, ao reino transcendental de Deus, Goloka Vrindávana, por meio da consecução de seus corpos espirituais (siddha-deha), devem viver no Radha-kunda, refugiar-se nas criadas íntimas de Sri Radha e, sob a orientação delas, dedicar-se constantemente a servi-lA. Para aqueles que estão ocupados em serviço devocional sob a proteção de Sri Caitanya Mahaprabhu, este é o método mais elevado..."

Néctar da Intrução (verso 11-sig)

sábado, 2 de junho de 2007

Krishna na mente e no coração


yam yam vapi smaram bhavam
tyajaty ante kalevaram
tam tam evaiti kaunteya
sada tad-bhava bhavitah

" Qualquer que seja o estado da existência de que alguém se lembre ao deixar o corpo, ó filho de Kunti, esse mesmo estado ele alcançará impreterivelmente."Bhagavad-gita (8.6)

"Quem puder pensar em Krishna na hora da morte poderá ser transferido para o mundo espiritual, Goloka Vrindávana. Este processo de transmigração é muito sutil; portanto, Srila Rupa Goswami aconselha os devotos a treinarem suas mentes a fim de serem capazes de se lembrar única e exclusivamente de Krishna. De modo semelhante, deve-se treinar a língua para que ela só fale de Krishna e só saborei krishna-prasadam". Néctar da Instrução (Verso 8 - Sig.)


sexta-feira, 1 de junho de 2007

A ilusão de Maya


A ilusão de maya é como a espuma

que se mistura novamente no mar.

Ninguém é mãe, pai, ou parente;

assim como a espuma no mar, eles permanecem juntos

apenas por pouco tempo.

E, como a espuma imerge no mar,

este precioso corpo de cinco elementos desaparece.

Quem pode dizer quantas formas efêmeras

a alma corporificada terá assumido?


Poema Bengali
p/ Sua Divina Graça A.C Bhaktivedanta Swami Prabhupada